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História Feels Like Home - Capítulo 10


Escrita por: GuaxiLexa

Notas do Autor


Clarke tem alguns dias para se adaptar a sua nova vida, antes de um desastre acontecer.

Capítulo 10 - Capítulo 10


Estranho, foi a primeira certeza que Clarke teve. Morar em um lugar que tem mais de um banheiro e que a sala não tinha várias caixas espalhadas pelo canto, era estranho mas um estranho eficaz, quando ela era acordada por suas náuseas matutinas e tinha que correr para um banheiro grande e limpo e sem caixas no seu caminho.

Já faziam 5 semanas que ela morava no apartamento de Lexa. Um ritmo confortável já tinha se formando entre elas e toda estranheza tinha se dissipado. Clarke iria acordar um pouco mais tarde, dependendo do seu turno no trabalho. Se ela não estivesse trabalhando, ela iria ir até o armazém para dar uma olhada ao redor, ficar um pouco com Wells e Bellamy, observar a evolução das obras. Ela até ajudava um pouco, equipando o carrinho de mão, transportando algumas telhas ou cimento moído. Eles já estavam no processo de limpar o interior do armazém e dar um aspecto melhor para o ponto de partida.

- Esse lugar está ficando fantástico, você não acha? – Wells disse entusiasmado, na última vez que Clarke tinha estado lá. Já estava quase tudo pronto. Clarke já podia imaginar seus quadros pendurados lá, iluminados pela luz no dia.

- Claro que está – Clarke sorriu, olhando ao redor. – Eu não posso esperar para ver tudo já pronto.

- Ohh! Nem eu – Wells disse, ainda sorrindo e olhando com amor para o armazém. – Vamos precisar da primeira parte do dinheiro esta semana. Tudo bem para você?

Clarke se deleitava com o fato que ela poderia sorrir com facilidade e sem estresse para essa pergunta. – Está sim. – Disse ela, com mais prazer e confiança do que era necessário. O dinheiro estava em sua conta a tempos e Clarke só estava esperando esse momento para mexer nele. – Vou transferir para você essa semana.

- Fantástico – Wells disse.

Se dependesse de Clarke, ela já teria entregado o dinheiro à tempos. Wells tinha tido a ela para espera as obras ficarem prontas, porque eles ainda estavam resolvendo os termos de pagamento dos funcionários. Então, ela esperava e ocasionalmente verificava sua conta só para sentir aquele famoso frio na barriga. Ela fingia ser aquele tipo de pessoa que sempre tinha dinheiro em sua conta, cada vez que ela via os números seu coração batia mais rápido. Seus dias estavam contados agora, ela iria finalmente transferir sua parte,

Ela parou de ajudar nas obras a pouco tempo. Ela nunca deixou Lexa nem sequer sonhar que ela estava nesse lugar e trabalhando durante sua gravidez. Lexa teria entrado em pânico. Clarke achava que Lexa era muito certinha e esquematizada, as vezes ela gostava de pensar que Lexa iria se beneficiar, quando ficasse fora da sua ala de conforto. Ela já conhecia os minis ataques que Lexa dava, ocorria sempre quando Clarke interrompia alguma programação diária que Lexa tinha.

No começo, Clarke tinha tentado evitar perturbar Lexa durante sua estadia. Ela tinha sido muito gentil em deixar Clarke dormi no seu fantástico quarto de hospedes, então era totalmente justificado o comportamento modelo nos primeiros 11 dias.

Clarke não poderia resistir a ligar a TV de manhã, em vez de ligar a estação de música clássica, como Lexa fazia todos os dias. Já tinha ficado claro que a morena tinha esse hábito de muitos anos. Interromper essa programação e ver o olhar de surpresa no rosto dela foi um dos maiores prazeres do dia a dia que Clarke tinha encontrado. Lógico que Clarke não fazia nada grave ou inconveniente, ela mudava apenas pequenas coisas do dia a dia. Como fazer o jantar quando Lexa trabalhava até tarde e Clarke já tinha acabado seu turno. Forçar Lexa a comer seu almoço ou café da manhã na varanda e persuadindo ela a falar sobre seu trabalho.

