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História Signos de Sangue - Ponto sem volta


Escrita por: Manny

Notas do Autor


Volteeeeei! Tudo bem com vcs? Espero que sim :3
Gente, vou falar umas coisas nas notas finais, então leiam lá, okay?
Boa leitura, espero que gostem <3

Capítulo 12 - Ponto sem volta


Fanfic / Fanfiction Signos de Sangue - Ponto sem volta

 

Capítulo XI

Ponto sem volta

*✹*

 

Zhang Yi Xing sempre foi um garoto abelhudo.

Já na escola estava sempre fazendo perguntas indiscretas e descaradas. Debatia de frente com os professores e irritava os colegas com sua intromissão. Yi Xing nunca se importou muito em manter amizades sinceras. Ele acreditava na troca de favores. “Passe a resposta pra esta questão e eu investigo quem colou chiclete na sua cadeira”; “acesse o arquivo pessoal do coordenador e eu descubro o que a garota que você gosta acha de você”; “altere os resultados do meu teste de aptidão e eu encontro quem te dedurou quando você estava ‘cheirando um’”.

Seus contatos sempre foram perigosos. Mas Yi Xing não pensava em consequências quando queria alguma coisa. Sem medir as palavras, ele dizia o que vinha à cabeça, atuava para se livrar de problemas e mentia descaradamente quando julgava necessário.

E convenhamos que até demorou um tempo para ele descobrir que podemos procurar, mas nem sempre o que encontramos é algo que vai nos agradar.

Ainda estava no primário quando, curioso sobre o porquê de seu pai sempre trancar o escritório de madrugada, resolveu se esgueirar pra fora da cama, após fingir ir dormir, e correr para o escritório – ainda vazio – se escondendo atrás das cortinas.

Esperou pacientemente, até que seu pai apareceu sozinho e silencioso. Ele se sentou no sofá após se servir de uma bebida. Yi Xing já havia apanhado severamente quando foi pego experimentando a bebida amarga e fedida, então aprendeu a ficar longe.

Não demorou muito para a porta ser aberta e a babá do garoto passar por ela, a trancando em seguida.

A cena que se desenrolou em seguida não era novidade para o menino, que já havia presenciado outras ao se esconder no vestiário dos garotos mais velhos do colégio. Mas aquela cena se mostrou muito mais desenvolvida e agressiva. De alguma maneira, sentiu que testemunhava algo sujo e errado. Algo que não deveria ter visto, mesmo que sua curiosidade ultrapassasse limites.

Naquele momento, Yi Xing aprendeu que devia pensar duas vezes antes de ir a fundo em qualquer uma de suas investigações.

Principalmente quando se descuidou e deixou o rosto aparecendo demais por detrás da cortina. A babá rolou os olhos naquela direção, avistando o garoto. Com um grito agudo, empurrou o pai de menino e tentou cobrir a nudez com as mãos, correndo para trás da mesa.

O pai de Yi Xing olhou em volta, confuso, e quando encarou o filho espreitando de longe, o menino teve certeza de que se arrependeria.

O castigo foi não poder presenciar mais nada naquela casa. Yi Xing foi mandado para outro país, para viver em um colégio interno católico, de onde não saía nem nas férias escolares. Dias que não considerava como férias, já que realizava trabalhos domésticos e continuava com os estudos bíblicos maçantes para a mente agitada e curiosa de criança.

Apesar de ter tido terríveis primeiras impressões do lugar, semanas depois de sua chegada, descobriu que o enorme e gélido internato não seria tão tedioso assim.

Da outra vez que presenciara algo ainda mais errado do que o flagra do pai com a babá, foi por pura coincidência.

Yi Xing havia terminado seus deveres mais cedo, por estar se esforçando para ser visto como um garoto bom e confiável, além de poder conseguir mais tempo livre. Ele resolveu cortar caminho até o pomar – onde estava seu esconderijo – através da capela.

O lugar estava vazio. O teto alto e abobado, coberto por janelas e vitrais coloridos, dava a impressão de grandeza e soberania à capela. O menino deslizava silencioso, segurando os sapatos nas mãos para seus passos não ecoarem pelo ar gelado, denunciando sua presença. Apesar de a capela parecer vazia, Yi Xing sabia que o padre ficava nas salas atrás do altar.

