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História Family - Capítulo 5


Escrita por: 2Minute

Notas do Autor


Oioioi XD eis outro capítulosíneo para vocês
Boa leitura, nos vemos nas notas finas ❤

Capítulo 5 - Capítulo 5


- Jisung, esquece isso e me deixe em paz. – respondeu tentando esconder o rosto novamente. Ele apertou o passo, deixando-me para trás.

“Dessa vez você não escapa” pensei. Corri atrás de Mark e o segurei pelo ombro. O plano era falar alguma coisa, e não ficar encarando o garoto. Mas as marcas em seu rosto me deixaram petrificado. De alguma forma as palavras saíram de minha boca.

- Não. Você é meu amigo. Tenho o direito de saber o que está acontecendo. Não é porque sou mais novo que não vou entender, sabia? Pensei que você confiasse em mim... pensei que fossemos amigos, Mark.

Ele desviou o olhar, mas não virou o rosto dessa vez. Continuava de frente para mim, mas incapaz de me olhar nos olhos. Quando finalmente me encarou uma lágrima rolou de seus olhos e o ouvi dizer:

- Não é isso. É que... muitas coisas aconteceram, Jisung. Muitas coisas mudaram. Eu mudei.

- Não mudou, não. Você é o mesmo. É o meu hyung. – ao ouvir as últimas palavras senti uma vontade tremenda de abraça-lo e dizer o quanto sentia falta do meu amigo, mas contive o impulso. – Por favor, me conte o que está acontecendo. Você cuidou muito tempo de mim, é a minha vez de retribuir. Venha, vamos tomar sorvete e conversar. – disse e segurei seu pulso. Fiz força suficiente para o caso dele tentar puxá-lo de volta. Em vez disso, ele apenas me seguiu.

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Fomos para uma sorveteria que ficava perto da escola. Enquanto esperávamos para ser atendidos mandei uma mensagem para meus pais avisando que iria demorar para chegar em casa, mas que não precisavam se preocupar.

Assim que fomos atendidos sentamos em uma das mesinhas que ficavam na parte de fora do estabelecimento, pois todas as mesas de dentro estavam ocupadas.

- Pronto. Pode começar. Conte-me tudo, desde o momento em que você saiu do orfanato. – disse a ele.

- Okay – suspirou – Assim que fui adotado, fui morar com os meus pais. Acredito que você se lembra deles. Bom, assim que cheguei na casa, muito bonita, afinal, era a casa de um advogado, fui para o meu quarto e desfiz as malas. Enquanto arrumava minhas coisas ouvi um barulho vindo da cozinha. Pensei que minha mãe estava pegando alguma panela que fez barulho, por isso ignorei e continuei o que estava fazendo. Umas duas semanas depois ouvi o mesmo barulho enquanto fazia o dever de casa, mas dessa vez desci as escadas e fui ver o que estava acontecendo. Pensei que meu coração iria sair pela boca quando vi a cena.

“Meu... aquele cara que me adotou estava batendo na minha mãe com uma panela. Ele gritava, ela chorava e eu estava tremendo de medo. Pensei em correr para o telefone sem que ele visse para ligar para a polícia, mas ele me viu. Ele gritou comigo e ameaçou me bater, mas ela não deixou. Ela se colocou na minha frente e disse que o matava caso me machucasse, ao que ele respondeu que mataria os dois se eu contasse para alguém, ainda mais para a polícia. Eu lembro que eu estava tentando não chorar, não ia demonstrar fraqueza na frente dele. Então minha mãe me mandou para o quarto e disse que conversaria comigo mais tarde. Uns vinte minutos depois ela entrou e sentou ao meu lado na cama. Nunca vou me esquecer do que ela disse ‘Não importa o que ele diga, não importa o que ele faça... eu amo você. Sei que não saiu do meu ventre, mas você é uma parte de mim, e eu amo você independente do que aconteça. Nunca deixe ninguém tentar te convencer do contrário. Lembre-se que nada disso... nada dessa briga é culpa é sua, okay meu amor? A mamãe ama você, meu filho.’ e ela me abraçou. Nós ficamos assim por um bom tempo. Aquele dia ela dormiu comigo. Foi a primeira vez que me senti amado de verdade. E eu a amo muito.”

Ele fez uma pausa. Tomou um pouco do sorvete enquanto eu o observava atentamente. Logo retomou o discurso, mas sempre encarando a mesa, sem olhar diretamente para mim.

“Enfim, sei que passaram meses sem que nada acontecia. Lembro que ele bebia, mas não batia mais nela. Eles discutiam por causa da bebia, mas sem agressões físicas. Uns dois anos passaram, ele parou com a bebida, mas começou com as jogatinas. Chegava tarde toda noite. E depois de dois anos voltou a beber. Ele bebia e apostava todo o salário em jogos sujos. Certa vez ele apostou nossa TV e perdeu. Minha mãe tinha dito que se ele continuasse com isso eu e ela iríamos morar com a mãe dela. Nesse dia ele bateu nela pela primeira vez em quatro anos. Fiquei horrorizado, pois ele quebrou um espelho quando a arremessou na sala de estar, e usou o caco de vidro para ameaça-la. Comecei a ficar com raiva dele. Queria matar aquele homem.”

