História Family - Capítulo 10

Mark POV.

Entrei na cozinha com receio, pois na minha imaginação eles me culpavam pelo sumiço de seu filho. Porém, quando estava próximo da mesa, o mais alto do casal se levantou e me trouxe um copo de água, pedindo para que eu me sentasse também.

Com todos reunidos à mesa não tive outra escolha a não ser repetir tudo o que tinha dito ao delegado. Repeti pela terceira vez naquele dia a história sobre meu pai, e pela segunda vez a história do que tinha acontecido hoje à tarde. Jaehyun, o que tinha me dado o copo d’água, ouviu atentamente a história e nos momentos em que eu falava sobre as agressões que eu havia sofrido uma lágrima escorria de seus olhos. Taeyong também se mostrou muito comovido, pois em dado momento segurou minhas mãos e disse que sentia muito por uma criança tão doce quanto eu ter passado por algo tão horrível quanto aquilo.

- Saiba, que dói muito saber que alguém tão doce e alegre como nosso menino tenha passado por coisas que ser humano nenhum devia passar. Nós sentimos muito, Mark, e por favor, não pense que o culpamos por nada. Você não sabe o quanto estamos aliviados com as notícias que você trouxe, pois elas podem ajudar nas buscas. Não é, detetive? – disse Jaehyun, que aparentemente tinha saído de seu estado de transe causado pelo choque.

- Sim, isso mesmo. Graças a essas novas informações nós sabemos por onde começar procurando. Por exemplo, bares e casas de jogos. Podemos fazer uma procura sobre as organizações mafiosas que atuam nesses lugares e checar o envolvimento do Sr. Lee com elas. Já pedi para o meu ajudante listar as principais que ficam nas redondezas da antiga moradia do falecido, e se não encontrarmos nada nelas, ampliamos a rede de busca. Mas agora, infelizmente, só nos resta esperar. Se os senhores me dão licença, eu preciso voltar para a central e ver o que fazemos com este rapazinho.

- Como assim? Ele vai para onde? – perguntou Taeyong, com certo tom de preocupação.

- Talvez para um abrigo, ou até mesmo o antigo orfanato. Acho que consigo fazer com que ele fique um tempo lá, certo garoto? – eu não tinha outra opção a não ser concordar. Me levantei da mesa e me dirigi aos dois quando me despedi, agradeci por terem me recebido e por terem me ouvido.

Quando estávamos perto da porta senti um leve aperto em meu ombro. Quando olhei na direção de onde vinha o toque, me deparei com Jaehyun parado atrás de mim, lançando um olhar determinado ao detetive.

- Sr. Kim, não precisa se incomodar. Mark ficará conosco até que nós possamos resolver toda essa situação. Ele é o melhor amigo de nosso filho, tenho certeza de que ele gostaria de saber que seus pais acolheram o garoto que é praticamente seu irmão. E antes que o senhor diga algo, não, não há nada que possa dizer que nos faça desistir da ideia.

Admito que fiquei chocado com o ato. Jisung havia dito sobre a bondade e a generosidade do casal, mas não tinha ideia de que era algo tão grande assim. Após a saída do Sr. Kim me curvei perante o casal e agradeci o gesto, pois significava muito para mim. Mesmo me esforçando não pude conter uma lágrima, que havia escapado e descido por minha bochecha. Jaehyun se abaixou, olhou nos meus olhos e disse:

- Não tem problema chorar, querido. Estamos todos com medo, mas se ficarmos juntos tudo dará certo. Okay? – acenei afirmativamente o que provocou um gentil sorriso em seus lábios – Tudo bem, vamos arrumar a sua cama e depois descemos para comer um lanche. – disse ele me guiando pela escada.

Jisung POV.

Minhas bochechas ainda ardiam por conta dos diversos tapas que foram dados pelo Sr. Nakamoto. Eu estava mais assustado do que pensei que fosse possível. Por que ele me confundiu com o Mark? Não somos tão parecidos assim. Ele é mais alto e mais velho que eu. Mas essa não era a única perguntava que rondava minha mente. Também pensava com bastante frequência sobre quanto tempo eu estava ali, ou sobre onde eu estaria, ou então o porquê de eu estar ali, pensei até mesmo se estariam procurando por mim ou algo do tipo. Porém, todas elas desapareciam quando a ideia da minha morte se fazia presente.

Será que Mark estava ali também? Parte de mim desejava que não, pois não desejaria que meu melhor amigo passasse por isso, mas por outro lado não queria estar naquele lugar sozinho. Tentei prestar atenção nas conversas dos capatazes que vigiavam a porta, na tentativa de descobrir algo sobre o que estava acontecendo. Talvez até descobrir o que fariam comigo. Mas eles não falavam nada de útil. Eram apenas comentários sobre quem poderia estar atrás deles, ou então sobre quem eles deveriam caçar até pagar a dívida. Queria saber que dívida é essa.

Fora isso, não tinha mais nada que eu pudesse fazer. Diversas vezes tentei me soltar, mas sempre que tentava as algemas cortavam meu punho, fazendo-me chorar de dor. Não podia gritar porque estava amordaçado e corria o risco dos capangas ouvirem. Mesmo assim eu não desisti. Tem que ter um jeito de me livrar desse lugar. Talvez, da próxima vez que vierem me buscar, coisa que aconteceria em breve segundo o Sr. Nakamoto, e poderia tentar ver onde o cômodo em que eu estava se encontrada, para assim poder planejar uma tentativa de fuga.

Jaehyun POV.

Conseguir fazer Mark comer um sanduíche e tomar um pouco de suco, antes que se deitasse no quarto de Jisung. Ele pediu para dormir no quarto de hóspedes, mas eu insisti para que ele ficasse em um lugar mais aconchegante. Quando voltei para a cozinha Taeyong estava lavando a louça e felizmente tinha parado de chorar, mas ainda estava apático e muito abatido. Sem que ele percebesse me aproximei e o abracei por trás, fazendo ele soltar um suspiro um tanto aliviado.

- Nós vamos conseguir, okay? – disse anda o segurando. Ele se virou para mim e me abraçou forte.

- Você promete? – perguntou ele – Promete que vai ficar sempre do meu lado? Independente do que aconteça?

- Taeyong – disse afastando um pouco nossos corpos para que pudesse olhar em seus olhos – lembra no dia em que os casamos? Você perguntou se eu achava que nós iríamos conseguir, se nós teríamos uma vida longa e feliz. Lembra do que eu te respondi? – ele acenou afirmativamente. – Eu disse que a minha vida seria longa e feliz contanto que fosse ao seu lado. E disse que conseguiria tudo desde que tivesse o seu amor. Sei que pode ser uma coisa arriscada de se prometer, mas eu garanto que tudo vai acabar bem. Por outro lado, tem uma coisa que eu posso prometer sem medo de estar errado.

- O quê? – perguntou ele.

- Que eu te amo e sempre vou te amar. Pelo resto dos meus dias. – respondi e uni nossos lábios em um selar longo e carinhoso. – Podemos estar passando por um momento extremamente difícil, mas estou feliz que você esteja ao meu lado.

Ele me abraçou mais forte e assim ficamos por um bom tempo.