Andou por entre os bancos, ágil como um gato, silencioso como uma sombra. Mas parou, assim que ouviu a voz abafada de uma criança, seguida de sussurros lentos e apaziguadores. Yi Xing prestou a atenção, tentando descobrir de onde vinham.

Quando as vozes se tornaram brevemente um pouco mais afobadas, o menino foi guiado para a sala do confessório. Deslizou para lá, ainda mais quieto. Olhou cuidadoso por entre os vãos na madeira esculpida que separava a pequena sala do salão de mármore, e por onde as vozes escapavam.

Yi Xing prendeu a respiração ao focar as pessoas que estavam ali. Eram três, e ele nunca esqueceria seus rostos; um deles era seu colega, que dormia próximo a si. Estava com o padre e uma freira; todos nus. Sentiu a boca ficar seca e as orelhas arderem e zumbirem. O coração palpitou com força e ele ofegou, andando para trás. Seu braço esbarrou em um castiçal com uma vela ainda acesa. O objeto caiu, e o baque pareceu explodir no ar, alto como o grito que estava preso em sua garganta.

Um olho o encarou por entre o vão da madeira. Yi Xing arfou e começou a correr pra fora da capela, os passos soando estalados no mármore gelado.

Ele não parou para averiguar se as vozes atrás de si eram de pessoas ou dos demônios que se escondiam nas sombras das estátuas dos anjos.

 

*✹*

 

Lay pulou no mesmo lugar acordando de repente. O carro havia passado por um buraco e dado um solavanco. Ao seu lado, Kyungsoo estava quieto, sentado encolhido, com os olhos arregalados encarando o motorista. E ao lado dele estava Kris, jogado em uma posição estranha, dormindo com a boca aberta.

Ninguém falava. Os dois varredores sentados nos bancos da frente encaravam a rua com concentração. Talvez estivessem pensando nos riscos, talvez estivessem relembrando o passado. Por mais que quisesse, Yi Xing se continha a perguntar.

Eles seguiam o mesmo carro azul turquesa, com a parte de trás levemente amassada, que saiu instantes antes da frente da fábrica, onde ficava a passagem para a Estrada. Lay olhou o relógio de pulso de Kyungsoo, com ponteiros fluorescentes; estavam viajando há quase quarenta minutos.

Cho-Hee, a Caranguejo, havia dito que seria muito melhor poder chegar ao destino que Chen propusera pela Estrada. Porém, estavam do outro lado do rio Han. A Estrada não passava por debaixo do rio. Pra isso, teriam de usar a Rota Pirata, da Netuno. Mas não poderiam correr riscos tentando utilizar a Rota, já que a Caliban devia estar vigiando as passagens, após praticamente acabar com a organização. Com certeza, pensavam que Tuno já havia sido liquidado.

Lay não podia discordar.

Por mais empolgante que fosse todo esse estratagema para derrubar a Vase, Yi Xing se sentia, curiosamente, receoso. Kyungsoo fazia questão de lhe lembrar – nem que fosse com um olhar – que a culpa de estarem envolvidos nesse plano suicida era toda do blogger. Lay não podia discordar.

Seus devaneios foram interrompidos quando Kai estacionou o carro atrás do turquesa. Estavam em frente a um prédio isolado por risco de desabamento. As portas do carro da frente foram abertas e os homens começaram a sair; um sinal para que eles ali também saíssem. Havia alguns carros parados próximos à construção.

Kris acordou com dor no pescoço e foi o último a descer, massageando a nuca com os dedos. Todos deram uma boa olhada no prédio decadente. Chen não hesitou em seguir para dentro da construção, dizendo para que o seguissem.

Havia sinais de habitação nos cômodos amplos pelos quais passavam. Camas improvisadas, lixo e comida estragada eram vistos pelos cantos, mas nenhuma pessoa foi avistada. Kyungsoo olhava para todas as portas semifechadas, para cada canto escondido por caixotes de madeira vazios e vãos disfarçados pelas sombras. Sentia que estavam sendo observados, apesar de não ter flagrado ninguém.

Chen os guiou pelo edifício até os fundos, onde estavam as escadas. As escadas de ferro do exterior haviam sido quebradas até a altura do quinto andar; não havia chances de subir de elevador, pois não havia energia e eles pareciam frágeis com as barras de ferro corroídas pelo tempo. A única maneira de subir, era pelas escadas interiores localizadas ao lado dos elevadores incapacitados.

