1. Spirit Fanfics >
  2. Falling For You >
  3. Talvez ele se importe.

História Falling For You - Talvez ele se importe.


Escrita por: autoradara

Capítulo 5 - Talvez ele se importe.


Fanfic / Fanfiction Falling For You - Talvez ele se importe.

Maya Collins.

Estava todo mundo na mesa, incluindo Jamie que parecia ter levado uma bronca da mãe, pois vez por outra ele me olhava divertido, porém, considerando o quanto ele é parecido com irmão, não irei considerar a hipótese que ele talvez poderia estar simpatizando comigo.

O cheiro da comida estava realmente delicioso, o que dava mais vontade de comer, mas tentei ao máximo me controlar, já que ainda estava tímida, principalmente pelo fato de Justin Bieber está bem na minha frente. Por falar nele, ele lia um jornal com muita atenção, reforçando ainda mais a minha teoria de que ele é concentrado em tudo que faz. Bieber trajava o uniforme da escola — calça social preta, camisa branca contendo o símbolo do colégio do lado esquerdo do peito nos tons de vermelho e azul marinho. As mangas estavam arregaçadas e iam até o meio do seu braço. Usava um relógio que eu tenho quase certeza ser de ouro, e um sapatênis. — É incrível como ele fica bem de todo o jeito. E o mais incrível ainda, eu estou comendo na mesma mesa que ele!

Justin ainda mantinha seu olhar no jornal, enquanto nossos pais conversavam animadamente. Vez ou outra ele mordia sua torrada, sim, eu prestava atenção nele. Eu simplesmente não conseguia evitar meu corpo reagir assim, e ignorar o fato dele estar bem na minha frente. Só percebi que havia exagerando demais o olhando quando o mesmo levantou seu olhar para mim, nossos olhares se encontraram por um momento e minha garganta tapou, logo denunciando que eu havia engasgado.

– Você está bem? Tome um pouco de água. — O Sr. Bieber estendeu um copo com água e eu logo tratei de bebê-la. Senti meu corpo aliviar e limpei as lágrimas involuntárias que saiam de meus olhos, enquanto que meu pai tentava ajudar alisando minhas costas.

– Ela é burra, como eu esperava. — Ouvi Jamie pronunciar-se, e assim tratei logo de ignorar o que ele falou.

– Jamie Bieber! — Dona Pattie o repreendeu com um olhar severo.

Justin agiu como se nada tivesse acontecido, e eu sinceramente não esperava mais que aquilo. Ele dobrou o jornal e levantou-se da mesa.

– Terminei de comer, vou ir primeiro. — Falou. Olhei em volta para saber se eu também deveria me levantar, já que ele estudava na mesma escola que eu, nós talvez devêssemos ir juntos.

– Querido, como pode fazer isso? Maya tem que ir com você. – Pattie pareceu ler os meus pensamentos. Justin já se encontrava com a mochila nas costas pronto para sair. — Ela nem sabe o caminho até a escola. – Jamie fez menção de se levantar, talvez por também querer ir à escola com o irmão, mesmo eles estudando em lugares diferentes, mas o mesmo foi impedido pela mãe. — Por que você quer ir agora? Coma mais um pouco. – Ela sorriu falso para Jamie que bufou na cadeira completamente frustrado.

Senti o olhar de Pattie sob mim, ela gesticulava para que eu saísse. Só depois de alguns segundos eu entendi o que ela realmente queria, que eu o seguisse. Levantei-me apressadamente da mesa apanhando a mochila e me despedindo dos adultos. Justin já tinha saído, e eu me perguntava como alguém tão inteligente como ele podia ter a falta de educação de não me esperar.

Corri apressadamente quando o vi virando a esquina, ele andava despreocupado, e como sempre, com as mãos nos bolsos.

– Devagar! — Minha voz saiu falha devido ao cansaço que foi correr na tentativa de o alcançar. Por sorte a rua era uma descida enorme, por isso facilitou a minha corrida. Vi o corpo de Justin parar bruscamente, o que fez com que eu me chocasse contra suas costas. Justin me olhou com um olhar furioso, que eu tentei ignorar. – Como pode parar de repente? — Falei desentendida.

– É só hoje. – Ele disse simplesmente.

– O que?

