História Fallen For You - Capítulo VIII

O local onde os quatro estavam não era tão longe da casa do Choi, porém para o moreno aquilo estava durando uma eternidade.

-Minho, tem certeza que não quer que eu dirija? –Jonghyun perguntou pela segunda vez e Minho bufou irritado.

O baixinho estava bastante preocupado se iriam chegar vivos na casa de Minho, já que o moreno havia ultrapassado o sinal e quase bateu o carro duas vezes, tudo devido ao fato de que a atenção do moreno não estava no trânsito, mas sim, no garoto desacordado no banco de passageiro, ele se perdia naquela pele branquinha, porém toda machucada. Minho se batia mentalmente por ser tão inútil e sempre travar quando estava nervoso. Porque aquilo estava acontecendo consigo? Porque pela primeira vez na vida... Mesmo negando, estava se importando verdadeiramente com alguém?

O loirinho ao lado de Jonghyun mantinha os olhos um pouco arregalados, ele estava nervoso e com medo. Definitivamente ele queria continuar vivo, mas com aquela velocidade em que aquele carro estava... Ele não confiava nem um pouco.

Foi tirado dos seus pensamentos quando sentiu uma mão segurar a sua levemente, arregalou os olhos mais do que o normal e encarou o baixinho ao seu lado que lhe encarava sorrindo, engoliu em seco enquanto encarava cada detalhe daquele rosto, em especial... Daqueles lábios.

“Vai ficar tudo bem, não se preocupe” Jonghyun silabou em um sussurro e o maior assentiu ainda assustado e envergonhado. Retirou sua mão do aperto do outro e desviou o olhar corando ainda mais ao notar que ainda estava sendo observado. Jonghyun estava adorando aquilo, era possível ver a nuvem rosinha que tomava conta das bochechas do loirinho sempre que seus olhares coincidiam. Sim, Kibum não podia evitar encarar Kim Jonghyun de vez em quando, mas ruborizava fortemente ao ver que os olhos do baixinho já estavam em si, acompanhados de um sorriso sacana em sua direção.

A troca de olhares foi interrompida pelo baque da porta de Minho que saiu do carro para retirar o Taemin ainda adormecido do lado oposto. Os dois desceram rapidamente e seguiram o moreno que caminhava apressado para dentro de casa com o Taemin em seus braços.

-Com licença... –Kibum falou envergonhado enquanto adentrava a casa, sendo ignorado pelo dono que apenas subiu as escadas. Jonghyun virou-se sorrindo em sua direção.

-Fique a vontade. –Kibum o olhou surpreso.

-Essa é a sua casa?

-Aniyo. –Jonghyun respondeu risonho. –Mas é como se fosse. –Kibum assentiu retribuindo o sorriso.

-Eu queria ver como ele está... –Kibum olhava para cima se referindo ao Taemin.

-Porque ajudou ele? –Perguntou Jonghyun, ganhando um olhar relutante de Key.

-Ele não fez nada de errado para merecer aquilo... –Key respondeu elevando um pouco a voz. –Por quê? Agi errado por acaso?

-Não, não, me desculpe... Apenas me surpreendeu sua coragem, não é todo mundo que se mete em uma briga para ajudar alguém. –Jonghyun sorriu e Key sorriu de lado desviando os olhos de Jonghyun e suspirando.

-Eu fiz porque passei pela mesma coisa... Mas para ele deve ser difícil. Ele me parece tão frágil e amável, me deu um ódio infernal quando vi aqueles nojentos colocarem a mão em um inocente. Um bando de covardes. –Kibum mal percebeu que colocava para fora tudo que sentiu diante da cena, e apenas parou de falar quando notou a expressão confusa de Jonghyun.

-Você... Você passou pelo mesmo que ele? –Jonghyun engoliu em seco, querendo saber quem foi o imbecil que ousou machucar a coisa mais linda que ele já havia visto.

-Sim, mas... Diferente dele, eu tinha meus pais que me ajudaram... Antes eu era um pouco acima do peso e usava óculos, alguns garotos me batiam apenas por isso, me xingavam de todos os nomes possíveis e até tentavam fazer coisas ruins comigo, mas nunca conseguiram... –Kibum não pode conter algumas lágrimas caírem do seu rosto. -Foi um trauma muito grande, depois daquilo eu não deixava ninguém me tocar além dos meus pais. Eles acabaram me matriculando numa academia de artes marciais, eu não queria no início, mas depois de um tempo, eu fui me acostumando, eu chorava na maioria dos treinos, isso até me ajudava a socar com mais força. –Kibum sorriu de lado relembrando o seu passado. -Mas meu professor dizia que era apenas a necessidade de colocar aquele trauma para fora... Acabou que hoje eu estou bem, treinei o suficiente para voltar ao meu peso normal e passei a usar lentes de contato. –Kibum deu de ombros encarando o chão. –Apenas por isso não pude deixar que fizessem aquilo com ele, eu não admito nenhum tipo de bullying ou agressão... Eu sei como isso machuca. –Ao finalizar suas palavras, Kibum foi envolvido por um abraço confortante do baixinho a sua frente que já se derramava em lágrimas, Kibum retribuiu o aperto sentindo-se bem envolto daqueles braços pequenos, porém fortes, e que se encaixavam tão bem em seu corpo, que até assustava.

