História Falling for one criminal - 29 dias: Sorria, eu estou te observando

CPE/Narrador POV’s ON

A ruiva meio sonolenta procurava por seu notebook para começar a escrever suas ideias e organiza-las. Ela sabia quem, sabia onde – apesar de ser um lugar bastante conturbado –, sabia por que, e no momento estava planejando apenas como retirar a garota loira de lá, enquanto seu subordinado e aprendiz, Jellal, procurava meios de aprender a como se portar sendo um criminoso de elite.

- Não consigo pensar em muita coisa, preciso de um bolo de morango. – Disse a ruiva com sua voz manhosa enquanto prendia seus cabelos em um coque bagunçado.

Jellal suspirou observando sua amada se debruçar sobre a mesa e lhe lançar um olhar que ele não teria como recusar. – Vou buscar, mas enquanto isso tente pensar em alguma coisa Erza, por favor. – Era uma pena que a garota só se interessava por seu trabalho.

Erza, com seus 19 anos, vivia para descobrir e resolver casos que ninguém conseguia. Desde pequena ela conseguia resolver quebra-cabeças e puzzles que pessoas com altos níveis de Q.I não conseguiriam resolver tão rapidamente. Se tornando, assim, uma grande investigadora. Era um pouco tediosa essa vida, já que ela não poderia sair livremente, pois era alvo de várias organizações que visavam sua morte.

A verdade era que Erza já sabia tudo que deveria fazer, sua única preocupação era fazer com que eles não conseguissem percebe-la. - Espero que Jellal sobreviva tempo o suficiente para que eu consiga terminar o que comecei, além disso, ele é até bonitinho, seria um desperdício para essas mulheres que não tem mais nada para fazer. – Caminhou até o puff e se sentou. – É um saco essa coisa de ficar presa. Essa vai ser minha última missão.

Narrador Pov’s OFF

Já estava ficando bizarra aquela cena. Todos ficaram me fitando algum tempo até que Gajeel os interrompeu. Provavelmente esse tempo o favoreceu já que ele ficou analisando-os um por um. O homem de cabelo laranja, continuava me observando e sorrindo, se continuar assim, vai dar câimbra.

- Vamos começar. – Ele disse sinalizando para que Juvia servisse os “convidados” e Gray me levou até a ponta da mesa me sentando ao lado de Gajeel. – Alguns sabem por que os convidei para essa reunião. – Ele deu início tornando a sua expressão um pouco mais séria, ou melhor, medonha do que o normal. – Mas vou entrar em outro assunto primeiro, só para a agilizar algumas coisas. Estou tendo problemas nas fronteiras com certas gangues, principalmente com a LS e a 4C. Nós fizemos um acordo e vocês não estão respeitando a porra do contrato. – Ele disse se levantando e ajeitando seu terno. – A poucos minutos atrás foi me enviado uma mensagem de que um dos meus foi morto hoje em um conflito das três gangues, ou seja, foi uma das duas. O nome dele era Freed Justine, acredito que ele era conhecido. Quero saber por que começaram com essa merda e por que o foco era Freed. Então ou vocês falam.... – Em questão de segundos ele pegou duas armas que estavam em sua cintura e apontou para a cabeça dos dois representes. – Ou os dois morrem.

Aquilo me assustou. Senti meu coração acelerar de uma forma que eu cheguei a pensar que poderia morrer de ataque cardíaco. Quero sair daqui, quero ir para casa, quero abraçar minha mãe e nunca mais ter que passar por situações assim de novo. O pior.... É que eu sei que é só o começo. Lucy você é forte, não vai chorar aqui agora. Nem aconteceu nada.

Olhei para o lado na esperança de que as lágrimas desaparecessem. Eu sou muito fraca para essas coisas. Respirei fundo e tomei um gole do vinho em cima da mesa. Comecei a observar todos os que estavam na mesa. Eles alternavam a atenção deles entre os dois homens e Gajeel. Menos um loiro, que peguei olhando diretamente para mim, enquanto brincava com seu colar na boca. Olhei-o fixamente, ele parou de brincar e se ajeitou na mesa ainda me olhando. Era um olhar até sexy, me deixava um pouco desconfortável. Me mexi na cadeira um pouco e ele soltou uma risadinha abafada.

- Estou esperando.  Lyon ou Goldmine, então, quem foi que ordenou e por quê? – Ele respirou fundo. Gajeel me tirou atenção do loiro fazendo-me olhar para os dois homens em questão. O rosto do garoto de cabelos azuis quase brancos parecia calmo, como se ele soubesse o que ia acontecer, já o outro estava um pouco assustado. Gajeel suspirou saindo da sala seguido de Gray, que logo depois retornou indo em direção do homem que eu acreditava ser Goldmine. Claro, os seus homens tentaram reagir, mas pararam quando Levy, Mira e Elfman levantaram suas armas em direção a eles também. Isso está mais caótico do que eu pensei que seria. Toda reunião vai ser assim?

- Eu sabia que isso ia acontecer de toda forma. – Golmine disse. – Não façam nada, e guarde isso para Bacchus. – Ele entregou uma carta para um dos seus homens e saiu da sala.

