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História FateDark Soul - Vontades e Desejos - parte III


Escrita por: vccotrim

Notas do Autor


Boa noite.
Deixo vocês hoje com mais um capítulo da fanfic, espero que gostem, principalmente da cena de ação. Eu não sou bom com cenas de luta, mas espero ter feito um bom trabalho. Paticulamente, estou um tanto quanto satisfeito com ela, e seria muito bom se gostassem.
Fiquem com o capítulo.

Capítulo 3 - Vontades e Desejos - parte III


Ruler sentiu quando todos os Servos responderam, fazia parte das habilidades da classe. Embora ainda não soubesse suas identidades, podia dizer a localização de cada um enquanto não se movimentam para a batalha. Os quatorze...

Não. Não eram quatorze. Assim como não eram sete Mestres. Eram...

- Dezesseis Servos...? – sussurrou. – E oito Mestres...?

Um trio a mais do que deveria existir. Seu coração entrou em desespero, não sabia o que aquilo significava, somente a certeza de que a guerra estava tomando um rumo contraditório, fadada ao caos. Dois Servos extras e um Mestre que não deveria existir, chagas que o Graal entregou de última hora para um desconhecido...

- Mestre – saiu atrás de Thor correndo pelos corredores da catedral até chegar ao dormitório do padre residente, bateu a porta e com a autorização do agente, abriu a porta com o coração quase lhe escapando pela garganta. – Mestre, temos um problema!

- Qual? – perguntou o juiz, mais curioso do que preocupado. Porém, em seu interior, sentia o desespero de que algo relacionado à guerra estava errado, nada explicaria o nervosismo da Serva.

“Nem começou direito e já estamos com problemas!?” – pensou exasperado.

- Um Mestre e dois Servos extras – informou Ruler falando tudo que sentiu no momento das invocações.

Os lábios do homem de torceram sob uma expressão irritada e carregada de ódio. Esse Mestre extra não deve ter alguma boa intenção, teria que ter acessado o sistema do Graal de alguma forma, o hackeado e se dado os Selos de Comando, tornando possível a invocação desses Servos, que possuem status desconhecidos pela dupla.

Ruler esperou alguma ordem, estava pronta para esperar e se livrar do extra assim que este colocasse os pés na cidade alemã, sua existência era uma violação, e seguindo sua função na guerra o deveria eliminar. Porém, havia a questão de um combate de iniciar, e Santa Marta não era nenhuma especialista nessa área, precisaria de algo para ajudar. E Thor tinha a solução.

- Não se preocupe – falou Thor após um longo tempo em silêncio. – Vamos esperar ele vir atrás da gente. Se ele é uma violação, ele tentará eliminar aquilo que mantém a paz, é a ordem natural das coisas. Enquanto isso, vou acelerar o processo de produção do seu presente.

- P-presente...? – questionou Ruler surpresa, não imaginou que seu Mestre fosse capaz de dar algo para ela.

- É algo para te ajudar na guerra, quando precisar interferir – explicou.

Ruler assentiu. Se era para ajudar com sua missão, não havia objeções sobre. Tinha que estar mais que pronta para o “Extra”, não sabia os Servos que o acompanhavam. Podiam ser medíocres, como também divindades. Seu Mestre, que esteve em vários campos de batalha sabia o que estava fazendo, tinha fé de que ele sabia tomar as melhores decisões.

 

***

Londres, aeroporto internacional – 16h08

O táxi preto parou em frente à estrutura de vidro e aço, pessoas saíam e entravam nela carregando variedades de bagagens, desde pequenas mochilas até malas suficientes para um mês ou mais. Era um lugar que nunca descansava, toda hora era esse movimento, um lugar de despedidas e de boas-vindas. A jovem deu dezenove anos pagou o valor da corrida, permitindo o motorista ficar com o troco. Ele sorriu, era seu dia de sorte, bastante movimento. Saiu e deu a volta no carro, abrindo o porta-malas e tirando a bagagem dos quatro passageiros.

Logo atrás outro táxi chegou, dessa vez com dois passageiros, e igual ao primeiro carro fora descarregado bagagens cheias para duas semanas inteiras. Não parecia ser uma estadia muito longa, mas os seus tinham conhecimento de que seria bastante turbulenta.

Acompanhando o fluxo que entrava, passaram a caminhar juntos. Na frente à loira que estava com os cabelos presos em um coque e um garotinho de calos brancos e olhos cinzas vestindo trajes diferentes do que estava acostumado, as velhas variações de ternos, seguiam com quatro figuras que pareciam formar uma legião de guarda-costas ao mesmo tempo que tentavam passar um ar de família feliz, chamando a atenção de todos.

Os quatro que seguiam se residiam a uma jovem de cabelos negros e olhos cor de âmbar carregando uma beleza exuberante, parecia vinda da Índia, mas eram pequenos traços que se misturavam na sua natureza dos Países Baixos, combinando com o vestido longo azulado que usava, aberto na lateral direita exibindo sua perna, os  pequenos ombros e as curvas dos seios eram marcados pelo xale. Ao seu lado, quem lhe dava o braço, um homem ruivo exalando orgulho e a admiração que deveria receber, sua presença somente era digna de aplausos, mas estava satisfeito com a surpresa do público. O terno impecável com uma pena com ponta de ouro presa na lapela combinava com a pessoa.

