Los Angeles, Califórnia - Estados Unidos
Aspen Mansfield Point Of View
Benjamin e eu sentamos numa cadeira de sol perto da piscina.
Sentei entre as suas pernas, com as costas nos seu peito, e sua caricia no meu cabelo.
-Sabe, eu acho que deveriamos entrar na piscina. O quê acha? - Benjamin perguntou.
-Vai lá! Eu sento na borda da piscina pra fazer companhia a você. - eu falei me levantando.
Benjamin entrou e eu sentei na borda da piscina, com os pés dentro da mesma.
Ele se encostou nas minhas pernas e ficou ali. Fiquei olhando os meninos brincarem do outro lado da piscina e era tão legal ver eles se divertirem.
-Sabe, eu sinto falta dos dias em que a gente juntava todos do grupo, e ficavámos sem fazer nada, só jogando vários nadas!- eu falei me lembrando de como era irado ficar sem fazer nada durante um dia inteiro.
-Sim! O mais legal de tudo era que a gente conseguia se entender! - ele falou dando um risadinha fraca.
-Eu tô com vontade de cantar!- eu falei me mexendo.
-Canta ué.- ele falou dando de ombros.
-Eu preciso de um violão!- eu falei. - HEY NÍCOLAS- gritei chamando a sua atenção.
-O que foi?- ele falou com uma cara emburrada.
-Nini, amor da minha vida. Cê tem um violão?- eu perguntei
-Sim, no meu quarto. Porquê?- ele perguntou.
-Eu posso pegar?- eu perguntei entusiasmada.
-Pode. - me levantei e deixei Benjamin na piscina.
Entrei em casa, subi as escadas e entrei no quarto. Achando o violão apoiado do lado da porta do banheiro.
Peguei o mesmo e desci as escadas correndo, quase caindo no ultimo degrau, novamente.
Entrei na àrea da piscina e Benjamin continuava na piscina, no seu cantinho. Sentei novamente onde eu estava, com um pouco de dificuldade.
-O que você vai cantar?- ele perguntou.
-A flor e o beija-flor. - eu falei, dedilhando algumas notas no violão.
-Vou fazer segunda voz, ok?- ele perguntou e eu apenas assenti.
Comecei com a melodia da música e eu comecei a cantar.
- Essa é uma velha história
De uma flor e um beija-flor
Que conheceram o amor
numa noite fria de outono - eu cantei uma parte, chamando um pouco de atenção, comecei a cantar novamente de olhos fechados.
- E as folhas caídas no chão da estação que não tem cor
E a flor conhece o beija-flor
E ele lhe apresenta o amor
E diz que o frio é uma fase ruim Que ela era a flor mais linda do jardim
E a única que suportou
Merece conhecer o amor e todo o seu calor - parei de cantar para pegar um pouco de fôlego, já que eu havia cantado.
-Ai que saudade de um beija-flor Que me beijou depois voou
Pra longe demais
Pra longe de nós - Benjamin cantou novamente comigo. Fazia pouco tempo que essa música havia lançado, mas eu havia feito ele aprender.
- Saudade de um beija-flor Lembranças de um antigo amor O dia amanheceu tão lindo
Eu durmo e acordo sorrindo. Essa é uma velha história - Cantei de olho fechados, a cantoria estava tão boa que eu não queria parar.
- De uma flor e um beija-flor
Que conheceram o amor numa noite fria de outono
E as folhas caídas no chão da estação que não tem cor
E a flor conhece o beija-flor
E ele lhe apresenta o amor
E diz que o frio é uma fase ruim Que ela era a flor mais linda do jardim
E a única que suportou
Merece conhecer o amor e todo o seu calor - Já estava cansada de cantar e peguei e deixei a melodia tocar sozinha, e a voz rouca de Benjamin soou no local.
-Ai que saudade de um beija-flor Que me beijou depois voou
Pra longe demais,
Pra longe de nós - ele parou de cantar e ficou me olhando.
- Saudade de um beija-flor Lembranças de um antigo amor O dia amanheceu tão lindo,
Eu durmo e acordo sorrindo
O dia amanheceu tão lindo
Eu durmo e acordo sorrindo.- eu cantei junto à ele, terminando de cantar. Olhei para ele e vi que o mesmo me olhava atentamente.
