A estadia na casa de Shawn foi ótima. Visitamos vários cassinos, algumas boates e até alguns bares conhecidos em Las Vegas, mas infelizmente não tive a oportunidade de conhecer Camryn. Shawn achava que era muito cedo para começar a misturar as coisas e de certa forma, compreendi o lado dele.
Agora eu estava voando de volta para casa, com a certeza que o meu melhor amigo ficaria bem na minha ausência. Só não sabia dizer se eu estava preparado para enfrentar todo o drama que Toronto me reservava. Já fazia muito tempo que eu não conversava com Alyssa e nem com Sofia, e eu odiava admitir que sentia a falta delas. Maldita hora que me permiti sentir algo por uma mulher.
Assim que o avião pousou, segui direto para o meu carro que eu havia deixado estacionado no aeroporto mesmo e fui para casa. Para a minha surpresa, quando cheguei na minha humilde residência, Cameron estava dando uma festa de arromba. Puta merda, eu vou matar este desgraçado! Desci do carro batendo a porta com força, e adentrei na sala, onde havia uma cassetada de adolescentes bebendo e se drogando. Comecei a procurar por Dallas, para arrancar o couro dele e não o encontrava em lugar algum.
Subi para o meu quarto, ficaria lá até essa maldita festa acabar — espera aí! Quando foi que Matthew Espinosa rejeitou uma festa? Algo está muito errado aqui — mas quando abri a porta, adivinhem só o que eu encontrei: ela mesma, Alyssa e Cameron Boyce se esfregando na minha cama. Agora sim eu vou matar um!
— Mas que porra é essa aqui? — gritei, fazendo com Aly se assustasse e saísse de cima do Boyce.
— Matt? Não esperava encontrar você aqui. Sofia me disse que você tinha ido viajar — ela tentava consertar sua própria roupa, que estava toda amassada.
— Fui, mas já voltei. Agora quero saber que merda vocês estão fazendo no meu quarto — cruzei os braços.
— Estávamos brincando de casinha, Matthew — Cameron falou debochado.
— Já chega! Fora! — abri a porta e apontava para a mesma.
Quando Boyce passou pela porta, a fechei antes que Alyssa pudesse sair, segurando seu braço para mantê-la no lugar.
— Você fica aqui — encarei seu rosto bem de perto — o que pensa que está fazendo, caralho? Você me ilude, me usa, me joga fora, me troca por esse babaca e agora acha de vir transar com ele no meu quarto? Olha, eu sou idiota, mas aceitar isso já passa dos limites.
Meu rosto ardia devido a raiva que eu sentia naquele momento. Aquela garota só podia estar zoando com a porra da minha cara. Aly parecia sem reação e sem saber como lidar com o meu acesso de fúria. Ela tocou meu rosto com sua mão livre e foi aproximando seus lábios lentamente, iniciando um beijo calmo e suave.
Por impulso, soltei o braço dela que eu segurava anteriormente e assim, as mãos da garota adentraram por dentro de minha camisa, acariciando a pele daquele local levemente. Aquilo era covardia. Alyssa sabia o poder que conseguia exercer sobre mim e eu não poderia me render a ele, por mais que quisesse.
Aly tentava tirar a blusa de meu corpo a todo custo, enquanto distribuía beijos molhados em meu pescoço. Antes que ela conseguisse me despir, meu último resquício de sanidade deu sinal e empurrei a menina para longe de mim. Minha respiração era falha, mas consegui formular as palavras e dizer:
— Hoje não, Alyssa — encostei meu braço na parede, tentando me recuperar.
Óbvio que ela me lançou aquele olhar frustrado, bufou e saiu apressada pela porta, batendo o pedaço de madeira atrás de si mesma. Sentei no chão e encarei o teto acima de minha cabeça, me perguntando como pude ser tão idiota de beijar a menina que segundos antes estava quase transando com outro na minha própria cama. Eu me tornei aquele tipo de cara que jurei que jamais seria: o que é feito de capacho por uma mulher.
...
Depois de um longo tempo sentado naquele carpete, resolvi me levantar e fazer algo da vida. Troquei os lençóis e comecei a desarrumar a mala que havia levado para Las Vegas, separando as roupas sujas que eu levaria para a lavanderia. Quando já estava quase acabando, ouvi batidas nervosas na porta de meu quarto. Já abri a mesma e fui falando:
— Escuta aqui, Alyssa, se você acha que pode voltar aqui... — antes que eu pudesse terminar a frase, percebi que não era Aly ali e sim Camila, que por sinal, estava chorando — o que quer Cabello? Como já deve ter percebido, não estou com paciência.
A mesma adentrou no meu quarto sem esperar que eu a convidasse. É por essas e outras que odeio ela.
— Nash está lá embaixo beijando outra garota, Matt. Aquela cena acabou comigo — ela disse entre soluços e chorava ainda mais.
— Então a lei do retorno realmente funciona? Quem diria hein — dei risada debochado enquanto Camila me fuzilava com o olhar.
— Não tem graça, Matthew.
— Ah tem graça sim, e sabe porque tem graça? Porque meses atrás você fez a mesma coisa com Shawn e não se importou nem um pouco com ele — eu tentava manter o tom de voz calmo — você tinha alguém que faria qualquer coisa por você e jogou fora. Bem feito — sorri satisfeito.
Camila me olhou incrédula, parecendo não acreditar que eu havia dito aquilo. Mas era a verdade. Sem pensar duas vezes, a garota se levantou de minha cama e saiu estressada pela mesma porta que Aly havia saído anteriormente. Já era a segunda garota raivosa naquele dia.
Como minha paciência já estava curta, resolvi descer até o andar debaixo e acabar com essa palhaçada de festa, antes acontecesse mais alguma coisa indesejada. Desci as escadarias calmamente, e avistei o rádio que tocava uma música estridente, indo até ele e o desligando da tomada. Instantâneamente, fui vaiado pela multidão que dançava ali.
— A festa acabou! Acho bom irem saindo antes que eu ligue uma mangueira e coloque vocês para fora na base da água — cruzei os braços enquanto observava a multidão saindo.
Aos poucos a sala foi ficando vazia e sobrou apenas um corpo jogado no sofá e sem camisa, deduzi que era o Cameron.
— Quando você melhorar esse porre, nós teremos uma conversa bem de perto — disse e subi as escadas novamente.
— Aí maninho! Senti sua falta! — pude ouvir a voz mole do garoto e revirei os olhos logo em seguida.
Continua...
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