A outra eu dupla eram dois jovens de cabelos brancos, cujas semelhanças paravam por aí. Um tinha ares aristocráticos, também trajava um terno que lhe caía perfeitamente. A gravata combinava com seus olhos azuis gélidos, a pele pálida se destaca dentro do terno preto. Com ele havia algo misterioso e assustador, normal para alguém que trabalha em seu ofício.

O outro, apesar do rosto bonito, tinha uma presença assustadora, parecia uma muralha ambulante com seus quase dois metros de altura e músculos desenvolvidos. Suas roupas eram selvagens, dignas de um punk – coturnos, jeans escuro e um colete de couro, a camisa com estampa de caveira era apenas por não poder frequentar o local sem camisa. Intimidante apenas de olhar.

- Pensei que com roupas atuais vocês chamariam menos atenção... – comentou a loira, demonstrando um pouco de irritação pelas coisas não terem saído como esperava.  Odiava ser encarada pelas pessoas. – Mas está sendo justamente o contrário!

Íris Westerfeld acreditava que andar com os Espíritos Heroicos na forma física seria a melhor estratégia. A segunda missão que passou para os mercenários da família Harrington fora a providência de quatro documentos falsificados, desde certidão de nascimento até o passaporte, era a maneira perfeita de entrar em Dresden sem ser percebido, eles seriam visto como um grupo familiar que estavam chegando para passar as férias. Mas, pelo jeito, Servos não atraíam atenção apenas de outros Servos.

- Não é culpa nossa que somos atraentes – brincou Mata Hari. – Parecemos uma família de milionários, normal que chamemos a atenção.

- Bem, nem todos parecem pertencer à nobreza – comentou Shakespeare afiado, direcionando o olhar para o mais alto deles, estava acostumado com o povo da corte, todos bem vestido com alta-costura e joias extravagantes. Pessoas que se vestem igual Ájax eram considerados bárbaros que invadiam as cidades, as destruíam e estupravam as damas indefesas. – Não tinham roupas melhores? Pareces com um marginal.

- Se refere a mim? – respondeu o grandalhão sem se importar, o que irritou Shakespeare, decidindo por ignorar o guerreiro grego.

- A ordem era usar roupas atuais, não foi especificado um tipo – comentou o garoto de olhos azuis, parecendo sair em defesa do punk, mas apenas fazendo uma observação sobre o ponto de vista de Shakespeare. Não havia alguém errado quando não havia um padrão a ser seguido.

- Eu acho que ficou legal – opinou Lewis.

- Você tem bom gosto, moleque – respondeu o herói rindo e pegando o garoto para colocar sentado sobre seus ombros. Lewis gostava quando ele fazia aquilo, o fazia se sentir mais alto que todos, olhar de cima era uma visão completamente diferente, parecia que o mundo tomava uma nova forma.

Íris pensou em repreender, tinha medo que a Lancer não controlasse sua força por descuido e acabasse machucando Lewis, e como das outras vezes acabou guardando a preocupação, Lancer parecia saber o que estava fazendo e tinha um talento para com criança que a surpreendeu, e o sorriso em ver que o Espírito Heroico invocado era uma pessoa bacana tomava seus lábios. Talvez fosse sorte não terem convocado Servos problemáticos.

Entraram na fila para apresentar os passaportes, então, sem precedentes, um choque explodiu em seu corpo. Havia alguém inimigo por perto. E ao olhar para os lados não foi difícil identificar o garoto ruivo com Selos no antebraço destro e dois homens atrás dele. Um era um jovem extremamente belo com olhos azuis claros igual o céu límpido da primavera e cabelos negros sedosos ondulados, vestia elegante, carregava ares de nobreza. O outro era um homem alto, poucos centímetros menor que Lancer, e parecia uma muralha com seus músculos e ombros largos. Os cabelos prateados presos em um rabo de cavalo, e expressão dura.

Todos reagiram de imediato, a tensão era quase palpável. Não iriam começar uma batalha dentro do aeroporto, nem tinham para onde ir iniciar uma batalha. Mas estar em um território neutro não significa segurança, haviam outras maneiras ainda de se livrar silenciosamente do seu adversário.

- Também estão indo pra Dresden, percebo – falou Lancer como se estivesse começando um papo casual com uma pessoa aleatória que fizera amizade durante a fila pra viajar. – Prazer em conhecer vo- ... Páris! Quanto tempo! Então também foi invocado como um Servo pra essa guerra. Que coincidência.

- Idiota! – reclamou Páris claramente irritado. Ao contrário de Lancer, ele não estava nada satisfeito em revê-lo, pelo contrário, se pudesse começar uma batalha ali e agora era o que faria, sendo impedido somente pelos inocentes presentes. – Quem você acha que é para dirigir a palavra a mim!? Como na “Guerra de Tróia”, somos inimigos declarados! E por que esse tom todo casual!? Você é um grego! Você invadiu minha cidade! Destruiu, usurpou e a dominou! Não somos amigos.

- Qual é? Foi tanto tempo atrás, vamos esquecer as mágoas – respondeu Lancer sem ligar para a explosão do jovem príncipe, realmente tratava ele como um velho amigo que encontrou após tanto tempo longe.

- Você o conhece, Archer? – perguntou o ruivo confuso, igual a todos os outros.

