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História Fantasia (EM REVISÃO) - E então começa


Escrita por: jackehina e icrisally

Notas do Autor


Hello *-*
Quanto tempo, neh? Pois é, dessa vez quebrou todos os recordes. Esperamos que vocês ainda se lembrem da historia. kkkkkk
Bom, leia as notas finais que explicamos tudinho o que aconteceu e lá também tem um “presentinho” para vocês.

Capítulo 4 - E então começa


Fanfic / Fanfiction Fantasia (EM REVISÃO) - E então começa

 

Então todos os copos se quebraram

Os cacos ficaram sob nossos pés

-Lorde

 

A adrenalina percorria todo o corpo do enorme lobo negro enquanto ele corria. A floresta passava por ele rapidamente, mas o grande lobo conseguia acompanhar tudo o que o rodeava. Suas patas iam de encontro ao chão com voracidade, o impulsionando para frente, em um ritmo constante. Era noite, e Naruto tomava frente de sua matilha enquanto seguia para o pequeno vilarejo que Kiba havia lhe falado. Ele corria entre as árvores, suas patas batiam de encontro às folhas secas e galhos. Entre suas garras, podia sentir a terra macia, o vento batendo em seu pelo negro. Um uivo escapou de sua garganta, recebendo como reposta outros uivos. A lua era a claridade daquela noite. Seus olhos vermelhos avistaram à frente um vulto negro sobre as árvores, se mexendo diligentemente na parte mais escura da floresta. Os olhos vermelhos de ambos se encontraram, em um silêncio significativo. Deu outro uivo, avisando que já estavam próximos, parando em seguida e olhando para trás, para sua matilha.  Assentiu com seu focinho, quatro de seus lobos seguiram a direita, outros cincos seguiram a esquerda. Ele e mais seis seguiram adiante.

A pequena vila estava quieta e escura. Já era tarde da noite, todos estavam dormindo. Assim era melhor, pensou o lobo negro. Enquanto se esgueiravam por entre as casas simples de madeiras, olhou entre as frestas, constatando que os moradores dormiam tranquilamente. Viu em uma delas Sasuke, enfiando suas presas no pescoço de uma jovem e sugando seu sangue silenciosamente, alimentando-se. Naruto voltou seu olhar para os lobos atrás de si, assentindo para dividirem e escolher as casas. Avistou Kiba, um lobo quase todo de pelo marrom, apenas com dois riscos da cor alaranjada, quase avermelhada, abaixo dos olhos, quebrando a porta com seu peso e adentrando a casa. Depois disso, os restantes dos lobos fizeram o mesmo. Gritos ecoaram por todo o vilarejo, enquanto lobos enormes matavam seus moradores.

Naruto continuou andando entre as ruas de terra e poças de lama; uma mulher saiu correndo de uma das casas, fugindo de um dos lobos. Assim que o lobo negro a viu, pulou em sua garganta, matando-a, sem chance alguma. Crianças também eram mortas. Na verdade, elas eram as primeiras. Sempre as pegavam dormindo, era uma morte rápida e sem dor. Assim preferia acreditar Naruto. Os homens eram os segundos a morrerem, eles eram os mais difíceis, pois lutavam bravamente para proteger suas esposas. E suas mulheres, quando não eram mortas em seguida, alguns lobos a tinha para si. Por mais que não gostasse daquilo, ele não podia proibir. Sua matilha lutava por sobrevivência e por seu líder. E como bom líder, tinha que deixar seus lobos aproveitarem de suas vítimas como os convinham.

Aos poucos, os lobos foram se agrupando ao redor do alfa, que estava sentado sobre as patas, observando tudo. Naruto só participava da matança quando era algo grande, na maioria das vezes só observava para que se algo saísse errado, ele consertasse. Sasuke caminhou até ele, com sua boca escorrendo sangue, como um legítimo vampiro, parando ao seu lado esquerdo. Shikamaru, o beta, parou ao seu lado direito. Quando todos os lobos pararam à sua frente, ele uivou. Seguido de sua matilha. Aos poucos, ambos foram se transformando em humanos novamente. Naruto sentiu sua pele rasgar, causando-lhe uma dor que no começo era insuportável, mas que depois de um tempo se tornou uma dor normal, em seu ponto de vista.

