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História Falling Skies:New World - Baiacu Inchado


Escrita por: Paam_love_cats

Capítulo 5 - Baiacu Inchado


Fanfic / Fanfiction Falling Skies:New World - Baiacu Inchado

Se alguém me perguntasse há uma semana qual é o meu lugar favorito no mundo eu te responderia com certeza:a árvore do jardim da escola. Depois que o mundo foi invadido por aliens eu não tive muitos momentos de paz,exceto naquela árvore.Bom mas isso foi a uma semana.


Depois que os exoesqueletos foram retirados das crianças eles passaram a andar por aí livremente, e o lugar favorito deles era o jardim.O que acabou com a minha tranquilidade. Não que eles me incomodam,ou algo do tipo,ou problema é que desde que vi o poder do exoesqueleto em ação eu fiquei receosa de me aproximar de qualquer um deles.Pra dizer a verdade quem realmente me assusta é Rick.


As outras crianças que tiraram o exoesqueleto não parecem tão esquisitas.


Outra coisa que me deixa frustrada é Matt.Antes o garoto passava horas comigo,agora que o irmão voltou ele nem lembra que eu existo,passa o tempo inteiro com o espinhento.

Lourdes diz que eu estou com ciúmes,mas eu digo que é apenas receio de que o garoto espinho faça algo a Matt,não intencionalmente é claro.


Depois de perder meu lugar em baixo da árvore  eu decidi procurar outro lugar para refúgio.A enfermaria estava fora de questão, apesar da doutora ter matado aquele treco ,aquele lugar me trazia péssimas lembranças.


Então eu optei pela biblioteca.


Assim que eu entrei me deparei com aquele típico cheiro de poeira.O que me trouxe boas lembranças.


Depois de muito procurar achei um título que me interessasse. Harry Potter e a pedra filosofal.Me perguntei porque eu nunca havia lido o clássico do bruxinho.Bom,nunca é tarde pra começar.


-Bela escolha.-Uma voz diz em minhas costas fazendo-me dar um pulo e derrubar o livro.-Desculpe eu não queria te assustar.


-Tá maluco!?-Falei ainda de costas,enquanto me abaixava pra pegar o livro.-Você não pode sair assustando as pessoas assim hoje em dia, eu pensei que fosse um arac…


Eu me interrompi quando me virei e deparei-me com Ben Mason.O menino estava parado me olhando com uma cara meio idiota.Então de repente ,como se acordasse de um transe ele sorriu.


- Desculpe...eu não achei que você tava’ tão distraída.


-Certo.-Respondi sem saber direito o que falar.


O silêncio começou a ficar constrangedor.Tudo o que eu queria era correr dali,para longe do filhote de aracno,mas minha educação não deixava.


Então eu perguntei algo muito inteligente.


-Então, você foi chocado?.-O garoto me olhou assustado,não sei se pela pergunta estranha ou pelo fato de eu ter falado.


-Cho...cado?


-É...eu soube por aí que o aracno dormia em cima de vocês como uma mãe galinha...aí eu pensei,nossa ele foi chocado.


Essa é a hora que eu deveria calar a boca e dar o fora daqui.


-Acho que pode-se dizer que sim.-Respondeu com uma careta.-Sou o Ben.


-Sei quem você é.-Respondi meio grosseira.-Sou Alana.Mas você pode me chamar de Lana.


O garoto coçou a cabeça meio nervoso.


-Lana...tipo a Lana do Matt e filha da enfermeira doida?-Deu um passo para trás.


-Minha mãe não é doida...ela só é eufórica demais.-Cruzei os braços,ou tentei,já que o gesso não deixava.- E sim eu sou amiga do Matt.


Seus olhos caíram para os meus braços. -O que aconteceu…-Apontou para o gesso.


-Uma longa história,que envolve um arsenal abandonado, ex-detentos,aliens,naves espaciais,armas,explosões e uma árvore enxerida.-Respondi.


O garoto me olhou estranhamente então ele riu.Aparentemente minha vontade de correr havia passado.


-Você é estranha!-Exclamou.-Muito estranha.


-Falou o cara que parece um ouriço.-Imediatamente eu tampo a minha boca.-Desculpa...eu não.


