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História Falling Inside The Black - Esse é o seu limite?


Escrita por: whoisdaki

Notas do Autor


HIE AMIGOS <3 COMO ESTÃO? TRANQUILOS?
To postando Falling e correndo
Fui inventar de postar antes de sair
Por vocês
É meio que um especial < 3 Espero que vocês gostem.
Como o capítulo TÁ MUITO GRANDE, não consegui corrigir direito
Letra por Letra
Então qualquer erro me avisem < 3

Capítulo 21 - Esse é o seu limite?


Fanfic / Fanfiction Falling Inside The Black - Esse é o seu limite?

Quando for aceitar fazer algo, certifique-se de que não está entrando em uma peça de teatro.

Porque talvez no final do espetáculo, você já tenha saído de cena.

Cellbit●

As palavras de Rezende ainda ecoavam em minha mente, tentava desvendar mentalmente como apenas um boato da região havia se tornado tão real. Se aquela floresta era um problema tão grande assim, então porque ninguém tomou providencias antes? Um padre —Caso tivesse coragem o suficiente —, ou algo do tipo. A possibilidade de que todas as pessoas que moram perto haviam percebido há tempos atrás e não fizeram nada chegava a me enlouquecer, mas se nem mesmo nós sabíamos o que fazer imagine elas então...

— Pedro. — O chamei, o moreno parou de andar e se virou em minha direção. — Se as pessoas sabiam sobre esse lugar... Por que não fizeram nada? Quando estávamos andando até essa casa, você me falou que achava que havia uma estranha movimentação aqui e que alguns burburinhos sobre esse assunto rodeavam entre as pessoas que moravam aqui, mesmo que fossem poucas... Então, por que não fizeram nada?

— Talvez eu tenha emitido alguns fatores nem tão importantes assim. — Rezende sorriu de modo nervoso, semicerrando os olhos e franzindo seu cenho. — Antes de a Flavia abrir o hotel, havia uma espécie de tribo indígena morando aqui perto. Era possível ouvir o barulho das cantorias e coisas relacionadas do lugar onde eu morava, pode parecer bastante estranho, mas as pessoas que construíram o hotel podem ter projetado bem em cima do lugar onde os corpos eram enterrados.

— Você está me dizendo que o hotel onde estamos ficando foi construído bem em cima de um cemitério indígena? — Levantei-me de onde estava sentado e ergui minhas mãos, totalmente indignado com a afirmação de Pedro. — Por que diabos você não nos contou isso antes? Poderia ter diminuído bastante os nossos problemas!

— Você ficaria em um hotel que está localizado bem em cima de um cemitério indígena? — Pedro me olhou seriamente, neguei com a cabeça e o mesmo deu com os ombros, como se fosse obvio. — Então está respondida sua pergunta.

— Rezende, eu não quero brigar. Apenas... — Suspirei pesadamente, se formou um silêncio mortal entre nós. — Se ao menos soubéssemos disso, teríamos nos preparado melhor.

— Rafael, vocês andam com demônios aos seus lados todos os dias, agem como se fosse algo completamente normal, como se não fosse algo perigoso. — Rezende se levantou com rapidez, apontando seu dedo indicador em direção ao meu rosto. — E ainda diz sobre se preparar? É o nosso hotel, nossa casa e não vou deixar você falar assim dela. Eu e a Sasa lutamos para conquistar tudo o que temos, nós...

— Eu não vou discutir com você.

O dei as costas, saindo do quarto onde estávamos e caminhando até a cozinha em busca de algo para que usássemos a nosso favor. O fato é que a floresta onde estávamos era completamente lotada de casas pequenas de madeira, não conseguia entender direito como não havíamos reparado nisso antes.

Estava usando a iluminação do celular para olhar onde estava pisando, quando de repente as luzes voltaram. Um sorriso enorme surgiu em meu rosto, guardei meu aparelho no bolso e corri para verificar as gavetas e armários.

— Rafa, me desculpe. — Rezende suspirou, parando na porta da cozinha e desviando o olhar em outra direção. — Você tem razão, se eu tivesse contado ao menos estaríamos mais preparados. Espera... O que é aquilo a sua direita?

— Isso? — Apontei para uma espécie de rádio, que estava um pouco escondido do lado do armário. — Um rádio?

— Não, eu não me recordo à palavra certa... Mas era usado por agentes de segurança como meio de comunicação. Isso de certa forma pode nos ajudar, será que ainda funciona?

Dei espaço para que o maior passasse, nos entreolhamos sem saber ao certo se aquilo iria funcionar, Rezende respirou fundo e começou a mexer no aparelho.

— Alô...? Tem alguém ai? Precisamos de ajuda! Nós estamos no meio da floresta, tem duas pessoas atrás de nós querendo nossas cabeças em uma bandeja! Por favor, envie alguém para nos ajudar... Alô?

— Olá, sou eu. — A voz de Guaxinim soou do outro lado da linha, o mesmo começou a rir histericamente ao ver que havíamos ficado mudos. — O gato comeu a língua de vocês? Pois bem, apagando as luzes.

As luzes da casa começaram a falhar, arregalamos os olhos e Rezende deixou que o rádio caísse no chão, se quebrando em vários pedaços. Nos viramos e começamos a correr para fora da casa, em completo estado de choque.

— Eu estava aqui o tempo todo, só vocês não viram. Parece que alguém terá um tempo ruim hoje, não é mesmo? — Ainda era audível a voz de Guaxinim.