Por muitas vezes, Clarke se perguntava se ela iria ver esse olhar adorável de confusão e surpresa, se ela contasse de sua arte para Lexa. Mas não, suas pinturas ainda estavam guardadas de uma forma segura, dentro de sua caixa, escondido debaixo da cama.

Havia mais nesses dias do que apenas trabalhar ou surpreender sua anfitriã com mudanças na sua agenda. Ela tinha doze semanas de gravidez, ela já estava se aproximando do seu primeiro trimestre, de acordo com os livros de gravidez que Lexa tinha, estrategicamente, colocado no quarto de hospedes.  Clarke agora tinha quase certeza que ela passava a maior parte do seu dia fazendo xixi, os enjoou estavam se dissipando aos poucos, ela já podia sentir uma pequena pressão em seu estômago, seu peso, para o seu espanto, também já tinha aumentado. Não era nada muito notável ainda, mas certamente era perceptível para si mesma, enquanto ela olhava para si, ainda vestindo apenas roupa íntimas em uma manhã de segunda-feira, fazendo uma grande careta para si mesma no espelho.

Haviam apenas três pessoas que sabiam sobre o bebê. Ela, Lexa e Finn. Bom, quatro se você contar o obstetra. Lexa levava ela para uma consulta uma vez por mês. O médico só mostrava pequenas formas se contorcendo no monitor, enquanto ele realizava um ultrassom. Ele dizia que aquilo era um bebê, mas Clarke não tinha tanta certeza assim. Lexa olhava para o monitor que só exibia bolhas escuras, com os olhos vidrados, como se ela realmente estivesse vendo um bebê real e já formado, mas não ali, e sim correndo ao redor do seu apartamento. Não importa quantas vezes Clarke tentasse, ela não conseguia conectar aquelas formas com algum tipo de criatura viva. Claro que na última vez que elas visitaram o obstetra, o monstrinho já poderia até parecer com humano no ultrassom, mas não desencadeou nenhum tipo de forte sentimento emocional nela. Provavelmente era melhor assim, ela pensou, para começar o bebê não era dela. Apesar disso, ela conversava com o bebê de vez em quando. Ela olhava para sua barriga e resmungava alguma coisa como ‘’ Seu monstrinho pequeno’’ sempre que ela tinha que correr para o banheiro para fazer xixi ou vomitar. Já tinha virado uma rotina em sua vida.

Olhando para sua barriga no espelho, Clarke cutucou ela com um dedo. Ohh sim, ela definitivamente já está maior. Ela franziu a testa. Isso só significava que ela tinha apenas uma quantidade limitada de tempo até ter que dizer às pessoas. A alguns meses atrás ela não tinha ninguém que se importasse com ela. Porém, agora ela tinha Octavia, com quem ela almoçava sempre que possível, durante a semana. Também tinha Bellamy e Wells e talvez até mesmo Murphy.

- Clarke! – Uma voz chamou do lado de fora do banheiro. – Você vai ficar ai para sempre?

- Eu não sabia que tinha uma fila de espera ai fora, tem outro banheiro na casa, mas eu acho que você já sabe. – Clarke respondeu, colocando de volta sua camisa para baixo e esfregando a toalha no seu cabelo. Tentando secar tudo do banho que ela tinha acabado de tomar.

- Vamos sair em dez minutos.

Clarke franziu a testa, abrindo a porta enquanto ela abotoava sua camisa. Vantagens de ter roupas de brechó, elas nunca eram do seu tamanho exato. Sempre um pouco maiores. Mesmo assim, ela se perguntava por quanto tempo mais suas roupas caberiam nela. Mas isso era um problema para o futuro. – Mas a consulta não era só a tarde?

- O médico ligou – Disse Lexa, desviando o olhar com as bochechas vermelhas. – Ele .. uhm .. adiantou nossa consulta. Alguma coisa com um problema familiar para resolver. – Ela olhou de novo para Clarke, mas definitivamente estava corando agora. – Humm.. Você não vai colocar uma calça?

Clarke olhou para suas próprias pernas nuas. – Não. Eu estou experimentando um novo visual. Você não gostou? – Ela disse, pensativa e com sarcasmo em sua voz. Dando um sorriso provocante para Lexa.

