1. Spirit Fanfics >
  2. Fases >
  3. Inocência.

História Fases - Inocência.


Escrita por: souhamucek

Notas do Autor


​Hello, hello!! Como estão vocês?
Eu sei, estou meio inquieta ultimamente. É a pressão da faculdade. Depois que eu postar todos os projetos em aberto, focarei só em Farce. Desculpem a menina afoita (e ansiosa) quem sou. Enfim, vamos às regrinhas de sempre:
— Fases é uma shortfic. Serão apenas três capítulos: inocência, euforia e amadurecimento.
— FanFic dedicada exclusivamente para a minha amiga Jess, a @Clarky. Espero que você goste da surpresa! 💜 Jeleninha procê, muiê.
— Agradecimento infinito à @Rachel_Wilde pelos banners, capa e, principalmente, incentivo. Sou eternamente grata a você!
— Todos os comentários são bem-vindos, inclusive as críticas (construtivas).
— Justin e Selena interpretam eles mesmos, porém as demais personagens são fictícias.
— Cada fase se passa numa faixa etária. 11 anos, 17 anos e 26 anos, respectivamente.
— Esta é minha primeira história Jelena, estou insegura. No entanto, espero honrar o casal.
— O teaser está nas notas finais. Obrigada, @annabelIa!
Torço muito para que gostem do enredo tanto quanto estou amando escrevê-lo. Boa leitura!

Capítulo 1 - Inocência.


Fanfic / Fanfiction Fases - Inocência.

2001

Aula aos sábados era o que desmotivava todos os alunos da Escola Municipal de Reykjavík. O cansaço estava visível nos olhos exaustos de todos em sala. O pequeno Justin lutava contra suas pálpebras pesadas, mas o sono era forte demais para ser ignorado. Os braços finos preenchiam toda parte de cima da mesa, bem como uma das bochechas amassava contra a pele.

No instante em que piscou os olhos com um peso demasiado grande, perdeu-se o controle da exaustão. O ranger de garganta de Heather despertou meramente sua curiosidade. O menino com cabelos jogados de lado ergueu os olhos castanhos na direção dos azuis a sua frente. A loira não era uma criança comum, ela era a filha do diretor e, consequentemente, a menina mais popular do colégio.

Abobalhado com a atitude inusitada, ele sorriu.

— Justin.

Os olhos do garoto baixinho brilharam. Ela sabia seu nome. Por mais que tenham estudado juntos desde as séries anteriores, os dois nunca se falaram. A baixinha com vestido rosado pigarreou, afastando uma mecha de seus cabelos loiros para trás da orelha.

— A minha mãe mandou eu te convidar para a minha festa de aniversário hoje à noite... — corrigiu-se, sem disfarçar a indiferença. — Quero dizer, eu gostaria de te convidar.

— Hoje? Acho difícil dos meus pais deixarem, mas obrigado pelo convite, Heather. — ele não pareceu se importar. Afinal, continham "convidar" e "festa" na mesma frase.

A mão que estava debruçada se esticou para capturar o convite de papel com desenhos de princesas. Justin Bieber estava convidado para a festa de aniversário de Heather Pickman. Aquele era um dia importante para sua curta vida. Guardou o papel na mochila pendurada na cadeira e tornou-se a recostar sobre a mesa.

Com os lábios a sorrirem involuntariamente, ele fechou os olhos. Talvez estivesse sonhando com a festa de mais tarde, ou, quem sabe, rebobinando o diálogo breve com a menina mais bonita do colégio. O sinal que marcava o início das aulas soou. Para Justin, uma belíssima canção de ninar. Não tardou para que os passos pesados e apressados de alguém com cabelos escuros atravessassem a porta de madeira. A respiração era ofegante a ponto de ser audível de qualquer canto da sala. Os olhos castanhos encontraram os do professor de pé perante à lousa.

— Desculpe-me pelo atraso, sr. White. — praguejou, com a mão na mochila lilás. — Posso entrar?

O homem de cabelo grisalho assentiu, sorridente.

Os passos ágeis a levaram para a mesa onde costumava se sentar, na que estava Justin. A bufada ríspida não foi suficiente para acorda-lo. Os dedos curtos e gordinhos da morena cutucaram os ombros ossudos do adormecido, entretanto sem surtir efeito. Um chacoalhar breve também foi em vão. Sem paciência, a garota chutou o pé da mesa, levantando-a de imediato.

O menino com cabelo caído no rosto se assustou. O coração outrora sereno disparou.

— Você está maluca? — grunhiu entredentes.

