História Feelings for you - Camren - Drink

Pov’s Camila

Miami, 19:15PM

Faltava mais algumas fotos para que eu pudesse ir embora do estúdio, eu estava fotografando ninguém menos que Harry Styles, então eu sequer estava reclamando de toda aquela situação. Harry era engraçado e divertido, era realmente tudo aquilo que suas fans diziam ser. Ele fazia algumas poses sérias e eu poderia dizer que já éramos pseudo-amigos, já que era a terceira vez no mês que ele saia como notícia na revista Miami News. Ele vestia uma blusa larga bege e uma calça apertada preta rasgada, seu humor era incrível e apesar de termos tirado pouco mais de quarenta fotos seguidas, ele permanecia com um sorriso no rosto.

- Hazza, - “Camila, você já está tão íntima assim?”, pensei - Podemos encerrar por aqui hoje, não acha? – Disse colocando minha câmera em cima de uma mesa próxima a mim – Você pode parar de sorrir? De onde vem tanto bom humor? Diga-me, eu preciso de algumas doses dessa felicidade.  

- Querida, pra mim só estávamos começando – diz abrindo o zíper de sua blusa e amarrando a mesma em um laço em sua cintura – Te vejo quando? – se aproximou de mim colocando um de seus braços em volta do meu pescoço, Harry Styles estava me chamando para se encontrar qualquer dia, era real? – Bom, eu gostei de você, Mila.

- Primeiramente, não querendo julgar sua atitude, mas as noites em Miami ainda continuam frias, Harry. Em segundo, eu sou realmente muito ocupada, Sr. Styles, vou olhar na minha agenda – Sorri irônica e arqueei minhas sobrancelhas.

- Ahh, cancele seu compromisso, seja lá qual for ele. Cabello, você precisa se divertir um pouco e eu não me importo de ser a pessoa que irá arrancar gargalhadas de você – Harry tinha compaixão pelas pessoas, aquilo tornava até seu olhar mais lindo – E sobre a blusa, tenho alguém para me esquentar durante toda a noite, Cabello – Soltou um beijo no ar para mim, eu apenas sorri e balancei a cabeça em negação, Harry abriu a porta e encostou na mesma como quem dissesse:”Chega de trabalho por hoje”.

Sem dúvidas alguma, Harry era aquariano, era humanitário e brilhante ao mesmo tempo que teimoso.

Ri enquanto balançava a cabeça negativamente – Só você pra me tirar do trabalho mais cedo – Senti algo vibrar em minha jaqueta e uma música invadir o set silencioso, fazendo a música ecoar, era meu celular, por sorte havia apenas eu e mais alguns funcionários no prédio.

“Shine bright like a diamond”, juro que eu não aguentava mais ouvir essa frase, mas Harry parecia animado com a música.

- Céus, não acredito – Ele se apoiou na parede e mexeu seu quadril como quem quisesse rebolar, sem sucesso – Eu amo essa música, me segura que eu to pronto para arrasar.

Atendi e coloquei um de meus dedos na boca para que Harry fizesse silêncio, escandaloso.

- Quem fala?

- Como assim? Quem é? Você liga para o meu número e não sabe quem eu sou? Bom, isso é cômico, não acha? – Digo num tom repleto de ironia, eu normalmente não era tão grossa assim, mas eu já estava exausta e apenas queria tomar uma bela e doce garrafa de ice.

- Amor, tudo bem com você? Que grosseria, eu só perguntei pra ter certeza e você me responde desse...

- Okay, o que você quer? – o interrompi, era provável que ele começasse a falar sobre coisas que aconteceram há meses e só parasse amanhã de manhã quando seus créditos acabassem. Depois ligar apenas para continuar. Eu juro que sou a mulher da relação.

- Como assim o que eu quero? Quero saber se você está bem, meu anjo, parece tão...Brava e tensa, posso sentir você tensa e eu estou do outro lado da linha, Camila – Suspirou.

- Céus – Sussurrei baixinho – Escute-me, eu estou completamente bem, eu juro, tudo bem? E amanhã será um grande dia para o nosso relacionamento, um enorme passo para que isso dê certo. Eu estou apenas muito, MUITO cansada, hoje o dia sugou todas as minhas energias – Harry me puxava pelo braço enquanto estávamos no elevador, ele queria ir embora e eu seria sua carona provavelmente, já que é tarde e seu motorista já está fora de turno, é a segunda vez que isso acontece – Olha...Podemos nos falar amanhã? Juro, eu preciso chegar em casa e dormir.