- Um escritório de ginecologista pode até ser apropriado para essas roupas, Clarke. Mas o caminho até lá, não. – Lexa brincou. – Então, por favor, use calças.

- Já que você insiste. – Clarke observou Lexa desaparecer pelo corredor e balançou a cabeça com um pequeno sorriso no rosto. Só cinco semanas e ela já estava confortável com sua anfitriã. Clarke não conseguia mais acreditar nos primeiros pensamentos que ela teve quando viu Lexa pela primeira vez. Lexa era sexy, de uma forma estranha, mas sutil, e logo em seguida, isso é tudo mais que Clarke poderia notar.

Algumas vezes, Clarke iria ficar olhando para Lexa, em quanto ela estava sentada no sofá, trabalhando em alguma papelada. A forma como a sombra da sua mandíbula era tão clara contra a inclinação do pescoço, a forma como suas pálpebras caiam, quando ela estava com sono, a forma como ela se debruçava sobre o sofá quando ela resolvia alguns casos e estava pronta para relaxar. Clarke desejava que ela pudesse correr para pegar seu caderno de desenhos e desenhar Lexa. Mas em vez disso, ela só observa e tentava gravar cada pequeno detalhe para poder desenha tudo mais tarde, quando ela já estava enrolada debaixo de suas cobertas e Lexa já tinha ido para a cama.

Após seus devaneios, Clarke colocou uma calça e fez seu caminho do corredor até a sala de estar, olhando para cozinha, onde Lexa estava preparando uma xícara de café. – Eu tenho certeza que a gente já foi em uma consulta médica. – Clarke resmungou, caminhando até a prateleira e pegando uma caneca.

Lexa tomou a caneca e encheu com café, depois colocou um pouco de leite nele. Claro Lexa já sabia como ela gostava do seu café. – Não, já faz um mês. Eu não estou arrastando você para mais consultas do que as necessárias, Clarke.

- Tem certeza? – Clarke disse, brincando e fazendo uma cara de suspeita. – E se você estiver aumentando lentamente a quantidade de consultas médicas que temos que ir, sem eu perceber, e quando eu der por mim, já estaremos morando permanentemente no escritório do ginecologista.

- Droga, você descobriu todo o meu plano maligno. – Lexa brincou, tomando um gole de café. – Teria tudo terminado bem, no final, só você e a criança morariam no escritório e eu teria fugido com o médico.

Clarke riu. – Eu sabia um dia eu ia te desmascarar e que você iria ser revelar uma vilã do mal. – Lexa desviou o olhar e Clarke se perguntou se elas estavam pensando a mesma coisa (Nem uma das duas tinham desmascarado os segredos que ambas tinham) Lexa não sabia sobre a arte de Clarke, ou qualquer outra coisa importante que Clarke tinha escondido sobre ela. E Clarke não sabia por que ela queria um bebê ou qualquer coisa a mais sobre sua família e seu passado. Mesmo assim, a loira ficava maravilhada com a forma que as duas poderiam estar tão perto, mesmo sem saber muito uma da outra.

Assim que o café terminou e sua energia estava completa, Clarke se arrastou até com o carro de Lexa, ignorando o fato que seus joelhos doíam um pouco e surpresa, ela precisava fazer xixi novamente.

- Quantas vezes você vai estar trabalhando essa semana? – Lexa perguntou, inocentemente enquanto dirigia até o local que o Obstetra ficava.

- Não vai ser muitos turnos – Clarke disse, tentando lembrar de sua agenda no trabalho. Ela estava tentando cortar suas horas no trabalho, agora que estava ficando mais visível que ela estava gravida. Lexa não tinha comentando ou pedido para ela fazer isso. Clarke se perguntava se ela voltaria para esse trabalho, uma vez que ela tivesse que sair para ter o bebê. Bom, se tudo ocorrer bem, a exposição vai acontecer um pouco antes do bebê nascer, é só alguns colecionadores e críticos elogiarem seus quadros e ela teria finalmente um futuro na pintura. Clarke sacudiu a cabeça, se tinha uma coisa que essa última década tinha ensinando para ela, foi que qualquer tipo de esperança é perigoso. Ela olhou para Lexa, que estava olhando para ela interrogativamente. Clarke se contorceu na cadeira sobre o olhar dela. – Eu acho que tenho um turno quarta-feira à noite e quinta-feira à tarde. Isso é tudo que eu sei.

