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História Fantaziya - Capítulo único


Escrita por: Beeyu

Notas do Autor


Desafio de Novembro do Grupo Yaoi!! On Ice.

Fanart da capa por: Oxcenia.

Capítulo 1 - Capítulo único


Tamborilei meus dedos na mesa. Embora esteja aqui há apenas poucas horas, parecem séculos. Apoiei minha destra sobre meu queixo, e suspirei pela milésima vez. Meus longos cabelos escorriam por minhas costas.

 

Yakov Feltsman não parava de falar coisas sobre o reino, e eu não faço muita questão de prestar atenção. Como meu primeiro ministro, essa é a função dele. Não posso culpa-lo. Eu estava destinado a ser rei, então eu já deveria ter me acostumado com esse tipo de coisa.

 

-... E o avião dos embaixadores japoneses chegará a Moscou na terça-feira. Como futuro rei, é seu dever ir recepciona-los, Nikiforov. - Revirei meus olhos. Já estava prestes a fazer 30 anos, precisava encontrar um cônjuge para me casar. Candidatos de todo o mundo vinham para a Rússia para tentarem a sorte com Viktor Nikiforov, príncipe da Rússia.

 

-Sugiro que desista da sua ideia de achar seu PN, Vitya. - Resmungou cansado, franzindo o cenho. Já vi que ele vai tocar no assunto de Parceiro Natural de novo. -Eu sei que é o sonho de qualquer pessoa, principalmente da família real, encontrar a pessoa cujo qual você é destinado a passar todos os seus dias. Mas é uma chance muito remota disso acontecer, você sabe tão bem quanto eu. Depois do falecimento de seus pais...- Levantei a mão, interrompendo-o.

 

-Eu já ouvi esse seu discurso mil vezes, Yakov. - Rebati. -Posso continuar tentando? - Arrumei minha postura, alongando as costas.

 

-Como rei, você deve se casar logo. Com sua licença, vossa alteza. - Curvou-se suavemente e partiu pela grande porta da sala de reuniões. Eu sei que devo me casar. Não coloquem mais pressão sobre mim.

 

-Com licença, vossa alteza? -            Lilia Baranovskaya abriu a mesma porta pela qual seu ex-marido acabara de sair. Ela trabalha aqui no castelo, como minha conselheira real. Na verdade, dos meus pais. Mas como ambos sempre estiveram em viagens políticas; ela acabara por trabalhar mais comigo. O que é bom, já que serei coroado em breve. Isso é, se eu me casar. E eu só quero me casar com meu PN.

 

Encontrar o Parceiro Natural, ou apenas PN, é uma coisa rara. Os que conseguem dizem ser indescritível. Afirmam que nunca mais se sentiram inseguros ou tristes. Como se estivessem em êxtase todo o tempo. O poder mágico dessa relação é tão forte que é capaz de fazer homens engravidarem ou mulheres engravidarem de mulheres. É tão forte que pode mudar sua aparência, sua voz, fazer o universo conspirar a seu favor o tempo todo. Eu sempre me encantei com as histórias de príncipes que encontravam seus Parceiros Naturais e se apaixonavam no mesmo instante, casando e vivendo felizes para sempre. Quando era criança, sonhava todos os dias em encontrar o meu. Isso é, se ele ou ela estiver vivo. Há vários casos onde PN’s não podem ficar juntos. Não quero isso para mim.

 

- Sugiro que o senhor deva organizar um baile para os candidatos a assumir seu lado ao trono. - Disse ríspida, me fazendo voltar de meus devaneios. - Os príncipes e princesas já estão começando a ficar nervosos com sua demora. Um baile poderá agilizar sua escolha, e poderemos ter um casamento em breve. - Assenti com a cabeça. Ela continuou falando algo sobre Mila Babicheva, sobre o quão bela ela é, e como seria uma boa rainha. Confesso que não ouvi uma palavra dessa parte.