-Sem problemas.Acho que eu não posso falar nada sobre a estranheza das pessoas.


-Essas coisas doem?-Questionei.


-Pra falar a verdade eles…


Ele foi interrompido por passos.Minha mãe se aproximou.Ela olhava pra sua mão,na qual segurava a gaiola de Goo


-Lana...querida.Quantas vezes eu já te disse pra não deixar essa bola de pêlos ambulantes deitar na minhas roupas…


Minha mãe parou de repente ao notar que eu não estava sozinha.Soltou a gaiola no chão. Ela olhou de mim para Ben então repetiu o processo. Então quando eu menos esperava ela me agarrou pelo antebraço e levantou um dedo.


-Espere um minuto querido!-E me arrastou para o fim do corredor,enquanto isso Ben nos olhava sem entender.


-Alana Kristen!-Merda.-Eu te disse pra ficar longe dos baiacus inchados.-Sussurrou.


-Mãe ele só me fez uma pergunta.E  você mesma disse que se me fazem uma pergunta é educado responder.Além disso ele é mais simpático que o Rick. -Respondi também sussurrando.


-Simpático. Simpático e se ele te atacasse...você mesma disse que é como se os aracnos controlassem eles pelos espinhos!


-Eu sei o que eu disse...mas eu também disse que o tal de Rick parecia gostar do exoesqueleto. Não parece ser o caso do Ben.


Mamãe pareceu em dúvida.Em seguida se virou pra Ben e me arrastou de volta.O garoto estava vermelho.


-Você sente vontade de escravizar alguém hoje?ou dominar mundo quem sabe?


-Humm...não!?


-Vontade de comer insetos?Andar pelo teto?


-Eca ...E a resposta é não e não.


Mamãe sorriu.


-Ótimo,sendo assim tudo bem vocês conversarem.


E se retirou como se não tivesse me feito passar vergonha.Ben deu um passo para trás e apontou para a porta.


-Eu...tenho que ir...no banheiro,eu preciso ir ao banheiro.


-Agente se vê por aí Ben.


O garoto desapareceu quase que imediatamente.Sem escolha eu tirei Goo de sua gaiola me dirigi com ele até uma poltrona do lado da sala.O gato deitou-se em meu colo então eu finalmente abri o livro.


Paz e sossego.O que mais eu iria querer?



…………….


Eu daria tudo por uma pizza.Com muito queijo,tomate e manjericão.Ou quem sabe um hambúrguer com Coca-Cola.Infelizmente eu teria de me contentar com esse mingau nojento que era servido no refeitório.


Eu odiava o refeitório,todo mundo se reunia aqui para falar sobre os pontos do seu dia.Ou seja era onde todos compartilhavam suas desgraças.Incluindo minha mãe.


Nesse momento eu estava sentada em uma mesa comendo o mingau,enquanto ouvia minha mãe conversar com Carter.Pois é, eles ainda estavam juntos.


Eu preferi desligar minha cabeça da conversa,afinal segurar castiçal está fora de cogitação.


-Lana. -Acordo dos meus devaneios com uma voz infantil me chamando.Matt-Quer se sentar com a gente?


Imediatamente me levantei e segui o menino.Que começou a balbuciar algo,no qual eu não prestei nem um pingo de atenção,honestamente eu só queria sair de perto da minha mãe.


Foi então que Matt parou.Só aí eu notei  que a mesa estava cheia.Doutora Glass,Lourdes,Hal,Maggie,Dai,Anthony e para minha mortificação Ben.


-Hey Lana.-Tom comprimentou.-Eu não vejo você a alguns dias.Sente-se.


Para minha total humilhação o espaço disponível da mesa era ao lado de Ben.Eu ainda estava envergonhada pela minha mãe.Sem escolha sentei-me ao seu lado.O garoto me olhou de lado meio sem graça.Sorri envergonhada.


A conversa na mesa estava bastante descontraída.Exceto por mim e pelo garoto espinho.Matt falava comigo,porém eu não prestava nem um pingo de atenção.Ben não se mexia como se tivesse medo de encostar em mim.


…………….