Lexa assentiu, enquanto abria a porta para poder sair do carro. – Bom.

- Por quê? – Clarke perguntou. – Você tem algo planejado?

- Se você quiser jantar. – Lexa disse, enquanto caminhavam para longe do carro.

- Nós jantamos todas as noites. – Clarke brincou.

- Você sabe o que eu quis dizer – Lexa revirou os olhos. – Eu estava pensando em ir ao Grounder. Quinta as 7?

- Tá marcado, é um encontro.

Ao chegar em frente ao edifício, Lexa abriu a porta para ela. A sala de espera estava quase vazia, só tinha um casal mais velho sentados perto da janela. A mulher grávida estava lendo uma revista e cantarolando baixinho uma música que tocava no local. O homem estava olhando para elas, do momento em que entraram, até ao que se sentaram no sofá. Clarke teve um momento de ‘’Aqui vamos nós, de novo’’. Não era estranho as pessoas ficarem encarando elas aqui. A quantidade de vezes que ela ou Lexa tinham dito ‘’ Não, nós não somos um casal’’ Já tinha virado uma rotina. Mas Clarke já não se importava tanto assim, ela apenas deixava as pessoas pensarem o que quisessem. Ela não podia nem imaginar os tipos de olhares que iria receber quando sua barriga fosse maior. Iria ser engraçado.

Clarke levantou um pouco o queixo. Deixe eles olharem. Elas eram um casal incrível e de muita boa aparência, mesmo que a parte do casal não fosse verdadeira.

- Senhorita Woods, Senhorita Griffin. – O médico chamou, aparecendo na porta e sorrindo para elas. – Vamos entrando.

Elas seguiram ele e Clarke se sentou no assento mais elevado, se inclinando para trás, como de costume. Lexa cruzou os braços, se inclinando contra a cadeira e observando o médico clicar em algo no seu computador. – Entendido! Doze semanas, certo?

- Sim, está certo -  Lexa disse, deslizando facilmente para a versão séria e eficiente de si mesma, que era a expressão que ela usava para falar com a maioria das pessoas. Claro que nessa maioria, Clarke não estava incluída. Ela observava a mudança de Lexa, com diversão. Era quase engraçado ver ela assim, depois de ter visto Lexa relaxada em casa ou vermelha por ver ela sem calça.

- Como você está se sentindo? – O médico perguntou e ela apertou os lábios. Pergunta idiota.

- Eu perdi as contas de quantas vezes preciso fazer xixi, por dia. – Clarke disse de forma sucinta, como se isso tivesse resumindo tudo o que ela estava sentindo. Ela não tinha certeza, mas podia jurar que viu um brilho de diversão no rosto de Lexa, mas ele foi embora logo depois.

- Isso é normal – O médico disse, balançando a cabeça. Ele começou a desenrolar alguns cabos na máquina de ultrassom, olhando para ela de vez em quando. – A boa notícia é que a maioria desses sintomas da gravidez, vão começar a parar. Você estava quase feita com o primeiro trimestre, o seu útero vai começar a se inclinar para frente e só um pouco para baixo, vai ter mais espaço para o bebê começar a ficar maior.

- Maior – Clarke disse, com o pouco entusiasmo que ela podia reunir. A diversão de Lexa com essa situação só ficou maior.

- Ok, vamos dar uma olhada. – O médico puxou a camisa de Clarke para cima e passou um pouco de gel no seu abdômen. Clarke olhou para Lexa, que estava olhando fixamente para o monitor. – Eu acho que você vai encontrar algumas mudanças bastantes significativas, esse mês. – Disse o médico, deslizando o dispositivo sobre o estômago de Clarke. – Agora tudo vai começar a ficar maior.

O monitor piscou, e a habitual mancha cinzentas desapareceu de vista. Clarke não entendeu e franziu um pouco a testa.