 

-Pois mande organizar um baile então. Quarta-feira, assim dará tempo de todos os selecionados chegarem. - Me levantei da cadeira, pegando alguns papéis que assinei durante a tarde e entregando à mulher alta. -Entregue isso para Georgi. - Georgi Popovich, um de meus ministros, cuidava da parte burocrática de meu reino. Embora namorasse uma tal de Anya, nós já dormimos juntos algumas vezes.

 

-Compreendido, alteza. - Se virou em direção à porta, olhando para mim por cima do ombro. - Sugiro também que pare de pensar em encontrar seu PN. O povo precisa de um rei. E de uma rainha. Rápido. - Suspirei, enquanto ouvia os saltos da mulher se afastarem pelo corredor.

 

Passei as mãos por meus cabelos prateados e então fui rapidamente aos meus aposentos. O castelo em que vivi toda minha vida era grande, decorado em estilo clássico. Tinha tantos quartos que no momento vários herdeiros reais do mundo todo estavam hospedados aqui, mas eu nunca encontrava nenhum. Todos vieram para eu poder escolher alguém com porte suficiente para me casar. Alguns eu só conhecia de nome, outros nem isso.

 

Diferente do restante do palácio, meu quarto era decorado de forma moderna. A grande TV na parede principal, paredes de cores sólidas com quadros minimalistas. Tudo em tons de preto, vermelho e branco. Alguns objetos dourados ajudavam a deixar o lugar mais aconchegante. Minha cama ficava bem no meio, entre duas grandes portas de vidro que davam para uma varanda. Entrei no meu closet, procurando entre as prateleiras meus patins.

 

            Eu amo patinar, principalmente no lago que fica aos fundos dos terrenos do castelo. É afastado, embora ainda fique dentro da área considerada “privativa da família real”. Ninguém nunca vai lá, por isso amo esse lugar.

 

            Desço as escadas rapidamente, com os patins apoiados nos ombros. Visto um casaco grosso, porém leve. A caminhada até o lago é tranquila. Ligo meu celular, está tocando History Maker. A melodia suave me acalmava. Coloco meus patins e me alongo de forma rápida.

 

Can you hear... My heart beat...

 

Entrei no gelo, deslizando. Patinar é a única coisa que me acalma, me faz sentir como se não houvesse tanta pressão do povo para mim. Ver a população russa sem um ponto de apoio, sem um rei, me machuca.

 

Tired of feeling never enough... I… Close my eyes and…

 

-Tell myself that my dreams will come true… - Cantei junto à musica. Toe-loop duplo. Passo minhas mãos de forma sedutora sob meu corpo. Eu realmente queria que meu PN também gostasse de patinar.

 

There'll be no more darkness when you believe in…Yourself you are unstoppable

 

Giro suavemente, e começo uma sequencia de passos animados. Eu me sinto no céu, como se pisasse em nuvens. Solto uma gargalhada baixa e volto a sorrir fechando meus olhos e deixando meus instintos me guiarem. Axel loop triplo seguido de um duplo.

 

Where your destiny lies, dancing on the blades, …

 

Aumento a velocidade da minha dança, girando animado. -You set my heart on FIRE! - Canto junto a musica, apoiando no chão e fazendo um movimento de levantar suave na última parte. Dançar desse jeito me faz acreditar que tenho alguma chance de ser puramente feliz na minha vida. Salchow duplo, girei um pouco a mais do que o desejado.

 

Don't stop us now the moment of truth

 

Passeio pelo lago, sequencia de passos. Flip quadruplo, meu melhor salto. Dou um sorriso orgulhoso e volto a cantar a musica animado. Sinto como se todo o peso que estava sobre mim estivesse indo embora.

 

-We were born to make history… Yeah…-Me deixo embalar pela melodia, balançando meu corpo de forma suave. Como se a música estivesse entrando pelo meu sangue e correndo entre minhas veias. Lutz triplo seguido de toe loop duplo.