— Não, Bieber. Você quem está no meu lugar. — retrucou em tom ríspido. — Saia.

— Não.

Os orbes cor de ébano se reviraram. O sangue ferveu nas veias de Selena Gomez, sua namoradinha do passado.

— O que faz aí, seu pirralho? — as pupilas dilatavam em fúria.

— Oras, estou sentado. — contra argumentou com toda sua ironia. — Você se atrasou, Gomez. Sente-se noutro lugar.

— Eu sempre me sento aí. — numa força única, a mão gordinha espalmou sobre a mesa. Ato que dispersou toda a turma.

Quem visse a cena dali, jamais acreditaria que os dois eram melhores amigos quando mais novos. Depois do dia em que Justin ensinara Selena a desenhar o oito, os dois engataram um romance no maternal. Eles trocavam os lanches no recreio, quando a menina trazia uvas e o pequeno maçã. Triste pensar que o amor se findou quando Lucy, a dona dos carrinhos de controle remoto, chegou à cidade. Nessa época, entre os dois, só havia desprezo. Um ódio persistente e nítido.

— Bieber e Gomez, o que há de errado com vocês hoje? — pronunciou-se o professor. — Selena, sente-se noutro lugar. Chegue cedo na próxima semana e pegue o assento primeiro.

A contragosto, a morena caminhou a passos tensos sobre a cerâmica rumo à carteira vazia no canto da classe. Os tons terrosos miraram os de mel ao longe. Enquanto Justin enchia o peito em triunfo, Selena cerrava as mãos em punho.

A aula se arrastou. Os incontáveis minutos perante o mestre pareceram eternos. Porém, finalmente o transtorno em pleno sábado terminou. Cada aluno se dirigiu a sua casa como de costume, uns de ônibus, outros a pé e alguns de bicicleta a fim de comemorar o conforto do verão nórdico.

Assim que Justin contou a mãe sobre a festa de Heather, a sra. Bieber não ficou nada contente com o convite de última hora. Ela pensou, inclusive, em ligar para a mãe da aniversariante. Devido ao incentivo do pai, a esposa liberou a ida do filho.

À espera de que naquele dia fosse o seu beijo em Heather, o pequeno Bieber se banhou de forma mais demorada. Em sequência, escolheu seu melhor perfume e camisa para o evento. Para finalizar, penteou a franja dourada, jogando-a para o lado. Com um sorriso gengival, encarou seu reflexo no espelho. Estava pronto.

D'outro lado da rua, Selena e Alicia se arrumavam ao som de Spice Girls. Vestidos balonês sobre a meia-calça grossa, botinhas e penteados divertidos. A menina de rosto salpicado de sardas ajudava a morena a disfarçar as alças de seu sutiã. Para Gomez, era estranha a sensação de ter um tecido cobrindo seus seios tão de perto, mas aquilo lhe fazia sentir um tanto mais adulta. Ser a menina mais velha da turma era de total coerência para a púbere dos olhos castanhos naquele instante. De carona com a mãe da ruiva, as meninas chegaram a festa.

A casa estava arrumada como de costume, elegante e clássica. Na parede da sala havia alguns balões coloridos e um painel com as princesas da Disney no meio. Além de se parecer fisicamente com a Aurora, Heather se portava como princesa. Numa mesa com toalha branca ao lado da qual estava o bolo, uma travessa expunha o ponche. Todos os convidados julgavam aquela festa como um belíssimo baile. As músicas mais badaladas na época tocavam em uma altura justa para que os adultos não se incomodem nem a crianças queiram aumentá-las.

Como de praxe, a pista de dança se dividia no lado dos meninos e no das meninas. Sem se misturarem, ora dançavam brevemente, ora beliscavam as guloseimas expostas. Girando o copo de ponche nas mãos, Selena encarou Henry, o melhor aluno em matemática. O menino com aparelho nos dentes sorriu da maneira mais tímida para ela, ato que a roubou suspiros.

Enquanto a paquera da mais velha parecia funcionar, o plano de beijar Heather, para Justin, encontrava-se a cada segundo mais distante.

— Eu não vou conseguir ficar com ela nunca. — resmungou o loiro, dando um gole no ponche rosado. — A Pickman não tira os olhos do Lucas, cara. Vá lá falar com ela, por favor.

— Justin, não adiantará. Você quem precisa ir lá. — retrucou o amigo, Ben, quem devorava a pipoca na travessa azul.

— Claro... "Heather, eu gosto de você desde ano passado quando me pediu uma caneta emprestada. A gente deveria se beijar." — o companheiro assentiu. — Não, mano. Isso nunca daria certo. É a Heather. Ela não me beijaria por conta própria.

