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História Feeling good - Prólogo


Escrita por: Phronesis

Notas do Autor


Avisos:
1) Kuroshitsuji é propriedade intelectual de Yana Toboso;
2)A fanfic vai se passar no universo anime, talvez alguns acontecimentos no mangá mas será compreensível para quem não o leu;
3)Quanto mais comentários/favoritos maiores as chances de eu não abandonar a fanfic.
***
Boa leitura!

Capítulo 1 - Prólogo


Quando fiquei até tarde assistindo a um filme, eu sabia que ia me arrepender. Que ficaria exausta por ir dormir 2:00 e ter que acordar 5:00. Mas eu me importei? Não. Apenas fui estúpida e feliz assistindo o filme. Acordei com sono e obviamente, ele se acentuou a medida que realizava minhas tarefas diárias: escola de manhã, trabalho de meio expediente como atendente na fármacia do meu tio, arrumar a casa, buscar a irmã menor no curso de inglês e ainda ter tempo para fazer as lições de casa, estudar e exercitar meu corpo. Resultado? Esgotada. Então não me culpe pela atração fatal que eu senti pela minha cama maravilhosa quando eu coloquei os pés no meu quarto. Ah, a sensação de me deitar foi maravilhosa.
Eu nunca dormi tão rápido em toda munha curta vida de 17 anos.
Por isso, acho que deveria ter desconfiado de alguma coisa. Mas eu desconfiei? Nope. Dormi tranquilamente.
***
Despertei com o aroma de rosas.
-Senhorita Elizabeth?-Escuto uma voz feminina chamar. Murmuro algo, sentindo a cama suave e meu corpo como que envolvido em lençóis de seda. E realmente estavam.
-Senhorita Elizabeth, hora de acordar.-A voz insiste. Abro meus olhos lentamente e me deparo com uma jovem adolescente de cabelos e olhos castanhos. Ela sorri para mim, com aqueles olhos grandes e de anime. Meu rosto transparece confusão enquanto me sento na cama e olho ao redor. O quarto todo parecia desenhado. Móveis elegantes e antigos, decoração do século XIX e aspecto de desenho animado. Aquele não era o meu quarto.
"Isso é um sonho?"
-Bom dia, senhorita Elizabeth.-A jovem falou, me tirando de meus pensamentos.
-Bom dia...-Respondi, ainda incerta e confusa. Sentei-me na cama e logo percebi que algo mais estava estranho. As coisas pareciam maiores. Senti meu corpo estranho.
"Por quê minha mão está tão pequena?"-Questiono-me mentalmente e levanto.
-Seu banho já está pronto. Suas roupas desta manhã estão separados.-Ela comentou e pegou delicadamente minha mão, levando-me a um banheiro amplo. Ela se ajoelhou para ficar da minha altura e estendeu as mãos, como que para me tocar. Instintivamente, recuei.
-Senhorita? Algum problema?-Ela perguntou.
-O que vai fazer?-Pergunto. A jovem arqueeou a sobrancelha, confusa.
-Despí-la para o banho, senhorita.
-N-não precisa! Eu faço isso sozinha!-Exclamei, corada. Ela abriu ligeiramente a boca, surpresa.
-Mas... A senhorita é uma nobre. Não deve tomar banho sozinha. Além disso, sua mãe não ficará satisfeita comigo se não cumprir com os meus deveres.-Ela explicou, realmente tensa ao mencionar 'minha mãe'.
"Uma nobre? Que sonho estranho. Bem... Acho que ser uma nobre por um dia deve ser interessante. Que escolha eu tenho? O jeito é ver aonde esse sonho vai parar."-Penso e dou de ombros. Era só um sonho afinal. A qualquer momento, eu acordaria em meu quarto bagunçado e humilde com cheiro de sabão em pó e amaciante.
***
Não era só um sonho. Cheguei a essa conclusão quando pelo terceiro dia seguido, eu tinha dormido e acordado como uma nobre de recentes 5 anos. Mas foi só isso? Ah, não. Tinha que ter mais. "Meu" nome era Elizabeth Ethel Cordelia Midford e, sim, parece que esse é não apenas o século XIX, mas o século XIX de um suposto mundo ficcional.
Difícil de lidar. Se fosse para estar em qualquer mundo fictício, eu preferia estar em Game Of Thrones. Ou Supernatural. Caramba, até Death Note é uma opção mais preferível. Não que não gostasse de Black Butler, era um bom entretenimento, mas não tinha interesse algum em VIVER nesse mundo. Perguntas como "por quê estou aqui" evidentemente passaram pela minha cabeça. Mas para ser honesta não me perturbo muito com o "por quê" nem no "como eu vim parar aqui". Eu não queria entender os mistérios que minha situação implicava. Eu só queria ir para casa e voltar a minha rotina tediosa com minha família meio problemática. Estou sentindo falta de minha irmãzinha. Fico me perguntando se estou em coma ou se morri, e como ela pode estar lidando com isso. Ela e o pai, sozinhos.
Suspirei e coloquei a xícara de chá a mesa, relaxando minha postura.