 

We'll make it happen, we'll turn it around

 

Flocos de neve suaves começam a cair, então continuo dançando de forma tranquila. Deslizo sobre o gelo graciosamente, meus braços fazem movimentos acompanhando a música.

 

-Yes, we were born to make history…- Termino a dança, a neve está engrossando. Saio do lago revigorado, e pronto para tudo que vier. Meu sorriso é puro e sincero, como se patinar fosse meu Parceiro Natural.

 

Terça-feira.

 

Estou no aeroporto de Sheremetyevo. A neve deu uma trégua, por sorte. O avião com bandeira japonesa acaba de pousar. De lá, sai Toshiya Katsuki. O embaixador do Japão. Sua esposa Hiroko Katsuki está ao seu lado, com uma feição alegre.

 

-Viktor Nikiforov! É um prazer conhece-lo finalmente. - Diz o senhor, apertando minha mão. A mesma coisa acontece com sua esposa. - Quero que conheça meu filho, Yuuri. - Ele se vira, mostrando uma figura encolhida atrás deles. Parecia que estava vestindo uns 50 casacos.

 

-É um prazer, Yuuri. - Estiquei a mão para ele, que corou. Apertou rapidamente, de forma fraca. Logo voltou a cruzar os braços. Engraçado... Senti um calor diferente quando sua mão tocou a minha, mesmo por cima de luvas. Bom, deve ser apenas impressão minha.

 

Voltamos para o palácio, e enquanto a família Katsuki se acomodava, fui para a sala geral. Os candidatos e suas famílias passavam o dia por lá. Era uma sala grande, com vários entretenimentos e sofás. Todos os olhos se viraram para mim quando passei pela porta. Os que não faziam parte de famílias reais se curvaram de forma rápida, enquanto os outros apenas acenaram ou me cumprimentaram de forma discreta.

 

-Já devem estar sabendo do baile que ocorrerá amanha, creio eu. - Assentiram. - Se preparem bem para o mesmo, estou realmente em busca de um cônjuge. -Alguns lábios se abriram em sorrisos largos e inocentes, enquanto outros em sorrisos orgulhosos.

 

Passeio entre os candidatos, procurando rostos conhecidos. Um rapaz jovem, de pele levemente bronzeada se aproxima.

 

-Hello, your highness. -Acena com a mão, animado. - Sou Phichit, Phichit Chulanont. Príncipe da Tailândia, segundo na ordem de sucessão ao trono.

 

-Hello...-Apertei sua mão, e começamos a falar amenidades. Ele gostava de patinar, ponto. Completamente fissurado em redes sociais. Para não causar problemas, conversei com alguns outros selecionados.

 

Leo de la Iglesia, príncipe americano, escuta R&B.

 

Christophe Giacometti, filho do imperador suíço, estranhamente pervertido. Gosta de gatos.

 

Guang Hong Ji. Príncipe chinês. Muito novo. Descartado.

 

Achei divertido que todos os selecionados mencionaram saber ou desejar aprender a patinar. Provavelmente pesquisaram sobre meus gostos. Saí da sala, vendo um loiro escorado na parede de fora.

 

-Então você vai realmente me rejeitar, Viktor. -Disse em russo., baixo.

 

-Yurio, já disse que nosso relacionamento nunca vai dar certo. Eu sou treze anos mais velho que você. TREZE. - Me aproximei dele.

 

-Isso nunca impediu ninguém! -Gritou furioso. Algumas cabeças saíram pela porta, como se quisessem ver a confusão.

 

-Pois isso me impede sim. Acabei de descartar um candidato dois anos mais velho que você. Só por causa da idade. Além do mais, você ainda é novo e merece estar com alguém que te faça feliz, meu pequeno gatinho. - Abaixei o tom de voz para que somente ele escutasse. Passei meus dedos sobre sua bochecha, tirando sua franja de seu olho. Seus olhos estavam encharcados. Ele fungou como se engolisse as lágrimas. Abracei-o suavemente. -Me desculpa. Eu te amo. - Murmurei, beijando o topo de sua cabeça. Ouvi alguns murmúrios em outras línguas, provavelmente os candidatos confabulavam sobre o que estava acontecendo.