“Na semana seguinte fui a uma delegacia e contei tudo o que estava acontecendo e pedi para que eles prendessem aquele cara, antes que ele matasse a minha mãe. Mas assim que cheguei em casa ele começou a gritar comigo. Disse que tinha avisado o que aconteceria caso a polícia soubesse. Então ele me bateu pela primeira vez. Minha mãe tentou impedi-lo e eu corri pra fora de casa. Quando voltei ela estava desacordada no sofá, e ele me bateu de novo. Isso se repetiu por uns dois ou três meses. Ele nos batia sem motivo sempre que bebia. Pouco tempo depois nós nos vimos na escola. Eu fiquei tão feliz. Eu realmente sentia saudades de você, Jisung. Mas não poderia contar o que aconteceu. Não queria assustar você, logo depois de me contar que também tinha sido adotado.”

“Sinto-me mal em admitir que fiquei com inveja quando disse que seus pais eram incríveis. Queria que o meu pai fosse metade do que eu esperava. Enfim... quando você viu a marca no meu olho, quase morri de vergonha. Percebi que eu não estava sendo homem, estava apenas fugindo da situação. Naquele dia, quando cheguei em casa, estava disposto a pôr um fim nisso. Não acreditou que estou te contando isso...” disse ele ainda encarando a mesinha de madeira. “Eu peguei uma faca na cozinha. Dessa vez ele não escaparia. Ouvi ele discutindo com a minha mãe. Eles gritavam e eu não entendia uma palavra. Tentei não fazer barulho enquanto me aproximava da sala de estar, pois subitamente a gritaria havia parado. Quando cheguei no cômodo o vi em cima dela, apertando o seu pescoço tão forte que seus dedos estavam brancos. Eu poderia ter enfiado a faca nas costas dele, pois ele não tinha me visto, mas eu fui burro... eu gritei.”

“Gritei para ele parar, gritei que ia mata-lo e pulei em cima dele. Porém, era tarde demais. Ela não respirava mais. Ele tinha matado a minha mãe. Eu não sabia o que fazer. Tentei correr, mas ele me alcançou. Nós brigamos. Eu acertei uns golpes ou outros nele. Mas ele acertou todos em mim. Lembro de ter apagado na cozinha, e ter acordado no quarto. Na manhã seguinte ele disse que era o velório da minha mãe. Uma parte de mim ficou estilhaçada, pois a única pessoa que me amou nesse mundo tinha partido, mas outra se encheu de esperanças pensando que os legistas iriam descobrir que tinha sido um homicídio e denunciariam ele. Infelizmente eu tinha esquecido o fato dele ser um advogado influente... conhecia muita gente... então disseram que a causa da morte tinha sido uma parada respiratória durante o sono... e quando perguntaram sobre as manchas no meu corpo, ele disse que eu era um encrenqueiro qualquer... que tinha apanhado na escola... incrível como os adultos acreditam em qualquer besteira dita por um homem de terno.”

“Bom, desde então eu finjo que ele não existe. Arranjei um emprego de meio período e uso o dinheiro para comprar minha comida e as coisas que preciso. Ele tenta me provocar, tenta arrumar briga comigo, mas eu não me importo mais. O único motivo para me importar se foi... então eu vivo naquela casa... ele me ignora, eu o ignoro... às vezes, quando ele ganha em um jogo, fica bonzinho e tenta passar a imagem de bom pai... mas isso só faz eu odiar cada vez mais esse homem.”

Depois disso nós ficamos em silêncio. Eu não tinha coragem de falar nada, e também não tinha o que dizer numa situação como essas. Jamais imaginava que Mark tinha passado por tudo isso, e o pior, sozinho. Queria confortá-lo. Queria dizer que tudo ia ficar bem. Queria que meus pais pudessem adotá-lo.

Por um instante descartei essa possibilidade, mas a ideia continuava rondando meus pensamentos. Sim, eu poderia falar com meus pais, contar tudo o que estava acontecendo. Eles poderiam entrar na justiça. Claro que o plano era simples e poderia falhar, mas não custava nada tentar.

- Hyung, que tal irmos em casa? Queria que você conhecesse meus pais... tudo bem se disser não, eu vou entender. Mas sei lá... parece muito melhor do ir pra sua casa agora.

Depois de uma longa pausa ele disse:

- Tudo bem... já me distanciei demais de você, Jisung. Perdi minha mãe, mas não quero perder meu melhor amigo.

Assim pegamos nossas mochilas e fomos para minha casa. Eu estava tão empolgado. As pessoas mais importantes para mim iriam se conhecer. Mas de repente tudo ficou escuro. 


Notas Finais


Peço desculpas por qualquer erro x-x
E foi isso, espero que tenham gostado ;)
Beijinhos coloridos 😘😘 ~Ladyboo


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