- Telamonian Ájax. Também chamado por Ájax, o Grande. O segundo mais poderoso dos bárbaros gregos que acabaram com meu reino e mataram minha família. Principalmente o primo idiota dele, Aquiles. Nunca vou perdoar o que fez com Hector.

- Ele era um idiota, realmente. Babaca, na verdade – concordou Ájax, suspirando cansado ao se lembrar da cena em Aquiles arrastava o corpo de Hector, o exibindo como um troféu conquistado e humilhando por dez dias inteiros, forçando o rei troiano a adentrar o acampamento inimigo e implorar para poder velar seu filho.  Segundo as regras gregas, o corpo precisa estar em perfeito estado para que a alma possa ir para os Campos Elíseos, caso contrário torna-se um fantasma vagante perdido. – Mas não pedimos para em qual família nascer. E também não perdoo o que ele fez com Hector.

“Tudo culpa daquele idiota que se passou por Aquiles para liderar o exército e matar Hector” – pensou envergonhado de toda a situação passada, não podia acreditar que tinha algum grau de parentesco com aqueles prepotentes. – “Qual era o nome dele mesmo...? Começava com “p”, acho...”

Páris ficou sem argumentos, não podia compreender o que Ájax falava, era demais para seu cérebro processar, deixando apenas a raiva, ódio e rancor arderem em seu coração e cerrando os punhos com força ao ponto das unhas machucarem as palmas. Íris e o ruivo também estavam espantados com a naturalidade que ele tratava tudo aquilo, ele não estava pronto para lutar – se o estivesse, não demonstrava. Entretanto, Mata Hari, Sanson, Shakespeare e o outro Servo que ainda não se pronunciou entendiam que essa era a melhor saída para amenizar as coisas.

“No fim, ele realmente é um grande estrategista” – pensaram observando a cena.

- E quem é você? – perguntou para o outro Servo, estava agindo sem educação ao ignorar a presença dele até agora se distraindo com Páris. E que presença, emanava uma poderosa energia que assustaria qualquer outro guerreiro de seu porte, havia um misto de poder e invencibilidade que Ájax não sabia descrever, mas sabia que já sentira algo parecido antes. E era de alguém praticamente invencível. – Não precisa me dizer o seu nome, isso vou descobrir mais cedo ou mais tarde, quero somente a classe, é uma boa forma de me referir a você por agora.

- Saber. Sou o Servo Saber – respondeu o grandão com uma voz grossa que encantou os ouvidos de Lancer.

- E você – disse se dirigindo ao ruivo. – Deve ser o Mestre deles.

- S-sim... – afirmou o garoto. – Sou Drew.

- Eu sou o Lewis – disse o pequeno homúnculo, inocente a situação. Ele nem mesmo sentiu a tensão de antes, encarou com naturalidade esperando alguma palavra. – E essa é a Íris, ela também está indo pra Dresden atrás do Graal, e vai vencer porque é a melhor!

- Prazer... – sussurrou a menina desconcertado com a situação e não sabendo mais o que fazer para reverter. Na verdade, não havia mais o que reverter, já estava bastante avançado para tomar uma decisão contra as medidas decididas pelo seu Servo Lancer.

Ela estendeu a mão para Drew, que retribuiu. Ambos trocaram um sorriso tímido, era um momento engraçado de estar, apenas restava seguir com tudo aquilo até o fim e ver no que dava.

Após o check-in, seguiram com a fila até chegar a vez deles, passaram pelos detectores, colocaram as malas na esteira e se sentaram na área de espera para embarque. Lancer voltou a se pronunciar.

- Já que vamos pegar o mesmo voo, sugiro que, assim que pousarmos em Dresden, tomemos nossos caminhos para nossas bases em paz, assim como a viagem até lá. Sem ataque surpresa, sem sair de uma aeronave de metal que pode simplesmente despencar e todos morrermos e iniciar uma batalha. De acordo?

Silenciosamente, todos concordaram mexendo a cabeça. Era o lógico a se fazer, um conflito naquela altura do campeonato não é algo viável, os Mestres não estariam nas melhores condições para dar suporte aos Servos e nem poderiam agir sem levantar suspeitas. Íris compreendeu Lancer, talvez, se ela tivesse tomado as rédeas da situação estariam em uma situação totalmente diferente. Com a paz instaurada, Ájax foi para o lado do Servo Saber, que se surpreendeu coma a atitude. Passou um braço pelo pescoço de Saber, a mão caiu relaxada sobre o peitoral esquerdo, sentindo o músculo firme sob o tecido da blusa.

- Que tal aproveitarmos o tempo para nos conhecermos melhor? Adoraria ir para um local mais privado para bater um papo com você – disse com um sorriso galanteador, seguido de uma piscada.

“QUE CARA DE PAU!” – pensaram todos chocados com a cantada deslavada de Lancer, exceto Lewis sem entender o significado com das palavras.

 

***

Centro de Dresden

Seus olhos encaravam tristonhos o celular em suas mãos, seus dedos nervosos digitavam e apagavam o número mais que conhecido, uma guerra dentro de si permanecia em empate sobre ligar ou não. A última conversa com o dono do número não terminou de maneira amistosa.