O vento frio fez os pelos de suas peles humanas se arrepiarem. Todos, agora homens e mulheres, estavam nus. Naruto caminhou tranquilamente até a entrada de uma das casas, não se importando com sua nudez. Pois todos que eram lobos, após deixarem de ser, ficavam nus, pois suas roupas se rasgavam com a transformação. E isso era um dos motivos que os levavam a saquear vilas. Antes de adentrar a casa, o loiro ordenou:

— Peguem tudo que for necessário e depois taquem fogo nas casas. – sua voz saiu em um tom razoável de liderança.

Os homens e mulheres assentiram, caminhando para as casas e saqueando tudo que era necessário para matilha. Sasuke seguiu Naruto, passando pelo corpo de uma moça, ao qual o loiro tinha matado.

— Você pensou no que te falei? – questionou o moreno, vendo Naruto bagunçar uma cômoda dentro da casa.

— Sobre? – o loiro sequer olhou para Sasuke. Pegou um saco grande e começou a colocar todos os objetos que podiam vender e usar.

— Sobre a Hyuuga. – disse calmamente o Uchiha, enquanto olhava uma boneca de pano, jogada no chão. O moreno olhou para dentro de uma cortina simples, feita de remendo, vendo uma menininha sangrando, morta em cima da cama.

— E o que mesmo você disse? – indagou Naruto, jogando talheres e pratos de alumínios dentro do saco.

Sasuke voltou seu olhar para o loiro, que estava de costa para si. Suspirou longamente, entediado.

— Que aquela menina deve ficar com a gente. – o moreno aproximou-se de uma cadeira, perto de uma mesa, e sentou-se, colocando seus pés sobre a mesa, tranquilamente.

Naruto olhou sobre os ombros para os pés de Sasuke e depois para o rosto do Uchiha, erguendo uma de suas sobrancelhas.

— E por que deveria a deixar com a gente? – deu ênfase na última palavra.

— Porque ela vai ser útil, muito mais para a gente do que para as Amazonas. – disse dando de ombros.

Naruto caminhou até o quarto, que segundos antes Sasuke viu a menininha. O loiro passou pela criança sem nem a olhar, foi até um guarda-roupa caindo aos pedaços, vendo que só tinha roupas femininas.

— Tsunade quer a levar, como acha que vou conseguir impedi-la? – indagou Naruto, enquanto olhava o guarda-roupa.

— Você sempre a convence. – retrucou Sasuke.

Naruto deu sorriso de canto, agora olhando um vestido.

— Tudo bem. Vou tentar. – disse o loiro saindo do quarto e jogando um vestido para Sasuke. O moreno franziu o cenho para Naruto, questionado a atitude. — É para a nossa mais nova moradora. – sorriu.

Após saquearem, o bando seguiu para o alojamento no meio da floresta.

 

 

Hinata estava deitada, olhando o teto da tenda. Quando voltou a acordar novamente, já era de noite e não tinha ninguém ali. Sem se mover, a Hyuuga continuou fitando o teto, tentando inutilmente não pensar no que aconteceu na noite passada. Hanabi. Neji. Seu pai. Todos estavam mortos. Por quê? Respirando fundo, Hinata virou seu rosto para o lado direito da cama, observando o nada. Lágrimas escorriam pelo canto de seus olhos, aos poucos a dor fora novamente aparecendo. Mas ela não queria acreditar, estava em choque. Aquilo tudo era um sonho. Fechou os olhos fortemente, os abrindo em seguida quando ouviu um barulho vindo de fora.

O pano da entrada da tenda fora puxado, revelando a entrada de uma jovem. A garota de cabelo peculiarmente róseo caminhou até a morena deitada, com um singelo sorriso receptivo.

— Vejo que já acordou. – comentou a rosada, se aproximando dela, em pé.

Hinata prendeu a respiração. Quem eram aquelas pessoas? Por que a trouxeram para ali?

— Quem é você? – sua indagação saiu apreensiva.

A jovem sorriu acolhedora. Parando seu percurso.

— Sakura. Haruno Sakura. E você, como se chama? – questionou brandamente a menina, terminando de se aproximar.

— Hinata. Hyuuga Hinata. – disse fracamente a morena.

O que eles queriam com ela?

— Eu sabia que era uma Hyuuga. Já ouvir falar muito de seu povo, apesar de ter visto apenas um de vocês. – comentou com certo ânimo.