Gray deu uma boa olhada para trás encarando Lyon que sorria de um jeito meio sínico. – Eu queria tanto que fosse você no lugar dele. – Disse meu querido “amigo” tomando novamente sua rota em direção a porta.

- Acho melhor você tampar seus ouvidos. – Disse o homem de cabelo alaranjado. O olhei sem entender e ele tomou partido para tapar meus ouvidos ele mesmo, mas foi interrompido por Levy. – Relaxa, você me conhece. Além disso, você quer que ela ouça o que está por vir? – Ela suspirou e deixou que ele o fizesse. É óbvio que mesmo que minha audição não estivesse em perfeitas condições, eu consegui escutar os gritos e barulhos de armas vindo de um andar mais abaixo. Segurei as mãos do garoto com mais força para que eu escutasse menos ainda, e claro, não resolveu muita coisa. Estava tão alto assim?  Aqueles sons estavam provocando reações no meu corpo, eu estava com muito medo. Meus olhos começaram a lacrimejar. Se meu pai não entregar aquele maldito colar, é isso que vai acontecer comigo? Ele foi bem claro quando disse que ia arrancar meus membros um por um. Alguns minutos se passaram e senti as mãos do garoto indo para trás. – Pronto. Já acabou, pode agradecer ao seu salvador de maiores traumas, meu nome é Loke. – Como ele consegue brincar agora? O tal do Loke chegou mais perto de mim e sussurrou em meu ouvido. – Pelo menos sorria, eu não vou deixar que eles te machuquem, estou de olho em você. – Ele piscou.

Como ele não vai deixar que me machuquem? Eu estou na mansão da NCU. Quem ele pensa que é para me “proteger” dessas pessoas? O barulho da porta sendo fechada me tirou de meus pensamentos. Gajeel entrou junto com Gray, ambos limpando as mãos com um pano manchado de sangue. Não preciso ter visto para conseguir imaginar o que aconteceu. Meu estômago se revirou por completo. Acho que vou vomitar.

- Só aguente mais alguns minutos. – Murmurou Levy.

- Podemos prosseguir normalmente agora. – Disse Gajeel se sentando novamente. – Como vocês sabem, eu estou com uma visita em minha casa. – Está mais para mercadoria, já que tenho que prazo de validade. Humor negro. Haha. Não foi engraçado. – Seu nome é Lucy Heartfilia, ela é filha do atual homem mais poderoso economicamente, e eu sei que vocês ficam tentados para tentar tê-la, mas já vou avisando. Aquelas que estão tentando fazer isso, eu lhe desejo sorte, porque você vai precisar. Já que eu vou descobrir o nome, e será tudo o que restará, embora não vá durar muito. Agora pode sair. – Ele disse direcionando o olhar para mim. Juvia segurou minha mão e me puxou em direção a porta. – Continuando, eu quero os relatórios....

- Lucy? O que ela estava fazendo lá? – Senti minhas pernas vacilarem quando a porta se fechou, mas alguém me segurou. Olhei para cima e vi que era Natsu. – Ela ouviu? – Eu não conseguia direcionar meus olhos para outro lugar. Eu queria ficar olhando para ele, eu queria que o mundo congelasse, não queria mais passar os próximos 28 dias naquele lugar, mais ainda, não queria que esses dias estivessem acabando. – Entendo. Foi mal, Lucy. – Ele disse. Não consigo falar. Parece que minhas palavras estão presas em minha garganta. Quanto tempo eu fiquei dentro daquela sala?

Natsu passou seus braços ao redor de minha cintura e por baixo de meus joelhos e me carregou para o meu quarto. Me deitou na cama e ficou me observando. Juvia voltou com um copo de água com açúcar para ver se eu me acalmava. Eu nunca ouvi gritos tão altos quanto os de hoje.

- É uma pena que você tenha escutado, mas você tem que entender que as coisas aqui são assim. Gajeel ainda pegou leve com o cara, ele não demorou muito para falar o que ele queria saber. Não foi nem o começo das torturas que ele já fez.

- Isso é para me deixar melhor? – Perguntei respirando fundo.

- Não. – Respondeu sincero. – Foi para você perceber que isso aqui não é um lugar para passar as férias. Simpatizo com você Lucy, e por isso preciso que você abra seus olhos. Cenas assim serão como café-da-manhã. Sem querer parecer grosso, mas se acostume, você ainda tem mais 28 dias... E meio aqui. Tenho que ir agora, vou voltar de madrugada. Deixe as janelas e cortinas fechadas, tranque a porta, quando eu chegar eu aviso, enquanto isso Gray ficará te vigiando e cuidará de você, mas se ele for um babaca de novo pode me contar também que darei um jeito naquele idiota, como vou dar um jeito nele por ter deixado um roxo no seu braço. – Ele sorriu, passou a mão em meus cabelos e de um beijo em minha testa antes de me deixar sozinha no quarto, novamente. Esse jeito cuidadoso é raro de se ver aqui certo? Não sei por que ele é assim comigo. Claro que as garotas também são bastante prestativas comigo, mas eu não, algo me diz que ele é diferente. As vezes ele parece com minha mãe, mas o que eu sinto por ela, é óbvio que eu não sinto por ele.... Que saudade dela...

Continua....