 

David McGarie não encarou bem a situação de ver sua filha entrando em um combate mortal apenas para recuperar o orgulho do nome, representava tudo que aprendeu abominar. Quando condenado pela Associação de Magos e os Westerfelds, que levaram sua esposa embora e ela os seguiu sem retrucar, fora deixado claro que a razão era por sua falha e o risco de exposição do mundo mágico, não pelas mortes que ocorreram. Era mais importante manter escondido e monopolizar o conhecimento mágico às mortes causadas pelo Espírito Heroico misterioso que invocou na tentativa de transformá-lo em um Familiar, o que ajudaria muito os magos em vários quesitos, desde a segurança do invocador ao apoio nos estudos de magia. E a falha só mostrou o quanto essa ideia era absurda e digna de chacota, manchando toda reputação que fora construída em base de séculos e séculos de sucesso e vitória.

Aceitar os Selos de Comando era aceitar a vida de um mago, seguir o mesmíssimo caminho de uma vida que é preciso vigiar cada esquina, temer a própria sombra, pois a qualquer momento poderia ser morto por algum clã inimigo que quer roubar os segredos da sua família. Ele não queria isso para a sua filha, não queria ver mais ninguém da sua família seguindo por esse caminho de sangue e destruição sem fim. Raros são os que mantém sua palavra e amizade como os Harrington.

A discussão que surgiu por conta das chagas no dorso da mão destra de Íris fora acalorada e acabou com a menina saindo de casa e se refugiando com os Harrington, estava irredutível sobre abandonar a guerra, iria provar que seu pai estava errado e que conseguiria conquistar seu desejo sem abandonar sua humanidade. Por isso a presença do executor real, Charles-Henri Sanson, especialista em todas formas de execução e medicina, poderia atacar os Servos de surpresa, sem precisar atingir o Mestre, essa é sua função. Jamais mataria uma outra pessoa, por suas mãos ou através de ordem. Assim como ela, essa pessoa podia ser querida por alguém, podia ter uma família esperando, e mesmo que não tivesse, assim como o ela, também quer ver o dia nascer mais uma vez, desfrutar das possibilidades de uma vida inteira, e não seria justo ela por ela bancar Deus e decidir quem morre ou não.

 

A verdade é que a discussão fora causada por uma grande falha de comunicação. David enxergou um ponto, Íris tinha outro. Faltou a comunicação correta para evitar o conflito desnecessário. Agora conseguia ver com clareza. Logo, apesar de não conseguir ligar, digitou uma curta mensagem sobre sua chegada em Dresden junto com Lewis e os quatro Servos, porém sem certeza de que seu pai leria, talvez estivesse agora retomando velhos hábitos e afogando sua tristeza em álcool e cigarro, não verificaria celular tão cedo.

Voltou então sua atenção para dentro do carro. Lewis sentava no colo de Lancer para poder enquanto Shakespeare recitava uma de suas famosas frases com todo louvor que só ele poderia ter sobre seu trabalho, conquistando mais e mais admiração do homúnculo, e Mata Hari elogiava seus talentos como dramaturgo e ator.

Surpreendentemente, os inimigos respeitaram o acordo que fizeram com Ájax. Não atacaram e nem provocaram uma luta após a aterrisagem. Puderam buscar as malas e se encontrar com o serviçal que fora designado para busca-los e levá-los do aeroporto até a casa de campo dos Harrington, se afastando agora do centro conturbado e gritando do avanço da cidade, mostrando toda modernidade e a história local com seus palácios e igrejas intactas, seguiam para as áreas residências, onde pareciam perdidas no tempo com suas casas de ar antigo, algumas pareciam do século XVIII e XIX. Talvez fosse pela habilidade de “Carisma” do Servo, que é rank A. Ela não sabia muito sobre a história dele para a explicação de um charme tão alto, tudo que ele revelou de si mesmo fora ser um dos grandes guerreiros gregos na famosa Guerra de Tróia, e agora, com a discussão dele com Páris na fila para check-in, que tinha algum parentesco com Aquiles e odiava o mesmo, não se importando com as ofensas desferidas contra o mesmo da parte daquele que fora príncipe do povo inimigo. Mas demonstrava grande respeito por Hector, o herói troiano que superou o número de mortes de Aquiles, matando com suas próprias mãos 28 gregos, e seu irmão Páris.

“Quem você realmente é?” – se questionou encarando o perfil do jovem de longos e bagunçados cabelos brancos, que sorria encarando admirado a cidade. – “Claro, além de um pervertido.”

Ao se afirmar o contrato, é natural que o Mestre questione qual o desejo do Servo para o Graal, assim já estabelecendo se seria uma relação harmoniosa ou conturbada. Charles-Henri Sanson respondeu que seu desejo não era nada que valesse ser dito em voz alta, e Íris respeitou sua decisão. Já Ájax respondeu com toda simplicidade:

- Não desejo nada para o Graal, não tenho arrependimentos sobre meus atos. A única coisa que me movimenta é meu desejo pelo campo de batalha, quero poder enfrentar grandes nomes, sentir o ritmo das armas de chocando. Talvez a forma como morri... Não que me arrependa dela, mas da forma como aconteceu. Se é pra morrer, não quero que seja por suicídio, mas sim que algum inimigo atravesse meu peito ou decepe minha cabeça com sua lâmina em uma luta justa e limpa.

