História Fascínio - Uma Gina apaixonada

A correria era grande na Mansão Potter. Os preparativos para o Natal estavam se acelerando conforme meia noite ia ficando cada vez mais próxima. James era o mais velho das crianças e aparentava ser o menos ansioso com a chegada do Papai Noel. No auge dos seus seis anos, ele dizia não se importar com o bom velhinho, apesar de Draco flagra-lo várias vezes espiando por baixo da lareira. Scorpius, assim como Alvo, já tinha cinco anos. Os dois não se desgrudavam um minuto sequer, até dividiam um quarto. Eles sim estavam ansiosos para a chegada do homem de vermelho. Estavam em frente a arvore repassando um para o outro o que tinham pedido para o papai Noel. A lista era longa. Esses dois só não estavam mais ansiosos que uma bebezinha de dois anos que se debatia dentro da banheira enquanto Draco tentava dar banho nela.

“Lily, princesa.” Ele disse, secando o rosto com a gola de uma camisa já encharcada. “Se não ficar quieta, não conseguiremos ver o papai Noel.”

“Papa Noe, papa noe, papa noe...” ela começou a gritar.

A tática de Draco não funcionou.

“Mamãe!” Draco ouviu as crianças na sala gritar.

Ao menos um deles tinha enfim chegado do trabalho.

“Mamã...” Lily disse ao ver Gina e sorriu, batendo as mãozinhas na água com força.

“Oh, Draco.” Gina disse, se aproximando deles. “Não sei como lhe agradecer por ter cuidado deles. O Profeta hoje estava uma loucura e eu demorei para deixar pronta as matérias de amanhã e depois sobre os cancelamentos dos jogos.”

“Está tudo bem, Gina.” Draco disse, tirando a pequena da agua. “Os meninos já estão arrumados, o peru está no forno e só faltava a Lily.”

“Eu arrumo ela, Draco, pode deixar. Você precisa se arrumar, não é verdade?”

Draco concordou. “Vou tomar banho.”

“Tio Draco te deu banho, foi, bebê da mamãe?” Gina perguntou, a voz semelhante a de uma criança.

“Tio Dlaco deu banho.” Ela concordou.

“E você gosta muito do tio Draco, não gosta?” Gina perguntou, deitando a filha para poder colocar nela a fralda.

“Eu góto muito do tio Dlaco.” Lily afirmou, enquanto levava o dedão a boca para chupa-lo. “E do Scopio.”

“Claro, como mamãe pode esquecer do Scopio.” Gina disse, fechado o vestidinho dela e dando atenção aos fios, tão vermelhos quanto os seus.

“E do Jay, do Al e do papa.” Ela avisou, como se Gina estivesse se esquecido dos outros.

“Por falar em papa, cadê seu papa?” Gina perguntou, fitando o relógio, angustiada.

“Tio Dlaco falou que ele foi numa, numa...” Ela tirou o dedo da boca e olhou para a mãe, na expectativa de Gina ajuda-la.

“Numa missão?” Gina completou, esperando estar errada, mas Lily afirmou suas palavras. “Mas é Natal, como o Ministério pode mandar seu pai numa missão numa noite assim.”

“Isso é ruim?” Lily perguntou, vendo o desespero tomar conta do rosto da sua mãe.

“Não, pequena, não.” Gina disse, acariciando os cabelos da filha. “Pequena, vá para a sala com seus irmãos e Scorpius. Mamãe vai falar com tio Draco.”

A pequena ruiva, muito obediente, correu para a sala, se juntando aos três que brincavam de xadrez bruxo.

Ela se acomodou no colo de Alvo que observava o irmão mais velho jogar com o loirinho.

“Al...” Ela disse, voltando a chupar o dedo. “Papa saiu numa mi...”

“Missão, Lily.” James ajudou a irmã. Ela sorriu. “Mas papai disse que não ia a nenhuma missão hoje, ele prometeu para nós de manhã.”

“Tio Dlaco que disse.” Ela deu de ombros.

“Jay, talvez Lily tenha razão.” Alvo disse, olhando o relógio em cima da lareira enfeitada de meias. “Já passam das oito, papai já era para ter chegado. Será que ele...”

Os olhos de Alvo começaram a encher d’água.

“Não fale besteiras, Al.” James disse, era o irmão mais velho, apesar de só ter seis anos. “Papai vai voltar. Ele só deve ter... ter... ter se atrasado para comprar nossos presentes.”

“Mas num é o papa noé que traz presente?” Lily perguntou confusa.

“Papai Noel só traz presentes que caibam dentro da meia.” Scorpius avisou a ruivinha, que tinha acabado de pular para o seu colo. “Os presentes grandões são os papais que compram.”

No andar de cima...

“Draco, Draco eu preciso falar com você.” Gina dizia, batendo na porta.

Draco tinha acabado de desligar o chuveiro e só deu tempo dele colocar uma toalha na cintura antes de abrir a porta e uma ruiva desesperada se jogar em seus braços.

“Harry! Draco, Harry está numa missão até agora.” Ela disse, chorosa, nos braços do loiro.

“Eu sei, mas não precisa se preocupar, se algo ruim tivesse acontecido o Ministério teria mandado uma coruja, não teria?” Draco disse, tentando a acalmar.

“Teria, mas é estranho, eu sinto que dessa vez é diferente. Draco, ele nem ao menos me avisou dessa missão e ele sempre avisa.” Ela disse, apertando Draco contra o corpo dela. “Eu acho que estamos nos afastando pouco a pouco.”

“Você está estranha, diferente das outras vezes. Gina, eu moro aqui a cinco anos e nunca te vi assim, tão desesperada.” Draco percebeu, não a afastando. “Tem algo que eu não saiba?”

“Draco...” Ela iniciou, mas se calou em seguida.

“Você me disse que eu era o seu melhor amigo, não disse?”

“Mas é difícil.” Ela respirou fundo. “Draco, eu estou apaixonada por você.”