O garoto de olhos azuis e cabelos pretos mastigou às pressas a pipoca e concluiu com alguns milhos nos dentes:

— Faremos com que ela seja obrigada a te beijar.

— Teoricamente, isso é estupro. — advertiu o baixinho com a franja cobrindo parcialmente o olho esquerdo.

— Não, seu idiota. — o garoto puxou a garrafa plástica vazia próxima ao pé da mesa e ergueu-a. — Chama-se "sete minutos no paraíso".

​Em questão de instantes, todos os pré-adolescentes estavam cientes e animados com a brincadeira. Aliás, quase todos, Selena não se mostrou muito adepta à ideia. Por mais que a curiosidade de estar sete minutos com um menino lhe percorresse, o medo de não ser boa em seu primeiro beijo a impedia.

— Vamos, Sel. — a aniversariante puxou o braço magro da amiga, quem se desvencilhou.

— Esse jogo é de sorte... Eu posso acabar no inferno com o Steve. — defendeu-se.

— Ou no céu com o Henry. — os olhos azuis apontaram para o garoto de aparelho sentado no chão. — Anime-se, menina. Não tenha medo, é só um beijo.

Dando-se por vencida, a morena se juntou às demais crianças abancadas sobre o piso de madeira. Sentou-se estrategicamente de frente para o menino do sorriso metálico. Assim que todos estavam em círculo, Heather colocou a garrafa no centro da roda. Cerrou os olhos azuis. Sem abri-los, girou o plástico. Duas voltas completas foram dadas em segundos, diminuindo a velocidade aos poucos até parar com o fundo para a ruiva e o gargalo para o garoto polvilhado em espinhas, aquele temido por Selena.

— Steve e Alicia, vocês têm sete minutos no paraíso. — decretou Ben.

Os dois se levantaram e rumaram ao almoxarifado. Depois do tempo previsto, a menina se retirou com semblante enjoado ao mesmo tempo em que o garoto sorria abobalhado. Outro rodopio de garrafa. Lucas e Hanna. Mais uma vez. Caleb e Alicia. Na sequência, Heather e Travor. O plástico rodou novamente, parando para Ben e Sophie. Justin comemorou a vitória do amigo, entretanto seu interior desacreditava que chegaria sua vez.

Ansiosa, Selena tomou a garrafa nas mãos e centralizou, inclinando-a ligeiramente antes de lançar. Um rodopio único e o gargalo apontou para Henry. Acertaria em cheio, se os fundos não estivessem na direção de Lucy. Ela assistiu o garoto se levantar junto à colecionadora de carrinhos de controle remoto, e desfez-se do semblante esperançoso. Desta vez, a aniversariante girou, ansiando seu momento tão esperado com Lucas. Os movimentos circulares se fizeram incalculáveis. Sorrateiramente, o formato da garrafa voltou a ser visível e todos os olhos estavam atentos. A frente apontou para a morena e o fundo para o garoto do sorriso metálico. Internamente, ela vibrou. No entanto, não se sabia ao certo o motivo, a garrafa escorregou brevemente para a direita.

— Selena e Hen... — os olhos azuis se arregalaram. — Justin? — não foi capaz de esconder o espanto. — Justin e Selena, vocês têm sete minutos no paraíso. Contudo, por favor, não se matem no meu armário de vassouras.

A morena se ergueu, não tardando a cruzar os braços. O loiro tentou dar a mão a ela, mas, como forma de resposta, recebeu um jogar de ombros. Os dois entraram no armário sem esconder o desgosto pela companhia. Ambos pares de olhares castanhos se vigiaram dos pés à cabeça. Justin bufou. Selena desviou o olhar.

— Ficaremos aqui dentro por sete minutos mesmo? — a mais velha partiu o silêncio.

— Gomez, não aja deste jeito. Também não estou satisfeito com a sua presença. — disparou, sem hesitar. — Era para a Heather estar aqui, não você.

— Seu pirralho petulante!

O berro se fundiu a um grunhido.

— Pare de me chamar assim, eu só sou dois meses mais novo que você, garota. — respondeu no mesmo tom.

— Analisando pela sua maturidade, dois meses que fazem toda a diferença. — suspirou, lamentando-se pela rejeição nítida. — Desculpe-me se não sou loira dos olhos azuis, Bieber.

— O que isso tem a ver? — uma das mãos do menino ajeita a franja caída no olho. — Céus! Eu não te acho feia, muito pelo contrário...