As janelas por onde passávamos eram estouradas, de uma hora para a outra Rezende parou de correr e segurou o meu braço, erguendo seu dedo indicador até seus lábios e pedindo silêncio. Nos ajoelhamos no chão, tentando fazer o máximo de silêncio para caminhar.

— Qual é a graça de jogar justo? — Guaxinim gargalhou alto do lado de fora da casa, arregalamos os olhos ao ver a lâmina de um machado atravessar a parede, fazendo alguns pedaços de madeira ficar espalhados pelo chão. — E lá vai o número um.

Rezende segurou meu braço e nós nos levantamos, caminhando silenciosamente em direção à porta da casa. Como havíamos trancado, puxei a janela para cima, saímos da casa e nos agachamos novamente. Meu olhar pousou em alguns rastros de sangue que davam até o fundo da casa, franzi o cenho, estranhando a quantidade de sangue que havia sido deixado pela pessoa que passara ali.

— A luz foi restaurada. — Pedro murmurou, não perdemos tempo e nos levantamos, correndo para longe daquela maldita casa. — O único lugar seguro por enquanto é o hotel, se nós chegarmos lá podemos reencontrar os outros e simplesmente sair da cidade.

— Mas será que eles já chegaram lá?

— Precisamos torcer para que isso tenha acontecido. — Rezende riu baixo, seu olhar havia se entristecido bastante. — Caso o contrário teremos um grande problema.

Centro da Cidade, 10 km.

Quando for aceitar fazer parte de uma brincadeira, certifique-se de que o autor não seja louco.

Porque até o final do jogo, você poderá ter enlouquecido também.

Mike●

Quando você tem uma opinião sobre determinado assunto, você deve falar. Olhar para os lados, ver que se você talvez tivesse dito um não poderia ter mudado toda a situação é algo devastador. A minha direita, um Tarik tremendo de frio com os lábios arroxeados e abraçando o próprio corpo, a minha esquerda, um Felipe com a mente em um completo estado de caos e a ponto de esgoelar quem estiver em sua frente.

Retirei minha blusa de frio e coloquei sobre os ombros de Tarik, recebendo um obrigado em resposta. Um sorriso mínimo surgiu em meu rosto, vendo que o mesmo parava de tremer tanto como estava anteriormente. Talvez fosse tarde demais para apologias, dizer sobre o quão feliz eu estou aqui apenas seria mais uma.

O sorriso de Tarik era a única coisa que podia me deixar feliz no momento, e isso não estava presente. Em seu rosto apenas uma expressão de tristeza e de cansaço, com fortes olheiras e dificuldade de caminhar. Talvez... Apenas talvez, eu tivesse auxiliado no assassinato de Guaxinim, auxiliei sabendo do ocorrido e não me manifestando, afinal nem todo demônio é idiota. O cheiro de morte que Lucas exalava era o suficiente para entender, apenas os mais cegos que não queriam acreditar caiam nisso.

E ninguém se importou. Alguém afinal havia se importado com a morte de Rafael Montes? Alguém havia chegado e falado... Nossa, onde está o Guaxinim? Não, ninguém se importou e ninguém vai se importar tão cedo.

Porque a única coisa que Rafael Montes deixou foi suas cantadas furadas e o fracasso de “namoros” mal sucedidos. As únicas coisas que as pessoas iriam se lembrar era disso, nada mais.

— Estamos andando há horas. — Pac suspirou pesadamente, fechando seus olhos durante alguns segundos e logo tornando a abri-los. — Me pergunto quem restaurou a energia, quem conseguiu restaurar tendo dois maníacos atrás de nós.

— Agora que você comentou, eu me lembrei de algo. — Encaramos Felps, curiosos. — Nós saímos de casa próximo das três horas da manhã, se estamos há horas andando assim como achamos, então por que não amanheceu ainda? Pelo que vi no seu celular Tarik, ainda está indicando que são três horas da manhã.

— Sim, você tem razão. — Encarei a tela de meu aparelho, franzindo o cenho. — Ainda está marcando que são três horas aqui, o relógio simplesmente não funciona e a bateria continua abaixando a cada minuto que se passa.

— O tempo não está correndo aqui no lugar onde estamos. — Felps afirmou, enfiando suas mãos dentro do bolso de sua calça. — Está ficando cada vez mais frio, para nós demônios isso é até que suportável, mas o problema em questão é que daqui a pouco ficara completamente impossível de um ser humano sobreviver com essas situações climáticas.

— Não se preocupe, acharemos o hotel antes disso acontecer. — Exclamei, puxando Tarik para perto de mim. — Acharemos os outros também.

— Sim, caso o contrário...

Felps respirou fundo tentando manter a calma, mas o fato era que ficava um tanto difícil de manter a calma em uma situação dessas. Uma agonia enorme estava presente em meu corpo, o medo de Tarik se machucar era enorme, os problemas apenas pioravam conforme os minutos se passavam.

E a situação ia declinando cada vez mais, a esperança de sair daquele lugar diminuindo e o arrependimento aumentando.

— Mikhael, nós vamos sair daqui. — Felipe revirou os olhos, o olhei de canto, descrente que havia lido minha mente. — Eu ainda não me casei com o meu loiro, e isso é inaceitável.

Acabei por rir baixo de sua afirmação, parecia convencido daquilo. Uma espécie de neblina tampou nosso campo de visão, segurei na mão de Felipe e Tarik, me assegurando que não iria os perder no meio daquilo. Continuamos caminhando, quando conseguimos enxergar novamente estávamos no centro daquela cidade.

— Nós... Conseguimos sair? — Felps arregalou os olhos, enquanto Tarik suspirava aliviado. — Espera, ainda está escuro... Isso significa que é como se nada tivesse mudado enquanto estivemos fora.

