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História Fases - Amadurecimento.


Escrita por: souhamucek

Notas do Autor


Chegueiiii!
Eu postaria esta atualização na sexta-feira passada, mas tinha odiado o capítulo e resolvi reescrevê-lo.
É com muito carinho que trago esta postagem, no entanto com o coração na mão já que é a última.
Agradeço muito a cada favorito, comentário e incentivo. Eu amei muito, muito escrever esta shortfic. Fico muito feliz em dividi-la com vocês.
Como o capítulo ficou longo, não o revisei. Abstraiam os erros, mas, como sempre, me avisem se tiver alguma coisa bizarra KKKK.
Boa leitura!!

Capítulo 3 - Amadurecimento.


Fanfic / Fanfiction Fases - Amadurecimento.

2016

Tiros. Alvoroço. Mortes.

A manhã de Domingo começa tensa para os policiais da delegacia de Reykjavik. O corpo caído sobre o chão coberto por sangue arrepia os agentes. Qual poderia ser o motivo de tamanha atrocidade? Um crime calculado e ágil. A esposa ajoelhada diante do cadáver grita por justiça.

Evacuando os familiares do local, Gomez encara o conhecido já sem vida. Anos antes, aquele era o homem quem humilhara em frente à turma. O namorado quem nunca assumiu. Travor Island, aquele quem chamava carinhosamente de “Travis” na adolescência, está morto. Embora não se falassem desde o incidente na fogueira, ela não poderia deixar de sentir o aperto no peito.

— Descanse em paz, Travis. — sussurra, assim que encara os lábios lanhados. — Eu desculpo você.

Selena não é de guardar mágoas. A dona dos fios castanhos sabe que a vida lhe ensinou a ser alguém melhor. Pelo menos, ela espera que sim. Afinal, a viúva carrega um filho na barriga. Os olhos castanhos cerram ao capturar ar de volta para os pulmões num suspiro pesado, em seguida, abrem-se. A mão direita ruma ao rádio preso à calça e posiciona-o na altura dos lábios.

— Podem mandar o legista entrar. — avisa à equipe do lado de fora.

Após algumas horas, o curioso assassinato é o assunto na delegacia. Durante o período de férias do delegado, Bieber está o substituindo. Inexperiente e despreparado, ele tenta dividir os elementos do caso entre os funcionários para conseguir desvendar quem seria o autor do crime.

Sobre a mesa de madeira, a papelada com o resumo das investigações está aberta. As fotos da vítima com o rosto arranhado e marcado dificultam o reconhecimento pelo rapaz com olhos castanhos, no entanto aquele nome lhe soava familiar. A idade regula com a sua. Impossível não se conhecerem numa cidade tão pequena.

As sobrancelhas grossas se erguem, no instante em que o flashback com o morto passa diante dos olhos. Eles se conheciam, estudaram juntos, chegaram até mesmo a brigar por um motivo o qual não se lembrava.

— Srta. Gomez! — grita de dentro da sala. O tom alto resulta num elevar de olhos castanhos escuros em meio às divisórias na delegacia. Justin a convoca com a mão. A policial assente, sem tardar a se levantar.

Selena foi o porquê da discussão com o homem agora sem vida. Ele não se preocupa com a razão, mas, sim, pelo fato de sua agente cuidar do caso de seu ex-namorado. Aquilo não a fará bem.

— Diga, sr. Bieber. Encontrou alguma coisa nos papéis que possam nos ligar ao assassino? — a indagação é seguida por uma carga de energia, ele a interpreta como animação.

— Ao contrário, Gomez. Quero te afastar do caso. — dispara, sem piedade. A morena gela. — Travor era seu namorado no colégio, ficar próxima ao assassinato será bom para você, peço que me entenda... Melhor evitarmos esta mistura de lado profissional e pessoal.

— O quê? Por favor, não faça isso. Estou muito apegada ao delito. — protesta a herdeira de fios acastanhados.

— Está dispensada, Selena.

As mãos másculas sobem para os fios loiros, alisando-os para trás. Com feição frígida, o atual delegado se senta na cadeira acolchoada e entrelaça os dedos sobre a mesa. Os olhos em tom de caramelo apontam para a porta, como se a expulsassem da sala.

— Bieber. — grunhe entredentes.