Um Servo que não tem arrependimentos ou desejos, não é algo normal. Provavelmente ele deve ter algum, mas decidiu esconder sob essa camada de extremo orgulho e relaxamento.

- Hey – chamou Lancer, sacudindo seu ombro, a libertando de seus pensamentos. Mesmo notando a dispersão da Mestra, ignorou e continuou como se nada acontecesse. – Sinto a presença de um Servo. Acho melhor seguir ele.

- Também – concordou Sanson, seus olhos permaneceram inexpressivos. Mata Hari e Shakespeare demonstravam certo agito, mas Assassin Âmbar parecia igualmente melancólica, talvez pelo fato de admitir o quanto era inútil como um Espírito Heroico para se usar na Guerra do Santo Graal e provavelmente desempenharia o papel de peso inútil. Até Shakespeare que não é versado em nenhuma forma de luta ou magia deve ter um desempenho melhor que qualquer um que ela desempenhe.

- Não pode ser... – suspirou Íris. Ela não conseguia acreditar, o acordo fora quebrado, Drew, Páris e Saber estavam avançando e declarando guerra!

- Não são eles – observou Lancer como se lesse os pensamentos da sua Mestra. – É outro. E está sozinho.

O jeito que ele falou parecia ser uma criança se orgulhando de um dever bem feito. “Está vendo como sou demais? Nada que faço sai errado”, é o que Lancer transmitiu com seu sorriso despreocupado.

- Eu vou responder ao desafio – avisou. Suas roupas punks foram substituídas pela de batalha, uma parca armadura que se resumia as botas de metal e o braço direito coberto até metade do bíceps. Íris se lembrou do dia da invocação quando viu a “armadura” pela primeira vez, e a sensação era igual – Ájax queria ser morto o mais rápido possível. Mas segundo ele, mais proteção era desnecessária, poderia ser encarada como uma forma de zombar dele. – Passo os detalhes do plano mais tarde, podem ficar tranquilos.

- Esper-... – tentou protestar Íris, já tarde demais.

Ájax tomou a forma espiritual e voltou a física quando achou um ponto cego em um telhado para poder observar o ambiente de uma forma mais ampla. Seus olhos vermelhos como sangue corriam cada esquina, cada buraco, seu cérebro já trabalhava em algo enquanto seguia saltando silencioso sobre as cabeças das pessoas de edifício em edifício, vendo para onde o Servo inimigo o levava.

“Venha herói!” – desafiava internamente, gritando o que tinha vontade, sua expressão tomou um tom afiado e animado, queria mais que tudo começar esse primeiro embate da grande Guerra do Santo Graal. Queria ver o rosto do seu desafiante e testá-lo no campo de batalha. – “De quem será o sangue derramado essa noite”

 

***

A perseguição durou toda a tarde. Conforme anoitecia, Ájax seguiu se deslocando de telhado em telhado até chegar aos trilhos ferroviários para transposição de produtos como carvão e sucata que o levaram ao distrito fabril da cidade. Era um local de amplo espaço, perfeito para uma luta limpa e direta, não havia como escapar ou se esconder, um Archer ou Assassin seria uma vítima fácil nessa situação, e um Berserker não esperaria para atacar, estaria agora com seus grunhidos e rugidos incompreensíveis atacando desordenadamente. Caster nunca se envolveria em uma situação como essa, ficaria escondido em seu covil e atrairia o inimigo para lá, onde teria toda vantagem, caso realmente algum tivesse coragem suficiente para chamar para o combate direto. Portanto, julgou o inimigo ser alguém das classes de cavaleiros. Rider, Saber ou Lancer.

“Não é Hector ou Aquiles, os reconheceria de longe” – pensou consigo.

As janelas dos pequenos apartamentos iam ficando escuras, os operários já se recolhiam em suas camas, as ruas frias contavam agora somente com as parcas luzes dos postes. O silêncio que se formou de repente indicava que uma barreira havia sido levantada, ninguém do lado de fora saberia da luta, e quem estava nos apartamentos fora induzido a um sono profundo, um estado de hibernação. Nem mesmo a mais alta e poderosa das explosões seriam percebidas pelos trabalhadores leigos sobre a guerra que se iniciava.

Finalmente parando sob um post de luz em um encruamento, Lancer encarou o ambiente imerso na penumbra até encontrar a figura que tomava forma física sob outro poste alguns metros de distância, revelando-se um homem belo de longos cabelos negros sedosos e olhos castanhos afiados com uma pinta em forma de lágrima sob o olho direito, dando um certo ar melancólico à expressão dura. Sua aura era intimidante e exibia um grande instinto de um verdadeiro guerreiro. Lancer sentiu-se imediatamente atraído.

- Oh... – suspirou. – Melhor do que eu imaginava.

- O que esperava encontrar? – questionou o outro Espírito Heroico, mas não se mostrava ofendido.

- És extremamente belo – respondeu-o. – Não esperava alguém tão belo assim como meu primeiro oponente. Admito que o gostaria de ter entre os lençóis, mas sua vontade de lutar é mais atrativa.

O homem que ainda não revelou sua identidade ou classe riu diante da afirmação do grego, passara muito em vida pela experiência de mulheres caindo aos seus encantos, mas nunca um homem o cortejara antes, principalmente desse jeito.