 

Desvencilho-me do abraço e convenço o pequeno a ir para a sala de dança. Balé sempre o relaxou. Yuri Plisetsky era uma boa pessoa. Embora às vezes parecesse um pouco revoltado, todos o chamavam de fada russa. É bem bonito, tenho de concordar. Mas a diferença gritante de idade realmente é um problema. O que é uma pena, pois ele patina com tanta emoção. Temos os mesmos gostos, e passamos a maior parte dos dias juntos. Eu realmente vejo ele como um irmão mais novo.

 

Após dispersar os candidatos, decido passear pelos corredores, para refrescar a mente. Estou agora perto dos quartos dos selecionados. Não quero arrumar confusão com ninguém, então vou para a ala onde poucos quartos estão ocupados. Passo na frente de um quarto, e acabo escutando um choramingar. Não consegui compreender, apenas identifiquei o idioma. Japonês.

 

-Ele nunca vai me notar... Eu sou um leitão fracassado. Aqueles príncipes e princesas são tão magros e bonitos! - Murmurou, e embora não tenha compreendido uma palavra sequer, comecei a aproveitar o som. Meu coração batia rápido, estava angustiado de ouvir o choro.

 

O choro ficou mais forte, e eu não resisti. Entrei na sala e vi uma figura encolhida. Aproximei-me. Estava tudo escuro, mas a fresta da cortina permitia alguns feixes de luz iluminarem o local.

 

-Tudo bem? - Ele se assustou. Era o tal de Yuuri que conheci mais cedo. Arrumou os óculos e se levantou.

 

-Vossa Alteza! - Voltou ao inglês, para minha sorte. - Me desculpe. Eu estava apenas perdido em pensamentos bobos. Não se preocupe. - Hesitou em falar.

 

-É meu dever me preocupar com os candidatos. Algum deles pode ser meu futuro marido... - Por instinto, levo minha mão para perto da dele. O calor novamente me invadiu, e pude sentir minhas mãos fraquejarem.

 

Estávamos ambos sentados no chão. Ele corou. Soltou minha mão rapidamente. Fitei seu rosto pela luz suave. Seus olhos tinham um belo tom de castanho, contrastando com os meus azuis, embora avermelhados pelo choro recente. Seus cabelos negros estavam bagunçados, jogados sobre a testa.

 

-Perdão alteza, devo retornar aos meus aposentos. - Se levantou apressado.

 

- Te vejo amanhã no baile? Ou até antes, se a sorte nos acompanhar. -Disse sem pensar, ainda sentado no chão. O que está acontecendo comigo?

 

Ele assentiu e saiu da sala, nervoso. Continuei sentado, escorando na parede. Deixei uma risada escapar por meus lábios. Toquei com o indicador sobre os mesmos, ainda sentindo o calor atravessar minhas células. Esse garoto realmente me cativou.

 

Ouço meu celular tocar.  -Hmmm... Nikiforov. - Atendo. Ouço a voz de Yakov, me chamando para mais uma daquelas reuniões chatas com os ministros. Pelo visto não poderei patinar hoje. Que pena, está uma bela noite.

 

Olho pela janela, as estrelas brilhavam. Só de imaginar que meu PN pode estar em qualquer lugar já sinto meu coração aquecer.

 

É melhor ir logo, amanhã será um dia cheio.

 

Quarta-feira.

 

Acordo cedo, com meu mordomo abrindo a janela. Espreguiço-me na cama. A tempestade de neve ainda não havia retornado. Sorri com o pensamento. Levantei-me correndo, vestindo um casaco simples, vermelho e branco, e pegando meus patins. Desci para a cozinha, onde um delicioso café da manhã estava sendo preparado para os candidatos.

