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História Far Away - I Don't Know


Escrita por: Abby_Queen

Notas do Autor


Heey!

E aí, people? Rapidinho dessa vez, né? Pois é, aqui tá chovendo e me bateu AQUELA inspiração, que eu tanto amo, por isso tem esse capítulo fresquinho pro'cês. Espero que gostem, porque até agora foi meu capítulo favorito ♥

Boa leitura :)

Capítulo 8 - I Don't Know


Fanfic / Fanfiction Far Away - I Don't Know

Confesso ser uma pessoa de emoção volátil. Certas manhãs eu acordo com o humor nas alturas, dou bom dia, sorrio, posso até apreciar os pássaros cantando — tá, nem tanto. Outros dias, na maioria dos casos, sou uma pessoa detestável, irritante e mal-humorada pelas manhãs. Às vezes simplesmente não tenho vontade de falar com ninguém, outras me sinto ignorada por qualquer motivo. Eu sei, não sou o tipo de pessoa fácil de lidar. Mas de vez em eras, só às vezes mesmo, eu tento ser uma pessoa paciente. Alguém compreensiva. Acredite quando eu digo que não é fácil tentar estabelecer a paz se você não quer realmente fazer isso.

Castiel estava de mau-humor quando chegou na cozinha, enquanto Jad, Tia Agatha e eu tomávamos café. Eu sabia por que, embora não quisesse tocar no assunto novamente. Como eu disse, tentando reestabelecer a paz entre meu irmão e eu. Mas ele não facilita, é claro.

— Bom dia, Castiel — Eu digo quando ele se senta. Sou completamente ignorada.

— Sua irmã falou com você, Castiel. Responda — Tia Agatha tenta interferir, mas é igualmente ignorada.

Como eu disse, não é fácil.

— Deixa, tia — Enfio um pão de queijo na boca — O Castiel ama bancar o crianção.

— Crianção o caramba. Você age pelas minhas costas e contra mim e ainda quer ter consideração. — Ele ataca, sem nem ao menos olhar em meus olhos.

Respiro fundo. Eu tento não me ofender com suas palavras. Eu tento me colocar em seu lugar. Eu tento ser compreensiva.

— Vai pra merda, sua manipuladorazinha.

Compreensão o escambau.

— Manipuladora, eu? Parece que você precisa mesmo sair mais vezes com sua namoradinha para conhecer uma manipuladora de verdade.

Castiel me olha furioso, mas opta por ficar quieto, o que é incrivelmente surpreendente, mas eu deixo o assunto morrer aqui. Se ele prefere levar isso adiante, que seja. Vou entrar no seu jogo. Eu estou sinceramente tentando ajuda-lo — e olha que eu nem comecei! — e ele me ataca como se tivesse sido eu que o traí beijando seu melhor amigo na sua frente, roubando seu empresário e sua chance de estrelato. Eu, uma simples vítima das circunstâncias, tenho que lidar com um irmão egoísta e cego de amor, que não consegue ver o que está escrito em néon na sua frente.

Assim que termino o ultimo pão de queijo, levanta-me no mesmo momento que Castiel. Nos olhamos por breves dois segundos até ele ir para o seu quarto e eu para o meu. Termino de arrumar minha mochila e dou uma última olhada no espelho de corpo inteiro. Normalmente eu não me incomodo com o uniforme, até gosto da gravata feminina — afinal ela é azul e não laranja como o colégio Santa Ana —, mas hoje a saia plissada está realmente me incomodando. Parece fofa demais, alegre demais.

Escuto tia Agatha e Jad se despedindo enquanto saem para trabalhar. Ignoro a saia, pego a mochila e saio. Quando estou passando pela porta da sala, vejo o portão da garagem se fechando. Ah não. Ele não vai ser tão cara de pau.

— O que pensa estar fazendo? — Digo assim que passo pelo portão, trancando-o. Observo o céu fechado. Castiel está subindo em sua moto.

— Indo para o colégio, idiota. — Ele se arruma, e percebo que só está com um capacete.