— Exatamente.

Tarik agarrou em meu braço ao ouvir aquela voz, olhamos em direção a ela, encontrando Pk nos olhando com um sorriso calmo em seu rosto.

— O tempo nunca voltou a correr desde que vocês saíram do hotel. Sabe como é, demônios podem alterar o tempo de um lugar facilmente, com um estalar de dedos. Antes de tudo isso acontecer, eu era o demônio que acompanhava o Guaxinim, sabiam? Eu e mais um, mas parece que ele não se importa muito com a situação, no começo eu pensei em me vingar cortando a garganta de cada um de vocês, mas sabe de uma coisa? Não estou com tanta vontade assim, apenas preocupado com a situação do meu Rafael, já que ele voltou à vida sem um pingo de amor ou de qualquer outro sentimento positivo. Ele e Lucas se encontraram, sabem o que aconteceu?

— Não? — Tarik semicerrou os olhos, apertando ainda mais meu braço.

— Guaxinim saiu com um enorme buraco no estômago. — Pk semicerrou os olhos e suspirou pesadamente, aparentando estar mais cansado a cada segundo que se passava. — Quando ele viu que havia sido ferido, ele riu. Ele riu como se aquilo fosse a melhor coisa do mundo, Lucas não saiu intacto também, mas as feridas não eram tão preocupantes assim. Mas diferente das outras vezes, quando ele viu a feição assustada do seu antigo amor, Alan, ele... Ele me disse que havia sentido algo bom, que deu alguns minutos para que o casal corresse, mas que havia os perdido de vista depois de algum tempo.

Tarik sorriu visivelmente aliviado, fechando os olhos minimamente. Pk sorriu tristemente abraçando o próprio corpo.

— Vocês devem estar tão aliviados sabendo que eles estão bem... Não é? Eu vi a pessoa que eu gosto ser queimada viva sem eu poder fazer nada, não é que eu não queria... Mas, não vi o porquê de salva-lo. Ele ficaria alguns dias no hospital, depois os médicos me ligariam e diriam que não foi possível salva-lo. Eu estaria apenas antecipando minha dor, não é? O estado dele era muito grave, e não vou mentir que faria o mesmo que o Lucas fez por ciúmes. Guaxinim havia perdido sua essência... Agora, por que vocês não vão logo para o hotel? Nós nunca tivemos essa conversa, não é?

— Nunca te vimos aqui. — Brinquei, fazendo com que os presentes rissem.

— É melhor correr, antes que os poucos minutos que eu tenho para sentir algo humano acabe.

Quando for matar alguém, certifique-se que não irá contar para ninguém.

Porque segredo a dois não existe, e a pessoa pode ter outro melhor amigo.

Void●

— Void, por favor... Void, responda!

Minha consciência ia se apagando aos poucos, meus olhos pesavam e meu corpo doía. Minha visão foi escurecendo, conseguia sentir Alan chacoalhando meu corpo, mas nenhuma palavra saia de minha boca. Respirei fundo tentando me manter acordado, senti os lábios de Alan contra os meus, sorri minimamente com a força que me restava. Minha blusa estava sendo encharcada por suas lágrimas, queria poder afagar seus cabelos e sussurrar que estava tudo bem... Mas seria apenas mais uma mentira.

— Void, você não pode me deixar agora, seu filho da puta. — Alan soluçava, uma preocupação me veio à mente ao escutar alguns passos em direção a onde nós estávamos.

Minha mão apertou sua blusa, agora os passos eram bastante audíveis. Alan levantou sua cabeça e encarou o ponto onde havia vindo o barulho, franzindo o cenho. Preocupei-me ainda mais com o silêncio que fazia.

— Alan? — Um alivio percorreu meu corpo quando escutei a voz de Rafael, acompanhado de passos apressados até onde nós estávamos. — Puta que pariu, cara. Eu estava tão preocupado com vocês, não tem nem noção o quanto.

Os dois se abraçaram fortemente, uma pontada de ciúmes surgiu em meu peito, mas resolvi ignorar, afinal eu quase perdi Alan por culpa disso. Rezende me ergueu do chão, passando meu braço direito por seu pescoço, Alan desfez o abraço e ajudou servindo de apoio.

— Nós estamos próximos do hotel. — Rezende exclamou, o alivio em meu peito apenas aumentou ainda mais. — Em menos de dez minutos chegaremos lá se continuarmos nesse ritmo, teremos ao menos um pouco mais de segurança.

[...]

— Que tanto de neblina é essa? — Alan tossiu, semicerrando os olhos na tentativa de enxergar melhor o que acontecia a sua volta.

Puxei meu braço de perto de Rezende, tentando me manter em pé sozinho. Alan me olhou assustado, segurando meu braço ainda mais fortemente e passando seu braço direito em minha cintura. Notei que tremia de frio, estava pálido, seus lábios estavam secos e aparentava estar mais cansado do que deveria. Respirei fundo, retirando minha blusa de frio com um pouco de dificuldade, já que Alan estava colado ao meu lado. O menor me olhou confuso, aparentando estar preocupado pelo fato do frio que estava fazendo, coloquei minha blusa sobre seus ombros, vendo seu rosto corar fortemente e o mesmo tampar seu rosto com as duas mãos.

— Void, você... — Alan abaixou um pouco suas mãos, arrumando o moletom em seu corpo e desviando o olhar. — Obrigado. Você não está com frio? Está com ferimentos graves...