 

-Coma direito Vitya, hoje é o grande baile. - Assenti, pegando um syrniki, panquecas doces. Devoro rapidamente, junto com um copo kompot, espécie de bebida russa. A empregada revira os olhos. - Lilia vai te matar. - Solta uma risada.

 

Nem dou tempo de Lilia chegar e ver que comi tão mal, que já saio correndo para o lago. Antes mesmo de chegar perto do mesmo, escuto uma suave música, sem letra.

 

Aproximo-me devagar, vendo Yuuri patinar. Escondo-me atrás de um pinheiro. Ele estava com apenas um casaco fino, então pude ver seu corpo levemente fora de forma. Embora isso não afetasse toda a graciosidade. Fiquei escondido, assistindo toda a apresentação. Ele dançava de forma tão espontânea, tão singela. Tentou um salto, toe-loop quadruplo. Falhou. Tentou outro, axel triplo, mas teve que por a mão no gelo. No terceiro conseguiu algum resultado. Pelo visto ele entende o que está fazendo.

 

Eu estava tão entretido vendo o moreno dançar daquela forma que nem percebi quando a música acabou. Ele provavelmente também não, mas continuou dançando. Outra música começa a tocar no celular. Essa eu conheço, Eros.

 

Yuuri faz movimentos nervosos e ansiosos, o que me dá um pouco de agonia. Caiu mais uma vez. Ele gira com a perna para o alto, como se tentasse seduzir uma plateia invisível. Eu saio por de trás do pinheiro que estava me escondendo, e ele mira nos meus olhos. Cora, mas continua a dança. A música ainda estava no meio. Ele faz vários passos mais animados, e suas mãos abraçam seu corpo enquanto dança. A música acaba, e ele cai no gelo, cansado. Aproximo-me, calçando meus patins e indo em direção a ele.

 

-Não sabia que você patinava. -Eu falo, enquanto me sento ao seu lado. Ele se senta também, virando de frente para mim.

 

-Digo o mesmo sobre você, vossa alteza. - Pelo visto ele não pesquisou sobre mim.

 

-Por favor, não me chame assim. Apenas Viktor, tudo bem? - Ele assente e repete baixinho “Viktor.”- Como encontrou meu lago? - Olhou confuso.

 

-Ah, eu perguntei para uma criada se havia algum lugar onde eu pudesse patinar. Ela disse que quase ninguém vem aqui. - Ele se levantou, e me levantei junto. Começamos a patinar lado a lado. Apenas deslizando sobre o gelo.

 

-Tem razão. É meu lugar secreto favorito.

 

-Não é mais tão secreto. - Rimos juntos. Paro de patinar, vendo ele parar também.

 

-Continuará sendo, se você não contar a ninguém. - Coloco minha mão sobre seu ombro, sentindo meu corpo estremecer. Uma onda de eletricidade passa por mim. Vejo seus olhos arregalarem. É quase que natural, quando nos aproximamos. Seu hálito fresco me deixou inebriado. Pousei minhas mãos sobre sua cintura, apertando o local de leve. Suas mãos sobem para meus ombros, me abraçando. Mordi meus lábios, fitando aquela boca fina.

 

-VIIIKTOOOOR!!!! - Uma voz estridente soa pela floresta. Soltamos-nos rapidamente, e ele se afastou envergonhado. Yuri Plisetsky chega, ele é um dos poucos que conhece meu refúgio, fora os criados. - O que esse leitão está fazendo aqui? Enfim. De qualquer forma, Yakov está te chamando. - Diz, cruzando os braços e olhando feio para Yuuri.

 

Assenti. - Até mais tarde, Yuuri. - Pisco, deixando-o no lago corado. Volto para o palácio com Yurio no meu encalço.

 

-Onde você se meteu? - Grita Yakov assim que entro na sala do trono.

 

-Fui patinar. - Dou de ombros.

 

-Justo hoje?? Você precisa encontrar um cônjuge e... - Novamente, levanto minha mão fazendo o parar de falar.