- Não posso dizer o mesmo sobre sua primeira afirmação, porém, concordo com a segunda. Seu espírito de luta também é extremamente atrativo – falou o homem, apontando para Lancer enquanto seguia confiante com sua afirmação. – Tu foste alguém que assim como eu conhecera o campo de batalha em vida, e parece ter sido um dos grandes. General?

- Mais ou menos. Meu primo quem liderava, mas com a morte dele eu assumi o posto. Fui um grande estrategista, agradeço isso a eu ter sido um governante de uma das regiões mais importantes da Grécia antiga.

- Entendo. Então não estou na presença somente de um guerreiro, és um governante também! Um rei de um povo tão antigo quanto o meu. Já ouvi falar muito sobre a Grécia e seus heróis, portanto, tu tornaste um oponente que não posso subestimar. Terei firmeza para que minhas lanças o atravessem.

Então ele é igualmente um Lancer. E por lanças, julgou que ele era usuário de duas ou mais lanças. Não conseguia pensar em nenhum herói específico por agora, teria que ver as lanças ou entender seus efeitos, mas se desse mais atenção àquela pinta poderia descobrir de imediato a identidade do Servo que o desafiava, porém, sem sofre com a maldição dela, não conseguia reunir mais informações para assimilar.

“Um inimigo que também sabe lutar com duas armas ao mesmo tempo...”

- Vamos começar esta luta? – perguntou.

Na mão direita, a longa lança de bronze maior que o portador, a arma que o acompanhou em toda Guerra de Tróia e ajudou a tirar a vida de muitos troianos. Era sua arma fiel que buscava o sangue dos inimigos. E na mão esquerda, seus dedos seguravam firmes um grande escudo em forma de torre ornado com alguns desenhos em formas de flores na sua parte frontal também cor de bronze. O único escudo capaz de parar a lança de Hector na guerra com suas sete camadas.

- Ainda não – respondeu Lancer Verde. – Te recebo com orgulho por aceitar meu desafio, mas não fora o único. Nosso companheiro está chegando.

Ájax primeiramente encarou confuso, e finalmente entendeu quando sentiu a presença se aproximando, já a presenciara antes não muito tempo atrás no aeroporto internacional de Londres. Os cabelos brancos estavam soltos sobre os ombros, a pele escura tinha uma marca verde que descia pela bochecha direita passando por seu peito e barriga acabando sobre o umbigo. Vestia uma armadura prateada sobre a roupa preta, o punho direito fechado com firmeza ao redor do punhal da longa espada prata.

- Que bom te ver novamente, Saber – exclamou com alegria Ájax.

- Se conhecem? – perguntou Lancer Verde, variando o olhar entre Ájax e Saber.

- Nos encontramos durante o processo de viagem para o novo berço do Santo Graal – respondeu Saber com sua voz firme e grossa. – Devo agradecer-te por cumprir o acordo, meu Mestre e Archer estão estabelecidos na base. Infelizmente nosso encontro não pode ser evitado por esse dia, sinto muito.

- Isso só pode significar que nosso encontro está nos planos do destino! – riu Ájax, sem ligar para as desculpas de Saber, não havia razão para tal. – Mas até onde o destino nos quer juntos?

Saber se manteve quieto, Lancer Verde soltou uma risada curta, não era bem o que esperava de um rei e guerreiro grego.

Ájax analisou mais uma vez a situação, não identificava nenhuma outra presença além dos três, significando que ou Páris estava fora do alcance, ou não se dirigira para a batalha, apostando logo na primeira opção. Páris era um grande arqueiro, o maior que já vira, sua mira nunca errava, impecável, e podia fazer um grande estrago com suas flechas divinas dadas em pessoa pelo deus do Sol, da medicina e da praga, do teatro, da música, da beleza masculina e do arco, Apolo. Deveria tomar cuidado. O parceiro de Lancer Verde também devia ser um outro Archer e estava em algum ponto pronto para oferecer apoio, talvez um Caster que se ausentou da primeira batalha por covardia ou estratégia.

Os três permaneceram parados em seus lugares, nenhum ousava realizar o primeiro movimento, cautela ou o quer que fosse. O tempo pareceu congelar, nem o vento gélido soprava mais, o silêncio da noite esperando ser preenchido pelo som das armas se chocando dominava conforme a tensão aumentava. Era uma situação sem volta, não havia como recuar, eles aceitaram e propuseram o desafio, deviam dar início ao inevitável, a bandeira de largada da Grande Guerra do Santo Graal.

Ájax entendeu que cada um tinha um lado, até ele. Caso algum atacasse, deixaria a guarda aberta para o outro, levando o golpe fatal que significaria o fim logo nos primeiros minutos. Saber e Lancer Verde tratavam como se fosse uma batalha de cada um por si, eles se atacariam desordenadamente. Tomando a palavra novamente, propôs aquilo que lhe pareceu lógico e a razão de Lancer Verde esperar que Saber chegasse.

- Proponho para esta luta tal regra: ambos, Saber e Lancer Verde, devem me enfrentar simultaneamente. Acredito que não será problema para nenhuma das partes. Poderemos começar com o que viemos fazer aqui e teremos uma garantia de que não haverá surpresas por algum dos lados.

