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História Far Away - Feelings


Escrita por: Abby_Queen

Notas do Autor


Heey!

Eu sei, eu sei. "Como você tem a coragem de aparecer aqui depois desse tempo todo, sua tratante?"
Mil desculpas, pessoal. Eu realmente não tive tempo de escrever esse capítulo antes. Tô no fim do ultimo ano do colégio, e tá muito complicado arranjar tempo que não seja pra estudar. Eu sinceramente peço desculpas, espero que me perdoem xD

Esse capítulo não saiu como eu esperava, mas eu gostei. Espero que gostem também.

Boa leitura!

Capítulo 7 - Feelings


Fanfic / Fanfiction Far Away - Feelings

7h25 e nada.

Olho no relógio pela quinta ou sexta vez. Estou aqui há 40 minutos. Não tem possibilidade de ele ter passado sem que eu tenha visto. Nem mesmo fui levar minha mochila, eu nem sequer entrei no prédio. Na verdade, eu mal consegui dormir de noite. A primeira coisa que eu queria fazer ao acordar era falar com ele. Mas eu não tinha coragem de ir na sua casa. Nem Castiel teria permitido. E o que eu quero falar com ele, entre outras coisas, não pode nem chegar aos ouvidos do meu irmão. Ele surtaria, e não de um jeito bom.

Eu não estou desesperada, sério. Só um pouquinho preocupada. Você entenderia se conhecesse a mãe da Nathaniel tão bem quanto eu. Acontece que Adélaide é do tipo camuflada. Ela parece bem, ela parece calma e reservada. Mas eu sei que por trás daquela serenidade toda há alguma coisa. Ela é o par perfeito para Francis. Os dois têm um modo sombrio de esconder suas verdadeiras intenções. São como cobras, sorrateiros e astutos. O modo como ela olhou para nós ontem me deu calafrios. Não que ela já não me dê, mas foi algo mais intenso. Ela parecia irritada. E isso nunca acontece. Se ela permitiu algum expressão sequer mudar sua feição, é porque algo de muito errado está acontecendo.

Além disso, ontem eu cheguei a uma conclusão simples: Se eu pretendo livrar meu irmão das garras da Debrah, eu preciso saber por que ela está voltando. Ela já é formada, então não pode estar se transferindo pro colégio. Não pode ser por parentes, pois Debrah perdeu a única avó que tinha um tempo antes de ir embora. Ela quer algo, e me dá arrepios pensar que meu irmão esteja envolvido. Debrah é fria e calculista. Castiel é apaixonado. Essa mistura não me cheira muito bem.

Por isso eu preciso de alguém que possa investiga-la sem levantar suspeitas. E esse alguém é Nathaniel. Tenho certeza de que ele vai conseguir alguma coisa. E se ele é tão inocente quanto diz ser, vai ter uma chance de provar. Provar que não se tornou um canalha sem coração que trai os próprios amigos de uma forma tão descarada. Eu ainda tenho esperança de que, no fundo, eu tenha me enganado. Mas eu não vou conseguir chegar a essa conclusão sozinha. Bom, mas essa parte do plano ele não precisa saber.

Seu Gomes fecha o portão às 7h30. Ele não veio. Nathaniel não veio ao colégio. Esse não deveria ser um motivo para eu tremer dos pés à cabeça, deveria? Afinal, as pessoas faltam ao colégio de vez em quando. Eu olho ao redor, de repente me sentindo perdida. Mas é o Nathaniel. Ele deveria estar aqui. Deveria vir e dizer que está tudo bem. Então eu diria que não me importo, mesmo me sentindo mil vezes mais tranquila. Mas ele não veio. Como posso ficar tranquila quando sinto a respiração acelerar?

Inferno!