– Andar até a escola juntos. Se alguém nos vir... – bufei assim que ouvi aquelas palavras, dei de costas sem vontade de esperar o que ele tinha para falar. — Isso seria muito mais problemático. – Ouvi sua voz rouca atrás de mim que me fez parar.

– Entendi. – Falei de mau gosto.

– Não conte a ninguém sobre isso! – Ele reforçou o recado. Talvez em sua cabeça eu iria sentir vontade de contar a alguém, e ele estava certo. Eu passei a noite imaginando a reação das minhas amigas ao saberem disso.

– Eu já entendi! – Gritei já chateada com tudo aquilo.

– Na escola aja como se não me conhecesse. – Ele passou por mim e eu fiz menção de chutá-lo, mas logo desisti. Ele é idiota ou se faz? Eu realmente não o conhecia. Em pensar que eu gostei desse idiota por tanto tempo, me fazia querer vomitar. Que desperdício de lágrimas!

Justin andava na minha frente calmamente, enquanto eu sussurrava baixinho o quanto toda a minha raiva, sem contar nas caretas que eu o lançava aproveitando que o mesmo não estava vendo. Mais uma vez ele parou de repente, fazendo-me bater contra seu corpo.

– Você está sonhando acordada com o que? – Sua voz saiu firme, e fez com que meu corpo arrepiasse por inteiro.

– Isso não é da sua conta! – Me conhecendo bem, eu tinha certeza que estava vermelha e com um bico formado em meu rosto. Ele me olhou fixamente como se quisesse me entender, o que fez com que minhas bochechas esquentassem mais ainda. — Por que você está me esperando, quando disse para andarmos separadamente? – Perguntei curiosa ao perceber que ele ainda não havia movido um musculo.

– Quem está esperando? – Ele se fez desentendido, logo soltando uma risada. — Você vai na frente. – Concluiu.

– Porque acha que pode ficar mudando de ideia assim? – Bufei irritada. Eu era mais calma quando não convivia com ele, mas gosto da ideia de vê-lo todos os dias. Contraditório, eu sei.

– Porque você é baixinha. – Justin soltou uma risada rouca que me fez encolher. Olhei para baixo vendo minhas pernas curtas totalmente desnudas por causa da saia. Ele estava certo, eu sempre fui baixinha, mas aquilo não justificava nada. Então apenas conclui que ele usara aquilo para me atingir. — Você continua parada aí? Não me culpe quando você chegar tarde na escola. – Ele virou-se para continuar mas parou quando pareceu lembrar de algo. — E vá na frente. Seguirei atrás de você. – Justin não moveu nenhum músculo até eu dar o primeiro passo, ele mantinha seu ar de superioridade me fazendo obedecer a ele completamente. Eu sentia minha expressão facial contorcer de raiva.

Eu segui na frente irritada, logo ouvi a risada de Justin e apressei ainda mais os passos. Eu sentia vontade de mata-lo, mas quando ele se mantinha quieto meus sentimentos pareciam voltar. O vento forte só fazia com que eu quisesse chegar ainda mais rápido na escola. Eu segurava a saia cada vez que ela ameaçava subir, até porque seria mais uma vergonha na minha lista de coleção, e Justin ver isso seria a última coisa que eu gostaria que acontecesse.

Assim que avistei o portão da escola, entrei no mesmo sem nem olhar para trás, mesmo que eu quisesse muito. Fui direto para a minha sala, levando as palavras dele na minha cabeça, como ele poderiam ser tão malvado? Suspirei ao sentar na minha cadeira, eu realmente precisava mostra-lo que posso ser boa em alguma coisa.

Tirei os livros da mochila e percebi que suas folhas estavam tão novas, mesmo estando na metade do ano, talvez eu não usasse tanto.

– O que é isso? – Hanna parou na minha frente terminando de fazer o penteado no cabelo de uma colega de classe.

– Quando será o próximo exame? – Perguntei sem tirar os olhos do caderno. Procurava pelas datas das próximas provas, mesmo passando pela mente que talvez eu não tivesse anotado.

– Teríamos algum motivo para sabermos alguma coisa sobre isso? – Ela fez uma cara de desentendida e logo foi interrompida por Alice que sentou ao seu lado.

– Ela está em uma competição esqueceu? Precisa vencer o Bieber. – disse Alice, estralando os dedos no rosto de Hanna.

– Eu vou estudar bastante, e então me vingar, em nome do nosso orgulho ferido! – Virei-me e voltei a olhar as anotações.