-Mesmo se você ainda fosse daquele jeito... Continuaria lindo... -Kibum arregalou os olhos e ousou soltar-se do abraço, mas Jonghyun o apertou mais forte, deixando-o imóvel.

Jonghyun era chorão desde criança, era bruto algumas vezes, mas tão frágil quanto uma criança e isso acelerou o coração do loirinho que desejava apenas que aquele momento se eternizasse para sempre.

Taemin pov.

Abri meus olhos lentamente, minha visão estava embaçando, mas ao piscar meus olhos, reconheci aquele teto em cima da minha cabeça, não podia ser a casa... Sentei-me na cama rapidamente, me arrependendo logo em seguida. Não consegui segurar o grito de dor que saiu dos meus lábios.

Minha cabeça doía tanto que parecia que fui pisado por um elefante, meu corpo estava dolorido e meus braços arranhados. Foi aí que flashes do acontecido, voltaram a minha mente, causando ainda mais dor.

Flashback on.

Estava caminhando animadamente pela calçada, balançando os meus biscoitos. Havia acordado cedo naquele dia e resolvi tentar vender o resto dos biscoitos que sobraram do dia anterior. Eu preciso fazer outra coisa, vender biscoitos e cansativo.

-Hey, você! –Virei-me para trás encontrando quatro garotos, eles eram bonitos... Mas não tão bonitos quanto o Minho. Sorri, indo até eles.

-Yah, vocês querem comprar? –Perguntei com meu melhor sorriso, estendendo os biscoitos bem no rosto deles. Eles se olharam entre si e sorriram.

-Sim, nós queremos... Mas de um jeito diferente. –Ele se inclinou em minha direção e os outros garotos apenas me olhavam sorrindo.

-Como assim? –Perguntei confuso.

-Você os coloca na boca, e eu os pego com a língua. –Ele sorriu estranho e eu arregalei os olhos.

-Yah, isso é nojento. –Me afastei deles.

-Você é lindo demais para vender esses biscoitos... Não quer experimentar outra coisa? –Ele agarrou meu braço e eu me desesperei.

-Yah, me solte. O que está pensando em fazer? –Perguntei assustado tentando me soltar do aperto, ele era muito forte.

-Eu prefiro te mostrar do que te dizer, desculpa princesa mas você é sexy demais para eu perder meu tempo falando... –Ele respondeu e avançou em mim. Ele teria me beijado a força se eu não tivesse virado o rosto, ele pareceu se enfurecer e puxou meu rosto em sua direção. Eu estava com medo, eu queria fugir, sair dali e nunca mais encontrar aquele garoto, eu queria correr, correr muito, correr para Minho...

Não sei como isso aconteceu mas, eu consegui me soltar e corri, corri o mais rápido que pude, mas não foi o suficiente. Eles me agarraram e me jogaram no chão, eu tentei levantar, mas o maior deles chutou a minha barriga e eu senti uma forte dor nas minhas costelas, eu sentia algumas gotas descendo pelo meu rosto, e quando levei a mão até minhas bochechas, estava sangrando...

-Isso não teria acontecido se você tivesse me obedecido... –Outro garoto desferiu um soco em meu rosto e eu não via outra opção que não fosse chorar. Aquilo estava doendo muito e eu não conseguia me mover, até que minhas costas arderam, foi como se um fogo adentrasse o meu corpo e bombeasse meu sangue mais rápido, acelerando meu coração... Minho. Apenas ele causava isso em mim, eu podia sentir que ele estava perto, por favor... Por favor Minho, esteja aqui...

Outro soco foi desferido em mim, e eu não consegui ver muita coisa, meus olhos marejavam e quando os abri de novo, eu consegui enxergar um garoto loiro que afagava meus cabelos.

-Você está bem? –Ele perguntou com uma feição preocupada.

-Hm. –Eu tentava sorrir, mas até isso doía. –O... Obrigado. –Foi a única coisa que eu consegui dizer, antes de tudo ficar escuro e eu não sentir mais nada.

Flashback of.