— Ele iria precisar de muito mais caso quisesse me derrubar, além do mais... Demônios tem regeneração rápida. — Pisquei para o mesmo, que sorriu minimamente. — Você não vai se livrar tão facilmente de mim, Ferreira.

Ah, e isso deveria ser algo ruim? — Alan riu baixo, me abraçando de lado enquanto voltamos a caminhar.

— Não querendo interromper o clima do casal, mas ao que nos aparenta já estamos... — Rezende parou de falar de repente, olhamos na direção que o mesmo estava encarando, não pude deixar de sorrir ao notar onde nós estávamos. — Chegando...

Apressamos o passo até a porta do hotel, Rezende bateu na porta de madeira freneticamente, checando à maçaneta em seguida.

— Qual o código? — A voz de Sayuri soou do outro lado da porta, suspiramos aliviados, os outros haviam chegado ao hotel então.

— Not Gonna Die Tonight. — Rezende sussurrou próximo a porta, um silêncio se pendurou durante alguns segundos, aguardamos que abrissem a porta.

— Eu sei que são eles, só o imbécil do Rezende falaria algo sem noção como código. — A voz de Sayuri estava abafada, a mesma abriu a porta e indicou para que entrássemos logo. — Estão todos aqui? Certo, vou bloquear as portas.

— Alan! Rafael! — Tarik sorriu correndo em direção a Alan e Cellbit, os abraçando fortemente, encarei outro ponto na sala, completamente desconfortável. — Estou tão aliviados que vocês estão bem... Eu nem consigo acreditar! Desculpe-me por meter vocês nessa, se a gente não tivesse vindo pra cá...

— A culpa não foi sua, Guaxinim estava completamente doente da cabeça. — Alan sorriu minimamente, desfazendo o abraço.

— Rafael! —Felps gritou se virando e correndo até o loiro, o abraçando fortemente, Rafael riu baixo sendo erguido pelo moreno. — Meu loirinho...

Felipe colocou Rafael no chão novamente, o loiro ergueu suas mãos e segurou o rosto de Felps, sorrindo enquanto pulava nos braços do mesmo. Sorri minimamente olhando de canto para Alan, que sorria vendo a alegria do casal. Virei-me em sua direção e o puxei para um abraço apertado, depositando fracas mordidas em seu pescoço, Alan se encolheu enquanto ria e sussurrava para que eu parasse.

— Void! — Alan esbravejou, não conseguindo manter sua pose de bravo e suspirando. — Não aqui...

— O tempo que ficamos aqui verificamos os quartos e está tudo limpo, se for pra transar, vão transar lá em cima. — Mike brincou, Alan desfez o abraço revirando os olhos. — Vamos ficar durante um tempo de vigia, trocaremos de tempo em tempo. Eu, Felipe e Sayuri ficaremos cuidando, já que chegamos há mais tempo que vocês. Subam e descansem, no caso do Alan e do Void não parece bem que vai ser um descanso.

Segurei na mão de Alan e o guiei escadas a cima, caminhamos em silêncio até nosso quarto, Alan parou de caminhar de repente, puxando-me contra si e colando nossos lábios. Demoramos um pouco mais para chegar ao quarto, já que íamos esbarrando em todos os moveis possíveis que estavam em nosso caminho.

Destranquei a porta com dificuldade, a encostando com meu pé assim que entramos. Minhas mãos desceram até suas coxas, nossas línguas brincavam uma com a outra, sentia Alan puxando meus cabelos em meio aos gemidos abafados que soltava, o prensei na parede ao lado da porta do banheiro, o puxando para cima e fazendo com que por impulso suas pernas circulassem minha cintura e seus braços o meu pescoço.

Meu braço direito circulava sua cintura, com a mão livre abri a porta do banheiro. Abri o Box do banheiro e liguei o chuveiro em uma água morna, entrando sem sequer dar tempo para que tirássemos nossas roupas.

— Void... — Alan se arrepiou graças à ação surpresa, interrompi sua fala, prensando minha boca contra a sua.

— Porra. — Sussurrei, descendo meus lábios até a pele alva de seu pescoço, depositando alguns chupões por aquela extensão.

Desci o moreno de meu colo, retirei minha camisa e em seguida tirei meu moletom que Alan estava usando, aproveitando para tirar sua camisa. Alan corou minimamente, pousei minha mão esquerda sobre sua bochecha, parando alguns segundos para observar seu corpo.

— Você tem um corpo maravilhoso. — Segurei seus braços e o puxei contra meu corpo, tomando seus lábios novamente. — Agora... Por que não faz um agrado para seu daddy?

— Daddy...? — Alan murmurou parecendo estar confuso, acabei rindo baixo mordendo fracamente o lóbulo de sua orelha direita.

Levei minhas duas mãos até a barra de minha calça, retirei minha cinta e abri a calça, deixando-a cair no chão.

— Você tem seus fetiches masoquistas, e eu tenho os meus. — Sorri, soltando um gemido baixo quando sua mão direita desceu até minha ereção, a massageando ainda por cima do pano.

Alan abaixou aquele último pedaço de pano presente em meu corpo e se abaixou, pegando meu membro e começando a masturba-lo com movimentos lentos. Pendi minha cabeça um pouco para trás ao sentir a ponta de sua língua fazendo movimentos circulares em minha glande, aos poucos abocanhando até onde conseguia. Minha mão desceu até seus cabelos, entrelacei meus dedos em suas mechas castanhas, acelerando um pouco seus movimentos.

Olhei para baixo e notei que o mesmo havia semicerrado os olhos, seu rosto estava incrivelmente vermelho.