Parecia impossível me concentrar. Na minha mente comecei a cogitar a ideia de ter algum problema com concentração, já que eu não tinha lido uma palavra sequer. As meninas também não ajudavam, pois falavam sobre coisas aleatórias e sempre pediam minha opinião. Logo Alex chegou gritando o meu nome, vindo me cumprimentar.

– Maya, como é a casa do amigo do seu pai? – Perguntou de repente.

– É boa. – A voz dele falando “não conte a ninguém sobre isso” se repetia na minha mente, e eu tentava achar uma boa desculpa na minha cabeça.

– Onde é? – Insistiu.

– Longe. – Tentei cortar o assunto, mas sem sucesso.

– Eu posso te acompanhar até em casa, depois eu volto para pegar o metrô. – Alex insistia animado com a ideia de conhecer o meu novo lar, e eu não o culpava. Também insistia na ideia de conhecer mais sobre a vida de Justin Bieber.

– Não precisa Alex, eu estou bem.

– Porque não? Faz sentido que o cara não conheça onde sua garota mora? – Ele parecia indignado, e sinceramente eu fiquei com vontade de rir. Hanna o atingiu com um livro, fazendo seu olhar ficar furioso. — Porque você fez isso?

– Porque? Quer ser chutado também? – Ela estava prestas a chutá-lo, e apesar daquela cena ser engraçada, eu sabia que teria que impedir. Porém, antes de qualquer confusão começar, a professora apareceu na porta chamando a atenção de todos.

Ela começou a sua aula, como sempre, a maior parte da turma não prestava atenção, e ela não parecia se importar nenhum pouco. Eu tentava de todos os modos me manter atenta, mas a julgar que eu não lembro nada do que ela falou o ano todo, não acho que apenas uma aula irá resolver os meus problemas.

O dia seguiu-se calmo, eu não encontrei Justin nos corredores, talvez ele estivesse escondendo-se de mim, ou tentando evitar que eu esquecesse do nosso acordo e acabasse soltando para toda a escola que eu morava sob o mesmo teto que ele. Não me preocupei em procura-lo para saber em qual momento ele iria embora, pois ele mesmo havia deixado claro que eu não deveria me acostumar, além de que eu sabia que ele sempre fica até mais tarde na escola, junto com toda a sua turma. Por isso deixei a hora passar e a sala ficar completamente vazia. Eu precisava superar essa ideia de que eu era burra, e principalmente provar para ele que eu podia ser boa nas mesmas coisas que ele, então apenas abri o livro de história e tentei compreender alguma coisa.

Alex e seus amigos dormiam no fundo da sala, me esperando para que pudesse me levar para casa. Só havia eles e eu ali.

Os minutos foram passando e tudo que eu consegui foi ler um parágrafo, e mesmo assim eu não lembrava nem que fosse da primeira palavra. Só percebi que aquela tentativa seria inútil quando estava apenas passando as páginas e vendo as fotos impressas nas páginas do livro. Eu realmente precisava de ajuda.

Levantei lentamente da cadeira para que Alex não percebesse que eu estava saindo, e ao passar da porta corri apressadamente para o corredor que eu tanto conhecia. Assim que eu cheguei ao meu destino, fitei a enorme porta aberta, e em cima da mesma havia uma placa com a seguinte identificação: “Sala de estudos especiais”. Escondi-me atrás de uma enorme bancada que dava para ver perfeitamente o interior da sala. Havia vários alunos estudando, todos com um notebook que a própria escola disponibilizava, a estrutura da sala completamente impecável que me fez ficar com inveja.

Meus olhos logo bateram nele, que estava desleixado na carteira, com os cotovelos apoiados na mesa, isolado como sempre. Todos pareciam estar com seus livros estudando, enquanto ele lia O Sol é Para Todos.

– Você nem vem estudar, então porque ainda está aqui? – sussurrei para mim mesma.

Uma garota pequena, pele de porcelana e longos cabelos claros abaixou-se do seu lado com um livro em mãos, senti meu coração vacilar e foquei a atenção nele. Ele escreveu algo no livro sem dar muita atenção, quando terminou a garota apenas agradeceu e saiu. Tenho que admitir, eu tinha inveja de pessoas assim como ela, tão bonita e inteligente, e com certeza não era ignorada por ele.