O almoço foi horrível.Depois que as pessoas acabaram de comer passaram a se dissipar.Ben foi o primeiro a levantar-se, o que fez-me sentir horrível,estava na cara que eu o fiz sentir-se desconfortável.Pelo menos ninguém notou a tensão,eu acho.


Assim que eu acabei de comer eu decidi ir me desculpar com Ben.A culpa não foi exatamente minha,mas ainda sim eu me senti culpada.

…………


Depois de procurá-lo pela escola o achei no dormitório,no qual ele dividia com a família.


Bati na porta aberta meio exitante.O garoto nem se mexeu,continuou sentado no sofá enquanto segurava um livro.


Bati novamente,ainda sim ele não se moveu.Quando eu ergui a mão para bater de novo o garoto levantou os olhos.Ele não parecia surpreso em me ver,na verdade sua face não expressou nada.Era como se ele soubesse que eu estava ali o tempo todo.


-Hey...Alana.-Fechou o livro.-O que você hum...ta’ fazendo aqui?


Eu dei um passo para dentro do quarto.Em um ato de coragem,me aproximei de Ben e sentei-me ao seu lado.Ben pareceu surpreso.Cruzei as pernas em borboleta.


-Eu queria...sabe...me desculpar!


-Pelo o que?-Senti o sarcasmo.


-Você sabe...pela grosseria da minha mãe.


-Grosseria?que isso...ela foi super simpática.E só para constar o que é um baiacu inchado?


-É um peixe que incha...quer saber isso não importa.Aquilo foi muito rude.


-Esquece tá bem,ela só ficou preocupada em ver você conversando comigo...aliás ela sabe que você está aqui agora?-O garoto questionou com uma careta.


-Não...ela ta’ ocupada com o Carter,além disso ela não se importa,ela te deu sua “bênção” depois do questionário.Mas que seja...vai me desculpar ou não?


Ben sorriu e assentiu com a cabeça.O que me fez soltar a respiração,que eu nem havia notado ter prendido.

Então caímos em um silêncio meio constrangedor.Até que Ben quebrou o silêncio.


-Será que agora você pode me contar sobre os ex-detentos e árvores enxeridas?


………….


-Sua mãe é louca...eu não acredito que ela fez isso.-Ben ria de uma das milhares de história na qual minha mãe me fez passar vergonha.-Eu tô imaginando sua cara sendo expulsa do táxi.


-Nem me fale aquilo foi constrangedor e o pior de tudo é que…-Alguém pigarreou,chamando nossa atenção.


Na porta estava o professor Mason e Hal.Os dois tinham um sorrisinho idiota na cara,algo que eu não entendi.Hal tomou a frente.


-O que os dois tão’ fazendo aqui sozinhos em!?-Deu um sorriso malicioso.


-Nada que seja da sua conta.-Ben respondeu ríspido.


-Ei,não comecem os dois.-O professor interferiu,enquanto isso eu me mantive quieta.-Sem brigas,principalmente na frente dos outros.


-Eu só fiz uma pergunta...não sei o porquê da defensiva.E então Lana...do que vocês estavam rindo?


-Só cala a boca Hal.-Ben interferiu antes que eu pudesse responder.


-Meninos chega.-O professor interveio novamente.-Estão deixando a Lana sem graça.


Nesse momento eu peguei a deixa e me levantei.


-Eu tenho que ir,já é tarde...minha mãe deve estar surtando...vocês sabem como ela é louca.


Então eu saí antes que eles respondessem.Mas não antes de ver o sorriso malicioso de Hal.



………..


A 2nd de Mass estava uma bagunça. Nessa manhã a doutora Glass havia sido atacada dentro da enfermaria.Para melhorar a situação estávamos sob a ameaça de um ataque iminente.


Eles queriam mandar todos com menos de vinte para uma fazenda.Eu não queria ir,por mais que Diana fosse louca eu não queria ficar longe dela.


Todos estavam discutindo a respeito da situação,incluindo minha mãe,a qual estava parecendo um ganso,gritando e gesticulando.


Por fim ela desistiu e se aproximou de mim.


-Venha querida...vamos tirar esse gesso!