— Não ouse se tocar. — Alertei, minhas pernas tremiam levemente, estava próximo de meu ápice. — Vai ser punido se fizer isso. Eu estou quase lá...

Retirei minha mão de seus cabelos, Alan continuou com os movimentos, me fazendo chegar ao orgasmo em pouco tempo. Minhas pernas bambearam por um instante, sentia meu corpo em estado de êxtase, Alan engoliu tudo, sorrindo maliciosamente em minha direção em seguida. O ajudei a se levantar, colando seu corpo contra a parede mais uma vez.

— Por que não para de enrolar de uma vez e me fode? — Alan mordeu seu lábio inferior, desabotoei sua calça sem o mínimo de cuidado, deixando que a peça caísse no chão junto com sua box. — Vai me foder igual uma puta que nem aquele dia?

— De costas. — Ordenei, Alan sorriu maliciosamente virando de costas, depositei um forte tapa em sua bunda, mordendo meu lábio inferior em seguida. — Você é todo inocente lá fora, mas quando está sozinho comigo gosta que eu te trate como uma vadia, não é?

— Uhum.

Um turbilhão de pensamentos rondavam a mente de Alan, o abracei por trás e depositei um beijo sobre sua clavícula, em seguida outro em sua bochecha. Parecia estar inseguro, por algum motivo estava...

— Relaxe. — Sussurrei, as mãos se Alan seguraram as minhas firmemente. — Você sabe que eu sempre vou estar do seu lado, não é? Ninguém nunca vai tomar seu lugar ao meu lado, porque eu te amo. Eu sei que você é masoquista, mas...

Alan me calou com um rápido selinho, sua mão direita se ergueu e desligou o chuveiro, já que estava sendo um desperdiço de água.

— Eu sei o que está tentando me explicar. — Alan sorriu, acariciando meus cabelos. — Mas hoje, eu apenas quero que você me foda com força, me foda com tanta força que faça com que eu esqueça a situação que estamos e os problemas, que faça com que eu esqueça meu nome.

— Seu pedido é uma ordem.

O penetrei com violência, Alan gemeu de dor, colocando suas duas mãos na parede tentando buscar apoio. Esperei alguns segundos para que o incomodo diminuísse, comecei com movimentos lentos, aos poucos aumentando a velocidade das estocadas. Minhas mãos desceram até sua cintura, mordi meu lábio inferior, tentando conter os gemidos que me escapavam.

Deixei um tapa estalado em sua coxa, Alan gemeu um pouco mais alto, repeti o ato fazendo com o mesmo gemesse ainda mais. Desci minha mão direita até seu pênis, o masturbando conforme a velocidade das estocadas.

— Porra, Alan. — Abaixei-me, deixando uma mordida forte sobre seu ombro.

O banheiro era preenchido por nossos gemidos e o barulho de nossos corpos se chocando, meu ápice estava próximo. Alan gemeu alto enquanto se desmanchava em minha mão, sua entrada se contraiu, me fazendo chegar ao orgasmo. Permanecemos alguns segundos parados tentando recuperar o ar, Alan retomou sua postura e eu retirei meu membro de dentro de si, o fazendo se virar e selando nossos lábios.

Quando contratar um assassino pela internet, certifique-se que ele sabe fazer o serviço direito.

Porque ele pode simplesmente esquecer de se livrar do corpo.

●Tarik●

Estava esperando Rafael acordar para que nós pudéssemos procurar uma maneira de sair daquele lugar, iriamos escondido até a biblioteca do lugar, ver se havia algum livro que tratasse sobre isso, sobre demônios. Todos meus livros haviam ficado em minha casa, não havia lido nem sequer metade dos que eu possuía, talvez se eu tivesse me empenhado ainda mais nisso eu ao menos teria ideia do que fazer.

Nesse meio tempo acabei deitando na cama e fechando os olhos, Mikhael não iria deixar humanos na vigia, então eles revezariam. Em poucos minutos peguei no sono, estava muito cansado por sinal.

[Flash Back – Dream]

O despertador era algo que não me dava sossego, todas as manhãs o mesmo som, ter de levantar e fazer as mesmas coisas era algo completamente enjoativo. Abri meus olhos, reclamando mentalmente por aquele maldito barulho. Levantei-me, fiz minhas higienes matinais e coloquei uma roupa simples, arrumando meu cabelo antes de correr para pegar meus materiais.

Estava completamente perdido em meus pensamentos quando a campainha tocou, joguei minha mochila sobre minhas costas e fui atender a porta.

— Quem morreu? — Alan brincou, rindo junto com Rafael ao me ver revirar os olhos e sair, trancando a porta de casa.

— Hoje começa a semana de provas, passei a madrugada estudando. — Bocejei, minha casa era próxima do ponto de ônibus, então em menos de cinco minutos chegaríamos. — O que aqueles caras estão olhando?

— A sua cara de morto-vivo que não é. — Rafael exclamou, com a feição séria.

— O novato é tão lindo... — Um grupo de garotas passou à nossa frente, esbarrando em Alan e em Rafael. — Saiam do caminho, panacas.

— Vamos lá, só mais uma morte... — Alan sorriu de modo psicopata, segurei seu braço, o fazendo parar de andar.

Voltamos a caminhar em direção ao nossos armários para ver os horários das aulas e os dois pegarem suas apostilas, no meio do caminho esbarrei em um moreno alto que usava óculos escuros e um gorro de frio, arqueei as sobrancelhas surpreso. O mesmo se virou e sorriu de modo galanteador em minha direção, revirei os olhos e me virei para Rafael e Alan, crendo que apenas seria mais um daqueles que se achavam melhores que os outros.