-Senhorita Elizabeth, fique ereta!-A Madame Rose repreendeu, lembrando-me mais uma vez da infeliz realidade que eu vivia agora. Olhei a senhora, de cabelos grisalhos, olhos cinzentos, pele branca e um pouco acima do peso, mas com um ar respeitável. Uma das minhas tutoras. Ela dava aulas de etiqueta. Ajeitei minha postura com um leve franzir de cenho. Minha vontade era abrir a boca e reclamar como uma garotinha de cinco anos (que ironia, eu era!), mas nunca gostei que os outros me vissem a reclamar de algo.
-Perfeito... Oh, mas que rosto é esse? Não, isso não está certo. Está muito melancólico para uma dama. Sorria. Assim, assim mesmo.-Ela parabenizou ao ver meu sorriso discreto. Agradeci mentalmente quando as aulas acabaram. Mas o alívio durou pouco pois a seguir teria aulas de costura. Costura! De relaxante aquilo não tinha nada, para mim. Eu fazia os pontos tortos e machucava meus dedos. Definitivamente irritante.
***
-Ah! Que dia!-Exclamei, finalmente no quarto e sozinha. Dei uma olhada nas bonecas de porcelana e nos briquedos. Havia muitos. Todos da Companhia Funtom, suponho. Peguei um coelho de pelúcia e me deitei.
"Ser nobre é cansativo."
Mordi os lábios e, se nenhum esforço, reuni informações sobre o que sabia de Kuroshitsuji. Relembrei tudo em detalhes sobre o mangá e o anime. E quando digo "tudo em detalhes" quero dizer mesmo isso. Literalmente. Eu conseguia me lembrar de absolutamente todos os episódios e capítulos. Impossível? Feitiço? Superpoder? Não. Apenas HSAM*. O que é isso? A "Síndrome da Memória Autobiográfica Altamente Superior". Eu consigo lembrar com precisão o que comi a três anos atrás, ou o que alguém falou há 15 anos. Não consigo esquecer ou controlar minhas memórias. Por isso costumo ser chamada de "inteligente", mas creio que na verdade é muito mais uma questão de memória do que inteligência. E por falar nisso, as memórias desse corpo estavam vindo gradativamente. Todas as coisas que tinham acontecido a essa garotinha estavam passando na minha mente em um ritmo lento e constante. Não era nada emocionante, de fato. A maioria da minha vida se passava dentro dessa mansão. Nem mesmo havia começado o treinamento como espadachim. As coisas mais interessantes em minhas memórias eram a "minha" família. os pais, Edward, os tios, Ciel. Foi engraçado vê-lo tão radiante e sorridente.
Suspirei mais uma vez e fechei os olhos, esperando o sono chegar.
***
Cinco dias. Quanto mais as horas se passam, mas me convenço de que isso é real. E mais angustiada eu fico, pensando sobre o futuro que aguardava Rachel, Vincente e Ciel. Eles nos visitaram hoje, então talvez tenha sido por isso que estivesse pensando ainda mais sobre o que aconteceria com eles.
Suspiro, brincando com a madeixa solta de meus cabelos. Na verdade, suspirar tornou-se uma das coisas que mais tenho feito ultimamente.
"Rachel. Ciel. Vincente. Madame Red. Ciel..."-Mordi os lábios. Aquele garoto ia sofrer coisas horríveis. Eu deveria impedir?
"Claro que deveria! Ele é uma criança! Ele é seu primo, seu amigo... Seu noivo!"
Noivo. Uh. Que estranho, meu noivo é uma criança. Uma criança extremamente fofa, mas ainda assim uma criança.
-Você parece preocupada, Elizabeth.-Escuto uma voz feminina atrás de mim, assustando-me.
-A senhora me assustou... Mãe.-Comentei, olhando admirada para a mulher. Ela era uma bela visão. A nobreza realmente combinava com ela.
-Isso é porque realmente estava com a mente longe, menina.-Ela fala com um pouco de suavidade em sua repreensão. Por um momento, sorrio. Era estranho chamá-la de mãe, mas não nego que era bom. Mas logo meu rosto toma a expressão vaga e distante novamente. Pensava sobre Elizabeth. Ela era um gênio em esgrima. Protegeria Ciel, quando chegasse a hora. Eu seria capaz de ser como ela? Acho pouco provável. E isso me faz perceber que, ao contrário da Elizabeth verdadeira, não poderia me dar ao luxo de esperar para começar o treinamento. Para alcançar um pouco do que Elizabeth Midford era como espadachim, eu precisava me esforçar. Treinar. Treinar. E treinar.
-Mãe?-Chamo, a palavra saindo um pouco relutante em minha boca.
-Sim?-Ela me olha com curiosidade.
-Quero aprender a esgrimar.-Declaro com solenidade, a fitando profundamente. Ela me olhou surpesa por um instante. Um brilho estranho percorreu seus olhos verdes, algo entre pesar e orgulho. Não compreendi o ar melancólico que ela tinha ao proferir tais palavras:
-Assim será, Elizabeth.

Notas Finais


*HSAM é uma síndrome real. Indivíduos com HSAM lembram de tudo/ quase tudo da sua vida. Há um livro que a autora tem HSAM que se chama "The womam who can't forget".


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