Os olhos marrons vibraram em direção aos mais claros. Um sorriso começou a surgir nos lábios rosados da garota.

— O problema é eu inventei o Jogo para estar aqui com a Heather. — o sorriso no rosto dela se desfez.

— Justin, afaste-se de mim ou acertarei em cheio o meu joelho naquele lugar. — os olhos terrosos se franziram em fúria. — Eu não quero que o meu primeiro beijo seja com um idiota como você. — cuspiu as palavras, antes que pudesse se ponderar.

Bieber paralisou. Sua feição expressava a surpresa naquela informação. Ele não estava chocado pelo fato de alguém na sala não ter beijado, mas, sim, porque Selena não beijara até então. Era de pasmar pensar que Selena Gomez, a garota de personalidade mais forte e uma das mais populares da turma, nunca ter sido beijada.

— Vo-você nunca beijou?

— Está com esta cara tola por quê? — tornou a cruzar os braços. — Está satisfeito, Bieber? Conte aos seus amiguinhos que o meu primeiro beijo foi contigo. Fique à vontade para contar para a escola toda. — esticou os braços, fazendo menção a dar de ombros. — Eu sei que fará isso.

Chacoalhou os cabelos medianos castanhos tão escuros que poderiam ser confundidos com pretos e aproximou-se num passo largo. Os narizes ficaram alinhados, assim como os lábios. A distância entre ambos os corpos era mínima, entretanto, o bastante para incomodá-la. Como se houvesse um pequeno ser no coração de Selena e ele o apertasse com força, a morena se viu asfixiada pela tensão.

Quase sem distinguir o que era pupila de íris devido a vasta dilatação, Bieber se perdeu no olhar à frente. As respirações turbulentas se misturavam. O peito se elevava e murchava rapidamente, demonstrando toda sua insegurança e nervosismo. Castanho no castanho. Os tons se misturavam entre si. Os lábios grossos da menina se separaram e proferiram:

— Acabemos logo com isso. — o olhar amendoado se fechou. — Venha, Justin. Beije-me.

O corpo magro e desengonçado do menino se moveu para frente, aniquilando qualquer centímetro entre eles. A respiração quente de Justin tocou os lábios ansiosos de Selena, quem sentiu ambas as mãos suarem. Para sua surpresa, algo macio tocou sua bochecha. 

Assim que os olhos se abriram, ela se deparou com os lábios selados a pele lisa da bochecha e encarou os olhos acaramelados.

— Não é justo que o seu primeiro beijo seja comigo, Gomez. Eu sei que será inesquecível para você, não quero que se lembre dele assim.

A atitude madura e doce do energúmeno que sempre desprezou a deixou boquiaberta. Jamais esperaria um gesto tão nobre vindo de quem veio. Todavia, surpreendeu-se positivamente. Talvez Justin não fosse um garoto tão estupido quanto pensava.

— A propósito, desculpe-me por hoje mais cedo. — o coração da menina insistiu em pulsar desesperadamente. — Eu fui um idiota. Você sempre se sentou naquele lugar, eu não tinha que estar ali.

— Sem problemas, Bieber.

O loiro se afastou brevemente, sem romper o sorriso satisfeito. Selena nunca tinha reparado, mas, quando seus lábios se erguiam, podia-se notar o desenho das gengiva circundando os dentes e aquilo era diferente. Uma diferença atraente. Possivelmente, o ato louvável do baixinho tenha mudado jeito dela pensar sobre ele. Talvez Justin fosse o motivo do sorriso abobalhado estampado em seu rosto.

— Obrigada. — a morena sibilou.

A porta do armário foi aberta por Henry, no intuito de informar o final dos sete minutos. Bieber se retirou primeiro. As botas tardaram a se mover, ainda pasma com o que ocorrera. Selena balançou a cabeça, recobrando a memória e saiu do armário. Sorriu para as amigas como quem dissesse que havia beijado. Sentou-se de novo na roda de crianças e suspirou, com o coração ainda acelerado.

Gomez sabia que aquilo seria muito mais difícil de se esquecer que um simples toque de lábios. Justin marcou sua infância. Não existia mais dúvida, ela se lembraria daquela noite para sempre.
 


Notas Finais


​Muito obrigada por ler até aqui!!
Ainda não decidi quando atualizarei Fases, mas espero não demorar muito.
O teaser da fanfic: https://www.youtube.com/watch?v=CBlmSx6WnyY
Caso não conheça as minhas histórias, leia Farce, a minha preferida: https://spiritfanfics.com/historia/farce-5180490
Todo amor,
Lali.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...