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História Far Away - O bom filho a casa torna


Escrita por: Abby_Queen

Notas do Autor


Hey!

Ainda estou tentando me acostumar com a plataforma do SS, por isso perdoem se tiver algum erro. Li esse capítulo três vezes antes de postar, mas nunca se sabe xD


Boa leitura :*

Capítulo 4 - O bom filho a casa torna


Fanfic / Fanfiction Far Away - O bom filho a casa torna

— Vai encarar, pirralha? — Castiel me desafia, quicando a bola no chão para me provocar. — Não vai me dizer que tá com medinho? Se bem que depois daquela lavada que eu te dei ontem, até faz sentido ficar.

— E por que eu teria medo de você? Sua única vantagem é ser alto, idiota  — Pego a bola de sua mão e caminho até perto da cesta. Miro o melhor que posso, mas a bola vai, digamos que só um pouquinho longe. Tipo do outro lado do quintal.

— Na verdade, minha vantagem é você ser horrível nisso. — Ele ri enquanto corre para buscar a bola antes que ela caia na piscina. Ele a joga de volta para mim.

— Estou em fase de aprendizado. Só isso — Tento outra vez. A bola vai uns dois metros pra cima do esperado.

— Uma fase interminável de aprendizado. — Ele ri da minha cara. Pega a bola, desta vez para ele jogar — Veja e aprenda, fedelha.

De uma forma supertranquila, arremessa a bola até ela cair diretamente na cesta. E como sempre, esfregando na minha cara o quanto eu sou horrível em basquete. Como se isso me importasse. A única coisa que me incomoda é dar a ele um motivo pra tirar uma com a minha cara. O que ele ama fazer, por sinal. Queria só dar uma liçãozinha nele no basquete. Mas com minhas habilidades em esportes, tá mais fácil beijar a mão do Papa.

Ele continua encestando várias vezes, e eu pego a bola quando foge para o outro lado. Castiel se senta para observar meus fracassos contínuos.

— O pai ligou agora a pouco — Castiel fala quando acabo de pegar a bola, que acabou caindo na piscina. — Falou que talvez venha esse fim de semana.

— Hm. — Jogo a bola nele, mas ele a agarra antes que ela batesse em sua cara — A mãe vem também?

— Parece que não. Colocaram ela numa escala esse fim de semana.

— Como sempre. Você a espera de besta. — Me deito na espreguiçadeira ao seu lado.

— Ela não ia ficar nada contente de ouvir isso, Francielle. Você sabe que ela faz o possível para nos visitar — Ele diz e eu reviro os olhos. Lá vem ele querendo bancar o bom filho responsável.

— Claro. Como ela fez o possível para nos visitar nos feriados passados? Muito esforço ela faz. O papai pelo menos dá um jeito. Ela não faz questão de nos ver, Castiel.

— Você não pode dizer isso da nossa mãe, Francielle. Ela é sua mãe. — Ele me olha irritado. Pouco me importa seu olhar.

— Ela é uma mulher que se preocupa mais com aviões do que comigo. Se ela quisesse mesmo nos ver, estaria aqui. Quem me criou foi tia Agatha, só ela.

Ele suspira, mas não tenta discutir. Eu sei que ele detesta quando falo da nossa mãe assim, mas é exatamente assim que me sinto. Não consigo mostrar afeto por alguém que nunca vejo. Minha mãe malmente me vê. Manda presentes todos os feriados, mas apenas isso. Não importa o quanto Castiel repita que é errado eu trata-la dessa forma, nunca vou poder tratar bem uma pessoa que não se importa comigo.

Não é só o fato dela ser ausente. Ela não expressa amor algum. Não se importa comigo, nem como estou. Quando liga, pergunta sobre mim apenas por obrigação. Quando era pequena até que eu me importava com ela. Quando estava aqui fazia o possível para chamar sua atenção. Queria me sentir amada. Queria poder falar como todas as crianças da minha idade que falam do quanto amam sua mãe. Mas com o tempo esse amor foi embora. O que não é cultivado, morre.