Chen empurrou a porta de madeira podre; não havia maçaneta para trancá-la.

— Tem certeza de que esse é o lugar? — Yi Xing perguntou, quebrando o silêncio. — Parece tão... sei lá, acabado.

Chen sorriu.

— Ótimo.

O golpista continuou andando, seguindo pelas escadas de aparência duvidosa. A madeira rangeu com o peso de Chen, mas não desabou. Os outros, um a um, o seguiram.

— Esse lugar é recente — Chen falou. — No sentido de estarmos aqui há pouco tempo. Logo vamos nos mudar.

— A Bank Cash não tem uma sede fixa? — Kris se interessou.

— Não. Nós somos a organização mais difícil de localizar de todas. E provavelmente a mais difícil de atingir. Isso é cortesia do nosso líder, Bob. Ele é ex-soldado russo, então é paranoico até a medula dos ossos.

— E quem não é hoje em dia? — Lay riu, mas os outros o ignoraram, então ele se calou.

— Como seus homens ficam sabendo da mudança de local? — Kris continuou a questionar.

— Não ficam. Só Bob, Baekhyun e eu sabemos o mapeamento de migração. Nossos homens fazem seus serviços sem problema nenhum, sendo avisados por mensageiros. Temos capangas por toda a cidade.

— Não cuidam de bairros como as outras organizações? — Junmyeon indagou atraindo a atenção dos outros, que ainda desconfiavam do policial.

Chen respondeu sem se importar.

— Cuidamos de longe dos nossos. Não mantemos posse de território nenhum. Mas, ao mesmo tempo, estamos em todos.

— É por isso que a polícia tem tão pouca informação sobre vocês.

O golpista encarou Junmyeon com um largo sorriso.

— É excelente saber disso.

Continuaram a subir até o último andar. Chen respondia perguntas sobre a atuação da Bank Cash no capitalismo do Submundo, contando que eram agiotas. Faziam empréstimos com altos juros. Importavam armamentos pesados e munição. E faziam negócios com organizações estrangeiras através de Bob. Além disso, Chen e Baekhyun eram golpistas que roubavam milionários estrangeiros.

— Vocês gostam mesmo de grana — Lay comentou.

— Você não? — Chen riu.

— Hum... eu vivo com o essencial.

— Ah, fala sério. Você não adora botar a mão num grosso bolo de dinheiro? — Kris estalou os lábios. — Consigo até imaginar o cheirinho das notas.

— Vocês provavelmente devem ignorar isso, mas o dinheiro é o principal culpado por todo o mundo estar atolado na merda.

Chen riu.

— Isso não faz sentido. É o dinheiro que move o mundo. Sem ele tudo seria caos.

— Bem, acho que me expressei mal — Lay falou ofegante por subir tantos degraus. — A ganância humana, essa é a responsável por tudo de ruim que acontece. E quanto ao caos, ele já tá rolando faz tempo. Todo o mundo é uma grande máquina de lavar ligada flutuando no espaço, desde que as pessoas descobriram como enganar, trapacear e mentir.

Kyungsoo riu sarcástico.

— Não pode estar condenando essas coisas. Você praticamente vive na mentira, engana qualquer um pra conseguir o que quer. É um grande ganancioso, e não por dinheiro, mas por informação.

— Bem... nunca disse que me orgulhava disso. Mas se nós conseguirmos concluir o plano, tudo vai ter valido a pena.

O hacker bufou e murmurou um “hipócrita” que não passou despercebido por Yi Xing.

— Que porra, Kyung, até quando você vai me culpar?

— Até eu poder dormir na minha cama sem medo de um assassino entrar no meu quarto e cortar a minha garganta!

— Se for assim, vai culpá-lo por toda a vida.

Todos se calaram e se viraram para encarar o varredor de semblante sombrio. Kyungsoo se perturbou com o que Kai disse e tropeçou no degrau, caindo pra frente. Antes de bater a boca no degrau de cima, teve o braço agarrado por Kai, que parou a queda.

— Olha, já disseram que eu sou pessimista — comentou Lay. — Mas você ganhou, hein?

