Braços fortes me rodearam, então senti a presença dele atrás de mim, me abraçando e beijando minhas costas nuas. Sorri minimamente, com o rosto ainda amassado por ter a acordado somente agora.
— Bom dia, minha princesa. — a voz rouca de Justin foi a primeira que ouvi pela manhã, já que a segunda fora de nosso filho que entrou entusiasmado no quarto, enquanto ria do filhote de cachorrinho que tinha nos braços.
Brooklyn pulou na cama e praticamente jogou o pobre filhote em cima de nós. O loirinho começo a pular na cama enquanto ria escandalosamente.
— Acorda, mamãe! — pulou em cima de mim. — Papai, acorda a mamãe. — Brook fez força para me virar pra cima e eu me virei, logo vendo o pequeno se sentar na minha barriga. — Bom dia, mamãe. — deixou um beijo molhado em minha bochecha.
— Oi, bebê da mãe.
Coloquei o pequeno entre Justin e eu e sorri abertamente, feliz, ao ver os dois homens da minha vida. Toda a felicidade do mundo parecia ser depositada em mim, e eu agradecia muito à Deus por isso. Era incrível ter uma família amada, e ser amada por eles. Não tem melhor sensação que essa.
— Que horas é agora?? — Justin perguntou. Peguei o celular no criado-mudo e verifiquei.
— 6h31. — suspirei. — Vamos nos arrumar pra levar você na escolinha, Brook?
Enrolei o lençol em meu corpo e fui em direção ao banheiro.
— Papai, a mamãe tava pelata na sua fente? — perguntou baixinho, Justin riu, negando enquanto passava as mãos no cabelo dourado do filho.
— Daqui uns anos você vai entender, Brook.
— Espero que demore muito. — falei um pouco alto por já estar no banheiro.
— Óbvio que não, Raffaella! Meu filho vai ser um destruidor de corações. — brincou. — Igual à mim na época da escola. — sorri, negando com a cabeça enquanto escovava os dentes.
Tomei um banho rápido e depois pedi que Justin avisasse a babá para arrumar Brooklyn para que eu o levasse logo para a escolinha. Justin também iria hoje, pois tinha reunião de pais e mestres. – algo totalmente desnecessário já que meu filho, e a maioria dos alunos de lá tem 3 anos e o máximo de ruim que ele pode fazer é morder os coleguinhas.
Entramos no carro e Justin foi dirigindo, já que eu fui conversando com Brook para ele não chorar. Brooklyn odeia andar de carro.
— Hoje a mamãe e o papai vai entrar na escolinha com você, tudo bem? — anuiu com um sorriso sapeca — Mas a mamãe não vai brincar com você porque eu vou pra conversar com a titia que dá aula. — emburrou a cara e eu ri, voltando a minha posição normal, olhando para frente com o corpo ereto.
Senti um carinho na nuca e olhei para o lado, vendo Justin com seu braço estendido me olhar e revezar na estrada. Como sempre, me arrepiei e ri. A nuca era meu ponto fraco com certeza.
Alguns minutos depois chegamos na escolinha e entramos. Procurei pela professora de meu filho e a achei perto da diretoria com alguns pais. Me aproximei, com Justin em meu encalço. Ele já havia levado Brook à salinha dele.
— Senhor e Senhora Bieber… é ótimo vê-los. Sentem-se ali, eu já vou conversar com todos. — apontou para as cadeiras enfileiradas e todos os pais foram até lá.
[...]
Havíamos acabado de sair da escolinha e de ter deixado Brook lá.
— Você tem noção do quanto de bobagens aquela mulher falou sobre o nosso filho, Raffaella? Ainda por cima ela ficou se insinuando à mim! — Justin reclamou, enquanto me encarava de lado no carro.
— Quando ela ficou se insinuando pra você, Justin? — perguntei sentindo a raiva me dominando gradativamente.
— Na hora em que você foi no banheiro.
— Ora, mas que mulher mais vag…
— Não xinga!
— Ok, me desculpe, amor. — respirei fundo.
— De qualquer jeito, Raffaella, você sabe melhor que ninguém que eu só quero você. — inclinou no banco e puxou meu rosto pra si e colou nossos lábios. Suas mãos mais uma vez passearam por minha nuca deixando arrepios em todo meu corpo. Segurei em seu pescoço de leve, como sempre, e sorri minimamente ao perceber que ele queria ter um momento ali no carro, embaixo de uma árvore e em frente à escolinha de nosso filho.