 Algo aconteceu, sem dúvida. E foi por minha causa. Se ele ao menos tivesse me deixado falar ontem, mas todas as vezes que eu tentei abrir a boca pra agradecer pelo que ele fez no colégio, ele me interrompeu como se eu fosse fuzila-lo com as palavras! Poxa, eu ia agradecer. E eu nunca agradeço. Custava ele me deixar falar de uma vez? Aí eu não estaria nessa aflição. Porque é lógico que estou assim por não poder ter dito o que queria ontem. Vou encontra-lo, agradecer e pronto. Tudo voltará a ser como era antes. Ele no sul e no norte.

Bufo. Por que ele tinha que ficar lá? A gente dava um jeito de sair. De novo ele fica querendo bancar o bonzão. Isso não vai me afetar em nada, não sei por que ele tenta. E ainda tem a mãe dele. Uma onda de náuseas me ataca, e eu me sento no batente do corredor. Os machucados, as cicatrizes, os gritos. Todas as lembranças de Nathaniel sendo castigado por coisas que eu fiz ressurgem, e isso me deixa tonta. Não quero ser culpada de novo. Embora ele nunca tenha mencionado nem uma única vez alguma dessas situações. Não vou levar essa culpa pro túmulo.

Decidida, levando e me ponho em direção ao lugar que só vou por pura obrigação e desgosto: A sala do diretor. Assim que ele me vê, o espanto atinge seu rosto. Eu sei, também não acredito, senhor Sampson. Não, você não está sonhando.

— Tenho uma pergunta muito simples com uma resposta igualmente simples. — vou direto ao ponto, parando em frente à sua mesa — Nathaniel veio aqui hoje?

— Sim, por que?

— E o que ele veio fazer?

Ele abandona a surpresa e adota uma postura autoritária.

— Por que eu deveria lhe dizer? — Seus olhos esbanjam descaso.

— Acho que aconteceu algo e estou preocupada — Achei melhor ser direta e sincera, evitarei mais perguntas e tempo gasto desnecessário.

— Bom, me surpreende você estar preocupada com algo além do seu próprio nariz, mas eu sinto dizer que não posso contar o que ele veio fazer aqui.

Bufo de raiva. É claro que ele não vai ajudar.

— Olha aqui, Sr. Sampson. Eu sei que o senhor não vai muito com a minha cara, e eu até entendo. Mas estou pedindo que o senhor entenda. Eu realmente preciso saber o que ele veio fazer aqui.

Seus olhos se estreitaram. Isso não é um bom sinal, é? A menos que ele tenha desenvolvido algum problema de visão repentino, isso definitivamente não é um bom sinal.

— Por acaso você tem algo a ver com o que aconteceu ontem, Doratz?

Merda. Eu e minha boca grande.

— Ontem? Não sei do que o senhor está falando — Faço minha melhor cara de inocente, mas o Sr. Sampson não nasceu ontem.

— É claro que você está envolvida. Nathaniel nunca roubaria provas. Ele não precisa, ao contrário de outras pessoas.

— Está insinuando que eu sou burra? — Me ofendi.

— Está insinuando que veio aqui ontem? — Ele rebate.

Quer saber? Desisto. Posso muito bem dar meu jeito. Solto meu maior sorriso cínico para ele, levantando uma das sobrancelhas.

— Eu não faço ideia do que está falando, senhor. Até que tenha provas, eu estava ontem no meu quarto, estudando. É a única versão que sei. Até mais.

Saí de lá, deixando o diretor com cara de raiva.

Sem a mínima vontade vou para minha sala. A professora nem se deu ao trabalho de reclamar por ter chegado no meio da aula, ela sabia que eu não sairia mesmo. Se é pra ficar, então eu fico. Mas não adiantou nada mesmo. A aula toda eu passei pensando no que poderia ter acontecido com ele. Será que... Não. Adélaide não é como o Francis, pelo menos não nesse sentido. E Nathaniel não tem mais dez anos. Por Deus, ele tem dezoito! Ele não deixaria a própria mãe se aproveitar assim.