Ciente de que seus rosnados não lhe ajudarão, a policial cerra as mãos em punho. Virando-se bruscamente, Selena caminha de volta para o encontro dos demais agentes e fisga as alças da bolsa. Passa-as pelo braço, segura o acessório junto ao corpo. Não mais tardando, retira-se da delegacia em meio às especulações.

Justin dispensou seus serviços sem sua aprovação. Gomez trabalhará sozinha. Esta não será a primeira vez em que agirá isoladamente. Por conta própria, a morena descobrirá quem está por trás do crime que parou a cidade.

Assim que a noite ávida ganha os céus, a pick-up azul de Gomez estaciona nos fundos da casa onde ocorreu crime mais cedo. Com o revolver preso ao cinto de couro preto, a oficial salta do carro. As órbitas castanhas escuras espiam os cantos do jardim coberto pela nevasca e, em seguida, aproximam-se da janela entreaberta da cozinha.

Arduamente, Selena termina de abri-la. Os cotovelos se apoiam na madeira, sustentando o corpo. Com um pequeno pulo, ela se agarra ao espaço, eleva a perna e adentra o local do assassinato. Ainda há manchas de sangue no carpete bege. Os dentes brancos fincam no lábio inferior, a fim de repreender o suspiro.

Em passos silenciosos, a policial caminha ao redor da sala de estar. Não tarda a observar os móveis e fotos espalhados por ali. Alguma coisa nesta casa deverá ligar o morto ao assassino. Seus olhos estacionam numa foto de Travis e Caleb sob a aurora boreal em Akureyri. Um sorriso estica o canto dos lábios arroxeadas pelo frio.

De repente, o ruído de passos no andar de cima assusta a policial. Selena encaixa a foto no bolso de trás e saca o revólver prontamente. Ambas as mãos seguram a arma na altura do peito.

As botas com salto alto utilizam as pontas para subir os degraus caladamente. Gomez respira fundo, assim que pisa chega ao topo da escadaria. A escuridão neste setor, exige a lanterna d'outro lado do cinto. Uma mão se preocupa em carregar a luz enquanto a outra cuida de se proteger. A fresta da porta à direita a chama atenção. Com o ombro, ela a afasta.

O feixe de luz branco ilumina o cômodo com decoração de criança vazio. Selena supõe que ali seria o quarto do filho que Vivian carrega. O assassino não está li. Outro ruído vem da porta em frente à que está. O coração dispara. Retira-se silenciosamente, rumando ao quarto do casal. Num chute brusco, escancara a maçaneta. A pouca luz para no rosto familiar. A feição de pavor dá espaço a de certa curiosidade.

— Bieber? O que faz aqui?

O loiro sobrepõe a mão no peitoral que se eleva e murcha rapidamente. O suspiro de alívio, no instante em que desvenda a autora do chute, é audível.

— Se eu não morresse pelo assassino, teria um infarto com esta entrada. — confidencia, acalmando-se. — Eu quem te pergunto isso, Gomez. Não dispensei você do caso?

— Você sabe tanto quanto eu que sou sua melhor agente para este caso. — a réplica é despida de modéstia.

— Não. — Selena congela. — Invadiu uma cena do crime sem autorização prévia... Isso só demonstra o quão é irresponsável.

O sangue ferve sob a pele, borbulhando as artérias da morena. Eles se davam tão bem quando os dois ocupavam o mesmo patamar na delegacia. Como a troca do substantivo “oficial” pode “delegado” influenciou tanto na personalidade de Bieber? A de olhos escuros se pergunta isto. Esta atitude tola quase a faz recordar do menino que ela desprezava no ensino médio.

— Melhor policial para o caso — convoca de forma irônica —, encontrou alguma coisa?

— Estou fora do caso, Bieber. Vasculhe a casa sozinho.

Com a lanterna na mão, Justin ronda o restante do quarto, como consequência, circulando em torno de Selena. O par de olhos castanhos mel se prende à imagem brevemente para fora do bolso traseiro. Uma das sobrancelhas se eleva, num semblante de confusão.

— O que é isto? — sem pedir permissão, os dedos capturam a foto e puxam-na.

— Tire a mão da minha bunda, Bieber.

Os dois partilham uma risada contida.

