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História Rebelião Greyjoy - Batalhas para Esquecer


Escrita por: Ulv

Capítulo 12 - Batalhas para Esquecer


- Abordem. – Grito para os homens na vanguarda. Os arqueiros atiram e matam os soltados da amurada, alguns se abaixam, logo flechas começam a atirar, vejo um dos meus arqueiros cair com uma fecha trespassada na garganta, outro soldado que estava com um gancho também é atingido antes do arqueiro ser atingido com uma lança que não sei de onde veio. Eu mesma quase sou atingida por uma flecha, mas levantei o escudo bem na hora. – Vamos crianças, vamos escalar essas muralhas.

Cinco Homens de Ferro, vestidos com placas de peito de escamas de ferro e roupas de couro cozido, como era costume, pegam ganchos com cordas amarradas e atiram na muralha, onde ficam presos, eles começam a subir, o mais velho, Drey caiu, com uma flecha dentro do olho. Coloco o escudo nas costas e começo a subir em uma das cordas, logo atrás de Rognor, não era tão alto e a escalada era rápida. O homem da minha frente caiu também, com uma flechada, quase me levou com ele e em consequência o homem que estava atrás de mim. Chegando lá meu primeiro ato é destruir o crânio do maldito arqueiro com meu machado, o seguinte veio com uma espada longa, tentou um golpe mas a retirei com o machado e perfurei sua barriga com uma adaga que peguei da cintura.

Rodrik estava subindo, vi o arqueiro do lado direito apontar o arco para ele e atirei o machado nele, que ficou cravado em sua cabeça até ele cair da muralha. Soldados pareciam brotar de todos os cantos, vi um ser apunhalado pelas costas antes de cair ao mês pés, estava sem machado então tive que desembainhar espada. Um rapaz, não mais que um menino de quinze anos correu até mim, gritando como um louco, segurando um machado, giro o corpo para o lado e desço a espada até sua garganta, sinto uma mão agarrar meus cabelos, minha cabeça vai para traz junto com meu corpo, ele larga e cai no chão, um Nascido do Ferro enfiou uma espada em suas costas e pela expressão do rapaz posso ver que era seu primeiro homem. Não estávamos conseguindo avançar, os homens morriam mais do que avançavam e estava com medo de acabarmos perdendo a batalha. Um homem rechonchudo com armadura completa acabou me cortando a perna antes de enfiar e espada em sua barriga imensa.

Gritos e sangue, tripas e membros amontoam, minha espada estava empapada com sangue e uma massa branca acinzentada, minha perna latejava como nunca. Estava cansada, mas continuava lutando, lado a lado com meus homens, meus irmãos, como sempre tinha sido. O campo estava mais vazio agora, mas era difícil de se andar com a quantidade de corpos no chão, e de vez em quando se encontrava um moribundo dentre eles. O último que veio até mim me deu um bom trabalho, tinha sangue escorrendo pelos olhos e não conseguia vê-lo direito. No meio da confusão senti meu corpo ser arremessado no chão, um homem vestido apenas com roupas de couro segura meus cabelos com força, tinha deixado a espada cair na queda e o peso do homem não deixava com que pudesse pegar o punhal. Sentia o cheiro de vinho de seu hálito logo em meu rosto, ele gritava como uma animal desesperado e insano. Consegui chutar-lhe a virilha com um grito de dor de ambos. Suas mãos não largavam meu cabelo, recebo um soco no rosto e sinto o sangue escorrer do nariz, de algum modo consigo ficar por cima dele e a única arma que tenho são os dentes que uso como posso. Mordi sua garganta com toda a força que posso, até sentir o gosto do sangue quente e um pedaço de carne na boca, que mastigo junto com mais um pedaço que acabei de arrancar, quando ele para de se mexer saio de cima e cuspo no chão a carne de sua garganta. Meio cambaleante acho minha espada e continuo andando. Mas não daria mais, tínhamos que sair dali.