— Você não está pensando em ir sem mim, está? — Pergunto. Castiel termina de se arrumar e me encara por alguns segundos antes de ligar a moto, fazendo o motor soar.

— Tenho certeza de que você vai dar um jeito. Você sempre dá um jeito, né?

E com isso ele acelera, me deixando com cara de idiota no meio da calçada. E como se não bastasse, começa a chover. Eu tentei ser alguém legal, mas não dá. Não dá! Só recebo patadas, sou largada na rua dez quadras longe do colégio, e ainda por cima, como se não estivesse ruim o bastante, o tempo não está a meu favor. Eu não nasci para ser uma pessoa boa. Dane-se Castiel e sua namorada. Quero vê-los todos no inferno.

Começo a caminhar rápido. Eu não vou pegar um ônibus, e se eu voltar para pegar o skate acabará que chegarei atrasada de qualquer forma, então apenas continuo andando na rua.

Insensível. Como ele tem coragem de largar a própria irmã no meio da rua, no meio da chuva? Castiel não tem coração, é um fato. Ele não pode levar em consideração que moramos há 20 minutos do colégio, e que está em cima da hora? Não, é claro que não. Ele tem que se vingar da maneira e quando ele quer. Sem se importar. Sem perceber que eu não fiz nada pra esse tratamento de merda. Sério, o que eu fiz?

Só estou tentando ajuda-lo, porque o idiota não é capaz de fazer sozinho. E, poxa, ele nem me deixou falar ontem. Eu nem abri a boca. Ele já veio me acusando de querer fazer mal a sua queridinha-amada-super-preciosa-Debrah, também chamada de Diabo de batom. Tudo bem, eu realmente pretendo fazer algo, e não é como se ela não merecesse. Além disso, ele nem sabe! Foi um julgamento injusto sim, e ele vai pagar. Aquele filho da mãe.

Aberto o passo conforme a chuva engrossa. Eu bem que poderia dar meia volta e ir para casa, mas continuo aqui, me ensopando na chuva, pensando em mil formas diferentes de me vingar do Castiel.

Um carro começa a andar devagar, acompanhando meus passos. Dou uma rápida olhada e reconheço o carro. Ando mais rápido, mas ele me acompanha. Sem paciência, eu paro, ignorando a chuva que molha meu rosto sem dó.

— O que você quer? — Pergunto ao vidro completamente escuro. Aos poucos ele baixa, revelando o rosto de Nathaniel.

— Tentando entender que merda você fez para ter que ir na chuva para o colégio.

— A merda que eu fiz foi ter a péssima ideia de ir falar com você ontem.

— E eu tenho culpa disso? — Ele apoia o cotovelo na janela do carro, segurando a cabeça.

— 100% de culpa — Digo, trincando os dentes. Estou começando a ficar com frio.

— Ah, é claro. Esqueci que sou seu saco de pancadas — Um sorriso divertido surge em seus lábios — Vamos lá, pode extravasar.

— Não seja idiota, Nathaniel. Eu fui largada no meio da rua pelo meu próprio irmão e você ainda quer tirar uma com a minha cara? Por acaso é pouco eu ter que ser tratada como uma megera sendo que eu nem fiz nada, só tentei ajuda-lo? — Falo, irritada. Sei que ele não está entendendo, mas já nem ligo. Ele permanece calado, de qualquer forma — Eu nem fiz nada e hoje ele mal olhou na minha cara. Me tratou como uma cretina e ainda me largou aqui sozinha. — Paro para respirar. Sinto meus pés inundarem no sapato ensopado. — Você não acha que já é o bastante?

— Isso é sua decisão — Sua expressão não muda, e eu tenho vontade de soca-lo por estar tão tranquilo. — Você acha que é o bastante?

Eu paro um tempo, tentando entender a ambiguidade da sua pergunta. Sua expressão é calma, como sempre. Ele parece normal, mas eu sei que ele quer dizer alguma coisa. Seus olhos me estudam ao mesmo tempo que os meus a ele. Por um minuto sinto voltar no tempo, mas logo volto a realidade quando o sinal abre.