Castiel não me entende porque ela sempre o tratou muito bem. Tá, isso pode até parecer ciúme de irmão, mas eu juro que não é. É evidente. Ela sempre o tratou com mais carinho. Papai fala que é impressão minha, Castiel fala que é impressão minha, mas é tudo pra me enrolar. Não que faça muita falta, minha tia soube recompensar. E, por mais que eu deteste lembrar, Nathaniel também faz parte dessas boas lembranças. Os cenários bons da minha infância são preenchidos por Castiel, Nathaniel e Tia Agatha. Ela que elogiava meus desenhos, Castiel me ensinou a andar de skate, Nathaniel me ajudou quando caí da primeira vez que andei de bicicleta. Apenas eles têm alguma importância, embora Nathaniel tenha consigo estragar um pouco disso.

Quando eu penso em Nathaniel, eu sinto saudade de quando passávamos tempo juntos. Mas quando penso na coragem que ele teve para trair a Castiel e a mim, logo esse sentimento de saudade é substituído por raiva. No fundo eu sei que Debrah sempre foi uma praga jogada na nossa vida, mas nunca esperaria que Nathaniel fosse contaminado por ela. E o que me dá ainda mais raiva é não conseguir esquecer isso.

Mas voltando a falar dos meus pais, meu pai até que consegue um pouco de afeto. Mas no fim das contas ele sempre faz o que ela quer. Sinto que a mãe manda nele. E na verdade, faz sentido, ela sempre foi autoritária e rígida. Comigo era fria e não demonstrava sentimentos. Talvez esse seja um dos motivos que me fez crescer assim. Não me considero revoltada (apesar do diretor, meus tios, e toda minha família falarem isso). Acho que com o tempo toda a rigidez criada por minha mãe fez crescer em mim uma vontade de contrariar tudo isso. Quando me falava para não pegar algo, era impossível não ir lá e pegar. Castiel não é diferente de mim, a única diferença é que é da natureza dele ser cabeça quente e inquieto. Se tiver que perguntar pra tia Agatha o quanto ela sofreu pra criar a nós dois, vish, haja tempo pra escutar.

Desde sempre fazemos planos para encrencar alguém, ou quebrar regras. Em casa, na escola, na rua. Sempre fomos conhecidos como “Os irmãos Doratz”, por sempre irmos parar na diretoria juntos. Detenção, suspensão, advertência. No primário eram coisas simples como brigas com colegas, bagunça do refeitório, barulho na sala. Com o tempo virou quase uma profissão para nós dois. Desrespeito, roubo de provas, brigas, alteração de notas.

Não pergunte o porquê de fazermos isso. Eu não sei, mas é um prazer indescritível que sinto. Como se preenchesse um lugar vazio. Mas Castiel sabe — às vezes — quando parar. Eu simplesmente não me controlo. Sou como uma bomba, que a única função que tem é destruir. Por isso não tenho muitos amigos. Aprendi que se você não tem pessoas com que se importe, você pode fazer as coisas sem se preocupar com o que elas vão pensar. Não quero machucar ninguém por causa das minhas atitudes.

Porque já senti na pele essa dor.

— Acorda, Francielle! — Sinto uma bolada na minha cabeça. Olho furiosa para Castiel que ri.  — Morreu ou foi pra Marte?

— Vai se ferrar, Castiel! Não me faça enfiar essa bola no-

— Nem ouse terminar essa frase, Francielle Doratz! — Ouço a voz da minha tia. Ela está no portão, com a porta aberta. Vejo Lysandre com os braços cruzados e uma expressão desdenhada no rosto. — Já disse que não quero esse tipo de palavras aqui! Agora adianta que o Lys tá esperando.

Lys. Eu rio. Tia Agatha não tem nem um pingo de vergonha nessa cara. Uma mulher com 40 anos chamando um garoto pelo apelido. Impossível não rir com suas atitudes. E olha que as atitudes nem são o melhor! As roupas que ela usa, então! Cabelos roxos na altura dos ombros, ama roupas coloridas e chamativas (não estilo Drag queen, claro). Pelo menos ela tem bom gosto. Comprar roupas ao lado dela é pura comédia. Bom, ao menos o namorado dela gosta. Um homem magro e branquelo, sempre com a barba por fazer e colado a um cigarro. Seu nome é Jared, e para compensar toda a aparência desgastada, é a pessoa mais divertida e simpática que conheço. Quando causo algum problema, todos reclamam e dão sermões. Ele apenas ri e conta coisas que ele mesmo fazia na minha idade. Jared é O Cara, como ele mesmo diz. Só um pouco egocêntrico.