- Oh...- Pude sentir que ele estava sorrindo de canto e mordendo os lábios – Tudo bem...Amanhã é um grande dia para nós dois, não se atrase, okay? Quero que tudo seja como planejado. Te vejo amanhã?

- Te vejo amanhã – Encerrei.

Eu juro que não sei de onde tirei essa desculpa, eu não me lembrava até o momento, talvez o trabalho esteja me dando amnésia. Eu tinha um jantar com sua família amanhã, iria assumir nosso relacionamento para eles e isso seria um enorme passo para que nossa relação realmente desse certo.

- Glória, glória, aleluia – Disse Harry cantarolando em certa altura – Quem era o cara? Seu namorado? Bem insistente ele, né? – Arqueou uma de suas sobrancelhas sorrindo – Olha...Sei que é abusivo da minha parte, mas pode me deixar perto de casa?

- Eu sabia que tinha algo atrás de toda essa gentileza, Styles – Sai do elevador caminhando até a saída – Eu vou te deixar na porta da sua casa, porque não é incômodo algum fazer isso, Harry. Bom, eu gostei de você, Hazza – Disse a última frase tentando imita-lo.

- Ótimo, cadê as flores e os chocolates? – Ele era tão inapropriado que ri com sua fala – É o mínimo que se espera no fim de um encontro.

- Uma garota esperaria isso, mas eu sou a garota daqui, Harry.

- Eu não teria tanta certeza disso – Ele disse baixo enquanto entrava no carro arrumando seu grande cabelo cacheado.

- Como?

- Nada de mais – Ele sorriu sem jeito, um sorriso sem mostrar os dentes. Quem diria que Harry Styles seria meu pseudo-amigo um dia. Bom, essa é a vantagem de fotografar para uma revista de famosos e notícias.

Entrei no carro e me aconcheguei no banco procurando uma posição confortavel, eu estava quase morrendo de sono, não queria morrer de dores. Quando eu cheguei em frente ao condomínio onde Harry morava eu basicamente empurrei ele para fora do carro – Que agressividade, garota, eu vou te expor – Sorri pela última vez e passei as mãos pelos cabelos – Até mais, projeto de gente.

- Te vejo qualquer dia desses, Harry.

Miami, 21:30

Sentei-me em frente ao bar da grande boate, luzes de todas as cores possíveis cruzavam-se de um lado por outro, eu precisava daquilo, Harry estava certo. Havia um bom tempo ao qual eu não saia para me divertir realmente, minhas amigas já perderam as esperanças em me tirar de casa em uma sexta a noite, mas eu precisava daquilo, eu precisava de um pouco de adrenalina para que eu pudesse me manter viva. Ultimamente, é apenas a mesma coisa, namorar, ir para casa, namorar, trabalhar, ir para casa. Ás vezes é bom fazer caminhos diferentes, eu ainda não citei o quão cansativo é uma rotina sem adrenalina, sem nada de novo, sem algo para movimentar sua vida. Fica algo tão repetino, eu precisava daquilo.

- O que deseja, senhorita? – O moreno se aproximou enquanto misturava algumas bebidas em um copo.

- Uma ice – Disse franzindo minha testa – Gelada, por favor – Em poucos minutos o homem forte me trouxe uma garrafa de ice, e como pedido, gelada. Levei a bebida até meus lábios molhando os mesmos com aquele líquido doce e ardente.

Me virei apoiando-me no balcão e observando as pessoas que passavam de um lado para o outro, para uma quinta-feira, estava extremamente cheio. Mais um gole. Podia-se ver pessoas desesperadas por adrenalina, por algo que fizesse aquele momento, aquele lugar, inesquecível. Algumas pessoas se destacavam-se e outras, pareciam nem estar ali naquela boate, faziam mais sombra do que existiam. Era o tipo de pessoa que queriam que tocasse The Beatles naquele momento, e não um remix do Calvin Harris lançado na última semana.

Como previsto, era uma noite fria em Miami, existiam alguns vãos entre algumas paredes que levavam o vento gelado da noite para dentro da boate, o que causava arrepios em minha pele que permanecia quente.

- Okay, você é a única garota na balada que...Está bebendo ice, você realmente acha isso uma bebida apropriada para uma mulher de vinte anos? – Uma voz feminina soou em meus ouvidos, uma extremamente rouca, antes que eu pudesse abrir a boca para responder, ela me cortou – Ei, Matt, você pode trazer uma bebida de verdade vulgo Licor de Hortelã para essa mulher louca? – Pude ouvir sua gargalhada.

- Seja lá quem for você, está caçoando de mim? Sério que estou passando por essa situação em plena boate? – Virei meu rosto tentando olha-la, em vão, a boate era muito escura.