- Ah! Aqui vamos nós – O médico sorriu, apontando para o monitor. – Ali está o feto.

Clarke olhou para o monitor. A pequena mancha na tela, agora era, de alguma forma, mais que uma simples mancha. Já tinha uma cabeça claramente visível, e mesmo que imagem não fosse clara o suficiente, ela podia facilmente imaginar os pequenos borrões cinza em torno do seu corpo, como pequenos braços e pernas, se formando. A respiração de Clarke ficou presa na garganta.

- Ouviram isso? - Disse o médico, ainda sorrindo.

Através do pequeno alto-falante metálico da máquina, um pequeno ruído de batimento era quase inaudível. Eram como uma pequena máquina, batendo com um som abafado que quase fazia soar como se estivesse subaquática. Mesmo distorcido e calmo, não havia dúvidas sobre o que era.

- A batida do coração – Clarke disse, com a boca seca e com seu próprio coração batendo um pouco mais rápido. Lexa ainda estava em silencio ao lado dela.

- É isso mesmo – Disse o médico. – Veja, agora o bebê vai começar a desenvolver os seus órgãos internos.

- Realmente tem uma pessoa aqui dentro. – Clarke disse baixinho, olhando para o monitor. – Puta merda.

O médico olhou surpreso, ele claramente não estava acostumado a ouvir esse tipo de linguagem em seu escritório, mas mesmo assim, não ousou a dizer nada. Os olhos de Clarke estavam colados na tela, como se quanto mais ela olhasse, mais do batimento ela conseguisse ouvir. Ela sabia que um dia o bebê iria começar a se formar e agora ela tinha certeza que tinha uma vida dentro dela e seu coração estava ficado cada vez mais aquecido com essa ideia. Uma pessoa estaria crescendo dentro dela, uma pessoa com suas próprias ideias e crenças, seu próprio senso de humor e talvez os mesmos de Lexa, as mesmas expressões da morena quando ela ria, talvez o bebê iria odiar brócolis e amar chocolate ou talvez vice-versa. Um abismo cheio de possibilidades estava lá e Clarke estava sem palavras ao sentir que tudo estava começando dentro dela. Clarke balançou um pouco a cabeça e disse a si mesma que era os hormônios que estavam fazendo seus olhos se encherem de lágrimas bem agora.

- E agora? – Ela ouviu Lexa perguntar, e se perguntou como Lexa conseguia ficar tão calma nesse momento.

- Bem, como eu disse, o bebê vai começar a se desenvolver agora. E vamos esperar que os enjoou desapareçam, Srta Griffin. – O doutor continuou dizendo. – Mas, além disso, você deve continuar como está. O bebê é saudável e nessa fase o risco de aborto diminuiu drasticamente. Então, voltem para o Check-ups todos os meses e você deve ficar longe do álcool e mantenha uma boa dieta.

O médico retirou o aparelho da pele dela e a imagem na tela sumiu, ficou tudo preto. Clarke sentiu um aperto no coração. Coloque de novo, ela pensou irritada. Eu não quero parar de olhar. De alguma forma, o bebê tinha deixado de ser apenas sua chave para viver de sua arte em uma exposição, ele começou a se tornar algo maior e melhor.

Elas deixaram o consultório do médico minutos depois e voltaram para o carro em silêncio. Ou pelo menos, Clarke ficou em silêncio. Ela conseguia ouvir Lexa falar sobre algo, talvez algo a ver com o trabalho e o tempo, mas a voz dela só ecoava em sua mente, ela não estava prestando atenção. Assim que entrou no carro, Clarke manteve seus olhos fixo nos seus pés.

- Clarke?

Clarke olhou para cima com a mente ainda nebulosa. - Sim?

- Eu perguntei quatro vezes se você estava bem – Disse Lexa. – Eu realmente gostaria de uma resposta.

- Desculpa – Disse Clarke de imediato, ela sacudiu um pouco a cabeça para limpar seus pensamentos e esfregou suas têmporas. – Sim, uhm. Eu estou bem. Muito bem.

Lexa fixou um olhar sobre ela, com os lábios apertados.