Suspirei saindo dali e caminhando lentamente até o pátio. Não importaria o quanto eu tentasse, eu jamais conseguiria entrar na lista de melhores da escola, e nunca conseguiria provar nada nem para mim, e nem para ninguém. Senti uma lágrima cair em meu rosto e não me preocupei em limpá-la, só sentei no banco que havia ali e imaginei como seria se as coisas sempre tivessem sido boas.

– Você está estudando? – Ouvi a voz rouca tão conhecida perguntar. Limpei minhas lágrimas e levantei a cabeça o vendo parado, com uma lata de refrigerante em mãos.

– Sim, porque? – respondi baixinho. — Você está assustado? – tentei me manter forte. — Se vai me carregar é melhor começar a malhar.

Justin balançou a cabeça negativamente com um leve sorriso de lado, então tomou um gole da sua bebida.

– Sua sala de estudos é muito boa. – continuei depois de alguns minutos em silêncio. – Com computadores e paredes a prova de som... – ri forçado – Que mesquinho.

– Mesmo dizendo isso, não soa como sendo verdade. – Ele me cortou, falando e então lançando seu olhar em mim. — Soa como complexo de inferioridade.

Mostrei a língua para ele assim que o vi virar as costas, mas o mesmo logo parou e olhou-me por cima do ombro. — Está indo para casa? — Uma onda de felicidade invadiu meu peito, ele ia mesmo querer minha presença no caminho para casa? Sorri abertamente me levantando.

– Por que? Está me chamando para ir com você? – Sorri mais ainda. Meu sorriso desfez ao ouvir a voz de Alex em minha direção, ele segurava minha mochila e sorria vindo até mim.

Justin me olhou friamente e virou-se seguindo o seu rumo. Não conseguia acreditar que por um momento eu consegui ter um ato generoso vindo dele, mas aquilo logo de desfez. Bieber foi embora e restou apenas Alex que não soltava a mochila e insistia de todas as formas que me levaria para casa.

– Não Alex, eu já disse que tudo bem! – Bufei puxando a bolsa de suas mãos, mas o mesmo foi mais rápido e segurou minha mão.

–  É perigoso ir para casa sozinha, eu estive o dia todo esperando por você, então vamos. – Ele fez menção em sair, porém eu não movi um músculo. Ele me olhou confuso e parecia até que não tinha ouvido nenhuma palavra do que eu disse.

– Porque você é assim? Eu já disse que estou bem! – passei a mão pelos meus cabelos, tentando me acalmar. – Eu não sou a sua garota Alex, entenda isso. – Eu sei que tinha disso grossa, mas tinha que o impedir, ele precisava parar.

Passei pelos portões da escola e percebi o dia já escurecendo, a lua já se encontrava iluminando o céu, e eu aproveitava cada momento para pensar no que eu faria para conseguir aprender tudo. A casa da família Bieber não é tão longe, por isso não me preocupei em apressar os passos.

Entrei em uma rua que havia passado mais cedo, antes ela estava iluminada pela luz do sol, mas agora estava escura e deserta, apenas com alguns carros estacionados ali. Conseguia ouvir de longe o barulho de cachorros e corujas, e um arrepio passava pelo meu corpo. Me pergunto se valeu a pena dispensar Alex por um simples capricho de Justin.

Parei assim que um homem surgiu na minha frente, trajando um casaco que cobria seu corpo até os joelhos. Ele tinha um olhar pervertido que me deixou assustada, me arrependendo completamente de não ter pegado um táxi. Tentei correr, mas o mesmo se manteve na minha frente, aproximando-se cada vez mais. Ele desfez o nó que sustentava o casaco e fixou os olhos em mim, entrei em desespero só de pensar em suas intenções.

– Não faça isso! – gritei desesperada ao ver que ele estava prestes a abrir o casaco. — Se você abrir, eu não vou olhar, eu vou gritar!

– Só uma olhadinha, ou então eu não deixarei você passar. – Ele sorriu malicioso preparando-se mais uma vez para abrir o casaco. Tentei chutá-lo, mas a tentativa foi falha, pois minha sapatilha voou longe. O homem imediatamente a apanhou e correu na direção contrária, fazendo-me correr atrás, afinal, a tal sapatilha é a mesma que eu havia ganhado de Pattie.

– Por favor, eu faço qualquer coisa! – gritei, o homem parou imediatamente virando-se.