Kyungsoo engoliu em seco, se recuperando do susto. Kai o soltou quando o rapaz se endireitou. Kyungsoo desviou o olhar sentindo o estômago se apertando de dor. Pela enésima vez ele desejou poder estar no trabalho, ou em casa tomando chocolate quente com marshmallows.

Mas sabia que isso não aconteceria. Então voltou a subir as escadas, acompanhando os outros e sendo seguido pelo assassino.

 

*✹*

 

Chen correu pra dentro do trailer estacionado no parque. Esperava encontrar Baekhyun, mas o veículo estava vazio. Bufou e deixou a sacola com morangos na mesinha retrátil, saindo para o estacionamento.

Estava escuro, mas não o suficiente para Chen precisar de uma lanterna. O crepúsculo sempre era mais denso no parque. Chen não gostava desse horário onde dia e noite se encontravam, onde as trevas precediam a luz, engolindo-a, sufocando-a. Ele se sentia igualmente sufocado.

Mas sabia que Baekhyun não pensava assim. Ele adorava como luz e sombras dançavam juntas; como o céu parecia um quadro borrado com várias cores de tintas. Chen sabia onde Baekhyun estava.

Correndo pela trilha – Chen estava sempre correndo – chegou até a enorme pedra que ficava abaixo do mirante, depois da grade de proteção: um lugar perigoso, perfeito para Baekhyun. Chen viu o amigo deitado na pedra, observando o céu. Estava com seus fones nos ouvidos, a música alta demais soava abafada no silêncio da quase noite.

Chen se aproximou sorrateiro. Então, quando estava próximo o suficiente, pulou em Baekhyun, arrancando os fones e rugindo em meio às risadas. Baekhyun pulou e socou as costas do outro, xingando-o como louco.

— Seu babaca! Eu podia te matar, idiota! Não chegue dessa maneira!

Chen gargalhou ao se deitar.

— Nossa, que medo. Você até parece aqueles filhotinhos de gato que ficam chiando tentando botar medo em cachorro grande.

Baekhyun fez uma careta.

—Pff, cachorro grande... debochou. Devia ter medo mesmo. Besta.

Então voltou a se deitar emburrado, com o amigo ao lado.

Chen pegou um dos lados do fone, colocando no ouvido que estava do lado oposto do de Baekhyun, para poder ouvi-lo se ele falasse. Baekhyun fez o mesmo.

Ficaram em silêncio, ouvindo o rock antigo e lento que tocava. O sol já havia se escondido totalmente e estava bem escuro ali, mas os garotos não eram do tipo que tinham medo do escuro. Sabia que havia coisas muito mais assustadoras do que lendas e fantasmas que se escondiam na noite.

— Minha mãe piorou — Baekhyun murmurou. — O hospital ainda se recusa a lhe dar os remédios, porque ela não tem como pagar.

Chen virou o rosto em direção ao outro, ouvindo.

— Baekbeom hyung está tentando arrumar outro emprego. Ele não me deixa ajudar. Diz que eu não devo me preocupar com essas coisas, porque sou criança. Eu não sou criança! Tenho treze anos e meio. Mas ele nem quer me ouvir.

— O Bob pode te ajudar.

— Meu hyung nunca vai aceitar dinheiro de agiota, Chen, você sabe disso — ele suspirou. — Ele diz que se formos honestos, as coisas vão melhorar. Ele diz que nada de bom vem com o crime.

— Não vai ser crime, vocês vão pagar o Bob depois.

— O dinheiro do Bob é dinheiro do crime, Chen. Meu irmão nunca vai ver de outra forma.

Chen ficou olhando o amigo que estava pensativo e deprimido. Se pudesse, daria seu próprio dinheiro pra Baekhyun. Sabia o quanto ele amava a mãe, pois Chen amava a sua também, mesmo que ela não vivesse mais. Ele sabia que se pudesse ter impedido sua morte, faria qualquer coisa.

Mas Chen não tinha dinheiro nenhum. Bob cuidava de si, mas não lhe dava dinheiro. E com o tempo, Chen sabia que começaria a trabalhar para o russo como forma de retribuir todos os favores que ele fizera.

Baekhyun suspirou de leve. Chen sorriu e se inclinou para ele, beijando-o nos lábios rapidamente. Eles estavam começando a fazer isso nesses tempos.