— Cara, ele tá tão na sua. — Cellbit juntou suas duas mãos, sorrindo.

— Retweet no Rafael. — Alan segurou o riso, olhei descrente para ambos. — Ah, vai me dizer que o seu coração não acelerou quando ele sorriu pra você? Poupe-me, Tarik.

— Ai meu Deus, não acredito que vocês estão falando isso... — Quase gritei, segurando o braços de Rafael de modo histérico. — Vocês estão loucos!

— Aposto com você que ele vai mudar de ideia. — Alan se virou para Cellbit sorrindo. — Você me paga um café se eu estiver certo.

— Eu também acho isso, quem vai me pagar um café? — O loiro respondeu, ambos bateram suas mãos em um toque, se virando em seguida em minha direção.

Revirei os olhos, voltando a caminhar em direção a classe ignorando ambos. O restante do dia foi completamente normal, tirando o fato que tive que aguentar os dois falando na minha cabeça sobre o tal garoto. Foram duas semanas seguidas assim, até que o mesmo simplesmente desapareceu, não deu nem sequer o ar de sua presença.

E não demorou muito para que Alan e Cellbit o esquecessem.

Eu finalmente tinha paz, não precisaria mais aguentar ambos falando do garoto pra lá, do garoto pra cá. Eu finalmente poderia ser preto e branco no meu canto, sem ninguém em minha vida para que a tornasse mais colorida.

Era isso o que eu pensava até que...

— Finalmente em casa. — Suspirei aliviado, me jogando no sofá e fechando os olhos.

Não demorou muito e eu tornei a abri-los, não da maneira que eu desejava, mas graças ao susto que havia tomado com a prateleira de copos e pratos caindo no chão. Levantei-me em um pulo, encontrando minha cozinha em um completo estado de caos. A torneira da pia aberta vazando água, minha geladeira com a porta e a luz de dentro quebrada, o chão todo sujo e nem mesmo Sr.Timbó escapou...

Meu gato estava tentando sair do lixo.

Meus pelos se arrepiaram quando senti uma respiração quente em minha nuca, virei-me no impulso, arregalando os olhos ao ver aquele mesmo garoto da escola me olhando com um enorme sorriso debochado em seu rosto.

— Quem diabos é você? — Gritei, entrando em estado de fúria. — Sai da minha casa agora ou eu vou ter que ligar para a policia?

— Eu não preciso de sua autorização para entrar aqui. — O garoto inflou as bochechas, retirando seu gorro e seu óculos. — Não sou uma criança, tenho mais de mil anos de existência. Ou seja, eu sou um demônio.

— Melhor, vou ligar para o hospício vir te pegar.

— Não... Sério, olha. — O garoto abaixou sua cabeça, afastando com os dedos algumas mechas de cabelo, deixando visíveis dois chifres avermelhados que estavam camuflados. — Meu nome é Mike, não sei por que não está feliz. Está tendo a honra de ficar com um dos demônios mais poderosos em sua casa.

— É aquele ditado... Sangue de Jesus tem poder, tem poder. — Comecei a cantar, passando por si e indo pegar os materiais de limpeza.

Eu me negava a aceitar aquele “demônio” ali, fiquei durante dias e dias falando que a casa não era sua, que fosse embora. Mas antes que eu visse, meses haviam se passado e eu havia me apegado a si.

Mais rápido do que eu vi o tempo passar, foi nosso primeiro beijo.

— Tarik, onde você estava? — Mike gritou do sofá, onde estava sentado com a cara emburrada e seus braços cruzados. — Por que demorou tanto?

— Ah, a bibliotecária precisou de ajuda para ajeitar alguns livros depois da aula, acabei ficando para ajuda-la. — Expliquei enquanto colocava minhas coisas na mesa de centro, Mikhael se levantou e me empurrou no sofá, ficando sobre meu corpo. — O que você...

— Não vou mais tolerar demoras. — Seus olhos que antes que eram verdes escuros, agora estavam em um tom avermelhado.

Engoli a seco com medo de sua reação, Mike arregalou levemente os olhos ao perceber e afrouxou seu aperto em meus pulsos. Ficamos nos encarando durante alguns segundos, meu rosto estava corado, coisa que apenas piorou quando o vi se abaixar lentamente, semicerrei meus olhos. Fechei meus olhos de vez ao sentir seus lábios prensarem os meus, o que era para apenas ser uma bronca... Acabou virando isso.

— Estamos namorando. — Mike afirmou assim que o ar faltou em meus pulmões.

— O que?

— Estamos casados. — Mike sorriu de modo convencido, se sentando ao meu lado no sofá. — Isso mesmo, estamos casados. Seu nome daqui para a frente será Tarik Pacagnan Linnyker.

— Isso é um pedido de namoro? — Ri baixo, vendo seu rosto corar e o mesmo desviar o olhar para outro canto da sala. — Porque se for, eu aceito.

Pendi minha cabeça para a frente, minha mão esquerda se ergueu e virou seu rosto em minha direção. Selei nossos lábios novamente, sorrindo ao sentir suas mãos em minha cintura.

Ao mesmo tempo em que eu não entendia o porquê de sentir minha vida ser preta e branca veio à resposta para tudo. Apenas faltava Mikhael em minha vida para que eu finalmente pudesse ver tudo colorido.

[Flash Back O F F – Dream]

— Pac, Pac!