 

-Eu estou com uma sensação de que as coisas vão começar a dar certo pro meu lado. - Apoio as mãos na cintura.

 

-As coisas dão certo para você desde que você nasceu Vitya. Você vai ser rei. - Resmungou. Dei de ombros novamente. - Vamos, temos muita coisa a fazer antes do baile. - Suspirei derrotado.

 

Após toda aquela papelada e reuniões com alguns pais de candidatos, finalmente se aproxima o baile.

 

Vou para meus aposentos. Tomo um banho relaxante e bem longo. Saio do banho na hora que o baile fora marcado para começar. Como futuro rei, me atrasar não é aceitável. Suspiro. Visto-me com o uniforme militar real, em tons de roxo e borgonha. As medalhas pendiam no peito. Meu cabelo estava impecável, preso em um longo rabo de cavalo. Sento na cama, ainda pensando no quase beijo de mais cedo. Já dormi com várias pessoas, mas nunca me senti assim com ninguém. Balanço a cabeça, respirando fundo e descendo para o salão.

 

Todos estão muito bonitos. Roupas brilhosas e caras, cheias de acessórios. Vou cumprimentando todos os convidados do baile. Não encontro em lugar nenhum meu japonês gorducho.

As músicas começam a tocar. Danço com algumas pessoas, ainda tendo Yuuri na cabeça. Após dançar rapidamente com todos os candidatos, começo a procurar realmente meu pequeno.

 

-Procurando alguém? - Ouço a voz de Yurio. - Ele está no lago. Ele não disse nada, mas acredito que estava com vergonha. Afinal ele é um leitão. -Ele revirou os olhos. Agradeci o menor, e sai em direção ao lago.

 

Ao chegar ao mesmo vi Yuuri. Apenas a luz da lua iluminava seu corpo, enquanto patinava. Vestia uma blusa fina preta, e luvas no mesmo tom. Ele dançava com os olhos fechados,

 

-O que está fazendo aqui? Todos estão no salão. - Digo, tirando-o do que parecia uma hipnose.

 

-Eu... Eu não acredito ser páreo para os outros candidatos. - Murmura.

 

-Não fale bobagens! - Ele se assusta com meu tom. Abaixo a voz. - Eu te procurei por todo canto. - Yuuri se aproxima, como se não acreditasse.

 

-Eu... -Coloquei meu indicador sobre seus lábios, o impedindo de continuar. Seguro suas mãos, mesmo estando ambos com luvas. Ele as apoia sobre meu peito. Com a outra mão, seguro sua cintura. Sinto como se a lua iluminasse apenas nossas cabeças, como um foco de luz.

 

O beijo vem. Ele ocorre de forma natural. Apenas um toque de lábios. Sinto suas mãos... Encolherem? Sua cintura encolhe também, como se ele perdesse alguns quilos. Abro meus olhos, e nos afasto. Seu rosto está mais fino. Ele está esbelto. Olha confuso para mim, e passa a mão na minha nuca. Meus cabelos estão curtos. Não falamos nada, apenas gestos se fazem necessários. E o beijo se repete. Parece que a música do palácio pode ser ouvida daqui, não sei. Não presto muita atenção. Os beijos se repetem. Várias vezes.

 

Olhamos um para o outro, cumplices. Eu senti que estava certo. Senti que era aquilo. Meu corpo estremecia, meu coração apertava. Mas eram sensações boas. Amor.

 

As pessoas podem pensar que o amor não vem rápido assim. Bom, para PN’s, ou melhor, almas gêmeas, ele já existe desde o momento em que nascem.

 

E então voltamos para o castelo. Não vamos anunciar o casamento agora, afinal mal nos conhecemos. Mas todos já devem saber que a Rússia encontrou um príncipe consorte para governar junto a mim pelos próximos anos. Os melhores anos da minha vida.


Notas Finais


Espero que tenham gostado :)


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