Amarro minha camisa xadrez na cintura, junto ao short e calço o All Star. Ajeito o boné na cabeça, penduro o baixo em um ombro e coloco o skate embaixo do outro braço. Quando chego no portão, vejo os dois me esperando perto do carro de Lysandre. Ele e Castiel tem a mesma idade, 18 anos, e o carro foi presente de seu pai. Mas Castiel preferiu uma moto. Mesmo eu tendo 17, não tenho vontade de ter algum carro.

Coloco meu baixo no banco do passageiro e fecho a porta. Assim que Castiel entra, abaixa o vidro pra me olhar.

— Vê se não demora muito, hein pirralha? Da outra vez você levou quase trinta minutos pra chegar.

— Não tenho culpa se um cara quase me atropelou com uma bicicleta. E eu vou passar na padaria hoje. Chego lá em dez minutos. — Coloco o skate no chão — É capaz de eu acabar chegando primeiro. Né Lysandre?

Ele me olha por alguns poucos segundos e depois volta a olhar para a frente, como se eu nem ao menos tivesse falado alguma coisa. Lysandre pode até não ser pavio curto como Castiel e eu, mas eu sei como ele detesta ser perturbado. E eu amo fazer isso, cara.

Quando eles saem, subo no skate e começo a ir na mesma direção. Hoje é dia de treino, já que é único dia da semana que Lysandre tem folga no trabalho. Além do fim de semana, claro.  Paro rapidamente na padaria apenas para pegar uma sacolinha de pães de queijo.

Viro a esquina da casa de Lysandre e entro na garagem, mas só vejo Castiel sentado em um banco tocando algumas notas na guitarra. Olho em volta e não acho Lysandre.

— Cadê o Lysandre? — Pergunto, colocando os pães de queijo em cima duma mesinha.

— Foi procurar o bloco de notas. Ele fez uma música nova, lembra? — Responde concentradíssimo na guitarra.

— Ah é — Falo, mordendo um dos pães.

Lysandre entra na garagem com uma cara chateada. Já até imagino o que foi.

— Não achei o bloco de notas.

— Pra variar — Reviro os olhos — Largou no colégio de novo?

— Provavelmente. Devo ter deixado no vestiário depois da aula de esportes.

— Você nunca aprende, né? — Engulo o pedaço de pão e agarro novamente o skate — Eu vou lá. O vestiário tá aberto?

— Com certeza. O zelador só fecha as coisas de noite. — Ele vasculha a mochila até achar as chaves do armário e joga pra mim. — Armário 17.

Enfio as chaves no bolso do short e saio. Sinceramente, Lysandre está prestes a deixar a cabeça em algum lugar. Só acho que ele devia visitar um médico, sei lá, só acho, né? Continuar com a memória de um rato não dá muito certo.

Quero ver se o porteiro vai deixar eu entrar. Do jeito que aquele homem é cheio de chilique. Uma vez tive que pular o muro do colégio pra pegar uma coisa que eu tinha esquecido. Ele é muito chato, cara! Um velho ranzinza que parece trabalhar por obrigação. Eu acho que, na verdade, ele só tá aqui por obrigação, porque pra quê mudar de emprego velho desse jeito?

Quando chego no portão, uma mulher chega exatamente na mesma hora. O porteiro abre e quando estou prestes a entrar também ele o fecha. Me apoio na janelinha que nos separa.

— Onde está o uniforme? — Ele pergunta no seu tom azedo de sempre.

— Boa tarde pro senhor também, Seu Gomes. — Tento sorrir o máximo que consigo — Eu esqueci uma coisa aí e tô precisando pegar. E rapidinho, juro!

— Alunos sem uniforme não entram.

— Pô, Seu Gomes! Corta essa, vai! É uma coisa mega importante, tipo vida ou morte, sabe? — Eu insisto, chacoalhando o homem pelos ombros — Vai, Seu Gomes, só hoje?

Ele abaixou os óculos até a ponte do nariz e me analisou de cima abaixo. Mantive o sorriso de plástico até minhas bochechas começarem a doer. Ele suspira.

— Tudo bem — Começo a sorrir, vitoriosa, mas ele mantém o portão fechado. Pega o telefone e olha para mim — Diretor? Tem uma aluna aqui querendo pegar algo que esqueceu. Pode deixar entrar?... — Ele abaixa o telefone — Nome e ano.