– Então olhe, e prometo que eu deixarei você ir. – pensei em alguma outra saída, mas olhando em volta, estava em uma rua completamente escura com um maluco que segurava a sapatilha que eu havia acabado de ganhar de presente.

– Tudo bem. – Falei por fim.

– Não vale fechar os olhos. – Ele disse abrindo mais uma vez o nó de seu casaco. Respirei fundo tentando controlar o desespero. Eu nunca tinha passado por uma situação daquela, nunca tinha visto a intimidade de alguém.

O homem contou até três, e no mesmo instante que ele abriu seu casaco, meus olhos foram tapados por uma mão grande e macia, meu corpo foi virado batendo de contra outra pessoa, assim não me dando o desprazer daquela cena. Levantei meu olhar vendo Justin. Seus olhos castanhos me fitavam profundamente, seu corpo exalava um cheiro bom, e pela primeira vez na vida nossos corpos estavam muito próximos. Eu estava tão assustada que a primeira coisa que fiz foi agarrar seu corpo, o abraçado apertado sentindo seu cheiro bom entrar nas minhas narinas, ele pareceu desconfortável, mas acariciou minha cintura até que eu tomasse coragem pra me afastar. Ele me colocou atrás dele, na tentativa de me proteger do homem, que por sua vez virava para ir embora.

– Onde pensa que vai? Acho que você está com algo que é dela. – Bieber puxou o homem pela gola do casaco e tateou seus bolsos até encontrar a sapatilha. — É melhor você ir, antes que eu chame a polícia. – Sua voz saiu rude, fazendo o homem correr.

Eu ainda estava perplexa, mas feliz por ele está ali. Ele tinha me salvado e mostrado que se importa, mesmo que não queira. Justin veio até mim e jogou de leve a sapatilha no chão, a coloquei no pé.

– Você estava me procurando? – Sorri.

– Até parece! – Justin riu – Comprei isto. – Ele sacudiu uma sacola com algumas baganas, que até então eu não havia percebido que estava em suas mãos. Mesmo assim, não deixei de sorrir.

– Mas como você chegou bem na hora certa?

– Isso é porque eu tenho má sorte. – Falou frio, fazendo com que eu fizesse uma careta involuntária pelo seu modo de falar. — Mas de qualquer jeito você em uma situação dessas, onde uma pessoa normal desistiria do sapato... como você pode correr atrás dele?

– Porque eles foram um presente da sua mãe. Hoje foi a primeira vez que usei eles! – Falei quase como um sussurro. Em voz alta, aquilo parecia ter sido completamente estúpido.

– Ah, mas ainda assim... – ele bufou irritado e virou-se indo em direção a casa. Comecei a segui-lo sem ter a intenção de passar por algo assustador de novo.

Justin caminhava calmamente, sem me olhar, e eu só conseguia pensar no quanto estava feliz por ele ter me encontrado.

– Você está ouvindo os grilos chorando? – Tentei iniciar um assunto, mas sem sucesso já que ele preferiu me cortar, mas nada tirou minha felicidade.

– Eles não estão chorando.

 

Justin Bieber.

Eu estava acostumado com meus dias repetitivos, nunca precisei de esforço algum para fazer algo ou suportar algo, mas de uns dias para cá tudo tem mudado graças a Maya Collins. Eu não conseguia acreditar em como uma pessoa poderia ser tão barulhenta e estúpida, e muitas vezes eu ficava tão irritado que não conseguia me controlar, mas ao mesmo tempo é divertido. Sempre fui alguém controlado em todos os aspectos, e é interessante o fato dela tirar o meu controle, porém nada disso é suficiente para acabar com minha vontade de tê-la fora da minha vida. Pois é, mais um sentimento que eu descobri recentemente, meus pensamentos têm sido bastante contraditórios, coisa que nunca acontecia.

Minha mãe suspirava irritada a cada segundo que passava, tudo isso porque Maya ainda não havia aparecido em casa. Continuei deitado no sofá terminando de ler o livro O Sol é Para Todos que eu havia começado naquela manhã, enquanto comia a deliciosa salada de frutas que dona Pattie fizera.

– Porque vocês não voltaram juntos? — a ouvi perguntar pela décima vez, ela parecia realmente preocupada e irritada.