- Considerando o fato de que você é a única mulher que usa a palavra “caçoando” nessa boate, sim, eu estou tirando com você – Ela sorriu, mesmo sem poder observa-la, pude ver o quão lindo era seu sorriso, era grande e sincero. Não mencionei ainda o quão apaixonada por sorrisos eu sou – Bem, em anos aqui, nunca vi uma MULHER – deu ênfase em sua fala – Em pleno inverno tomando uma ice gelada.

- Mas...É bom, é gostoso, ice combina com todas as estações e...

- Sem “mas” – Disse acenando para o moreno que colocou um copo com o licor na minha frente, parecia delicioso -, você não tem mais quinze anos, presumo – Ela pegou a garrafa e derramou um pouco do licor em seus lábios, ela havia pegado uma garraga e não um copo, que elegante, não?

- Eu posso ter quinze anos e estar em uma boate fugindo de casa, e você, tecnicamente, está me levando para o mal caminho, senhorita, como se sente ao saber disso? – Sorri levando a bebida em meus lábios, desceu pela minha garganta causando certo ardor, nada insuportável, ao mesmo tempo, aquecia meu corpo de certa forma, ela conhecia bem o que beber, era delicioso.

- Céus, me sinto muito culpada, será que isso é motivo o suficiente para que eu seja presa? – A luz passou pelo seu rosto rapidamente, ela estava sorrindo novamente – Bom, se você tiver quinze anos...Que saúde a sua, garota.

Dei um leve tapa em seu braço e arqueei minha sobrancelha, eu acabara de conhecer uma mulher que estava me zoando no meio de uma boate, isso era fodidamente estranho.

- Você trabalha aqui? – Disse tomando novamente mais um gole da bebida adocicada.

- Podemos dizer que sim, eu...Trabalho aqui.

- E o que você está fazendo fora do turno? – Mordisquei meus lábios passando a língua sobre os mesmos, ela era divertida.

- Bom...- Ela parecia receosa falando aquilo – Eu sou a dona desse prédio.

Wow, quem diria, a garota que gosta de caçoar dos outros é uma super poderosa.

- Quem é você? – Sorri a olhando, podia ver apenas a sombra que seu corpo fazia, já que o lugar permanecia escuro.

- Eu sou a garota que vai te ensinar o que é bebida de verdade.

- Oh...- Suspirei – Não sei como te agradecer.

- Um “obrigado” já seria um ótimo começo, não acha? – Agora pude ver seu cabelo, ela era morena, seus cabelos caiam sobre o ombro em contraste com a sua pele extremamente branca, tinha quase certeza que ela era linda – Hoje, eu quero que você seja você, pela forma que você se veste, presumo que trabalhe em algo sério, mas hoje, garota, eu quero apenas que você seja você.

Por algum motivo desconhecido, aquilo me arrepiou. Bom, não sei dizer se foi por suas palavras, pelas frestas que continuavam a soprar um vento frio ou pela bebida que aquecia meu corpo e fazia minha garganta encendiar.

Miami, sexta-feira, 10:40PM

Meu estado estava deploravél, minha maquiagem borrada e eu torço para que não tenha feito nada de errado na noite passada. Eu não me lembro do que aconteceu depois das 23:00PM, apenas me lembro que uma garota me mostrou algumas bebidas que eu vou guardar o nome para sempre.

Lembro-me de ter subido em cima do balcão e dançado uma música contagiante a qual eu não me lembro o nome, se eu fosse conhecida, todo mundo diria que ontem eu estava louca, e olha que sequer me lembro de mais tarde e nem me lembro de como cheguei em casa. Sabe quando você é criança e dorme no sofá? Seu pai quase sempre te leva para sua cama, e você acorda tipo: “Como isso aconteceu?”. Era exatamente assim que eu me sentia, além de sentir uma dor aguda em minhas têmporas. A sorte é que não teria trabalho hoje, já havia fotografado os artistas que vão estar na Miami News essa semana.

Meu celular começou a vibrar e tocar sem parar, eu queria realmente saber quem te incomoda e quer falar com você com tanta urgência ás 10:50 da manhã.

Whatsapp – Harry Styles

Louco: Camila, você não vai acreditar, meu Deus, eu quero morrer, essa mídia acaba comigo, sério, me desculpa.

Louco enviou um anexo

Era uma reportagem na qual o tema principal era: Harry Styles sai do estúdio de Miami News com sua fotógrafa, a garota ainda não foi identificada.

- Harry, relaxa, eu acho que já sabia que isso iria acontecer.

Louco: PORQUE? Cabello, desculpa, sério.

