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História Fear the Fear - Coulrophobia....


Escrita por: Gio_Gio_Fics

Notas do Autor


Novamente um capítulo sem capa, sorry.

Coulrophobia: fobia de palhaços.

Capítulo 2 - Coulrophobia....


Julho de 2015 - Likaare

 

“A pequena cidade de Likaare receberá um circo! ”, era o que dizia o cartaz em frente a pequena cafeteria onde a jovem de vinte e três anos costumava tomar seu café da manhã antes de ir trabalhar como investigadora em uma organização secreta de sua cidade.

 

Seus olhos curiosos sempre procurando por pistas que pudessem influenciar seu atual caso, percorreu o rosto de todos os sujeitos e nada encontrou, então se sentou em sua habitual mesa e esperou que Gabi viesse atendê-la. Gabi era uma menina que trabalhava na cafeteria para poder pagar o cursinho antes de ir para a faculdade. Eram totalmente diferentes, enquanto Karina era calma e concentrada, Gabi era agitada e largada, Karina era curiosa por informações, já Gabi não se importava em saber nada do que não acontecia ao seu redor, não era realmente relevante para a menina.

 

— Oi Nina, o de sempre? — Gabi perguntou chamando a amiga pelo apelido que a dera, embora para Karina não fizesse o menor sentido, ela gostava.

 

— E o que mais pediria? Além de você ir no circo comigo é claro, me parece ter algo que me ajudará neste circo vindo para a cidade.

 

— Os Garribé? Não são nada demais, as únicas coisas diferentes no circo é o fato de os palhaços ficarem de costas para o palco, nada normal, mas quem sou eu para julgar certo? — Nina estava de certa forma impressionada por sua amiga saber de tudo aquilo, afinal, Gabi era a pessoa mais largada do mundo. — De qualquer maneira, vou buscar suas torradas e suco natural.

 

Gabi virou as costas sorrindo, a pele meio morena quase completamente coberta, os cabelos castanhos e lisos que iam até a cintura sempre esvoaçaram enquanto ela girava nos calcanhares. Eram características típicas da amiga que Nina conhecia como a palma da mão.

 

Minutos depois, a menina retornara com os pedidos e se sentou à mesa com a amiga, seu turno na cafeteria só duraria mais cinco minutos, então as duas iriam juntas até a escola onde Gabi estudava e Nina iria para o trabalho onde se sentaria em sua mesa e leria dezenas de casos antigos para estabelecer conexões entre os mesmos.

 

Já com outra roupa, uma camiseta do Kiss e calças jeans pretas rasgadas com um coturno preto, Gabi caminhou até a mesa onde Nina se encontrava, veio por trás, afim de dar um susto na amiga distraída.

 

— Buu! — sussurrou bem perto do ouvido de Nina, que pulou para trás e quase caiu da cadeira, o rosto mais pálido do que o normal, Nina era europeia e possuía traços típicos da sua nacionalidade, seus olhos estranhamente azuis, quase brancos, eram acentuados por sua pele branca, e os cabelos claros a deixavam com cara de albina, o que ela seria se não fosse por seus longos cílios pretos e os marcantes lábios vermelhos.

 

— Vamos?

 

— Claro albina.

 

As duas caminhavam juntas lado–a–lado em direção oposta ao centro, as duas eram muito diferentes e contrastantes até em questões físicas, as roupas de Gabi sempre se destacaram em meio à multidão, escuras e cheias de estampas, geralmente com nomes de bandas, a maquiagem pesada em volta dos olhos e suas características botinhas, que usava até mesmo no verão com suas calças rasgadas, já Nina era sempre discreta em relação a escolha de suas roupas, sempre claras e pouco chamativas, a maquiagem era sempre dispensável, a não ser que estivesse trabalhando em um de seus casos, com botas compridas e claras, sem salto, sempre usando leggings que iam até o pé e quando fazia muito calor um shorts com sandálias.

 

— É aqui que te deixo querida amiga, te vejo mais tarde para a inauguração do circo, bye.

 

— Bye!

 

As duas deram as costas uma para a outra e foram caminhando em suas respectivas direções. Gabi desejava cursar direito e ganhar algum rumo na vida enquanto Nina desejava se tornar uma detetive renomada e escalada para os casos mais importantes da empresa.

 

 As duas observavam as folhas de seus cadernos procurando algo que pudesse ajuda-las a resolver sua atual função, Gabi fazia exercícios de lógica e estratégia e Nina procurava por pistas em anotações sobre os casos antigos que eram parte da investigação.

 

O horário de saída das duas coincidia sempre, e Gabi esperava por Nina na portaria com sua mochila nas costas e sem se importar com os outros a sua volta, só se mexia para falar algo quando algum estudante da universidade ao lado vinha fumar ao seu lado, apesar de alternativa e original, Gabi nunca segurou uma droga se quer, o cheiro da fumaça do cigarro a incomodava profundamente e sentia a irritante vontade de espirrar, Gabi odeia espirrar!

 

— Quer parar? — a menina de olhos estranhamente castanhos perguntou ao homem de mais ou menos quarenta anos que fumava ao seu lado, espirrou umas três vezes antes de conseguir falar algo outra vez. — Senhor, por favor vá para outro lugar, nem todos gostam do cheiro de fumaça.

 

— Até onde eu sei, aqui é um lugar público, posso fazer o que bem entender. — O homem de sotaque francês carregado e com um cheiro extremamente podre cuspiu palavras na cara da menina.

 

— É uma dependência escolar, é proibido por lei, curso direito, sei o que estou falando.