— Desculpe-me. — pede, em tom sincero. — Foi de reflexo. — ele ergue a mão com a luz, iluminando a fotografia dos dois. — Os dois morreram na mesma semana.

— Eu pensei a mesma coisa quando vi. A vida é um tris.

— Não. — num gesto com a mão, o delegado pede para que a agente se aproxime. — A aurora ao fundo... O que isso te lembra? — a sobrancelha negra se arqueia. — Há anos atrás, houve um acampamento... — rispidamente, ela o interrompe.

— Ah, Justin, recordará daquela noite boba? Evolua. Estamos aqui a trabalho.

— Não, oficial. Não seja tão metida, estou falando sobre o acidente. — não hesita em alfinetá-la. — Dois veteranos, no caso Travis e Caleb, empurraram o nerd no rio, deixando-o cadeirante.

A agente repousa a mão armada sobre a penteadeira e para. O olhar vibra inquieto. Após uma sequência de piscadelas, ela o ergue para o policial de cabelos loiros.

— Você está dizendo que... esse crime grotesco foi planejado... pelo Steve? — os olhos castanhos escuros insistem em tremer enquanto o cérebro aparenta borbulhar em suposições. — Isto é... brilhante! Você é um gênio, delegado! Eu poderia te beijar.

— O quê? — os lábios do de olhos cor de mel abrem um sorriso abobalhado e esperançoso.

— Não se iluda, Justin. Foi só uma expressão.

O delegado reprime a boca a qual abriria um sorriso. Ela o chamou de “Justin”, ele nem se quer se lembra da última vez em que isso aconteceu. O herdeiro de fios claros balança a cabeça a fim de trazer a sanidade de volta. Eles não precisam mais estar ali, encontraram uma pista valiosa.

No instante em que se retiram, desta vez a policial utiliza a porta, o oficial pede uma carona. Na tentativa de ser discreto, optou por ir a pé. Selena quase nega o passeio, mas, após alguns protestos, acaba aceitando. Bieber mora d’outro lado da cidade. “Ele terá que ajudar com a gasolina”, pensa a morena consigo mesma.

Durante o trajeto, a altura do rock de Gomez incomoda o oficial, o qual, sem permissão, troca a estação. Furiosa, a agente retorna ao seu ritmo preferido. Neste instante, Justin se arrepende completamente por ter deitado a patrulha na delegacia. Como duas crianças, os dois discutem por conta da rádio. Silenciosamente, o dedo do de olhos castanhos encosta no botão, e a mão gélida da moça ao volante o repreende.

Uma corrente elétrica percorre os corpos de modo instantâneo. Basta este simples toque de peles para que as memórias dos dois no armário de vassouras se misture às discussões dentro de sala e, consequentemente, o beijo apaixonado que procedeu a primeira vez dos dois. Os olhares se encontram.

Ambos os corações disparam. Justin recolhe o braço, juntando-o ao tronco. Ele engole em seco. Afinal, as recordações poderiam ter acometido apenas a sua cabeça.

— É logo a segunda casa. — rompe o silencio repentino que toma o veículo. Embora o carro esteja vazio, os olhos do rapaz conseguem enxergar a tensão em cada espaço ali. A pick-up para, e o loiro abre a porta. — Obrigado, Selena. Nós nos veremos amanhã na delegacia?

— Você não me dispensou? — a confusão é nítida em seu tom.

— Parece que funcionamos melhor juntos, Gomez.

Sua frase foi ambígua intencionalmente. Os coturnos pretos tocam o gramado geado. Justin encosta a porta do carro e acena através do vidro. Ela o odeia, ele adora isso. O vento implora para que Bieber adentre sua casa.

Assim que retira os sapatos e os pés tocam o carpete quente, o delegado segue para o quarto, onde se deita, sem trocar de roupa, e rebobina a noite de Akureyri. Os gritos de Steve foram apavorantes. A brincadeira acabou numa situação irreversível. O menino quem sempre foi desprezado por ser diferente se tornou ainda mais distante.

Justin e Steve nunca foram amigos, entretanto os dois se aproximaram durante o curso de direito. Prender o colega soa desumano, quando, apesar de tamanha crueldade, a motivação do assassino foi unicamente a justiça. A morena tem que pegá-lo, Bieber não terá coragem. Gomez foi chamada de volta para o caso por ter colhão, o que, em sua opinião, falta-lhe.