— Yaah... — Baekhyun reclamou, contendo um sorriso. — Quem o deixou fazer isso?

— Ninguém — Chen sorriu maroto. — Você não vive se gabando de que faz tudo o que quer só por querer? Então, também estou fazendo o que eu quero.

Baekhyun girou os olhos.

— Aish, pra mim está sendo um pervertido.

— E se eu quiser ser um pervertido? — ele abriu um sorriso malicioso.

Baekhyun fingiu irritação e se virou para o outro, o batendo de leve, enquanto Chen gargalhava e tentava se proteger com os braços. Baekhyun segurou seus braços e os afastou, podendo olhar o amigo nos olhos. Chen ainda estava sorrindo.

— Se você também quer fazer isso, faça logo, não se reprima.

Baekhyun lhe deu um tapa na cabeça.

— Besta.

Mas então se inclinou, selando os lábios mais uma vez, um pouco mais demorado. Trocavam beijos inocentes e superficiais, mas cheios de afeição. Isso os fazia se sentirem melhor, por algum motivo.

— Só você pra me fazer rir num momento desses — Baekhyun falou depois de se afastar.

Chen agora sorria com carinho.

— Nós vamos dar um jeito, Baekkie. Então não se preocupe tanto, sim?

Baekhyun sorriu e balançou a cabeça, concordando.

Então voltou a se deitar, segurou a mão de Chen e aumentou o volume da música que eles ouviram em meio a silêncio acolhedor do parque.

 

*✹*

 

O grupo chegou ao último andar do edifício. Chen entrou na sala ampla, sendo seguido pelos outros. A sala estava repleta de caixotes bem fechados, contendo mercadorias. Alguns homens estavam conversando lá, pararam e olharam para os recém-chegados.

Chen olhou em volta, tentando localizar o líder da Bank Cash. Foi surpreendido pelo homem alto e corpulento que avançou para ele e o apertou com os braços. O golpista gargalhou.

— Chen! Seu safado! — rugiu o homem ao abraçá-lo. — É melhor ter uma boa explicação por ter sumido e por Baekhyun ter chegado aqui quase morto!

O sorriso de Chen murchou e ele encarou o homem.

— O quê? Baekhyun está aqui? Ele está bem?

— Está, não graças a você. Ele está na outra sala, tem um médico carrancudo cuidando dele. Um pirralho irritante e o líder da Netuno também estão lá.

Chen se virou para os outros, que se aproximaram. Ele parecia abalado.

— Bob, vamos explicar tudo. Mas primeiro nos leve até eles.

Bob encarou o grupo e franziu a testa.

— Quem, diabos, são esses ai?

— Ahn... fazem parte da explicação.

Chen foi encarado pelo homem. Sabia que estava encrencado, mas só queria ter certeza de que Baekhyun estava bem.

— Tudo bem — Bob falou. — Explicações depois. Baekhyun está no quarto dele.

— Obrigado, Bob.

Chen avançou pela sala. Xiumin o seguiu. Os outros ficaram para trás, na mira de Bob. Chen ouviu Cho-Hee se apresentar e o homem rugir de surpresa ao descobrir quem ela era.

O golpista e o ocultista entraram em uma sala escura e um pouco menor do que a anterior. O quarto de Baekhyun não era bem um quarto. Era um cômodo repleto de mais caixotes com uma cama em um canto escondido. Como eles não ficavam muito tempo num mesmo lugar guardavam seus bens valiosos em esconderijos, levando consigo só o essencial.

Os dois homens avistaram Sehun e Chanyeol sentados em caixotes. O traficante parecia exausto, mas Tuno estava alerta, com a testa franzida constantemente.

— Ah! Finalmente! — Sehun ofegou. — Kris está com vocês? Por favor, diga que ele veio com vocês.

— Ele está lá na entrada, com os outros.

Sehun suspirou e passou por eles, indo encontrar o mais velho.

Baekhyun dormia deitado na cama escondida. Sua respiração estava tranquila, mas seu rosto mostrava que havia passado por muita coisa. Estava pálido, com os lábios secos e rachados, os cabelos suados caindo na testa. O abdome e as calças estavam sujos de sangue e o braço esquerdo fora enfaixado até acima do ombro.