Saber e Lancer Verde tomaram a proposta como sinal de loucura. Lutar contra mais de um Espírito Heroico é suicídio. São heróis de várias eras, nações, cada um com seu estilo de combate próprio, status, força e poder diferentes, podendo ser o mais poderoso de todo seu tempo assim como o mais fraco, além dos Noble Phantasm, os trunfos definitivos. Não há como ter certeza do que se pode acontecer quando se enfrenta um Espírito Heroico, quem dirá dois. Todavia, logo veio a sensação de nostalgia, já viveram uma situação semelhante.

Lancer Verde lembrou-se de quando enfrentou por quatro dias sozinho um exército de três mil e quatrocentos homens armado somente com suas duas lanças para salvar seus companheiros, os demais cavaleiros de Fianna, o que levou seu nome a fama e glória, até que tudo decaiu com acontecimentos futuros envolvendo a noive de seu líder, que se recusava a casar com o homem que tinha idade para ser seu avô.

Saber não se lembrou de um momento específico da sua vida anterior, mas pós-morte, quando se tornou um Espírito Heroico e fora invocado em uma guerra de situação semelhante a atual, em outro tempo, em outro lugar, e encontrou o Rider do time inimigo que disse se sentir menosprezado por ser recepcionado somente com dois Servos para enfrenta-lo. Talvez fosse de família, o orgulho e o sorriso no campo de batalha exibidos no campo de batalha.

Silenciosamente, todos concordaram, Lancer Bronze era um desses homens que estavam dispostos a se entregarem à batalha com toda sua força e desafiar o mundo para provarem que seus nomes deviam ser temidos e respeitados. Não era a primeira vez que Lancer Bronze se envolvia em uma situação semelhante, nos seus tempos como um dos maiores guerreiros dos gregos se envolvera em duas situações semelhantes em que se encontrou cercado pelos inimigos e não tendo outra alternativa além de lutar ou morrer, e nas duas saiu vitorioso. Tomando a palavra mais uma vez, Ájax deu início a Guerra do Santo Graal.

- Nesta noite, meus companheiros, damos início a Grande Guerra do Santo Graal! Oferecemos nossas armas e espíritos em nome dos nossos Mestres, ao mesmo tempo que procuramos mantermo-nos fieis às nossas crenças! Vocês, nobres cavaleiros, que empunham sem medo suas lanças e espada, são recebidos com gozo por Telamonian Ájax, príncipe de Salamina e baluarte* dos aqueus! Eu os saúdo com louvor, os reconheço como oponentes valorosos, e espero que caso um de nós acabe por eliminado não haja ressentimentos sobre.

Com um peso sendo retirado de sobre seus ombros, Lancer Verde sorriu com os brilhando em desafio. Apontando com a lança vermelha, foi sua vez de pronunciar.

- Eu, Diarmuid Ua Duibne, primeiro cavaleiro dos Fianna, filho de Donn, o Senhor dos Mortos, aceito seu desafio! É uma honra ter um oponente de tamanho reconhecimento para minha primeira batalha. Espero que tenhamos uma luta justa e honrosa onde apenas nossos talentos dirão quem é o melhor entre nós.

Para ele que a lealdade ao código de honra dos cavaleiros significava o mundo, a regra sobre não poder revelar seu nome feria uma das principais regras entre nobres cavaleiros que estavam prestes a se enfrentarem – relevar seus nomes, para que assim um pudesse manter vivo o legado do outro nas memórias dos seus seguidores. Com Ájax revelando a identidade, não havia razão para esconder sua, deveria manter seus princípios.

- Sevo Saber. Que está luta em nome dos nossos Mestres traga os resultados esperados por eles – pronunciou-se o homem de pele morena e cabelos brancos. Ájax e Diarmuid ficaram surpresos com o fato dele ainda não sorrir em campo, mesmo com a energia contagiante que se formou e predominou o desespero caótico da guerra. Contudo, não foi apenas isso que incomodou Ájax.

“Por que ele não falou sobre o que ele quer, sim os Mestres?” – questionou-se. Não é comum ver heróis que se regam para atender a vontade dos demais, sempre há uma questão pessoal envolvida nos assuntos que irá resolver. – “Será que ele se vê somente como uma arma ambulante?”

Não eram questões para resolver agora. Estavam retardando até demais.

- Então vamos começar logo.

Como um raio, o grande corpo se moveu em uma velocidade impressionante deixando para trás uma cratera que se formou com o impulso para o ataque, deformando os trilhos. Parecia uma ave de rapina atrás da sua presa, seus olhos miraram firmes o Saber, sua lança tomou a frente como as garras para capturar o ingênuo roedor que tenta escapar para mais um dia sobreviver. Mas superando as expectativas, Saber não se mexeu, aceitou seu destino e esperou o abate. A lâmina de bronze brilhou, estava ansiosa para finalmente sentir o gosto do sangue inimigo novamente.

- Ahn!?

Diarmuid também acabou surpreso com o que via. Por um momento veio o choque, só poderia ser uma ilusão, mas logo a realidade tornou-se verdadeira, não havia como negar, a lâmina que antes era um animal selvagem foi transformada em um animal inocente, um coelho ou um filhote de passarinho fora do ninho, exposto aos perigos terrestres sem chance de se defender. Parada sobre o ponto onde é o coração, a lança não chegou a fazer um arranhão se quer, uma arma de brinquedo inocente. Ájax já vira isso antes, e logo tratou de se recompor. Uma pele invencível. Uma armadura não forjada do ferro, um dom divino concedido a poucos, mas sempre com alguma falha. Aquiles era o calcanhar quando seu pai querendo manter uma parte humana do filho, impediu que a ninfa mergulhasse a região nas chamas dos deuses.