Abri os olhos minimamente, escutando batidas contra minha porta. Levantei-me da cama e fui a atender, encontrando Rafael olhando para os lados freneticamente, o mesmo puxou o gorro de seu moletom, fazendo com que eu risse e encostasse a porta, o acompanhando pelos corredores.

— Como vamos fazer isso? Tem pessoas vigiando as portas por todos os lados possíveis. — O loiro se mostrou preocupado, já que estávamos fazendo algo que não estava nos planos. — Eles pediram para que ficássemos apenas no primeiro e no segundo andar, tem uma biblioteca nos últimos andares até onde eu sei.

— Tarik? Rafael? — A voz de Alan soou, assim que viramos o corredor que dava acesso às escadas. — Onde vocês estão indo?

Nos viramos lentamente, sorrindo de modo nervoso em direção ao mesmo. Alan estava acompanhado de Void, parecia que ambos estavam juntos vigiando os corredores da área norte.

— Alan. — Sussurrei, gesticulando com a mão para que ambos se aproximassem. — Precisamos que isso fique aqui entre nós, certo?

— Ah, já estou até vendo. — Alan revirou os olhos, Void parecia neutro perante a situação.

— Nós pretendemos subir até a biblioteca, que fica nos últimos andares. — Rafael afirmou, Alan arqueou as sobrancelhas e Void semicerrou os olhos, parecendo não gostar da decisão que tomamos. — Lá pode ter algum livro que nos ajude, talvez achemos o histórico da cidade ou algo que auxilie em nossa busca.

— Ou até mesmo uma saída de emergência.

— Nós iremos com vocês então. — Void afirmou seriamente, cruzando seus braços. — Sei muito bem que o Alan vai querer ir com vocês, pode ter algo lá em cima que não sabemos, então é melhor que eu acompanhe vocês.

— Teremos que ir logo, estão trocando de minuto em minuto a guarda em cada corredor. — Alan suspirou pesadamente, assentimos com a cabeça, nos virando e subindo as escadas com os dois nos seguindo. — Mas, vocês tem certeza que há uma biblioteca aqui?

— Quando vocês estavam resolvendo seus problemas e tal, eu e Felipe ficávamos dando voltas aqui, fomos até o ultimo andar e descobrimos essa biblioteca. A chave costuma ficar em baixo do tapete, então abrimos a porta e entramos. — Rafael falou calmamente, paramos alguns andares a baixo do que teríamos que ir e começamos a verificar as portas. — Nada além do normal, espero que continue do jeito que encontramos.

Bati minha mão na maçaneta de uma das portas, que se abriu com um chiado horrível. Franzi o cenho, levando minha mão até a luz para acendê-la. Nada mais que um quarto normal, adentrei no mesmo desconfiado, parei de frente para o criado mudo e abri uma das gavetas, encontrando um colar que eu reconheceria de longe.

— O colar do Guaxinim? — Rafael exclamou surpreso, arqueando as sobrancelhas. — Mas não estava com você até uns dias atrás?

— Sim, Rafa... Estava.

Quando for guardar um objeto, certifique-se que ele pertença a você.

Porque caso o contrário, o dono vai dar conta de busca-lo de volta.

Alan●

Tarik havia entrado em um quarto do nada, Rafael o seguiu enquanto eu e Void ficamos perto da porta, nos certificando que não estava vindo ninguém. Void aparentava estar um pouco incomodado com a situação, eu também não sabia se era uma das melhores escolhas que havíamos tomados. Suspirei pesadamente, massageando minhas têmporas com minhas mãos.

— Não foi uma das melhores decisões. — Void, que estava em silêncio desde que havíamos começado aquilo, exclamou. — Mas eu sei como você é curioso, e como sou seu namorado tenho que me certificar de que está bem.

— Soa tão bem quando você fala que é meu namorado. — Sorri abobado, não conseguindo olha-lo nos olhos.

— Ai que meloso. — Rafael gritou de dentro do quarto, fazendo com que ríssemos. — Nem parece que é a mesma pessoa que falava antigamente que não existia o amor.

Revirei os olhos rindo, Void apertou minhas bochechas, fazendo com que eu resmungasse pedindo para que parasse.

— Ah, eu queria o meu namoradinho aqui também. — Pac fez bico, saindo do quarto seguido de Rafael. — Olhar para vocês dois faz com que eu me lembre de quando conheci Mikhael. E isso me faz lembrar também que o Rafael deve um café para o Alan.

— Espera, o Mike é o garoto do colégio que estudávamos? — Arregalei os olhos, Pac assentiu positivamente com a cabeça rindo. — Aquele que você esbarrou e sorriu em sua direção?

— Exatamente ele. — Tarik sorriu minimamente. — Agora vamos, estamos perdendo tempo fofocando sobre meu namorado e como o jogo virou para mim.

Continuamos caminhando em direção ao ultimo andar, com um silêncio extremamente perturbador.

[Quebra de Tempo]

— Bem, pelo que eu me lembre fica bem aqui.

Paramos de frente para uma porta grande madeira, havia detalhes cinzas e uma placa em cima com letras prateadas indicando que era ali a biblioteca. Rafael se abaixou e puxou o tapete para o lado, pegando uma chave dourada em mãos. Levantou-se sorrindo, mostrando a chave para nós.

— Precisamos ir rápido, antes que notem nossa ausência. — Tarik alertou enquanto olhava em volta, checando se não estava vindo ninguém.

— Certo, vou abrir a...

O loiro não conseguiu terminar sua frase, a porta se abria com um longo chiado. Olhamos estáticos para dentro, estava completamente escuro, Tarik respirou fundo e tomou a frente do grupo, entrando procurando o interruptor para acender a luz. Escutamos apenas um barulho fraco de clique e a luz se acendeu, piscando várias vezes seguidas antes de firmar.

