História Favorite Sin 2.0 - I change myself for you

"Se eu pudesse tirar toda a dor e colocar um sorriso no seu rosto, baby eu faria. Se eu pudesse fazer um caminho melhor, pra você ver um dia melhor, baby eu faria." 

Ashley Somers

O silêncio era ensurdecedor. Fitava aquele pedaço de plástico em cima de minha mesa enquanto mexia minha perna freneticamente. As garotas faziam o mesmo, o que só me desesperava mais. 

-Por que vocês não vão para casa? -perguntei, vendo Caitlin me olhar como se eu tivesse matado alguém. 

-Não vamos te deixar sozinha... Não agora. -disse. 

-Por que não? -perguntei. - Eu fiz isso, eu tenho que arcar com tudo. Eu vou fazer a escolha de manter esse bebe ou não... Vocês me ajudaram e eu agradeço, mas no momento eu preciso lidar com isso do meu modo. Sem pressão, sem preocupações.  

Jazmyn assentiu, se levantando. Caitlin fez o mesmo, soltando o ar. Me levantei, vendo as duas pegarem suas bolsas.  

-Eu vou voltar para casa ainda hoje. -Jazzy disse. - E eu realmente ficaria feliz de ver você passando o final de ano com a gente de novo. 

-Com isso você quer dizer que realmente ficaria feliz se eu abortasse essa criança? -perguntei. 

-Não pensa assim. -negou. - Você está nas suas primeiras semanas, ainda é um feto. -disse, friamente.

-Obrigada pela visita. -me aproximei, a abraçando. 

Assim que nos afastamos Jazzy curvou os lábios, saindo da sala. Observei a mesma entrar na garagem, assim que ela sumiu de nosso campo de visão, Caitlin se virou para mim. Não esbanjava nenhuma reação.

-Eu não vou desistir de você. -exclamou. 

-Eu não criaria esperanças se fosse você. -rebati.  

-Você não sabe o que está fazendo, Ash... Se você parar de agir com o coração um pouco... -a interrompi. 

-Nem se eu fosse a mulher mais fria desse mundo, eu abortaria essa criança. -disse, vendo a mesma desviar seu olhar. - Não vou fugir dessa responsabilidade. Eu não sei como funciona para vocês, mas desde pequena eu sempre aprendi a assumir minhas consequências. 

-Você sabe como funciona para a gente.  

-Tem razão... -disse. - Até amanha, Caitlin. 

-Até amanha, Ash... -resmungou, saindo em direção a porta. 

-Caitlin... -chamei, vendo ela se virar. - Eu quem não vou desistir de você.  

Ela assentiu e sorriu fraco, saindo dali. 

Soltei o ar aliviada ao escutar o carro de Caitlin passar pelo portão de casa. Não sentia vontade de chorar, ao contrário, me permiti sorrir quando percebi que eu não estava sozinha mais. Minha família havia crescido, sendo agora eu e meu bebe. 

Justin Bieber

-EI... -Ryan gritou, jogando a bola de basquete e acertando em cheio a cesta.  

Dei mais um gole em minha cerveja, sentindo meu celular vibrar em meu rosto.  

"O que aconteceu com a sua casa?" 

"Estou redecorando." 

"E eu estou indo embora. Espero que morra de saudades." 

"Boa viagem, maninha." 

"Obrigada, maninho." 

Guardei o celular em meu bolso, me levantando e vendo Caleb vir em minha direção.  

-Vai passar a noite aonde?  

-Com a minha namorada. -respondi, o vendo soltar uma leve risada. 

-Boa sorte. -me cumprimentou, dando dois leves tapas em meu ombros. 

Passei por Caleb indo em direção ao meu carro, mas antes chamei ele, o vendo se virar para mim. 

-O que? -franziu o cenho. 

-Ela está sozinha na minha casa... Arrumando as malas. -disse. 

-É uma informação inútil. -deu de ombros. 

-Você sabe que não é. -soltei uma leve risada, abrindo a porta de meu carro. - Boa sorte, Caleb. 

-Digo o mesmo. -o ouvi falar, antes de eu entrar em meu carro. 

Ashley Somers 

Minha sala havia se tornado uma grande parte de minha memória. A mesa de centro e todos os sofás estavam cheios de fotos. Fotos minhas e de meus pais, fotos com o Chaz, Brad, até mesmo Nolan e Paige. 

Não iria guardar as com Nolan e Paige, mas era bom vê-las e me lembrar de tudo o que eu havia passado.  

Me levantei e fui até a cozinha para pegar um copo de água. Vi uma sacola em cima da bancada da cozinha, ao abrir a mesma me deparei com uma caixa de comprimidos. Não reconhecia o nome do remédio, mas assim que pesquisei sobre, descobri que se tratava de um remédio abortivo.  