- Relaxa, a gente tava em frente a Miami News, uma revista que basicamente sabe tudo da vida de todos, não esperava menos.

Louco : Já falei que gostei de você, não é? Eu quero até te dar um abraço agora.

- Eu me recuso a te abraçar depois de você quebrar quase todos meus ossos ontem, Harry.

Louco: Olha aqui, eu vou soltar um palavrão.

Whatsapp

Número privado: Espero que não tenha acordado com uma puta dor de cabeça, ai sim terei motivos para me sentir culpada.

Ei

Já está na hora de acordar, não é? Vou acabar achando que você morreu de tanto beber

Ei

Ei

Você está ai? Meu Deus, será que eu matei uma pessoa, por favor, me responde.

O que está acontecendo? Eu te matei?

- Que susto, quem é você? E sim, eu estou com dor de cabeça. Perdão, não me lembro de ter conhecido ninguém, quer dizer, me lembro, mas não me lembro do seu rosto.

Número privado:  Cacete, você está viva, isso que importa. Não preciso me sentir culpada por ter te dado bebidas mais fortes, preciso? Estou indecisa.

- Ahh...Acho que me lembro de uma mulher que me zoou e me deu bebidas que nunca havia provado, eu poderia estar morta, sabia?

Número privado: VIRA ESSES DEDOS PRA LÁ, eu estaria presa agora e você não estaria aqui pra pagar minha fiança.

- Acha que eu pagaria?

Número privado: Bom, eu te apresentei bebidas que você nunca vai esquecer o gosto, é o mínimo que eu esperava , srta.Tenho Quinze Anos.

- Já pode parar de caçoar comigo, okay? Estamos sóbrias agora.

Número privado: Já disse que você é uma das raras pessoas que vi usando essa palavra? Parece que você é do tempo das cavernas.

- Talvez eu seja.

- Já disse...Que não me lembro do seu rosto, não é? Me desculpe, sério, acho que passei dos limites na bebida. Realmente estou me esforçando para lembrar do seu rosto.

Número privado: Bom, enquanto não lembra, pode me chamar de Srta. Salvei Sua Vida.

- Vou te chamar de Srta. Anônima, bizarra.

Passei algum tempo respondendo todos, inclusive minha mãe que provavelmente estava desesperada, presumo, após trinta e cinco ligações perdidas e várias mensagens não respondidas. Gastei bastante tempo tentando achar uma desculpa plausível para que ela entendesse que eu não estava me encontrando com os “estrupadores” com quem converso na internet, minha orelha está queimando de tanto ouvir o quão importante é que eu não me encontre com estranhos. Ela acha que tenho dez anos de idade, que bobagem, eu teno onze – Ri com meus pensamentos – Era tanta coisa naquele momento, que acabei me esquecendo por certo tempo que é hoje que irei assumir meu relacionamento. Karla Camila Cabello Estrabão está namorando, engole essa, Dinah. Ela sempre disse que eu nunca arrumaria alguém porque ninguém estaria disposto a pagar tanta despesas só com comida.

Passei o dia todo deitada na cama a busca de alguma solução para acabar com aaquela dor em minhas têmporas e principalmente, com as dores no meu corpo. Eu podia jurar que passei uma madrugada fazendo sexo, meu corpo estava completamente dolorido, mas acho que mesmo bêbada eu sou ciente do que faço, eu acho.

Tomei um longo banho em uma tentativa de tirar aquele cheiro de bebida e hortelã de mim, meu corpo todo cheirava a álcool. Bom, foi uma tentativa boa, já que atingi meu objetivo, sequer parecia que passei a noite passada inteira na mesa de um bar com uma estranha me dando bebidas que poderiam ter drogas. Eu estava em perfeito estado externamente.


Miami, 20:00PM

Eu optei por um vestido preto colado em meu corpo, um batom vermelho e um salto scarpin preto, meu cabelo estava solto e eu apenas o joguei para frente, deixando o mesmo de uma forma mais desgrenhada, mais selvagem, eles caiam sobre meus ombros o que dava um ar fodidamente sexy.

- Será que eles vão gostar de mim? Eu estou bem com essa roupa?

- Você está divina, se eu pudesse...Eu te jogava aqui nesse sofá mesmo e...

- Para, por favor, aqui não – Coloquei minhas mãos sobre seus lábios impedindo que ele se pronunciasse novamente

- Chris, o jantar já está pronto, junte-se a nós – Era Maria, a empregada,, eu sorri gentilmente para ela e me levantei junto a Chris, mesmo sem olha-lo, poderia jurar que ele estava sorrindo.