Hinata franziu o cenho.

— O que você ouviu falar sobre meu povo? – questionou com semblante tenso.

Sakura respirou fundo, parando em pé, próximo da cama.

— Muitas coisas. Vocês são muito poderosos e causa controvérsia por serem tão pacíficos e não muito sociáveis. – respondeu à rosada, dando de ombros.

A Hyuuga permaneceu calada, pensativa.

Se eles a quisessem morta, já teriam feito, pois ficara indefesa por horas. Então o que eles queriam? Havia mais deles. Lembrou-se de quando acordou pela primeira vez, havia várias pessoas ali dentro.

— Onde estão todos aqueles outros? – indagou curiosa.

Sakura sentou-se na beira da cama, jogando os cabelos compridos para lateral oposta de Hinata, arfando fundo antes de responder.

— A maioria da matilha está saqueando uma vila que Kiba achou. – respondeu por fim.

— Saquear? – Hinata arregalou os olhos.

Sakura se limitou apenas a assentir. Sabia que a palavra saquear era muito forte, mas nem tanta se comparado a roubo. Um silêncio constrangedor se instalou no ambiente. A amazona não queria encher a garota à sua frente de indagações, por mais que sua vontade fosse essa. E Hinata não sabia ao certo o que falar.

Queria perguntar o que eles queriam. Mas estava com medo. Covarde! Sua mente lhe xingou. Sakura era uma boa pessoa. Ou talvez só estivesse fingindo. Sua cabeça começara a doer, por isso tratou de pensar em outra coisa.

— Você disse matilha. O que quer dizer com isso? – a Hyuuga indagou depois de um tempo.

— Matilha de lobos. – Sakura olhou para a cara assustada de Hinata e sorriu divertida. — Seu pai nunca lhe disse sobre os outros seres?

— Já, mas nunca entrou em detalhes. Eu achava que era mais um conto. – deu de ombros a morena. — Nunca presenciamos nada de anormal. Por mais que soubesse que carregava um poder, nunca realmente me passou pela cabeça que havia seres assim.

A morena lembrou-se do uivo que ouviu antes de desmaiar quando estava voltando para sua vila. Aquilo era uma pessoa?

Sakura assentiu, compreendendo. Aproveitando a deixa, tentou aprofundar sobre o ocorrido na noite passada.

— Sobre seu clã, o que aconteceu ontem? – indagou apreensiva a rosada.

Hinata respirou fundo, prendendo por um tempo o ar em seus pulmões. Seu coração palpitou forte em seu peito.

— Eu não sei muito bem. – a morena franziu o cenho. — Estávamos comemorando o aniversário de vinte e um anos de meu irmão mais velho. Sabe, no nosso clã, quando se completa vinte e um anos é hora de saber sobre o segredo do clã e seu poder. E Neji, como futuro líder, era saudado por todos. – novamente o coração dela bateu dolorosamente. Em questão de segundos todo seu dia se transformou em uma catástrofe.

Sem perceber, os dedos de Hinata batucavam sobre a coberta em seu colo. Seu olhar ser tornou perdido, como se tivesse vendo novamente os portões da vila caindo e as pessoas estranhas de capuz, com chamas em suas mãos. Viu o garoto de cabelo vermelho e de tatuagem estranha na testa; o olhar dele era arrepiante. Mas nada apagaria de sua memória o homem de cabelos grisalhos e com uma foice em suas mãos. O sorriso sádico em seu rosto. Sentiu o desespero apoderar-se de si; o ar começou a fazer falta em seus pulmões. E só assim percebeu que prendera a respiração, enquanto divagava.

— Hinata? – Sakura encostou um de suas mãos nas costas da morena, aparando-a. — Respire. – ordenou à rosada.

A Hyuuga fechou os olhos fortemente, tentando controlar a respiração descompassada.

— Perdão. Eu... – mas antes que continuasse, a tenda fora aberta e por ela passou um moreno de olhos ônix.

— Sasuke. – Sakura se levantou rapidamente, mantendo seu olhar no moreno.  — Já voltaram? – indagou sem graça à rosada.

O homem apenas assentiu, mantendo seu olhar em Hinata, que corou sem graça.

— Vejo que já acordou. Vou chamar Naruto, vamos nos reunir. – disse por fim o moreno, já se pondo para retirar do quarto, mas Sakura o chamou antes disso.

