POV VALENTINA STRONG
Bati a porta do meu quarto jogando a mochila em algum canto dele, fui andando em direção a cama e me sentando na mesma, respirei fundo e senti orgulho de mim por conseguir sobreviver a mais um dia no colégio. Todo dia era uma luta, aquele lugar era como uma selva, você passa fome; frio; calor e ainda tem que conviver com animais. Ri sozinha de meu pensamento.
Tirei a roupa que usava e coloquei uma mais confortável, desci as escadas em direção a cozinha para poder esquentar o meu jantar que minha mãe já deixara pronto. Coloquei quinze minutos no micro-ondas e para passar o tempo, peguei o celular no bolso para ver as mensagens que recebi durante o dia.
Tinha algumas de grupos escolares de trabalho, outros que eu estava, mas colocava no silencioso por um ano e algumas pessoas que falavam comigo. Abri o chat da Kayla, minha melhor amiga.
Mensagem- 4:30 PM
Kayla Jones: Val, chegou em casa?
Quando chegar me responde
Ah tá, Valentina pode demorar horas pra responder, mas quando é Kayla...Só falta me matar!
Valentina Marie Strong!
Dei risada do desespero dela, mas antes que enfiasse um tapa na minha cara através do celular mesmo, eu decidi reponde-la logo.
Mensagem- 5:00 PM
Valentina Strong: Que foi, Kay?
Posso demorar mesmo, você não
Kayla Anne Jones!
Fechei o chat dela e abri o de Nate, namorado de Kayla.
Mensagem- 4:35 PM
Nate Lewis: Val, olha o chat da Kayla
Sim, ela quer muito falar com você
Kayla sabia exatamente como ser chata. Credo!
Mensagem- 5:03 PM
Valentina Strong: Oi Nate, já respondi ela. Menina chata viu, como que você aguenta?
Nate Lewis: Hahahaha! Chata mesmo, mas é a melhor chata do mundo!
Valentina Strong: *barulho de vômito* Não quero ficar diabética com toda essa fofura! Vou jantar aqui. Tchau!
Nate Lewis: Muito engraçadinha você. Tchau!
Soltei uma risada fraca. Nate e Kayla faziam um casal muito fofo, além de ser um dos melhores amigos do Matthew, o Nate era uma pessoa muito boa para a Kayla e ele nunca a magoaria. E ele nem sonharia em fazer isso, senão eu cortaria seu precioso fora e daria de comida para os cachorros.
Soltei o celular e abri o micro-ondas antes que o mesmo apitasse, peguei o prato, os talheres, o copo e a jarra de suco que estava dentro da geladeira e pus tudo em cima da mesa. Quando eu finalmente ia sentar na cadeira para começar a comer, a campainha soa pela casa. Bufo frustrada e me direciono até a porta.
Quando abro a mesma, dou de cara com Matthew com o rosto inchado de choro e mochila nas costas. Abro mais a porta para que o mesmo entre e o puxo para um abraço demorado, pude sentir as suas lágrimas molharem minha blusa e seu corpo se sobressaltar devido aos soluços. Apertei-o mais contra meu corpo e senti suas mãos me pressionarem mais.
Nos soltamos do abraço e o olhei tentando passar segurança.
—Matt, você brigou com seu pai de novo? -Perguntei.
—Posso dormir aqui? – Ele ignorou minha pergunta.
—Claro, você sabe que sim.
Ele olhou para seus próprios pés e andou até a cozinha, me deixando sozinha na entrada. Suspirei pesadamente. Isso não era a primeira vez que acontecia, Matt não tinha um relacionamento muito bom com seu pai, era complicado, e então sempre que eles discutiam Matthew fugia de casa e vinha para cá.
Andei até a cozinha e vi Matt bebendo um pouco do suco de laranja que eu ia tomar. Não reclamei com ele por estar bebendo o meu suco. Fui na prateleira e busquei outro copo para mim e preenchi o mesmo com o suco que estava na jarra.
Nem tentei puxar assunto, aquela não era a melhor hora para isso. Então, apenas terminei de comer em silêncio e subimos para o quarto.
[...]
Estávamos deitados e olhando para o teto. O silêncio era confortável, não era daqueles que você sentia vontade de bater a cabeça na parede de tão insuportável. Eu não tinha tentado puxar assunto com ele, pois sabia que ele não gostava de falar em momentos frágeis como esse.
Senti o cansaço dominar meu corpo e me virei de lado para ficar mais confortável e logo senti as mãos de Matt me rodearem. Ficamos nessa posição por um bom tempo.
—Val? - Ele me chamou num sussurro contra meu pescoço e senti um arrepio.
—Sim? - Sussurrei de volta.
—Obrigado.
—Pelo o quê?
—Por ser você.
Eu respirei fundo e segurei sua mão, entrelaçando os dedos.
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