Clarke bufou e revirou os olhos. – É só .. não ria de mim ok? Mas eu realmente só me toquei agora que tem uma pessoa aqui dentro. É estranho e ao mesmo tempo incrível e assustador e eu ouvi o batimento cardíaco. Então é uma pessoa real, eu só estou lidando com essa merda agora. Me deixe lidar com a minha merda. – Ela cruzou os braços sobre o peito e franziu a testa, olhando para frente intencionalmente.

Lexa ainda estava olhando para ela quando Clarke desviou o olhar.

- Não olhe para mim desse jeito – Clarke protestou, empurrando o ombro de Lexa em brincadeira e persuadindo um pequeno sorriso no rosto da outra mulher. – Eu não estou ficando louca, eu só estava em um estado de negação com essa coisa de gravidez. Bom, até dez minutos atrás.

- Você só está percebendo agora que está grávida? – Lexa disse de forma incrédula, com um tom de descrença e ligando o carro. – Isso é sério?

- Eu sabia que estava grávida – Clarke zombou, cruzando os braços com mais força; - É que, eu só não me sentia como se eu realmente estivesse grávida. Você entende?

- Não, eu não tô entendendo nada do que você tá falando. – Lexa disse balançando a cabeça. – Eu acho que só entendendo o que você fala em trinta por centos das vezes, no máximo.

- Idiota – Clarke brincou. – Ei, você pode me deixar no banco que fica no caminho de casa? Eu tenho que fazer uma coisa. – Agora parecia a hora perfeita para transferir o dinheiro para a conta de Wells. E toda essa quantidade de dinheiro, exigia que a transferência seja feita pessoalmente.

Lexa deu de ombros. – Eu não tenho lugar nenhum para ir, eu vou com você.

Foi apenas quinze minutos de carro do obstetra até o banco. Clarke ligou o rádio e abaixou a janela, rindo quando Lexa lhe lançou um olhar confuso. Ela cantava junto com a música, extravasando todo o seu bom humor, que era o melhor que ela já teve em tempos. Ela olhava as vezes para Lexa e percebia ela mover os lábios ligeiramente, sussurrando as palavras que soavam na música. Ela sorria até Lexa notar ela, com as bochechas vermelhas e revirou os olhos.

As coisas estavam dando certo, Clarke disse a si mesma. Já tinha se passado um bom tempo desde que ela tinha autorizado a si mesma a apreciar quando algo de bom acontecia em sua vida.

Lexa estacionou no parque de estacionamento ao lado do banco e elas saíram do carro. Clarke tentou impedir um sorriso de rastejar sobre seu rosto. Assim que o dinheiro estivesse na conta de Wells, ela iria estar quebrada de novo, mas ela também estaria mais perto de ser uma artista profissional, algo que ela nunca tinha chegado perto de ser. Lexa parecia notar a diferença no seu rosto e no seu modo de andar. E sorriu para isso.

Clarke revirou os olhos olhando para Lexa. – O que? – Ela perguntou.

- Você está feliz. – Lexa comentou, segurando uma risada. Seus olhos estavam brilhando com diversão e Clarke foi lembrada mais uma vez o quão bonita e Deusa grega a morena ficava, quando ela não usava sua máscara de  ‘’Malvada-Assustadora-Advogada-Lexa’’

- Sim – Foi tudo que Clarke conseguiu dizer, brilhando a cada passo que dava para o banco. Havia algumas pessoas esperando na fila e Clarke se juntou a elas. Lexa ficou do outro lado, encostada na parede e oferecendo um pequeno sorriso para Clarke. Logico que a loira sorria de volta, observando quando Lexa se ocupou no local lendo um panfleto ou outro. Clarke olhou bem e viu que era um panfleto sobre promoções para abrir uma poupança para crianças. Clarke não poderia ajudar, mas seu sorriso ficava cada vez maior. Ela notou, e não era a primeira vez, o quanto ela queria pintar Lexa em um sofá ou em qualquer outro lugar, realmente não importava, ela só queria desenhar a morena. Alguém como Lexa não teria problemas em ficar um longo período sem ser mover, e ela ainda ficava equilibrada e graciosa como um gato.