— A luz estava assim da ultima vez que você veio aqui, Rafa? — Questionei seguindo o loiro para dentro da biblioteca, o mesmo negou com os olhos arregalados. — Rafa, tudo bem?

— Tem algo de errado com esse lugar. — Cellbit respirou fundo, tentando recuperar o ar que parecia estar o faltando.

— Vamos procurar o que precisamos e vazar daqui o mais rápido possível.

Rafael seguiu Tarik para um outro corredor, enquanto eu e Void procurávamos entre os livros mais antigos.

— Achou alguma coisa, Void? — Fiquei nas pontas de meus pés, procurando nas prateleiras mais altas. — Nada por aqui.

— Não, apenas um livro sobre... Posições. — Void lançou um sorriso malicioso em minha direção, franzi o cenho olhando o livro que estava em suas mãos, corando fortemente ao perceber sobre o que falava. — Vamos testar depois?

— Lucas! — Revirei os olhos, rindo baixo por conta da vergonha. — Escutou isso?

Arregalamos os olhos ao escutar um grito de Rafael, nos viramos sem pensar duas vezes, correndo em direção ao barulho. Tarik estava agachado na frente do loiro tentando acalma-lo, Rafael estava sentado no chão chorando, tentando retirar as mãos de Pac de perto de si. Agachei-me ao lado do loiro, tentando acalma-lo, mas ao contrário do que pensávamos seu choro apenas aumentou ainda mais.

— Rafa? O que está acontecendo? — Segurei seus dois braços, fazendo com que olhasse em minha direção completamente assustado. — Olha pra mim! O que está acontecendo? O que você está sentindo?

— Tem algo atrás da estante! Tirem aquilo de perto de mim!

Franzi o cenho e olhei em direção a Pac, que retribuiu o olhar com visível confusão. Void se virou com agilidade e correu até o lugar indicado, saindo do nosso campo de visão.

— Está tudo bem, Void já foi ver o que era. — Sussurrei acariciando suas madeixas loiras, aos poucos parava de tremer. — O que você viu exatamente? Você viu também, Pac?

— Eu estava checando alguns livros em cima da escada... — O moreno apontou para a escada perto de uma estante de livros. — De repente ele começou a gritar, desci correndo praticamente, tentei acalma-lo, mas o mesmo apenas afastou minhas mãos e apontou para o lugar onde estava. Quando fui ver o que era, não encontrei nada.

— Vocês reconhecem esse moletom? — Void questionou voltando para perto de nós, estendendo um moletom cinza em nossa direção.

— Ah, não... — Tarik murmurou em choque, levei minha mão direita até minha boca, em estado de choque. — Isso só pode ser uma maldição.

Feche os olhos com força, respire fundo e imagine uma luz forte.

Quando abrir os olhos, perceberá que a peça de teatro estará encerrada.

●Felipe (Felps)●

Uma estranha sensação estava presente em meu corpo. Sentia um estranho pavor presente, era como se estivéssemos em perigo, mas não soubéssemos realmente o que era. Minha cabeça doía, encostei-me na parede e massageei minhas têmporas, fechando os olhos com força.

Felipe... — A voz feminina soou lentamente, rindo sarcasticamente em seguida. — Feeelipe... Você sabe que não pode mata-los. Você sabe que ele ira morrer, não sabe? Todo mortal morre, e a hora dele está chegando.

Duas mãos seguraram meus braços com força, abri meus olhos e ergui minha cabeça, encarando a pessoa que me segurava. Maria semicerrou os olhos e sorriu gentilmente, largando meus braços em seguida.

— Eu estava te chamando há alguns minutos, mas parece que você estava perdido em seus pensamentos. — Maria cruzou seus braços, olhando para outro canto. — Eu vim ver se você estava bem, sabe? Você parece preocupado com algo.

— Vozes. — Sussurrei, deixando meu corpo escorregar até o chão. — Vozes.

— E o que elas te dizem? — Maria se sentou na minha frente, me olhando pacientemente.

Hoje é dia da lua de sangue. Sabe o que isso significa? — A voz riu sarcasticamente, parecia se divertir com meu desespero. — Demônios deveriam saber, não é? Inútil, inútil, inútil... Significa que a cabeça do seu namoradinho vai rolar. Do seu namoradinho e de seus amiguinhos humanos, prefere que eles morram com muita dor? Com pouca dor? Cuspindo muito ou pouco sangue? Suba até o ultimo andar, ainda dá tempo de vê-los agonizando.

— Felipe! Maria! — Sayuri gritou virando o corredor, correndo em nossa direção. — Ainda bem que achei vocês, me sigam.

— Sayu, pra que esse desespero? — Maria questionou enquanto se levantava e me ajudava a levantar. — Sayu?

— Problemas, essa é a causa do meu desespero. — A ruiva subiu as escadas apressada. — Eles não estão nos quartos, precisamos encontrar eles.

— Como assim? Como... Não é possível.

— É possível sim, Felipe. A teimosia desses garotos, urgh... — Sayuri grunhiu, aparentando estar incrivelmente irritada.

— O.k então, vamos procurar.

[Quebra de Tempo]

— Onde diabos eles estão? — Flavia gritou, prendendo seu cabelo enquanto bufava.

— Último andar. — Sussurrei, franzindo o cenho. — Uma voz me falou... Me falou que eles estavam no último andar.

Pensar que isso pode ser como um jogo de xadrez...

Isso te enche de determinação. 



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