— Acredito que não seja o melhor. Ela ainda está em choque. – Aconselhou à rosada.

Sasuke deu dois passos para frente, olhando profundamente a morena na cama. A deixando ainda mais sem jeito.

— Está cansada? – a voz do moreno era grossa e ríspida, fazendo Hinata se curvar, assombrada. Ela negou de imediato.

Sasuke arqueou a sobrancelha para Sakura.

— Viu, ela está bem. Acredito que ela possa nos contar o que aconteceu. – sem mais delongas, se retirou da tenda.

A Haruno bufou alto.

— Não liga para ele. Sasuke não é muito bom em ser receptivo. – sorriu sem graça para a morena, ainda assombrada pelo jeito grosso do rapaz.

Em menos de dez minutos, a tenda onde Hinata estava fora se enchendo de pessoas. Na verdade, era só seis. Mas para a Hyuuga já era muito. O último a adentrar fora o loiro que ela viu antes de desmaiar. Ele estava novamente sem camisa, vestindo uma calça de pano leve e simples. Dentro daquela tenda, de homem, o único que se encontrava vestido adequadamente em sua opinião, era o moreno que fora rude consigo. Até mesmo Sakura e a outra mulher loira de seios fartos vestiam roupas ousadas.

Naruto parou em pé, próximo a dois homens; um moreno, este tinha cabelo grande e preso, e o outro, cabelos grandes e grisalhos, também preso. Mais ao canto da tenda estava o garoto pálido, a quem Sakura chamou pelo nome Sasuke. E Sakura, assim como a loira de seios fartos, estavam próximas a ela.

— Então? Vai nos contar ou desmaiar? – questionou o loiro, sem muito ânimo, assim que adentrou a tenda.

A morena, que estava sentada ainda sobre a cama, desviou seu olhar de Sakura, que sorria acolhedora, dando atenção ao homem que lhe dirigiu a palavra.

Por um breve momento, Hinata encarou os olhos azuis do loiro, desviando em seguida com as bochechas coradas. Ela não gostava muito de falar com homens. Ela sempre gaguejava e se atrapalhava. Sempre preferiu evitar momentos constrangedores; e naquele momento, ali, era um daqueles que ela tentava evitar. A morena sentiu as mãos de Sakura sobre a sua, a incentivando. Entretanto antes de abrir a boca, a rosada o fez.

— Hinata, quero que conheça o líder dos lobos, Namikaze Naruto. – Haruno apontou para o loiro, em seguida para o moreno ao lado do tal Naruto. — Aquele é Shikamaru, o beta da matilha. E esse senhor é Jiraya, o ancião.

Sakura olhou para Hinata, vendo se ela havia compreendido. Percebendo que sim, ela continuou.

— Aquele outro moreno ali, se chama Sasuke, como já deve ter reparado. Ele não é lobo, na verdade, é um vampiro. E acredita-se que o único. – Sakura trocou um rápido e profundo olhar com Sasuke. — E essa aqui. — colocou a uma das mãos no ombro da loira. — se chama Tsunade. A líder das Amazonas. Especificamente, minha líder.

A Hyuuga arregalou os olhos. Sakura não era um lobo? Amazona? O que é uma Amazona? Mas antes que pudesse tirar suas dúvidas, a Haruno prosseguiu, mas não para ela.

— Hinata estava me contando que antes do ataque, seu clã estava festejando o aniversário de vinte e um anos de seu irmão mais velho e futuro líder de seu povo. – Sakura olhou para Hinata, assentindo para ela continuar a história.