Seus fortes braços me rodearam e puxaram-me para seu colo. Sua mão levantou meu vestido até em cima dos seios e senti um apertão na cintura. Me ergui um pouco para que eu pudesse desabotoar sua calça e assim que o fiz, com sua ajuda a desci um pouco. Minha calcinha fora afastada para o lado e logo o senti me preencher.
Alguns minutos depois nós já tínhamos terminado e já voltávamos para casa.
— Raffaella, você tem muito fogo. — falou baixinho em meu ouvido, enquanto me abraçava e abria a porta de casa.
— Para de falar isso. — ri envergonhada.
— Mas é verdade, não? — perguntou, ao segurar meus ombros. Mordi meus lábios e assenti, recebendo um sorriso de sua parte.
— Agora.. vou tomar um banho porque eu estou puro suor, e depois vamos fazer nosso almoço. — Justin falou, deixou um selinho em meus lábios e subiu as escadas de casa. Me sentei na sala e liguei a TV num canal qualquer de fofocas.
Um certo sentimento de vertigem e nostalgia se apossou de mim, me senti cansada, triste, esgotada tanto emocionalmente quanto fisicamente. Um mau agouro tomando minha mente e prendendo-a. Então veio as lágrimas ainda sem motivo. Molhavam minhas bochechas e caíam em gotas grossas na barra do meu vestido.
E mais que de repente me veio mais pensamentos ruins, sentimentos indescritíveis, um certo medo desconhecido. Me senti infeliz e melancólica, me senti imersa em trevas.
Tudo de ruim eu pensei. Pensei no meu filho e o quanto ele ficaria com medo do que se passa em minha cabeça. Pensei em Justin e no quanto ele ficaria chateado. Pensei na minha vida perfeita que eu levava e não trocava por nada nesse mundo.
Num minuto me sinto a dona do mundo e no outro me sinto uma inútil que merece morrer o mais que depressa.
— Mamãe… — uma leve cutucada foi deixada em meu braço, e a voz doce e infantil de Brooklyn veio aos meus ouvidos, trazendo-me paz por um momento. — Mamãe, acorda, olha quem está na TV. — me puxou de onde eu estava, me tirando do meu enorme devaneio.
Olhei para a pequena TV no canto da sala, sustentada por uma mesa pequena. Meus olhos marejaram ao ver o que estava escrito na notícia “Justin Bieber, o cantor de 'Sorry’ foi visto nesta manhã de domingo (28) no aeroporto acompanhado de sua mais nova namorada, a modelo…”
Meus ouvidos deixaram de ouvir e as lágrimas vieram com mais força, a dor penetrando no âmago já ferido, deixando mais pedaços de rancor e mágoa.
— Mamãe, é o papai, veja! — Brook falou atento ao que passava na TV. Até que me encarou e fez uma carinha de confusão. — Porque está chorando mamãe?
Neguei com a cabeça, pedindo que ele fosse brincar e me deixasse só, como sempre.
E mais uma vez meu filho me acordou de um devaneio. Me tirou de minha vida perfeita, mesmo que por segundos.
O loirinho foi para nosso quarto brincar, com a mesma carinha de sempre, tristeza.
Tristeza por ter uma mãe obcecada e apaixonada pelo homem qual a abandonou com um filho na barriga. Tristeza por não receber carinho nem atenção da mãe. Tristeza por não estudar pois a mãe não trabalha e não tem dinheiro para matrícula-lo numa escolinha. Tristeza por não ter conhecido o pai, e principalmente, tristeza pela vida que leva.
Esse é o meu filho e a minha vida.
A mulher que quando deu a notícia ao amado, anunciando que estava grávida, o mesmo a abandonou sem um pingo de consideração, a humilhou e a deixou em pedaços. Conseguiu sua tão sonhada fama e esqueceu aquela que até hoje vive em prantos, lembrando-se de bons momentos que passaram juntos e no quanto ele seria um bom pai. Justin os abandonou sem nada. Tirou tudo o que ela tinha e não deixou absolutamente nada.
Abandonou seu filho sem nenhum remorso, abandonou a mulher que o amava e abandonou a chance de ter uma família.
E entre eles, jamais haverá união pois Justin esqueceu todos de seu passado – inclusive seu filho qual ele rejeitou. E todos os momentos bons vividos entre eles não passam de ilusões criadas por Raffaella. Todas não passam de um grande sonho distante, uma perfeita ilusão.
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