-O que foi?- eu perguntei.
-Se eu não fosse gay eu te beijava agora!- ele falou em português e eu cai na gargalhada.
-Sabe o que que eu to com vontade de tomar agora?- eu perguntei pra ele.
-Skol beats com leite condensado?- ele peguntou.
-Sim. Como você sabe?- eu peguntei.
-É meio óbvio! É a única bebida alcólica que você toma!- ele falou e eu dei de ombros.
-Tá, só que o único problema é que eu não tenho Skol Beats, só leite condensado. - eu falei coçando a nuca.
-Eu trouxe. - ele falou dando de ombros.
-Como assim?- Eu perguntei.
-Eu trouxe a cerveja. - ele falou. Me levantei rápido da borda da piscina e larguei o violão que ainda estava no meu colo e o coloquei em cima da espreguiçadeira.
-Aonde tá?- eu perguntei, que nem uma criança.
-Na minha mochila. - ele falou e eu fui correndo até ao meu quarto e peguei a sua mochila e fui até a cozinha o encotrando lá.
-NÍCOLAS?- gritei tentando chamar a atenção do meu "irmão".
-QUE?- ele gritou de novo.
-AONDE É O LIQUIDIFICADOR?- eu gritei.
-NO ARMÁRIO DO LADO DA GELADEIRA. - ele gritou de novo.
-OBRIGADA!- gritei pela última vez e ele não falou nada.
-Bom, vamos ao trabalho!- Benjamin falou assim que pegou o aparelho do armário.
Colocamos a cerveja no recipiente junto com o leite condensado e batemos tudo. Fiquei mexendo nos armários e encontrei um copo muito legal e peguei outro igual. Mexi na geladeira e encontrei uns limões e cortei duas rodelas pra colocar como decoração nos copos.
-Tá pronto. - falou Benjamin animado. Peguei os copos e coloquei o mais próximo dele e ele colocou o liquido dentro do primeiro copo. Tomei um gole e havia ficado M A R A V I L H O S O.
-Isso tá muito bom!- eu falei empolgada. Dei o seu copo e peguei a jarra do liquidificador e fomos em direção da àrea da piscina. Sentamos numa outra espreguiçadeira que não havia nada e ficamos ali, aproveitando.
-O que é isso que vocês estão tomando?- Mark, um dos meninos que eu havia ido no shopping veio falar comigo.
-Skol Beats com leite condensado. - eu falei e ele olhou pra gente com um olhar reprovador.
-Eu tô com sede, Aspen você pode buscar alguma coisa para mim tomar?- ele perguntou, o mesmo estava dentro da piscina e se ele entrasse dentro de casa, Dona Maria iria bater nele.
-Posso. - falei e me levantei da espreguiçadeira pra pegar o refrigerante do menino.
*
Já devia ser por volta de umas duas horas da tarde e todos ainda estavam na piscina. Minha barriga estava de doendo que eu mal conseguia me mover e eu estava com uma incrivel vontade de vômitar.
-Você está bem Aspen?- Benjamin que estava do meu lado me perguntou.
-Sim, não é nada!- falei baixinho. Parecia que eu ia explodir em mil pedacinhos e dali iriam sair no mínimo uns mil pedaços nojentos de carne de Aspen.
-Sério que você está bem? Você tá mais branca que um vampiro!- Benjamin insistiu.
-Não, eu não estou bem! Parece que a minha barriga vai explodir e minha cabeça tá doendo. - falei. Ele começou a massagear a minha barriga e eu dei um gemido de dor.
-Vem, vamos subir!- ele falou e largou o seu copo ao lado da mesa. Benjamin me pegou no colo e me levou para o meu quarto. Me deitou de bruços na cama e começou a fazer massagem nas minhas costas.
-Está melhor?- ele perguntou e eu apenas assenti, já que a dor estava passando, mas ainda estava ali.
*
Descobri que a dor que eu estava sentindo era cólica, pois cinco minutos depois o mar vermelho, veio.
Eu havia trocado de roupa e colocado um absorvente. Desci as escadas em silêncio e fui até a cozinha, ver se tinha comida. Eu estava pensando e eu não havia visto James, Ana e as crianças, ontem.