A Hyuuga respirou fundo. Olhou para seus dedos que estavam em cima da coberta em seu colo. Por um momento, pensou em não contar. Por que ela contaria? Por que eles queriam saber? Tudo bem, eles haviam ajudado ela, mesmo não sabendo o porquê. Seus olhos foram procurar pelos de Sakura, mas por algum motivo, eles acabaram indo de encontro com os olhos azuis. Hinata se permitiu encarar aquelas safiras, eram lindas... E obscuras. Ruborizando, a morena desviou o olhar quando viu o loiro arquear uma sobrancelha, por causa de seu olhar.  Relaxando os músculos, ou, pelo menos tentando, ela se permitiu a continuar a história: desde o ataque aos portões e pessoas com capuz com chamas em suas mãos, aos detalhes da morte de sua irmã caçula e sua fuga. Ao terminar, por incrível que pareça, Hinata sentiu um alívio ao colocar tudo para fora. Porém fora doloroso, pois ao lembrar-se de sua irmã e o modo como fora morta cruelmente, a fez se sentir uma inútil por não ter feito nada. Em todo momento de sua narração, seus olhos estavam em Sakura, pois se sentia mais confiante a olhar. Entretanto, após terminar e o silêncio se instalar, ela buscou diretamente o olhar do homem loiro novamente. E se arrependeu imediatamente, pois este a encarava profundamente, como se esperasse que fizesse isso. Desviando o olhar, sentiu suas bochechas esquentarem e uma leve tremedeira em suas pernas.

Pelo canto dos olhos, a morena viu Naruto desviando seu olhar do dela e dando atenção agora a Sasuke, que estava com um semblante raivoso, e também vitorioso. Jiraya aproximou-se de Tsunade e sussurrou alguma coisa, que a loira assentiu.

— Eu sinto muito. – Lamentou a loira, após o momento em silêncio, sorrindo gentil. — Iremos investigar tudo que ocorreu com seu clã. E as informações que nos passou são muito valiosas. – Tsunade afagou os cabelos grandes da garota, ainda sorrindo gentilmente.

Hinata devolveu o sorriso. Ela estava feliz por achar pessoas que a ajudariam. E lembrou-se uma coisa.

 

“– Corra o mais rápido que puder, assim que acabar irei atrás de você. Eles estão vindo para nos ajudar.  – ele beijou a testa dela, soltando as mãos em seguida, libertando-a.”

 

— Meu irmão disse que pessoas viriam para ajudar. Eram de vocês que meu irmão estava falando? – indagou curiosa.

— Sim. – quem respondeu a morena fora Jiraya.

A Hyuuga não tinha reparado muito bem naquele homem, e agora o olhando, ela notou que tinha uma face dura, mas um sorriso gentil e mais alguma coisa que não sabia identificar ainda. Era alto, de pele morena e forte; e os longos cabelos grisalhos, presos abaixo da nuca, davam-lhe um ar de sabedoria. Com tudo, parecia um bom homem.

— E falando nisso, os boatos sobre as mulheres Hyuuga são verdadeiras. – Hinata franziu o cenho confusa. Jiraya riu e continuou. — Sobre a beleza. A senhorita é muito bonita. – sorriu galanteador.

A morena ruborizou-se e abaixou a cabeça sem graça. Tsunade fechou as mãos fortemente, respirando fundo. Estava demorando a Jiraya soltar um de suas cantadas baratas. Naruto riu alto, aproximando-se do velho e colocando sua mão sobre seu ombro.

— Calma, assim vai assustar a garota. – sorriu divertido o loiro. Naruto olhou para Shikamaru por trás do ombro. O moreno assentiu, entendendo o olhar de seu alfa — Como Tsunade disse, foi muito valioso o que nos disse. Mas acredito que esteja com fome. Pedirei para lhe trazer comida. – o tom do loiro estava acolhedor.

Fora só fala em comida que Hinata sentiu seu estômago rosnar. Ela assentiu sem olhar.

— Bom, vamos a deixar descansar. – disse por fim o loiro, fazendo todos assentir.

E sem mais delongas, todos se retiraram. Fazendo Sakura prometer que voltaria mais tarde para ver como ela estava, Hinata se deixou relaxar após todos saírem, deitando-se na cama, calmamente. O que aconteceria com ela agora?

 

 

Shikamaru abriu a tenda onde faziam reuniões, deixando que todos adentrassem, sendo o último a fazer isso.

— O que acha de tudo que ela falou? – questionou Naruto a Shikamaru.

— Problemático. – suspirou o moreno com cara de tédio.

Naruto semicerrou os olhos, olhando para a jarra de madeira que jazia sobre uma simples mesinha no canto da tenda, percebendo que estava vazia.

— Não acredito que você acabou com a bebida, seu velho tarado. – bradou o loiro.

Jiraya sorriu de canto, se sentando a mesa ao lado de Tsunade.

— As bruxas estão bem vivas e reunidas. – disse Sasuke com um tom vitorioso, mas seu semblante sério.

