História Family - Capítulo 6

Jaehyun POV.

- Taeyong, eu vou ligar para a polícia. Chega de esperar. - disse com a voz trêmula. 

- Jae, calma. Está tudo bem, o celular deve ter acabado a bateria. Ele deve ter ido até a casa de um amigo. Vamos ligar para eles primeiro. Fica calmo, tudo bem?

- Okay okay... liga para os amigos dele. É bom o Jisung aparecer antes que eu tenha um treco. – respondi me sentando no sofá. Minha cabeça girava e meu coração batia mais rápido do que eu pensei ser possível.

- Calma, amor. Ele sai da escola às 15h ele ainda deve estar na sorveteria com os amigos. Vou ligar para os amigos dele.

Taeyong foi para a cozinha procurando o telefone. Meu coração estava quase saltando pela garganta. Eram quase 19h da noite e Jisung ainda não tinha aparecido em casa. Nossa vizinhança era tranquila, mas nunca se sabe. Me esforçava para não pensar o pior, mas algo em mim dizia que algo ruim estava acontecendo.

Depois do que pareceu uma eternidade Tae entrou na sala de estar com os olhos fixos no chão, seu rosto estava mais pálido que o normal e suas mãos tremiam.

- Liga pra polícia. – foram as palavras que saíram de sua boca antes que ele despencasse no chão.

-------------------------------

Taeyong POV.

Acordei deitado no sofá da sala. A última imagem na minha cabeça foi do chão se aproximando com uma rapidez enorme.

A sala era iluminada por luzes azuis e vermelhas vindas da janela, olhei para fora da casa e vi uma viatura estacionada na rua. Em poucos instantes me lembrei do que tinha acontecido. Eu estava na cozinha, ligando para os amigos de Jisung, pois ele ainda não tinha aparecido em casa depois de ir a sorveteria com um amigo. Pensei que ele estivesse na casa de um deles, eles poderiam estar jogando vídeo game, ou até mesmo assistindo um filme.

Tentei com todas as minhas forças manter o pensamento positivo, até terminar a ligação com Chenle, o último para o qual liguei. Ele me disse a mesma história que todos os outros, Jisung tinha encontrado com Mark, o seu amigo de infância, e os dois ficaram um pouco atrás do grupo conversando, os outros meninos pensaram que os dois logo os seguiriam por isso continuaram o caminho de volta para casa. E essa foi a última vez que viram Jisung.

“Isso não pode ser verdade” pensei “É um pesadelo, tem que ser um pesadelo”. Lágrimas inundaram meus olhos só de pensar que meu filho estava desaparecido. Tentei afastar da minha mente as reportagens sobre crianças desaparecidas que eram mortas ou até mesmo vendidas. “Meu menino não, por favor, ele não. Calma, Taeyong, você tem que ficar calmo. Ele pode aparecer logo logo, tenha esperança” disse para mim mesmo “Jisung é um garoto esperto, fica calmo”. Enquanto tentava me acalmar ouvi vozes vindas da cozinha. Levantei-me e fui em direção ao cômodo, deparando-me com Jaehyun sentado em volta da mesa, junto com um policial, enquanto o outro estava em pé.

A conversa foi interrompida quando o policial encostado na parede percebeu minha presença. Jaehyun levantou o rosto e pude notar que ele havia chorado, pois sua face estava levemente avermelhada e seus olhos um tanto inchados.

- Você está bem? – perguntou ele.

- Sim – respondi, com a certeza de que ele se referia ao desmaio, pois nesse momento nenhum de nós estava emocional ou psicologicamente bem – você já contou o que aconteceu?

- Nós chegamos há poucos minutos, senhor – disse o policial sentado à mesa – seu marido nos informou que seu filho ainda não tinha chegado em casa depois de passar na sorveteria. Gostaríamos de ouvir o que o senhor sabe a respeito, já que fomos informados de que conversou com os colegas de classe do menino.

Balancei a cabeça afirmativamente e me sentei em um lugar perto de Jaehyun. Contei tudo o que os meninos haviam relatado a mim. Disse onde ficava a sorveteria e mostrei a mensagem que Jisung havia me enviado.

- Depois das 17h eu mandei uma mensagem novamente, mas ele não respondeu. Cerca de trinta minutos depois nós tentamos ligar. Nas primeiras tentativas o celular chamava, mas ninguém atendia. Depois nem isso mais, a operadora dizia que o celular estava fora da área de cobertura ou desligado, mas creio que o Jae já tenha dito isso.

- Sim, senhor – disse o policial que estava em pé, agora apoiado no batente da porta – nós gostaríamos de pedir que os senhores se acalmassem, pois os meninos podem apenas ter seguido uma rota diferente da usual ou ter ido na casa de um outro colega que os senhores não conheçam. Vamos apenas não pensar no pior e começar as buscas imediatamente. A central já enviou patrulhas para vigiar o bairro enquanto nossos técnicos tentam descobrir mais sobre a vida desse tal Mark. – ele foi interrompido por um bipe em seu cinto – Sinto muito, mas precisamos ir.

- É alguma notícia sobre o caso? – perguntou Jae cheio de esperanças.

- Eu não devia dizer isso, mas sim. Encontraram o endereço desse tal Mark. Isso é tudo o que posso revelar agora. Amanhã de manhã nós estaremos de volta com mais notícias.

Jaehyun se levantou e acompanhou os policiais até a porta. Quando voltou para a cozinha sentou no lugar de antes e passo os braços em volta do meu corpo. 

- Vai ficar tudo bem, meu amor. Nós vamos encontra-lo.