— Francielle Doratz, Segundo ano do Ensino Médio.

Assim que termino de falar, o senhor arregala os olhos e desliga o telefone no mesmo instante. Sua expressão azeda se transforma em raiva. Seu rosto velho de enche de rugas. Deu até medo, cruzes! Velho esquisito.

— Doratz? — Ele repete, espanto. Abre a janelinha de vidro pra me ver melhor — De jeito nenhum! — Ele afirma inflexível — Aqui pessoas com esse sobrenome só entram acompanhadas.

— Fala sério, Seu Gomes! Eu não vou tacar fogo na escola não!

— Vindo de você, não duvido nada.  Dê meia volta e saia.

Poxa, velho antipático, caramba. Bufo de raiva e saio de lá, indo me apoiar embaixo de uma árvore. Ótimo, não posso entrar. Como resolver esse problema? Não tenho a confiança de nenhuma pessoa no colégio, e nem posso pular mais o muro. Colocaram cercas elétricas. Parece até que criam algum bicho perigosíssimo aí dentro. Não faço ideia do porquê de tudo isso. É sério.

Cansada de pensar, pego o celular e ligo para Castiel.

— Fala.

— Só entro no colégio se você sumir com o porteiro. Ele me barrou aqui.

— Você não sabe fazer nada direito, né pirralha? Nem enrolar um velho ‘cê sabe! Pelo amor de Deus, hein?

— Se quiser melhor venha fazer! — Grito — Agora anda logo. Assim que eu desligar é bom esse velho sair daqui. Senão vai ficar sem música, e vocês sabem que as tias da limpeza jogam tudo que é papel fora! Pensa rápido.

Desligo sem nem mesmo esperar e cruzo os braços, observando o porteiro. Ele está sentado, lendo um jornal. Fico olhando por vários minutos e ele continua lá, olhando o jornal. Quando já estou cansada e prestes a sair, vejo alguém aparecer do outro lado. Seu Gomes sai desesperado atrás da pessoa. Seja lá o que Castiel fez, deu certo.

Me aproximo da janelinha, que ele abriu quando tinha se irritado comigo. Me estico até conseguir enxergar os botões. Há dois botões pretos, um ao lado do outro. Vou na sorte e aperto o primeiro. Lembrando que “sorte” não está na minha lista de amigos.

O portão maior, para a entrada de carros começa a levantar. Desesperada tento fazê-lo parar. Cara, ele faz o maior barulho! Além de que as câmeras vão ver o portão abrindo. Aperto o botão desesperada para fazê-lo descer, mas ele continua subindo. Clico nos outros no mesmo intuito, e o barulho para.

Ai, caramba, isso não é um bom sinal. Quando olho o portão, ele tá aberto pela metade, e vejo um Gomes irado correndo — o máximo que um velho dessa idade consegue — na minha direção. Ok, agora ferrou.

— Ei, garota! O que você está tentando fazer? — Ele tenta me alcançar.

Bom, é agora ou nunca.

Entro correndo pelo espaço que o portão parou aberto e corro na direção da biblioteca. Pelo menos lá dá pra despistar por um tempo até eu poder ir no ginásio. Vejo Seu Gomes tentando me alcançar, com as chaves balançando em sua cintura, e corto caminho pelo jardim.

— Não pise na grama, sua vândala! — Ele ruge, o que só me faz correr mais rápido.

Entro na biblioteca principal e vou pro fundo o mais rápido que consigo. Consigo ouvir os passos de Gomes ecoarem no lugar silencioso.

— Você não pode escapar, Doratz. — Ele fala ao nada, esperando que eu escute — Você vai receber uma bela punição para sua coleção, marginalzinha.

Ando sorrateiramente pelos corredores repletos de livros. Tenho que chegar ao fundo, onde há uma sala de leitura que tem uma porta de saída. Não dá pra sair pelo mesmo lugar que eu entrei. E controlar a respiração tá difícil, mas ele parece bem mais cansado que eu. Por que será, né?

Quando alcanço a porta da sala, suspiro de alívio. Ele não me viu, e se eu sair a tempo, consigo chegar no ginásio sem que ele me encontre. Embora tenho quase certeza que não vou ficar aqui muito tempo. É como se eu fosse um vírus e o colégio o sistema imunológico. Faz de tudo pra me expulsar!