***

No intervalo, vagueio distraída pelo pátio praticamente vazio. A maioria está no refeitório, e só há alguns andando aqui e ali no jardim. Continuo andando, pensando no que fazer. Acabo parando em frente à mesa em que nós costumávamos sentar quando tudo ainda era normal. Castiel e Lys de um lado, Nathaniel e eu em outro. Me sento, observando os muitos rabiscos que têm na mesa. No meio de vários palavrões, frases de músicas, declarações de amor e nomes e anos, encontro bem pequeno e manchado um coração de corretivo com um rabisco ilegível por dentro.

Eu estava distraída na mesa sozinha aquele dia, e acabei fazendo essa besteira. Tinha passado o dia todo pensando nele, e sem perceber estava desenhando esse coração com nossos nomes. Bom, até ele aparecer do nada.

“Demorei?” perguntou, me dando um susto. Passei a mão pelo desenho, escondendo-o. “O que é isso?”

“A-Ah, nada. Vamos” Levantei e enquanto caminhávamos, olhei para minha mão, manchada de branco. Apenas limpei-a na calça e continuei andando.

Suspiro. Minha mente tem o problema de vagar por aí por qualquer motivo, mas ela sempre teima em me lembrar daquele dia. O dia em que eu realmente senti meu coração doer. Não foi apenas Castiel que saiu com o coração quebrado aquele dia. O meu estava em pedaços de um jeito que até faltava ar. Mas ninguém sabe disso, e no que depender de mim, nunca saberá.

***

Castiel estaciona a moto na frente de casa, e eu desço, entregando-lhe o capacete logo em seguida. Ele foi em direção ao portão, mas eu fiquei parada.

— Não vai entrar? — Ele perguntou.

— Não, eu... Vou ali. No mercado. — Vi suas sobrancelhas se juntarem, como se estivesse desconfiando de algo. — Vou comprar pão de queijo. Os meus já acabaram, e eu não tô com paciência de esperar Sábado pra tia Agatha comprar. Sabe como eu amo pães de queijo.

— Tudo bem então. Traz pra mim também. — E entrou em casa.

Espero ele trancar o portão e caminho em direção a casa vizinha. São 11h30. Quando estou prestes a tocar a campainha, escuto o motor de um carro parar atrás de mim, então me viro. De lá sai Nathaniel de um jeito que, bom, não parecia que ele estava sofrendo ou algo do tipo. Conforme ele se aproximava, eu não consegui não olhá-lo. Ele estava vestido de terno e gravata, o cabelo sem nem mesmo um fio fora do lugar. Acho que a última vez que vi Nathaniel de terno foi no baile do ano passado do colégio. Tem um tempinho.

— Aconteceu alguma coisa, Francielle? — Ele pergunta calmamente assim que chegou perto de mim.

— Eu... é.... — Balanço a cabeça. Não seja ridícula. — Nada é que... Você não foi no colégio, então eu pensei que... E sua mãe ontem... — Sério, que perfume é esse? — Aí eu pensei que talvez você tivesse... Só que o diretor não quis falar, então eu pesei em vir aqui, mas...

— Peraí, Francielle — Ele ri, levantando uma mão, pedindo que eu parasse. Minha boca fechou, mas meus olhos estão perfeitamente abertos. Desde quando o Nathaniel tem esses buraquinhos nas bochechas? — Tente ser mais clara. Eu não fui no colégio então você pensou...  — E para aí, sugerindo que eu continue. Limpo a garganta e tento ser coerente.

— Eu estava... hm... Só achei que tinha acontecido alguma coisa por você ter ficado no colégio ontem no meu lugar e como você não foi hoje eu fiquei... é... — Sinto meu rosto esquentar, e a última palavra sai num piu — Preocupada.

Seu sorriso branco apareceu de novo, e ele se inclinou um pouco na minha direção, virando a cabeça para o lado um pouco.

— O quê? Eu não ouvi a ultima parte.

Ah, fala sério.