No entanto, havia a questão sobre a arma de Ájax. Se a proteção de Saber fosse um dom divino teria sido cortado pela natureza anti-deus que a lança ganhou na materialização de seu mestre como um Espírito Heroico, revelando seu ódio sobre os deuses que reinavam a Grécia antiga.

Saber não deu importância, reagindo para repelir Ájax. Sua espada refletiu no escudo, mas fora um golpe poderoso o suficiente para mandar Lancer alguns metros para trás do ponto em que esteve antes de dar a largada.

“Um Saber como pele impenetrável e sem o dom dos deuses... Talvez seja mais fácil descobrir a identidade ele, basta bater um pouco mais!”

Consolidando o pensamento, avançou uma segunda vez diretamente contra Saber, que reagiu tomando partido dessa vez. Era impressionante ver as armas se chocando, as faíscas que criavam, Saber não parecia abalado mesmo com a diferença de técnica e experiência de combate, nesse quesito Lancer Bronze se mostrava superior, fora treinado por ninguém menos que o próprio Quíron na mesma época que seu primo. O centauro não deixou de passar o máximo de ensinamento para seus alunos, nem aliviou para o lado de ambos, fazendo com que marcassem seus nomes na história. Aquiles era dado como o guerreiro perfeito. Ájax, o auge dos gregos. Saber recebeu o treinamento que qualquer príncipe receberia, adquirindo experiência somente com suas aventuras, mas sendo qualificado e vitorioso em seu ataque contra a fera que lhe concebeu a armadura de pele com seu sangue.

- Sorria um pouco, Saber – comentou Ájax. – Essa luta é motivo de comemoração!

“Esse cara não tem humor?”

- Sorrir poderia ser tratado como uma forma de zombar do inimigo – foi a resposta que obteve.

Saber sentiu que já dera essa resposta antes, não lhe era estranha a firmação sobre sorrir no campo de batalha. A diferença fora a falta de resposta, Ájax aceitou sem reclamações ou contestação o cavalheirismo do príncipe.

“Você lembra um pouco ele” – pensou analisando Ájax. Tomou para si que apesar deste não ser alguém do seu naipe, não seria um oponente fácil.

- Pelo visto, não são apenas Assassin que atacam sorrateiramente.

O escudo de Ájax o defendeu das lanças Gáe Buidhe e Gáe Dearg. Diarmuid tentara um golpe surpresa, aproveitando a batalha de Ájax contra Saber para tentar um golpe. Não seria a primeira vez que se aproveita desse tipo de tática, usando emboscadas para matar seus inimigos. Na fuga com a noiva que Fionn, enfrentara o exército que o líder dos Fianna mandara atrás do jovem casal dessa forma. Por quatro dias passou armando emboscadas e matando um por um.

Lancer Bronze pressentiu o ataque, estava com todos seus sentidos alertas sobre a luta juntamente com sua skill “instinct”, que permite prever alguns movimentos e reagir. Não abaixaria a guarda tão fácil.

Nem em vida experimentaram algo como agora, a batalha que travam como Servos transcende as leis da física como se não significassem nada para eles. A agilidade dos golpes, as forças com que as armas se chocam e ferem o piche da rua era impressionante, somado às diferenças de estilo de luta. A adrenalina e ferocidade que os lutadores se encaravam, um milagre que só poderia ser proporcionado pelo Santo Graal quebrando todas as linhas do espaço-tempo, tornando possível o encontro de heróis como eles, mundo tão distintos se colidindo em nome dos seus desejos, provando que seus nomes ficaram gravados na memória da humanidade graças ao que foram em vida, os grandes cavaleiros que carregam aventuras inconcebíveis a meros mortais.

Diarmuid tinha uma boa velocidade, e mesmo com duas lanças, que são armas pesadas de longo alcance, limitando os movimentos, não deixava ser subestimado. Era incrível acompanhar os movimentos de seus braços, a forma como moviam com elegância as duas lanças e não mostrava nenhuma falha em sua performance. Sua guarda deveria estar aberta, a lança vermelha, Gáe Dearg, não permitia que ele tivesse grande agilidade entre golpear e defender, seria algo defasado, haveria alguns segundos longos o suficiente para receber um golpe fatal. Mas a lança amarela, Gáe Buidhe, fazia essa parte e as lanças seguiam revezando funcionando como uma dupla perfeita. Juntando com os efeitos de cada, não era surpresa ter conseguido enfrentar 3400 homens sozinho.

Saber Negro não parecia em desvantagem também. Sua única arma era a espada, seus movimentos eram fluídos e certeiros. Sua confiança sobre a pele invencível era tamanha que ele nem parecia preocupado se estava sendo ou não tocado pela lança do Lancer Bronze. Dedicava todos seus esforços em pressionar e derrubar o inimigo, por vez ou outra refletindo os golpes como fossem moscas irritantes.


Notas Finais


Obrigado por ler.

E chutem a identidade do Saber Negro, quero ver se descobrem agora.


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