Quando consigo respirar o ar de dentro do ginásio, aquela sensação de missão cumprida me invade. Aquele prazer de saber que mais uma vez consegui o que eu queria, apesar das regras. Qual seria a graça das regras se não houvesse quem as quebrasse? Estou fazendo um favor a sociedade!

O ginásio está vazio, e como dito por Lysandre, o vestiário está sim aberto. Procuro pelo armário 17, abrindo-o. Junto a um uniforme de esportes e algumas outras coisas mais, vejo o bloco de notas. Enfio o maldito no bolço do short e caminho até a porta, porém um barulho me faz parar. São os meninos da tarde. Ah não, não quero ser pega no vestiário masculino! Que humilhação!

Corro até dentro de um dos chuveiros e me escondo ali. Eles entram, fazendo um alvoroço que só garotos conseguem fazer. Um deles chega pertíssimo de onde eu estou, mas acaba se afastando. Depois de, eu suponho, colocarem os uniformes de educação física, vão embora. Porém, antes que eu chegue na porta escuto passos novamente. Ah, por favor! Se eu for pega aqui, Lysandre pode desistir da possibilidade de ser pai um dia! Eu castro o maldito!

Volto correndo para o chuveiro. A pessoa entra e abre o que parece ser um dos armários. Eu vou me arrastando pela parede, e acabo esbarrando no sabonete. Consigo pegá-lo antes que ele caia. Isso, sua burra, se entrega. Vejo a sombra da pessoa passar pela porta e prendo a respiração. Depois de um tempo em silêncio, a pessoa fecha o armário e sai novamente. Ok, não era um segurança.

De fininho, vou até a porta olhar quem era, apenas para quase morrer do coração. Peggy parada bem na frente da porta.

— Meu Deus, Peggy! Pensei que era o Gomes! — Suspirei, aliviada — O que você tá fazendo aqui?

— Eu é que devo perguntar isso. Me dá um bom motivo pra não colocar no jornal de amanhã que Francielle Doratz se esconde no vestiário masculino da tarde pra espiar os garotos sem roupa?

Se eu fosse um desses personagens de desenho animado, meu queixo teria parado no chão. Como pode alguém ser tão cara de pau assim? E na maior tranquilidade, como se não tivesse ameaçando arruinar a minha reputação. Eu, Francielle Doratz, querendo ver meninos sem roupa? Por favor, né?

Estreito os olhos, com a melhor expressão de indignada no rosto.

— Você não teria coragem.

— Não duvide de mim, Doratz. Você não sabe do que eu sou capaz.

— Não devo satisfações a você, praga intragável. Se você me provocar, sabe que também posso acabar com seu prestígio postiço.

— Você se resume a mãos, Doratz. Eu sou cérebro e astúcia. Você não tem nenhuma chance. — Ela fala e depois dá de ombros, se virando — Mas eu não vou perder meu tempo. Você logo, logo vai ter o que merece.

Eu estava pronta para afrontá-la novamente, mas parei. Eu sabia que Peggy nunca foi com a minha cara, e confesso que é recíproco, mas aquela frase saiu suspeita demais.

— Como assim?

— Você deveria dar uma olhada nos jornais dessa praga intragável. Alguma coisa vai te surpreender de vez em quando.

E saiu girando o cabo da sua câmera.

Confesso que agora fiquei curiosa. As únicas vezes que eu sou mencionada no jornal da Peggy é quando eu apronto uma nova. Mas até onde me lembro tenho andado na linha esses dias. Bom, uma olhadinha não vai arrancar pedaço né?

Fui até a biblioteca e perguntei a Melody se ainda tinha um exemplar do jornal da Peggy de hoje. Assim que ela me entregou um comecei a folheá-lo, procurando alguma coisa importante. Meus olhos foram fisgados pela foto da pior garota que já conheci. Em baixo da foto havia escrito em letras garrafais:

“O bom filho a casa torna: A menina prodígio do Constance Moore College está de volta!”

É, nesse caso, essa olhadinha não arrancou pedaço. Foi como um tiro no peito.


Notas Finais


Agora as coisas vão esquentar >:)

Não tenho muito o que falar deste, apenas que gostaria de ver mais pessoinhas nos reviews. Nem que seja pra mandar um Oi xD

Bom, nos vemos no próximo capítulo.

Dois beijos!
♕ Q ♕


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