O ar é liberto dos pulmões num suspiro pesado. Selena. Tudo a traz para a mente do agente. O de cabelos loiros olha para a lua cheia entre as nuvens e pergunta à luminosidade se, neste instante, ela também está pensando nele.

Dois dias depois, o caso ainda é discutido. Como previsto pelos policiais, o legista confirma que a vítima foi assassinada. Heather está na sala de Selena, conversando sobre o estado de Vivian e como a equipe médica está preocupada com a saúde do bebê. O trauma de perder o marido é muito grande para uma grávida.

— Você não se emocionada em saber que o Travis morreu, amiga? — indaga a enfermeira. Os fios castanhos escuros chacoalham quando ela nega com a cabeça. — Queria ter esta frieza.

Os passos de Justin o aproximam das mulheres sentadas. Algo percorre suas veias desde o crime. A aproximação dos policiais para desvendar o caso aflorou sentimentos que nem Bieber sabia que existiam. No fundo, sente como se o desejo inocente adormecido euforicamente amadureceu.

— Com licença, Pickmann, posso dar uma palavrinha com a Gomez um instante? — pronuncia-se, partindo o burburinho feminino.

— Sem problemas, eu já estava de saída. Preciso voltar ao hospital. — a loira se levanta, esticando as mangas do suéter. — Até mais, pessoal.

— Bom revê-la, Heather.

Selena se despede com uma assentida. Não diz nenhuma palavra ao ficar de pé e seguir o delegado até sua sala. A quietude o incomoda. Gomez aparenta insatisfeita com o trabalho. Ou, pior ainda, com sua presença. Justin observa o estado descontente da policial. Em seguida, tranca a porta da saleta. Ele respira fundo, tomando coragem.

— Preciso de sua ajuda. Estive pensando e, se Steve realmente for o culpado, não terei coragem de detê-lo. — confidencia.

— Deixe comigo.

— Por que está com esta cara? — a sobrancelha castanha se ergue. — Estamos perto de solucionar o caso. Anime-se.

Ela bufa, enquanto coloca ambas as mãos na cintura. Um pensamento invade a mente do delegado provisório. Ele sabe algo que pode trazer o ânimo da mais velha de volta. Inclusive, sonha com isso há exatas duas noites.

Inocência.

— Estou tão desanimada com o trabalho. Nem me arrumei, prendi o cabelo de qualquer jeito e vesti este casaco sem colocar uma roupa por baixo. — resmunga a morena, agora cruzando os braços. — Tudo isso por sua causa. Você me sobrecarrega, Bieber.

Quase ignorando tudo o que a policial diz, o loiro se aproxima. Os sapatos perfeitamente envernizados estacionam atrás da agente. Os lábios rosados de Justin desenham toda extensão do pescoço de Selena, surpreendendo-a. Conforme o roçar lento e quente passeia sobre a pele bronzeada, os poros se eriçam, deixando-a completamente sem reação. Ela revira os olhos em êxtase, até se lembrar de quem está a acompanhá-la. Seu maldito chefe.

— Bieber, o que está fazendo?

Euforia.

De supetão, uma das mãos másculas se eleva aos cabelos presos em coque, encaixando os dedos nos fios e puxando a morena para trás. Justin a vira. Os olhos cor de mel penetram os castanhos escuros. Um sorriso malicioso estampa o rosto alvo.

— Verás. — dispara, antes de delimitar um rastro com a língua até o meio de seus seios.

Com a outra mão, ele abre o sobretudo bege, revelando, assim, o físico esbelto da policial. Rapidamente, ele empurra a renda do sutiã para baixo, retirando o seio do tecido. Os lábios insistem em migrar até tomar o mamilo brevemente amarronzado.

O deslize delicado a faz estremecer. Os dentes brancos fincam nos lábios desenhados de Selena. Num gesto brusco, ela se senta sobre a mesa do delegado. E, deste modo, facilita o acesso para toda sua barriga sarada. Inclinando-se ligeiramente, ele desce e, enfim, agacha-se de frente para ela.

— Eu te odeio. — sussurra entre os suspiros trôpegos. — Matar-te-ei por ser tão antiprofissional.

— Agradeça-me por te proporcionar um orgasmo em pleno horário de trabalho. — debocha no momento em que alcança a calcinha preta com a boca.