— Ouviu sim, seu idiota. — Dou-lhe um empurrão, fazendo-o se afastar um pouco. Soltei a respiração que nem percebi estar prendendo. — Por que está vestido assim?

Seu sorriso some instantaneamente. Ele parece se dar conta que terno não é uma roupa que se use normalmente. Ele para de me olhar, seus olhos vão em todas as direções, menos em mim.

— Eu estava, hm, resolvendo um problema.

— Você está mentindo.

— Prove.

— Você não consegue mentir olhando nos olhos, Nathaniel. Você sempre foi um péssimo mentiroso.

— Ah é? — Seu sorriso volta — E posso saber como sabe disso?

— Porque ela é uma ótima mentirosa, afinal.

Pulo dois metros longe de Nathaniel quando escuto a voz de Castiel. Meu coração dispara, quase saindo pela boca. Droga! Como eu não pensei que ele poderia sair a qualquer instante? Castiel está com dois sacos de lixo ao seu lado, me olhando com cara de poucos amigos. Ai não, não agora...

— Castiel, olha- — Eu tentei falar, mas ele veio rápido me puxando pela mão. Fui parar do outro lado, Castiel entre Nathaniel e eu.

— Não se atreva a chegar perto dela outra vez, tá me ouvindo? — Castiel aponta o dedo para Nathaniel, que não parece nem um pouco abalado.

— Ela não parecia estar sendo forçada a isso, sabe?

— Não me importa. Chegue perto dela outra vez e eu não vou ser tão bonzinho como agora.

E saiu me puxando pelo pulso. No fim das contas, nem pude falar o que eu realmente queria tratar com Nathaniel. Nem mesmo descobrir o que aconteceu ontem. E agora vou ter que escutar outro sermão do Castiel. Quando estamos entre a sala e a cozinha, puxo meu braço, enfim conseguindo me soltar. Ele se vira, completamente transtornado.

— Quem você pensa que é pra fazer isso, hein? — Grito, já sem paciência. Ele ri, sem sombra alguma de diversão em seu rosto.

— Quem você pensa que é! — Grita em resposta. — Como você ainda tem coragem de falar com aquele filho da mãe depois do que ele fez? Como, Francielle?!

— Nós só estávamos conversando, Castiel. Conversando! Não é como se eu tivesse esquecido o que ele fez.

Ele deu várias voltas no cômodo, indo de um lado a outro. Do nada, ele estanca no chão e se vira para mim, parecendo compreender algo que eu ainda não entendi.

— É por causa dela não é? — Talvez ele tenha percebido que eu não entendi, pois continuou — É por causa da Debrah, não é?

Um arrepio passou pelo meu corpo todo. Não. Por favor, não.

— O que ela tem a ver com isso?

— Não se faça de idiota, Francielle. Eu vi no seu quarto. Ela vai voltar, não vai? — E começou a caminhar em minha direção novamente. — O que você está pensando em fazer, Francielle?

Sentia o nervosismo crescendo, minhas mãos tremendo. Droga, eu devia ter me livrado daquele jornal assim que terminei de ler. Como eu pude ser tão idiota?

Castiel chega perto o bastante para eu ver suas íris cinzas cintilando de raiva.

— Não se atreva a mover um dedo contra ela, Francielle. Não quero ter que tomar providências contra minha própria irmã.

— E o que você pretende fazer? Me bater, como faz com tudo que te contraria? Sinto dizer, irmãozinho, você não tem esse poder — O encarei na mesma intensidade que sua raiva, e juro que podia ver sua respiração acelerando a cada momento. — Eu não tenho medo de você, Castiel.

— Pois devia.

E saiu, me deixando ali sozinha, tentando entender a seriedade da sua ameaça.


Notas Finais


Ai, ta chegando <3 E aí, o que acharam? Quem tem hipóteses do que vai acontecer?
Se gostou, não esquece de favoritar e deixar seu comentário, tá? Assim posso saber que estão gostando.

Dois beijos, até o próximo!

Queen


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