 

— Não, não sabe, olhe bem. VOCÊ está nas propriedades escolares, já EU, estou fora delas, meus pés e corpo estão depois dos limites impostos pela prefeitura onde a regra se aplica, qualquer aluno com discernimento suficiente saberia disto — a verdade é que o sujeito estava mentindo, estava de fato dentro das propriedades da escola e faculdade, a lei se aplicava sobre aquele lugar também, o local também não era público, mas o sujeito sabia mentir e Gabi não queria comprar briga com um cara no mínimo vinte anos mais velho e forte.

 

Não precisou esperar mais que um minuto para que Nina corresse ao seu encontro, os cabelos claros presos em um coque e a jaqueta jeans branca com coisas caindo de todos os bolsos, Nina parou ao lado do homem estranho e puxou a amiga pelo braço, sem notar a hora em que seu celular, o mais novo IPhone 6S, foi roubado pelo sujeito com sotaque  

 

O circo estava lotado, muitas pessoas iam e vinham, os tíquetes esgotados e a área de seguranças cheia de braços com notas tentando subornar os guardas do local.

 

— Você tem ingressos com você? — Nina perguntou a amiga gritando, tentando se fazer ouvida por Gabi em meio aos barulhos.

 

— Tenho sim, os VIPs ainda por cima. — Gabi nunca decepcionou a amiga na vida e não era naquela hora que começaria.

 

Entraram pela lateral do palco onde duas filas de cadeiras estavam dispostas para o público VIP sentar.

 

— Respeitável público.... Informamos agora que o espetáculo começa em breve, não se esqueça de desligar os telefones celulares. Agradeço a compreensão.

 

O show correu e, para a surpresa das jovens, foi muito divertido. Em momento algum Nina sentiu falta de seu telefone. No final do show foram instruídas irem para as coxias onde os circenses estariam para recebe-las com os ouros VIPs, em momento algum questionaram o recado e fizeram o que lhes fora pedido.

 

— Vejo que estão todos aqui — um homem de costas, com o cabelo extremamente comprido e sotaque francês arrastado começou a falar — não devem saber, porém tem direito a um show particular. Começando... agora!

 

O homem girou a cadeira e revelou seu rosto pintado de branco e sua aterrorizadora maquiagem de palhaço. As duas meninas estremeceram, mas não se mexeram do lugar, não tinham medo de nada do que estava acontecendo ali, até aquele momento, afinal, era só um palhaço.

 

— O show ainda não começou, queridos. É apenas o começo de um espetáculo... chocante! — sua voz estava alterada e parecia um pouco embriagada. — Corram. Agora.

 

Elas não hesitaram em core o mais rápido que puderam para longe dali, não haviam passado da porta nem há três segundos quando ouviram os gritos de terror de seus companheiros de ala, com certeza era um show chocante, principalmente quando se viraram para trás e viram duas cabeças rolando do telhado.

 

Gabi recebeu uma ligação do celular de Nina, que só então percebera a ausência do aparelho em seus bolsos.

 

— Atende! — exclamou confusa e assustada antes de olhar ao redor procurando por uma direção de onde viesse a ligação, mas nada.

 

— Alô?

 

— Alô, Gabi! Eu te recomendaria correr, mas não tem para onde, estão presas, então se escondam, pois não tem muito tempo até eu achar vocês!

 

As duas se esconderam atrás de um galpão gigante, entre umas caixas de madeira empilhadas.

 

Suas respirações pesadas faziam barulho, e os passos largos e altos do palhaço estranho faziam as duas estremecerem.

 

— Achei. Odiei jogar este jogo com vocês, foi bem ruim, eu até ia deixa-las viverem, mas eu não gostei da brincadeira. Que peninha!

 

Com um baque surdo todas s caixas estavam no chão e as duas meninas sem proteção alguma, o palhaço não possuía um arranhão sequer e elas duas estavam em tremenda desvantagem. Carregava em sua mão esquerda uma faca e em sua mão direita um machado, Gabi foi a primeira a ser atacada, uma facada na barriga e uma machadada na cabeça e poças de sangue se formavam no chão. Nina foi em seguida, uma facada na barriga da qual ela pode se esquivar e sair apenas com um corte, em um movimento ágil pegou a faca da mão do palhaço e logo passou na outra mão, fazendo-a sangrar e ele largar a arma apertando o pulso fortemente.

 

Tentava pensar que fora legitima defesa, que teria tido o mesmo destino de Gabi se não o tivesse feito. Desferiu um golpe na barriga do sujeito com agilidade e outro em sua cabeça. Ele caiu duro no chão e ela logo encontrou o celular que lhe fora roubado. Ligou para a polícia e desmaiou.

 

Nina acordou em uma cama de hospital, sua barriga enfaixada e dolorida, não podia se mexer. As cenas da noite anterior voltaram a mente da menina, lembrava-se de cada detalhe e cada grito, a cor e o cheiro de sangue continuavam vividos em sua memória por mais que tentasse esquecer.

 

Nina fora julgada por assassinato contra o palhaço e venceu o caso alegando legítima defesa. Nunca foi presa ou internada, mas recebe ajuda psicológica de especialistas.

 

Seu caso ficou conhecido como o marcante mistério do palhaço assassino e ela ao saber dos rumores se mudou para uma cidade distante e nunca mais fora vista em Likaare.

 

A menina ainda visita a cidade de vez em quando, as escondidas, é claro.

 

Mas, o caso dos palhaços assassinos poderia ser encarado como um simples distúrbio mental? Ou será que essa ‘crise’ é muito mais que isso, talvez uma psicose compulsiva e a necessidade de matar para sentir um prazer inigualável assim como os viciados são dependentes das drogas? 


Notas Finais


Espero que tenham gostado, deixem sugestões nos comentários ok?

O próximo capítulo será sobre medo de lugares pequenos


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