Amadurecimento.

O arrastar é breve. Os lábios ganham a intimidade. De forma devagar e graciosa, ele percorre toda a extensão. O calor de sua respiração a causa pequenas e indescritíveis sensações. Mas, quando o deslize chega ao clitóris, o primeiro gemido lhe escapa.

Selena cerra os lábios, tentando inutilmente conter os grunhidos teimosos. Com persuasão, Justin insiste nos movimentos. Uma das mãos da morena embrenha os cabelos perfeitamente bagunçados de Bieber e auxilia na intensidade dos movimentos.

Ciente de que o ápice está próximo, ele coloca dois dedos em sua entrada e mantém os movimentos simultâneos. As pernas de Selena, as quais estão estrategicamente em seus ombros, chacoalham inquietamente junto às urradas abafadas. Um espasmo forte se faz presente e ele para, apenas assistindo todos os músculos do corpo magro se relaxarem. Justin eleva o rosto a esbanjar satisfação, enquanto Selena sua com a respiração falha.

Ela se levanta um tanto cambaleante e fecha o casaco. O coração disparado associado a leseira de seu tronco a desesperam. Justin Bieber acaba de lhe fazer gozar sem pedir nada em troca. Aliás, mediante sua sanidade.

— Posso ir? — questiona, em tom seco. Ela crispa os olhos para mantê-los a perto, todavia aparenta em vão.

— Não mereço nem um "obrigada"? — rebate o delegado, limpando a boca com o polegar.

A raiva faz a íris castanha faiscar. Ela respira fundo, aproximando-se da maçaneta.

— Valeu. — ele recebe com um sorriso irônico.

— Da próxima vez, combine a calcinha com o sutiã. — zomba. — É bem mais sexy.

— Vá se foder, Bieber. Chame-me só quando for algo realmente importante.

Eleva as mãos aos cabelos, afofa-os, como se o ato nulo adiantasse, e retira-se. O coração ainda pulsa descontrolado. Selena não acredita no que acabou de acontecer. Os dedos gordinhos cobrem os lábios. A região clama por contato.  Toques de Justin. Ela só pode estar louca. Assim como a atitude subitamente insana do policial.

A melhor maneira de afastar os pensamentos inapropriados é ocupar a mente com trabalho. É isto que a agente faz. Caminha com as pernas bambas até sua mesa, senta-se na cadeira de rodinhas. Liga o computador e pesquisa Steve Lowder, encontrando, assim, a atual residência do ex-colega de classe. A mão bronzeada ruma à gaveta, puxa um papel. Em seguida, vasculha a bagunça sobre a mesa atrás de uma caneta a e anota o endereço.

A morena se levanta, pega o revólver e o comunicador, enfiando-os nos bolsos do sobretudo bege. Sem mais tardar, apanha as chaves da viatura. Gomez se dirige à saída da delegacia, porém, antes, observa, através do pequeno vidro na porta, o loiro na saleta. Suspira. Sai.

 O carro desliza sobre o asfalto úmido pelo frio. As curvas são feitas às pressas. Um acidente é muito provável. O pneu derrapa num cruzamento, ela freia. Selena não se enquadra no usual. Nunca. Torna a acelerar e ruma, quase à velocidade da luz, à casa de seu suspeito.

No final de uma rua sem saída, há a única casa de um andar só. Azul, a tonalidade causa paz. Contudo, a entrada está suja. Aparenta não receber faxina há algum tempo. A garagem está vazia. A cortina da janela ao lado da porta está arreada. Parece não ter ninguém em casa. Oficial Gomez desce da viatura e ronda o local.

A morena aproxima o rosto dos vidros. A decoração fúnebre traz pesar. As luzes estão apagadas. No canto da cozinha, ela avista o homem na cadeira de rodas mexendo nas gavetas. De improviso, a agente saca o revolver e esmurra com o objeto na vidraça, dilacerando-a. Ela pula para dentro da casa abruptamente.

— Policia. Pare imediatamente! — grita, com a arma apontada para o homem. — Coloque suas mãos onde eu possa vê-las.

Os olhos acinzentados tremem ao obedecer às ordens. A de olhos castanhos empurra a cadeira com os pés, girando-o de frente para si. Os dois se encaram. A dor pode ser sentida no olhar lacrimejante do homem com as mãos para o alto.