– Tenho certeza que ela estará aqui. – falei sem tirar os olhos do livro.

– Ela não está familiarizada com o lugar ainda. Recentemente tem tido pessoas estranhas ao redor dessa vizinhança. — Ela falou preocupada.

– Maya é a única pessoa estranha aqui. — Jamie falou pela primeira vez, o mesmo recebeu um beliscão da minha mãe. Ele saltou do sofá e seguiu correndo as escadas, logo sendo seguido por uma Pattie furiosa que gritava todas as formas de castigo possíveis.

Suspirei pesadamente pensando no que minha mãe havia dito. Por mais que nosso bairro fosse um dos melhores da cidade, a noite poderia ser perigoso como qualquer outro, principalmente para uma garota de 17 anos sozinha por aí. Sem contar que, eu não poderia desconsiderar a beleza de Maya, por mais que nunca fosse admitir para ela e para ninguém. Meu coração nunca foi de se abalar com algo assim, mas eu sabia que se acontecesse alguma coisa eu seria culpado.

– Que irritante! – falei para mim mesmo respirando fundo e calçando o tênis. Peguei minha carteira e sai em direção ao mercado que havia ali, passando pelo caminho que ela faria quando voltasse da escola. Ela não estava ali, então entrei no mercado e comprei qualquer coisa para usar como desculpa. Jamais admitiria que fiquei preocupado que algo pudesse acontecer a ela.

Sai dali fazendo novamente o caminho para casa, logo entrei na rua escura e totalmente perigosa. Ouvi vozes vindo de atrás de um carro e caminhei lentamente até ali. Avistei o rosto de Maya em pânico, ela fitava um homem que estava prestes a tirar a roupa. O mesmo começou a contar, mas não deixei ele concluir o que queria, pois fui mais rápido tapando os olhos de Maya. Peguei em sua cintura fina e a virei para mim, que segundos depois agarrou o meu pescoço, me abraçando forte. De fato, eu não sabia como agir, já que não era sempre que era abraçado assim, mas tentei retribuir o afeto. O homem por sua vez virou-se para ir embora, mas logo foi impedido por mim.

– Onde pensa que vai? Acho que você está com algo que é dela. – Puxei a gola do seu casaco com força o fazendo cambalear para trás. Tateei seus bolsos na tentativa de achar o objeto que a fez cometer tal estupidez, logo o achando no bolso direito. — É melhor você ir, antes que eu chame a polícia. – Minha voz saiu rude, fazendo o homem correr.

Me virei para Maya a encontrando encostada no carro de cabeça baixa, a mesma levantou o olhar quando segui em sua direção. Joguei a sapatilha no chão e a mesma colocou no pé.

– Você estava me procurando? – Ela sorriu de orelha a orelha esperando minha confirmação, no fundo ela sabia que não a teria.

– Até parece! – Ri da sua pergunta. – Comprei isto. – Sacudi a sacola com as compras que eu havia feito, ela fez uma careta, mas mesmo assim não tirou o sorriso do rosto.

– Mas como você chegou bem na hora certa?

– Isso porque eu tenho má sorte. – Falei com o máximo de frieza, fazendo com que ela fizesse outra careta pelo meu modo de falar. — Mas de qualquer jeito você em uma situação dessas, onde uma pessoa normal desistiria do sapato... como você pode correr atrás dele? — minha voz mostrava irritação, e por dentro eu realmente estava, ela com certeza é estúpida.

– Porque eles foram um presente da sua mãe. Hoje foi a primeira vez que usei eles! – Falou quase como um sussurro.

– Ah, mas ainda assim... – Bufei irritado e virei-me indo em direção a casa sendo seguido por ela.

Eu caminhava calmamente, tentando afastar os pensamentos negativos em relação a ela que estavam acumulados na minha mente. Ao mesmo tempo pensando que Pattie estava realmente certa, poderia ter acontecido alguma coisa com ela.

– Você está ouvindo os grilos chorando? – Ouvi sua voz doce falar, ela tentava a todo custo puxar algum assunto, mas tudo que eu queria era silêncio ao voltar para casa.

– Eles não estão chorando. – Falei encerrando o assunto.


Notas Finais


Olha só quem ta postando super rápido pra felicidade de vocês!!!!!!!
Muito obrigada por todo apoio e carinho, estou buscando melhorar cada vez mais pra trazer o melhor pra vocês <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...