Encontrei Maria comandando os garotos, que estavam todos sentados na mesa, comendo. Peguei um prato e fui me servir.
-Aspen, você está bem?- Maria me perguntou.
-Estou, Maria. É apenas cólica. - eu falei e servi um pouco de carne e arroz. - O que é isso?- perguntei apontando para um negócio verde que tava na panela.
-Couve refogada. - ela falou e eu dei de ombros, pegando um pouco.
Me sentei na cadeira, sentindo ainda um pouco de dor na barriga.
Comecei a comer, quieta. Os meninos conversavam, davam risadas, tiravam fotos, gritavam. Benjamin estava tomando banho, já que ele havia entrado na piscina.
Comi a minha comida quietinha e fiquei mexendo no telefone. Cinco minutos depois Benjamin chegou na cozinha, pegou o meu prato e encheu de comida e sentou do meu lado.
- Tá melhor?- ele perguntou.
-Sim. - respondi e coloquei as minhas pernas em cima das suas.
- Sabe, eu tô com saudade do Gabriel- ele falou e eu concordei. -Faz tempo que a gente não se vê. - ele disse.
-Meu primo já deve esar grande. - eu falei.
-Sim, eu acho que ele deve ter agora uns 17 anos. - Benjamin falou. Me aproximei mais dele e coloquei a minha cabeça em seu pescoço e respirei o seu cheiro.
-Hey Aspen, você está bem?- Jacob perguntou, chamando a atenção dos outros meninos, que me olharam.
-Ér, sim. Por que?- eu disse.
-Você parece estar mais branca que o normal. - Blake falou.
-É que ela está com cólica. - falou Benjamin, massageando a minha coxa.
-Ahh, por isso que você está mais branca!- falou Mark tirando sarro da minha cara.
-Rá, rá, rá! E eu sou o pai natal!- falei sarcástica.
-Olha, não duvido de nada!- Blake respondeu
-Ok.- falei e peguei meu celular e entrei no SnapChat. Tirei uma foto da tatuagem que o Benjamin tem no ombro.
-O que você á fazendo?- ele perguntou.
-Tirando foto. - eu falei dando de ombros.
-Do quê?- ele perguntou e passou a mão no meu cabelo.
-Da sua tatuagem, oras!- eu falei, como se fosse óbvio.
-Tá né, deixa eu ver!- ele falou e eu mostrei a foto para ele.
-O CASAL! - Nícolas gritou chamando nossa atenção.
-Hum? - resmunguei.
-Viu? Eles não negaram!- falou um menino dos olhos castanhos.
-Não negaram o que? - eu perguntei.
-Que vocês estão juntos!- ele falou.
-Eu e quem?- eu perguntei.
-E o Benjamin!- ele falou.
-Eu e o Benjamin?- eu perguntei e comecei a rir, comecei a chorar de tanto rir, algumas lágrimas escorriam dos meus olhos.
-Porque cê tá rindo?- Benjamin perguntou.
-Eles acham que a gente é um casal!- eu falei e ele começou a rir junto comigo. Benjamin podia ter pose de machão, mas quando falam de pau, ele é o primeiro a dar a bunda!
-Eu e o Benjamin não temos nada!- eu falei.
-Como assim?- Nícolas perguntou.
-A gente não tem nada!- eu falei e Benjamin assentiu.
-Mas quando ele chegou, você deu um selinho nele e você tá grudada nele o dia inteiro!- Ele falou boquiaberto.
-O selinho é uma forma de cumprimento e eu só porque eu tô grudada nele não quer dizer que a gente tenha alguma coisa!- eu falei. Olhei para o lado e vi que Benjamin já havia acabado de comer, -Vamos ir pra sala?- eu perguntei pro mesmo.
-Sim!- ele falou. Nos levantamos, e eu peguei na sua mão.
Sentamos no sofá, e eu liguei a tv.
*
Benjamin foi embora lá pelas oito e meia, e eu fui para o meu quarto. Deitei na cama e fiquei pensando nas coisas que vem acontecendo na minha vida. Se é por obra do acaso ou algo assim.
Só sei que há algumas coisas ruins que vem, que são para o bem.
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