— Selena, você veio. — as palavras saem com certa empolgação.

— O quê? — responde, ríspida. — Esperava que eu viesse?

— Na verdade, não. Se eu soubesse que receberia visitas, teria preparado um bolo. — por mais estranho que possa soar, não se pode notar ironia na fala.

— Não estou aqui a passeio. — rebate, seca. A mão invade o casaco, buscando o rádio. — Preciso de reforços na Laugavegur, 27. O suspeito não parece querer ajudar.

O olhar ameaçador de Selena se desfaz com o semblante inofensivo do rapaz com marcas de espinhas na pele envelhecida. Ela guarda o revólver, ato que, sem querer, demonstra a falta de roupa pelo casaco.

— Não está de calça? — Uma das mãos erguidas abaixa para cobrir os lábios os quais sorriem abobalhados. — Posso te ver sem roupa? Nunca vi uma mulher nua pessoalmente.

— Guarde seu machismo, Steve. Não abuse porque guardei a arma. — ele engole em seco.

Ela observa a mesa de madeira no canto do cômodo e puxa uma cadeira, abancando-se diante do advogado.

— Tem duas cadeiras à mesa, você mora com alguém? — o homem nega com a cabeça. — Farei uma pergunta importante e quero que me responda com sinceridade, okay? — assente. — Você está envolvido nos crimes de Caleb Wilson e Travor Island?

— Sim.

Sem preliminares nem rodeios, Steve responde friamente. Tamanho descaso capaz de assustar a policial. Despido de arrependimento, ele assume.

— Por quê?

— Você me prenderá? — ela acena a cabeça positivamente. — Tudo bem, eu mereci. — a policial está prestes a se pronunciar, quando ele prossegue. — Sempre fui desprezado. Se eu disser que a única menina quem beijei em toda a minha vida foi a Alicia naquela festa, você acredita? Pensei que você gostasse de mim, mas preferiu aquele Henry.

— O tem a ver o fato de gostar de mim na infância? Matou o Travis por ciúmes? — nada do que ele diz faz sentido para a agente.

— Não. Por mim. Os dois sempre me atormentaram por conta da minha aparência, entrei em depressão na adolescência. — as palavras de Steve a emocionam. — Eu odiava me olhar no espelho e, na viagem de formatura, onde pensei que as coisas mudariam, nunca mais pude andar. Carreguei esse rancor por anos, então explodi.

Uma lágrima escorre dos olhos de Selena involuntariamente.

— Entendo a sua dor, de verdade, mas não posso deixar de te prender. Você matou duas pessoas, dois pais de família... Não é assim que se resolve as coisas. — ela estica as mãos, alcançando, deste modo, a dele. — Desculpe-me.

— Selena, já que serei preso, posso pedir uma coisa? — a policial concorda. — Dê-me um beijo?

— Não. Se eu o beijasse agora, seria por pena. Você merece alguém que esteja inteira para ti, mesmo que leve tempo.

As sirenes das viaturas se fazem presentes. A mulher se levanta, colocando a cadeira no lugar. Justin arromba a porta da frente. As mãos másculas apontam o revolver para os dois no último cômodo. Uns dos dedos descem para pegar as algemas penduradas no cinto.

— Fique onde está. Mãos à frente do corpo. — ordena e o ex-colega obedece.

— Nunca recebi tanta visita ao mesmo tempo.

— Desculpe, Steve. — murmura o delegado. — Não há outra saída.

Selena carrega a cadeira para fora da casa. As rodas deslizam sobre o piso de madeira antiga. Esta, sem duvidas, é a prisão mais dolorosa que os dois já fizeram. Os policiais se entreolham com pesar e saem lado a lado. Benjamin e outros parceiros colocam o culpado dentro da viatura. Sem dizer nada, Bieber se retira.

Internamente, o corpo moreno sente uma espécie de furacão. A cabeça da de olhos castanhos ferve com a quantidade de informação simultânea. Ela não esperava que um crime tão minuciosa e friamente calculado tivesse cunho emocional. Cerrando as mãos em punho, Gomez a esmaga na altura do coração.