Volto a caminhar, mas Nathaniel continua a me seguir, mesmo o sinal tendo fechado para ele. Ai, por Deus! Quando não é Castiel, tenho Nathaniel no meu pé, me confundindo com suas perguntas evasivas e seus sorrisos tranquilos. Cada palavra que ele fala parece ser feita para me afetar. E consegue, o que me deixa ainda mais irritada. Tenho vontade de passar cada centímetro do seu corpo em uma trituradora.

Meu queixo começa a bater por causa do frio, e eu tento andar mais rápido quando vejo que o próximo sinal vai fechar. Mas não dá tempo, e eu bato o pé com raiva.

— Merda! — Reclamo, vendo novamente Nathaniel parar ao meu lado.

— Precisa de ajuda? — Ele pergunta.

— Vai embora — Falo, perfurando o semáforo com os olhos. 15 segundos...

— Você está com frio, Francielle. Vamos, eu te levo até o colégio.

10 segundos...

— Não seja orgulhosa. Não vai te arrancar pedaço aceitar uma ajuda de um amigo.

— Você não é meu amigo.

5 segundos...

— Por quê?

Meus olhos me obrigam a olhá-lo. Ele me encara como que querendo uma resposta de uma pergunta velha. Uma pergunta que ele já cansou de fazer, e eu já cansei de ignorar. Sinto a pulsação acelerar como sempre acontece quando penso no assunto. Ou simplesmente seja início de hipotermia. De ambas as formas, não me sinto capaz de ignorar dessa vez. Sinto sua pergunta simples tomando os espaços da minha cabeça, tornando-se cada vez maior. Exigindo a resposta. Não só para ele.

“Por quê?”

9 meses antes

 

— Francielle, me escuta. Por favor, não é o que você tá pensando — Eu me virei bruscamente, fazendo Nathaniel quase cair, pois me seguia a passos largos.

— Mas é aí que tá o problema, Nathaniel. Eu não tô pensando. Eu vi. Vi você traindo seu melhor amigo com a namorada dele na maior cara dura! Eu vi, Nathaniel, VI! — Gritei, ignorando as pessoas que passavam nos olhando no corredor. Sinceramente? Eu mal me importava com suas existências.

— Não, você acha que viu! — Ele continuou insistindo, e eu tive que rir. Descarado mentiroso. — Ela que veio pra cima de mim, Francielle. Por favor, tenta raciocinar! Eu nunca ficaria com a Debrah! Você sabe muito bem!

— Sei? — Perguntei, juntando todas as forças do meu corpo para não demonstrar fraqueza — O que eu sei é que você se mostrou um cretino traidor. Eu esperava isso dela, mas eu nunca esperaria isso de você, Nathaniel. — Foi impossível esconder a mágoa em minha voz — É você que não sabe as sequelas dos seus atos.

— Não faz isso, Francielle. — Ele tentou se aproximar, mas eu estendi a mão, parando-o.

— Nunca mais fale comigo. Eu não sei quem você é.

Eu dei dois passos até escutar sua voz novamente.

— Por quê, Francielle?

Sua pergunta veio cheia de significado, veio com uma dor que eu não podia explicar. Um significado que eu não podia entender. Então tudo o que fiz foi deixar pra lá.

 

Tempo atual...

 

Nathaniel ainda esperava uma resposta a minha pergunta. O sinal já havia aberto, e alguns pedestres começaram a atravessar a rua apressados, tentando se proteger da chuva cada vez pior. A essa altura, meus cabelos estavam totalmente grudados a minha cara e costas. Meus livros, tenho certeza, deviam estar encharcados. Mas eu não estava preocupada com isso.

Estava mais preocupada por não saber a resposta para sua pergunta. Não saber por que eu o ignorei todo esse tempo. Talvez porque eu me sentisse traída e sozinha? Porque, só talvez, eu me senti insegura, machucada pela pessoa que costumava me amparar? Porque sou orgulhosa demais para admitir que eu estava com saudade de ter com quem conversar, saber que tenho um amigo? Porque eu não queria ser atingida novamente daquele jeito, então me protegi do melhor jeito possível? As respostas sempre pareceram tão claras em minha mente, mas agora, nem tanto. Elas estão turvas, do mesmo jeito que minha visão está ficando.