— Parabéns. O que devemos fazer agora? – questionou Sakura, astuta.

— Boa pergunta. O que faremos Shikamaru? – Naruto dirigiu a questão para o moreno que ainda estava em pé próximo da entrada. O Nara ergueu uma das sobrancelhas.

— O que te faz pensar que eu sei? – retrucou o moreno.

— Ora, você é o inteligente aqui. – o tom do loiro era de deboche.

— E você é o Alfa. – disse ríspido o moreno.

— Isso mesmo, eu sou o Alfa. E eu vou responder todas as questões. – o tom de deboche sumiu. Naruto fechou o semblante imediatamente, e em questão de segundos, se transformou em outra pessoa. — Não faremos nada. – sua voz era ríspida. Todos o encararam cético. Mas antes que se manifestassem, o loiro continuou: — Não temos nada a fazer, não sabemos que bruxas estão por trás disso, e caçá-las não adiantará muito, já que fazemos isso há algum tempo. E não obtemos muitas informações.

— Sabemos que as bruxas estão por trás disso, Naruto. – disse Tsunade, batucando os dedos na madeira.

Todos na mesa, tirando Jiraya, dirigiram olhares questionadores.

— Hinata descreveu dois homens, e um deles é Hidan. Um bruxo muito poderoso, conhecido por mexer com magia negra e sacrifícios humanos. – A loira pôs os cotovelos na mesa, apoiando seu queixo nas mãos. — O outro ruivo, eu não sei como se chama, mas tenho a leve impressão que sei de quem ele seja filho. – completou a Amazona.

— E de quem ele seria filho? – quem indagou fora Sakura, que engoliu em seco ao ver a face séria de sua líder.

— Mei.

Os músculos de Sasuke, Naruto e Shikamaru se contraíram apreensivos. Sakura tinha os olhos arregalados. Todos sabiam quem fora Mei.

— E-eu pensei que ela estivesse morta. – gaguejou a rosada.

— Nunca tivemos prova disso. – disse Jiraya, que assistia até então calado.

— Talvez esteja. O filho deve estar querendo seguir os passos da mãe. – pronunciou-se Sasuke.

— Talvez. – Jiraya deu ombros. — Só que devemos proteger a menina.

— Por quê? – questionou Shakimaru.

— Porque tudo indica que ela é única sobrevivente dos Hyuuga, e ela não pode morrer até dar herdeiros para a linhagem.  – Jiraya trocou um rápido olhar com Tsunade, e continuou: — Existe uma profecia.

— E lá vamos nós com profecias. – zombou Naruto, tentando achar uma gota de bebida dentro da jarra.

O ancião ignorou o loiro e prosseguiu:

— Uma profecia dita há muito tempo sobre a existência de nossas raças. – a voz de Jiraya era dura. — Um ser não existirá sem o outro. Existe um equilíbrio, e se quebrado, uma catástrofe ocorrerá.

— Então... Nunca poderemos eliminar as bruxas por completo. É isso o que compreendi? – questionou cético Sasuke.

— Sim. – confirmou o velho. Sasuke levantou-se bruscamente da cadeira.

— Eu não posso acreditar. – murmurou o vampiro, andando de um lado para o outro.

O silêncio se instalou dentro daquela tenda por alguns segundos. Sakura estava incrédula demais para se manifestar; Shikamaru, pensativo; Sasuke, com raiva, e Naruto analisando a jarra em sua mão, indescritível. Jiraya e Tsunade, por mais que não demonstrassem seu nervosismo, por dentro estavam. Pois a profecia não havia terminado e, por enquanto, preferiam se manter em silêncio.

— As bruxas sabem disso? – indagou Shikamaru. Jiraya assentiu. O moreno pensou por alguns segundos. — Suponhamos que elas não saibam que Hinata está viva, elas não poderiam matar todos do clã Hyuuga, certo? – a questão era retórica.

Todos olharam para Shikamaru, compreendendo o que ele queria dizer.

— Ela não é única. Alguém do clã dela sobreviveu. – Sakura disse alto, como para confirmar aquilo.

— Nós revistamos a vila dela, não havia ninguém vivo lá. O pai dela estava com a cabeça em uma estaca, presa no portão. Jiraya o reconheceu.  – disse Naruto, colocando as mãos atrás da cabeça.