Luhan, o médico, estava sentado no canto, fazendo anotações. Ele levantou o olhar para Chen, que o encarou desconfiado. Depois de ter brigado com o médico por descobrir que os enganara, não confiava nele.

— Por que ele está assim? — Chen perguntou. — O antídoto não funcionou?

Luhan respirou profundamente.

— Funcionou. Mas ele perdeu muito sangue, forçou o ferimento e se esforçou em demasia. Vai ter que ficar em repouso por alguns dias, ou então não vai se recuperar.

O outro balançou a cabeça, concordando. Luhan se levantou, guardando as anotações em uma bolsa.

— Vou conversar com Kris.

E saiu, deixando Chen e Xiumin com Baekhyun e Tuno.

Ele olhou para Chanyeol, que o olhou de volta. Chen notou sua perna costurada. O ferimento parecia bem até demais, sem sinais de infecção e inflamação.

— O que aconteceu lá? — Chen perguntou.

— Fomos surpreendidos pela Caliban. Mandaram um grupo grande pra nos matar.

Chen franziu o cenho.

— E vocês escaparam? Como?

Chanyeol riu soprado.

— Até parece que não conhece seu amigo. Ele é duro na queda, tenho que admitir.

Então Chanyeol contou tudo o que aconteceu no Depósito. Desde como mataram o grupo da Caliban até como roubaram um carro e dirigiram até ali. Bob os recebeu com uma arma apontada para eles, mas recuou quando viu Baekhyun desacordado e sangrando. Eles estavam ali há mais de uma hora.

— E agora, se não se importam — falou Chanyeol irritado. — É bom nos darem uma ótima explicação sobre tudo o que está acontecendo. Quase morri mais vezes do que em qualquer outra época da minha vida. Você também, Xiumin, você me colocou nessa.

O ocultista sorriu.

— Não poderia concordar mais com você, meu amigo. Venha, os outros devem estar conversando com o nosso anfitrião. Colocaremos todas as cartas na mesa pra você.

Chen olhou para Fish que lhe deu uma piscadela e saiu com Chanyeol.

O golpista suspirou encarando a porta por onde os outros saíram. Sua mente estava acelerada e o cansaço começava a lhe tomar o corpo.

— Pensei que não fossem sair nunca.

Chen se assustou e se virou para ver Baekhyun o encarando com os olhos cerrados. Sua voz soava fraca e enrouquecida.

— Baek — Chen se sentou na cama, ao lado do outro.

— Não acredito que eu vou ser o último a saber do que está acontecendo. Eu sempre sou o primeiro a saber das coisas.

Chen sorriu com a reclamação do amigo.

— Vou te contar tudo, não se preocupe. — Então seu semblante se tornou triste. — Me perdoe por ter te abandonado lá. Eu não sabia que iria demorar.

Baekhyun riu.

— Eu sempre perdoo sua ingenuidade, Chen. Mas você tem que ser mais esperto. Principalmente com essa gente. Eu não sei o que querem, mas aposto que não vai ser coisa boa.

— E você está certo.

Chen abaixou o olhar, com o pensamento voando pra longe.

— O que é, Chennie? — Baekhyun perguntou com suavidade. — Em que nos metemos dessa vez?

O amigo levantou o olhar e engoliu em seco.

— Dessa vez não vamos ter escolha, Baek. Dessa vez nós realmente nos fodemos.

 

*✹*

 

Fim do Capítulo XI


Notas Finais


FUDEU!
Finalmente postei um flashback do Lay, só consegui encaixar agora ;u;
Uma pitada de ChenBaek, pq amo demais hehe
Alguém aí quer comentar o fato de o Kyung ser tão fodido na vida? xD
Gente, esse é o último capítulo daquele período de transição que eu falei, da primeira parte, que era a apresentação da história e os carai e do começo da Derrubada, que começa no próximo. O próximo capítulo vai ser frenético ahuahuahau e talvez um pouco maior, depende do tanto de coisas que eu quero colocar nele :3
Me digam o que estão achando. Quanto ao romance hjdvnsjbsjf vai sair, calma xD só preciso das brechas certas :B
Obrigada por ler! <3
Beijooooos! *3*

*

Link da Playlist de Signos de Sangue:
https://open.spotify.com/user/manny_chuva/playlist/5rPiCF5EJanZ7UU065QlzF


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