Sem esperar a resposta ela pegou no meu braço bom e saiu me arrastando pela escola.Percebi que ela fungava, enquanto passava a mão no rosto para limpar as lágrimas.


Ao chegar na enfermaria ela fez-me sentar em uma maca,enquanto procurava algo pela sala.Ela ainda não havia falado nada,algo surpreendente para Diana Maddox.


-Mãe...você não vai falar nada?


-Eu não sei o que dizer...eu nunca fiquei longe de você...é só difícil de aceitar.


Eu também não sabia o que dizer.Minha mãe e eu éramos muito próximas.Sempre fomos só nós duas,nunca passamos mais que uma noite longe uma da outra. Ficar longe dela seria terrível,suas conversas sem sentido,os surtos.


-Eu não vou.-Decidi.-Não vou deixar você!


-Você tem que ir.-Chorou.-Não vou me perdoar se algo te acontecer porque eu não consigo ficar sozinha.


-Mas mãe…


-Sem mas.Se for decidido que as crianças têm que ir você irá sem reclamar...Goo e eu ficaremos bem.Além disso,agora nos temos o Gerard.


Depois disso eu decidi não discutir.Fiquei em silêncio enquanto ela retirava o meu gesso do braço.Finalmente liberdade.


………..


Fui despertado por disparos.O barulho era muito alto.Eu me levantei desesperada,ao olhar para o lado percebi que minha mãe estava atrás da porta do dormitório espiando por uma fresta,enquanto segurava uma arma na mão.


-Mãe.-Sussurrei.-Da onde vem esses disparos?


-Shiiiii.Tem um Mach lá fora.


-Ela não precisou falar duas vezes.Me encolhi no canto da parede.Minha mãe se juntou a mim.


-Desde quando você tem uma arma?-Questionei.


-Desde hoje...a Maggie deu uma para mim e outra para Anne . Você sabe...depois do ataque ficamos receosas em ficar na enfermaria.


Depois disso ficamos em silêncio.Encostei a cabeça em seu ombro e adormeci.


…………


Após o ataque da noite passada ficou decidido que íamos embora.Todas as crianças iam embora para a tal fazenda.


Nesse momento eu estou parada observando minha mãe verificando minha mochila pela milésima vez,enquanto chora.


Uma batida na porta me tira do transe.


-Gerard!-Grito e corro para seus braços.Eu não havia percebido que estava tão preocupada com ele até vê-lo.-Você voltou.


-Hey Lana.-Abraçou-me de volta.-É bom ser recebido assim.


-Eu achei que você estivesse…-Não completei a fala.


-Eu estou bem.-Respondeu com um sorriso.-Eu soube que você vai embora.


Sua feição mudou para preocupação.


-É... todos com menos de vinte tem que ir.


-Eu quero que você tome muito cuidado.Preste atenção em quem você confia...eu soube do garoto com o exoesqueleto.


-Eu vou me cuidar...eu tenho que voltar para minha mãe e você.


-É bom ouvir isso.


-Querida…-Minha mãe.-Nós temos que ir para fora...todos estão lá.


Gerard estendeu a mão e pegou minha mochila de sua mão.Então nós caminhamos para a frente da escola.


…………


Minha mãe e Gerard não estavam facilitando a minha vida.Eles estavam a minutos me dando diversas instruções sobre segurança e comportamento.


Minha mãe chegou ao extremo de me mandar lavar atrás das orelhas,o que ocasionou a risada de Hal e Ben,já que os dois já estavam bem próximos a mim.


Quando os soldados anunciaram que estávamos partindo Gerard me abraçou,percebi que ele abriu o zíper de minha mochila.


-Somente para emergências.-Sussurrou.Se cuide Lana.Eu cuido de sua mãe e Goo.


Sem saber do que ele estava falando assenti e o abracei de volta.Em seguida mamãe me pegou em um abraço de sucuri.


-Se cuida bebê...não faça nada que eu não faria.Eu te amo.


-Se cuide também.E mãe...esse é um conselho de merda.Eu também te amo.


-Lana.-Alguém colocou a mão no meu ombro.Ben.-Nós temos que ir.


Então eu comecei a seguir a fila de crianças e adolescentes.Eu espero que tudo dê certo.



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