Na manhã seguinte, Justin chega a sua sala com a morena sentada com as pernas apoiadas à mesa. A posição desafiadora o rouba uma risada contida. Ele range com a garganta. Ela desce as pernas e, desta vez, cruza os braços.

— Diga, Bieber. Peça-me desculpas por ter me subestimado.

— Desvendamos o caso em menos de uma semana. — alfineta, ciente dos efeitos que a causariam. — A equipe merece parabéns.

Descontrolada, a policial espalma as mãos sobre a madeira da mesa.

— O quê? — inspira fortemente o ar para os pulmões e o solta calmamente. — Você sabe que eu quem resolvi todo o caso. — levanta-se da cadeira, caminhando em direção ao delegado. — Assuma que não é nada sem mim.

O nariz arredondado da morena toca os lábios sob o bigode ralo do loiro, os dentes fisgam o inferior numa mordida sutil e soltam-no.

— Filha da puta. — dispara com o coração desesperado sob o peito.

— Agradeça-me, Bieber.

— Eu disse quem seria o assassino, você só o buscou. — ela ergue a sobrancelha. — Como disse, formamos uma equipe digna de parabéns.

Ela se vira bruscamente. Selena se prepara para sair, quando sente o braço refém dos dedos másculos do chefe.

— Por que agimos como dois adolescentes? É óbvio que a gente se gosta.

— Diga por você, Bieber. — remexe o membro, desvencilhando-se da mão.

— Digo. — a morena fica perplexa, com os olhos fixos aos dele. — Eu sempre te amei, Selena.

— O quê?

O semblante de Justin se modifica. Nunca foi correspondido, embora não tenha sentido nada parecido com o que sente pela dona dos olhos tão escuros que as pupilas somem. Ele bufa.

— Não repetirei. Você sabe muito bem o que eu disse.

— Ninguém nunca disse que me amava antes... — as botas surradas a levam para perto dele novamente. A respiração falha ao confidenciá-lo.

— Parece que eu gosto de ser o primeiro a fazer tudo contigo.

— Eu gosto que seja você.

Os narizes se alinham, o que faz com que os olhos se encontrem. Castanho no Castanho. Os tons amarronzados se misturam na mais única sintonia de pulsar acelerado dos corações. As bocas abrem um sorriso de inocência. O polegar de Bieber acaricia a maciez do inferior de Gomez, antes da junção dos lábios.

O deslize delicado das línguas os arrepia. Os corações se debatem entre os pulmões num ápice de euforia. As mãos de Justin se encaixam nos cabelos longos e ondulados da morena, puxando-os vez ou outra. O fervor invade às artérias. Eles não podem mais negar o que sempre esteve diante de seus olhos. Selena se ergue, abancando-se sobre a mesa de madeira. As mãos delicadas levantam, desabotoando a calça jeans de Justin.

O amadurecimento não os deixa afastar. Estão entregues. Ambas as mãos de Bieber invadem a barra do casaco da policial, fisgando a roupa intima rendada para baixo. A peça desliza pelas pernas definidas até alcançar o chão. As panturrilhas trazem-no para perto. Unindo os corpos. O calcanhar arrasta a cueca cinza.

O membro rígido salta para fora. Uma das mãos da mulher o segura, posicionando-o em sua entrada. A pressão de sua perna ao redor da cintura faz com que os dois se conectem. Eles urram com o encontro. Os olhares se prendem mais uma vez. O ar falta ao casal. Oxigênio nunca foi tão dispensável.

Os dois desistem de protestar. Aceitam o motivo pelo qual sempre são trazidos de volta um para o outro: o êxtase. Eles sabem que há uma erupção de sentimentos todas as vezes as quais se olham nos olhos. O nome dado a esta explosão é amor.

Apesar do jeito torto, desentendimentos e provocações, é correto estarem ligados. Como foram em todas as fases de suas vidas. Unidos como são.

Inocentes. Eufóricos. Maduros.

Juntos.


Notas Finais


Não me matem por não terminar o hot, achei que desta maneira enriqueceria mais a cena.
Espero que tenham gostado. ♥♥♥
Obrigada por lerem até aqui.
Todo amor,
Lali

Leiam Fases no Wattpad: https://www.wattpad.com/story/86265762-fases-fanfic-jelena
Conheçam minha nova fanfic, Immune: https://spiritfanfics.com/historia/immune-7008150


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