Corri os olhos, pedindo ao Deus que me mostrasse Rodrik, ele estava no comando e teria que dar a ordem para que recuássemos. Voltei para a amarada, gritando com os homens para que não subissem mais. Iriamos morrer, eu estava vendo que iriamos morrer.

Batia a espada com um homem, o derrubando pela amurada e foi nessa hora em que achei Rodrik, lutando com Lorde Jason Mallister. Suas espadas se batiam e Rodrik lutada com um machado e uma espada, mas o velho Mallister era habilidoso e Rod estava lutando com mais de um homem de uma vez.

-Rodrik! – berrei a plenos pulmões, fazendo minha garganta arranhar, seca. – Precisamos recuar!

Ele apenas me vislumbrou pelo canto do olho e atacou. Nunca tinha visto uma fúria tão grande em Rodrik, ele avançou como um desvairado, matando homens e mais homens. Mas no final, a espada de Janon Mallister atravessou a sua costela e acho que gritei, não tenho certeza, mas ele caiu, recebendo um corte na garganta.

-Não! – berrei, mas tive que engolir a vontade de chorar. – Recuem! RECUEM AGORA!

Saímos aos gritos, voltando pelas cordas e para o mar. Virei para traz mais uma vez, vendo o corpo de Rod atirado no meio dos outros. Meu corpo e sangue. Meu sobrinho.

Que o Deus Afogado o receba nos seus salões Irmão. O que está morto não pode morrer.

-=-

Voltamos para Pyke, derrotados de todos os modos possíveis. Eu pensei que voltaria e encontraria apenas Balon, mas meus irmãos estavam em casa. Senti um nó na garganta ao pular na água, com a perna enfaixada e sangrando.

Não esperei muito e consegui um cavalo em Fidalporto, indo o mais rápido possível de volta para casa. Eu não queria encontrar meus irmãos, mas o luto era muito maior do que qualquer coisa.

-=-

Entrei no Grande Salão, vendo-o cheio de homens gritando. Balon estava sentado em sua cadeira, com Euron e Victarion de cada lado, eles pareciam não conseguir se olhar e eu não duvidava de tal coisa. Quando me viram entrar ficaram mudos, todo o salão se calou e prossegui, andando em frente, mancando. Os homens abriram caminho para que passasse e Balon se levantou no momento em que cheguei próxima o suficiente.

Cai de joelhos a sua frente e retirei minha própria espada da bainha, estendendo para ele. Um nó se formou em minha garganta, tão duro que julguei não conseguir falar.

-Perdemos Rodrik na batalha, uma morte honrada, digna de um Homem de Ferro. Digna do herdeiro das Ilhas de Ferro.

Um silêncio se fez escutar, doloroso e perplexo.

-Onde está o corpo? – levantei os olhos para ele. Balon estava se controlando, mas vi que estava transtornado.

-Tivemos que recuar, não tinha o que fazer. – olhei em volta, procurando o único rosto que eu realmente ansiava por ver. – Onde está Aeron?

Balon se calou, fechou os olhos e meu sangue sumiu do rosto. Levantei, cambaleando e agarrei a gola da roupa de Victarion, que me olhou assustado.

-Onde está o meu irmão? – pedi, minha voz estridente e furiosa. – Victarion onde está o meu irmão?

Lágrimas se formaram em meus olhos. Victarion tinha o rosto impassível, me olhando sem sentimento algum aparente.

-Ele se perdeu na batalha em Ilha Bela. Stannis Baratheon nos venceu. – senti meu corpo amolecer. – Aeron se perdeu, talvez esteja morto, junto ao mar.

Bati em Victarion, com a dor e a raiva explodindo em mim. Soquei seu peito com força que o fez cambalear.

-Eu confiei meu irmão a você. Ele é tudo o que eu tenho de mais precioso Victarion, como pode deixar ele para traz? – seus olho negros se arregalaram, assustado. O silêncio no salão continuava. – Eu quero meu irmão de volta agora!