Desde que primeiro pingo de chuva caiu hoje, me sinto grata por estar chovendo. Dessa forma as lagrimas que caem passam despercebidas junto às gotas de chuva que escorrem pelo meu rosto. Talvez eu seja apenas a mesma garota de oito anos chorona que procurava o melhor amigo quando as coisas não iam bem em casa. Nathaniel era a única pessoa que me entendia, que estava na mesma situação que eu. Ele me protegia e agora, com a volta de Debrah, eu me sinto... perdida. Desprotegida. Vulnerável.

E eu odeio me sentir vulnerável.

Desisto do colégio e dou meia volta, tentando evitar que mais coisas saiam além das lágrimas. Sinto apenas por não ser rápida o bastante para que Nathaniel não perceba o que está acontecendo. Ele salta do carro tentando me acompanhar enquanto eu praticamente corro em direção a casa novamente. Por um momento eu o odeio por me conhecer tão bem. Me odeio por deixa-lo me conhecer tão bem.

— Espera, Francielle — Ele me vira pelos ombros, fazendo-me encará-lo. — Eu não queria que você ficasse assim.

Eu permaneço em silêncio. A chuva não será capaz de camuflar minha voz afetada caso eu abra a boca. Por isso e por outros motivos, continuo calada.

— Tudo bem, eu não falo mais. Eu já me conformei que você não quer mais falar comigo, só pensei que... — Ele me olha, mas não consegue terminar a frase. Passa a mão pelo cabelo molhado, exasperado, fazendo gotinhas voarem em todas as direções. — Eu já devia ter parado. Eu entendi. Não vou mais insistir. Só... não fica assim.

Um som sai involuntariamente da minha garganta, meio rindo, meio soluçando. Nathaniel nunca soube lidar com uma mulher chorando. Eu lembro quando Castiel sofreu um acidente com a moto. Eu estava em prantos, mas Nathaniel parecia pior do que eu. Não sabia o que fazer, se ficava do meu lado ou me deixava só por um tempo, se falava alguma coisa ou ficava calado, se me dava um pouco de água ou só me abraçava.

— Olha, Francielle, eu prometo que não vou ma-

— Eu não sei.

— O que você não sabe? — Ele me olha confuso.

— Eu não sei por que eu te afastei. Não sei por que fiz tudo isso. — Conforme eu falo o fluxo de lágrimas parece cair com mais força. Eu não me dou o trabalho de retê-las. — Não sei mais por que fazer isso. Não sei o que fazer, Nathaniel.

E então o primeiro soluço sincero sai da minha garganta, sacolejando meus ombros. Nathaniel rapidamente me abraça, apertando meu rosto contra sua camisa molhada. Sua mão alisa minha cabeça e isso apenas contribui para meu soluçar aumentar.

— Vem cá, meu anjo — Sua voz soa tão doce quanto o apelido, e eu sinto um leve arrepio gostoso se misturar ao frio do corpo — Você sabe muito bem que eu sempre estive aqui.

— Por que você continua aqui? Eu sou tão idiota, você tem que ir embora. — Mas minhas ações contrariam minhas palavras, pois não sou capaz de me afastar de seu abraço.

— Eu prometi, esqueceu? Prometi que sempre estaria do seu lado pra te salvar. — Ele continua alisando meu cabelo. — Eu não quebro minha palavra.

— Mas eu quebrei a minha. — Meus soluços tornam-se maiores. Estou parecendo uma criança, mas dane-se. — Quebrei minha palavra com você.

— Então vamos consertá-la.


Notas Finais


E O TEAM NATH VAI A LOUCURA!

Calma que tem parte dois, galera ahauhauaha Esse é um capítulo partido ao meio. No próximo a gente vê o resultado. Enquanto isso, o que acharam? Com esse capítulo amorzinho será que mereço reviews? ;)

Dois beijos!

Queen


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