Shikamaru levantou-se, mesmo com sua face demonstrando tédio, quem o conhecia bem via que ele estava animado.

— Por que elas atacaram os Hyuugas? – disse pensativo o Nara, enquanto rodeava a mesa — Deviam estar atrás de alguma coisa. Ou de alguém. Por que atacaram a vila em um momento comemorativo? Hinata disse que eles estavam comemorando o aniversário do irmão mais velho e futuro líder. – Shikamaru parou na ponta da mesa, olhando para todos. — E sabemos que alguém sobreviveu...

— O irmão dela. – disse apressada Sakura não deixando o moreno concluir. — Hinata disse que aos vinte e um anos, eles descobrem o poder deles. As bruxas estão trás de algum deles. — conclui a rosada.

— Quais são os poderes dos Hyuuga? – questionou Naruto a Jiraya.

— Boa pergunta. Não sabemos ao certo. – respondeu Tsunade. Naruto ergueu uma das sobrancelhas, confuso. — Eles são os únicos seres que variam de poderes. Entretanto, tem um que todos eles compartilham igualmente, o Byakugan.

— E o que é isso? – questionou novamente o loiro.

— É um poder de visão, muito poderoso. Eles veem através de objetos e pessoas. O Byakugan tem a capacidade de ver a fonte de nosso poder. – concluiu Tsunade.

— Todos? E quais são os outros poderes? – indagou Sasuke, aproximando-se novamente da mesa.  Quem respondeu fora o ancião.

— Isso é complicado. O que sei são boatos, os Hyuugas são muito reservados. Eles acreditam que são descendentes de deuses, e que seus poderes são para manterem a ordem no nosso mundo e, principalmente, protegerem os humanos. Já vi Hiashi matar um bruxo apenas com um toque. – suspirou profundamente Jiraya.

— Então como elas conseguiram destruir um clã desses? – os olhos verdes de Sakura quase saltavam.  — Como?  E por quê?

— Simples: vingança. – respondeu Tsunade. A loira olhou para Jiraya, suas mãos tremiam. — Elas querem vingança pelo que deixamos acontecer em Salém.

Naruto levantou-se da mesa.

— Elas destruíram um clã de vampiros há cem anos. Agora, voltaram e massacraram um clã extremamente poderoso. Elas estão brincando com a gente! – exasperou-se Naruto. — Ninguém brinca com a minha cara. – sussurrou o loiro, se retirando. Mas antes que passasse pela entrada da tenda, continuou. — A garota ficara com os lobos.

Naruto retirou-se por completo. Sakura levantou-se, pronta para ir atrás do loiro e negar aquela última informação. Porém, seus braços foram segurados por Sasuke.

— A garota fica. – seu tom saiu baixo e sem discussão.

A rosada olhou para Tsunade, procurando apoio, mas a loira deu de ombros.

— Eles a encontraram. Não podemos fazer nada. – disse, por fim, a líder.

— Mas... – ela nunca concluiu aquilo. Puxou seu braço com brutidão, encarando Sasuke profundamente. — Encoste-se em mim sem permissão novamente, e quebrarei todos os seus ossos. – disse ríspida, a rósea, saindo da tenda.

Naquela noite, Sakura não visitou Hinata como prometera. Naruto não dormira em sua tenda. Sasuke visitara uma vila ao oeste e saciou sua sede novamente. E Hinata, ela sonhara novamente, com gritos, mortes e sangue.

Tsunade e Jiraya, nenhum deles dormiu, pois uma parte da profecia não dita se completou. E eles já podiam sentir o gosto da morte.

 

 

Sinta a fúria se aproximando

Estamos nos desgastando, irmãs?

Não há lugar pro qual correr de toda essa devastação

Não há lugar para se esconder de toda essa loucura

-Ruelle


Notas Finais


Então meus amores, o capítulo já estava pronto a mais de um mês, sim a mais de um mês. O problema é que nosso beta não tinha como edita-lo na época. Sorry.

Fizemos uma playlist com a trilha sonora da fanfic no Spotify.
Ps.: Adicionaremos mais musicas com o decorrer da fic.
https://open.spotify.com/user/12166226303/playlist/4iNATrv5X0dPxYmusu7aE0

E como sempre, se tiverem gostado favoritem e comentem. Qualquer divida é só perguntar. :)
Kiss..


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