Soltei o ar, chateada com a situação. Enrolei aquilo em alguns guardanapos e joguei no lixo, fingindo nunca ter visto. 

Ouvi o barulho do portão de casa abrindo, o som alto do motor da ferrari de Justin invadiu o local, e logo eu tomei minha água, voltando para a sala. Me sentei no sofá e peguei as fotos que eu estava vendo, escutando a porta da sala abrir e Justin entrar. 

-Uou. -exclamou. - O que aconteceu aqui? -perguntou, se apoiando no sofá e dando um beijo em minha bochecha. 

O fitei, cerrando os olhos. O que o fez rir e tirar as fotos que estavam ao meu lado, se sentando ali. 

-Você é um falso!

-Aham... -resmungou, me ignorando. - É você aqui? -perguntou, me mostrando uma foto. 

Apenas assenti. 

-Você tinha mechas rosas no cabelo? -perguntou risonho. 

Sua risadinha não durou muito tempo, já que a próxima foto era uma em que eu e Brad nos beijávamos. Justin soltou o ar, e segundos depois colocou a mão no bolso de sua calça, tirando uma corrente de lá. 

-A minha corrente. -disse. - Eu nem havia sentido a falta dela. -completei. 

-É, eu percebi isso. -disse, arrumando a corrente e a colocando em meu pescoço. 

-Obrigada. -soltei o ar. - Quando você a achou?  

-No dia do cemitério. -franzi o cenho. 

-Por que você só me devolveu agora? 

-Eu não sabia o porque de você sempre usar essa corrente. -disse, levantando a foto. - Ele quem te deu, não foi?  

Torci os lábios, vendo Justin balançar a cabeça e colocar as fotos sobre a mesa. 

-Vou dormir. -disse, pronto para se levantar, mas eu o segurei.

-Eu quero conversar com você, sobre algo importante.  

-O que? 

-Vou ser direta... -me ajeitei no sofá. - Seja sincero comigo. -Justin assentiu, não parecia confuso. Talvez já sabia do que tudo aquilo se tratava. - Por que estamos juntos? 

-Porque eu te amo. -respondeu simples. 

-Mas... -resmunguei, vendo ele puxar o ar e soltar logo em seguida. 

-Mas talvez nós não tenhamos nascido para ficarmos juntos. -disse. 

Soltei o ar, assentindo. Não poderia negar, ele estava certo. 

-Eu também te amo. -disse. - Amo muito! Mas acho que fomos precipitados, em tudo... 

-Sim... -exclamou.  

-Então... O que vamos fazer? -perguntei, o vendo dar de ombros. - Eu cheguei depois então acho justo eu ir embora primeiro. 

-O que? -franziu o cenho. - Você não vai embora. 

-Mas eu não quero continuar morando perto de você.  

-Não? -perguntou. 

-Se nós não estivermos mais juntos... Não. -disse simples, dando de ombros. 

-Isso é mais complicado do que eu achei que seria. -disse, me fazendo soltar uma leve risada. 

-Eu vou procurar alguma coisa. -disse, me aproximando no mesmo e lhe dando um beijo na bochecha. - Boa noite, Justin. 

Assim que afastei meu rosto, senti sua mão depositar sobre minha perna. Seu toque fez com que eu me arrepiasse, e Justin havia percebido isso. Seu olhar subiu até o meu e ali ficou.  

Senti a angustia me envolver aos poucos. Eu o amava e me sentia mal por ele não entender que um casal que se amava, depois de um tempo, transformava esse amor em uma outra vida.  

Me preparei para levantar do sofá quando Justin me segurou, me beijando.  

Seus lábios sempre com gosto de alguma bebida alcoólica, sempre tão suaves e ao mesmo tempo invasores, faziam com que eu me perguntasse o tempo todo se já havia beijado algo parecido. 

Me afastei milimetricamente, o vendo abrir os olhos. Neguei para ele que se ajeitou no sofá, pronto para se deitar sobre mim.  

Antes que eu pudesse me deitar no sofá, Justin passou a mão no mesmo, jogando todas as fotos no chão. Finalmente me deitando por completo. 

Depositei minha mão por dentro de sua camiseta, usando minha outra mão livre para acariciar seu rosto. 

-Esquece tudo o que eu acabei de falar. -disse. - Eu me mudaria completamente apenas para me encaixar com você. -completou. 

O puxei para um beijo, como resposta ao que ele havia falado. Eu não ligaria se eu tivesse que viver um inferno para continuar ao lado dele. Nem mesmo se tivesse que mergulhar no mar de pecados para ser feliz ao lado dele. 

Se ele me amava tanto, provavelmente entenderia meus motivos, não?