Meu corpo perdeu a força e escorreguei para o cão. Minha perna doendo e senti o sangue escorrendo para o chão. As lágrimas brotaram e pela primeira vez em anos e mais anos, talvez a vida toda, eu me permiti ser fraca na frente de todos.

-Aena. – Euron murmurou ao meu lado, se abaixando e tocando minha coxa. Sua mão saiu lavada de sangue. – Vamos sair daqui.

Assenti, sem conseguir pensar em mais nada. Ele me levantou nos braços e passei os braços pelo seu pescoço, escondendo o rosto encharcado de lágrimas na dobra do seu pescoço. Saímos do salão, passando pela ponte.

-Onde está Aeron, Euron? – perguntei, me sacudindo em choro.

-Não sei. Tentamos procura-lo, mas... O mar o levou. – me abracei ainda mais em seu pescoço, chorando.

-Eu quero ir atrás dele. – se passou um tempo em que fui carregada como uma criança, até que escutei o familiar ranger da minha fechadura. Fui derrubada na cama e Euron arrancou minhas botas.

-Não pode ir atrás dele. – sua voz era seria, mas de alguma forma gentil. – Temos que ficar em Pyke.

Seus dedos habilidosos tiraram minhas ataduras com rapidez, e desataram os nós da minha calça. Ele a puxou para fora, me deixando apenas com minha camisa. Me retesei, nervosa com o que ele estava fazendo.

-O que está fazendo? – seu olho azul me encarou, sério e incrédulo.

-O que acha que eu vou fazer? – se afastou, pegando um pano que estava ao lado da cama e começou a enrolar no meu ferimento. – Ainda que foi um corte limpo e não parece que vai infeccionar. Acho que se movimentou demais e ele abriu.

Observei enquanto cuidava de mim, como nunca tinha feito antes. Quando eramos crianças, ele me fazia os ferimentos, mas nunca cuidava. Me acomodei na minha cama, com os lençóis macios abraçando meu corpo. Euron terminou de me arrumar e sentou-se ao lado da cama, me observando.

-Victarion...?

-Fala comigo apenas quando é extremamente preciso. É um cabeça dura como Balon. Nos já perdemos essa luta, mas nosso irmão se recusa a parar. – fechei os olhos, deixando as lágrimas rolarem novamente. – Quer que eu saia daqui?

Neguei freneticamente. Eu não queria ficar sozinha. Senti seu corpo se acomodar próximo ao meu, seus braços me envolvendo e seus dedos brincando com meus cabelos. Deixei-me ficar ali, sentindo o seu calor me confortar, sua respiração no meu pescoço, calma e límpida.

-Tem alguma chance de Aeron estar vivo? – perguntei, com um murmúrio.

Euron encostou os lábios na minha orelha afagando meus cabelos.

-Tem possibilidades para tudo. Mas se ele estiver vivo, vai voltar para casa. – assenti, com um nó no estomago. –O que nos resta fazer é esperar e ver o que vai dar.

-Sim. – murmurei. – Victarion não contou nada a Balon?

-Não. – suspirei.

-Como vamos contar a Alannys que o filho morreu? E os outros? – ele me apertou mais contra ele, me fazendo sentir segura.

-Não pense nisso agora. – murmurou para mim. – Tente dormir e descansar.

-Não quero descansar. Quero acabar logo com isso.

Ele me virou, fazendo com que o encarasse, colando-me em seu peito. Senti falta dele, muita falta daquela voz, daquele sorriso.

-É para isso que estou falando, a grande batalha, está para começar. Durma um pouco, descanse, amanhã é outro dia. – assenti, enterrando o rosto em sua pele macia. – E você não sabe da metade do que está por vir.


Notas Finais


Desculpem o capítulo pequeno, mas essas semanas foram complicadas e eu só não quis deixar de postar por muito tempo. Mas prometo que o próximo vai ser melhor.^-^
❤❤❤❤❤


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