- Próximo!

Clarke se virou para nota que ela era a próxima na fila e foi para uma das cabines no caixa. Um homem olhou para ela, provavelmente jugando ela mentalmente. – Posso ajudar?

- Sim, eu preciso transferir um dinheiro para esta conta. – Clarke tirou um pequeno maço de notas, no qual estava escrito seus próprios dados bancários e os de Wells. Ela empurrou ele em direção ao contador, que tinha um olhar irritado. – Aqui está os detalhes. E aqui a minha identidade. – Ele bufou, olhando o papel, ele tinha um ar de quem não aguentava mais estar nesse trabalho. Ele clicou algumas vezes no seu computador, enquanto Clarke se encostou na parede que separava as cabines, olhando ao redor da sala. Seus olhos seguiram automaticamente para a sala de espera, onde ela encontrou o olhar de Lexa, que parecia olhar para ela com algum tipo de reflexão. Ela desviou o olhar logo que Clarke a viu, mas outra coisa tirou completamente a atenção de Clarke.

- Não há nada nessa conta, senhora.

Clarke se virou de volta, franzindo a testa para o caixa. – Como é que é?

O caixa tirou os óculos, sua testa também estava franzida em aborrecimento, ele limpou suas lentes em sua camisa. – Está conta que você deu, está vazia. Tem certeza que os números estão corretos?

Clarke prendeu a respiração, pegando o papel novamente, sentindo seu coração começar a bater mais rápido. Ela só tinha uma conta, essa conta. – Sim, eu .. você pode olhar de novo? Por favor? – Um fino brilho de suor estava escorrendo em sua pele, ela sentiu o pânico começar a zumbir em sua mente. – Deve ter tido algum tipo de erro.

O homem soltou uma respiração e voltou para o seu computador, tendo uma quantidade exagerada de cuidado ao digitar os números da conta e as informações sobre Clarke. Ele clicou mais algumas vezes. – Nada. Não tem nada senhora. Sinto muito. – Disse ele, sem um traço de sinceridade.

Clarke fechou os olhos, se forçando a manter a calma. É claro que não era um problema com o banco. Ela tinha apenas essa conta e o dinheiro estava lá na última vez que ela verificou. Os dados estavam corretos, ela tinha eles gravados na memória. Essa era sua única conta, ela abriu assim que se mudou para seu apartamento aqui na cidade, só ela e Finn tinham acesso a ...

Seus olhos se abriram.

Finn.

Sua voz tremia quando ela se deu conta do que aconteceu. – Eu .. uhm.. bom, você acha que é capaz de me dizer quando foi a última transação feita nessa conta? Qualquer informação, por favor. – Suas mãos tremiam.

- Posso sim. – O caixa digitou algo no computador, foi uma terrível e longa espera, antes da sobrancelha do homem se levar e ele grunhiu. – A última operação foi uma retirada. Tudo na conta foi retirado.

- Onde – Clarke mordeu o lábio, engolindo em seco. – Pode me dizer aonde essa retirada aconteceu? Ou quando?

O homem olhou para a tela – Com uma transação desse tamanho, a retirada só poderia acontecer através de um banco. Um Caixa eletrônico não iria suportar uma retirada dessa quantia. – Ele cantarolou, e Clarke resistiu ao impulso de dizer a ele para se apressar. – Ramo Banco de Eleventh Street. Hoje de manhã, as 8:42. – O caixa olhou para cima e franziu a testa. – Senhora, você precisa que eu chame a polícia para você?

- Ainda não – Clarke disse com a voz trêmula, esfregando uma mão em sua testa. Está manhã as 08:42. Talvez ele ainda não tenha ido muito longe. Talvez.

Mas para onde ele teria ido? O que ele faria, tendo uma quantia obscena de dinheiro em espécie em seu bolso? Será que ele iria usar em alguma aposta? Ou já estaria fora da cidade? Como ela poderia antecipar o lugar que ele iria estar?

A resposta era óbvia, ela tinha que ir ao seu antigo apartamento. Mesmo que Finn já tivesse esvaziado lá, talvez ela encontrasse alguma pista de onde ele estaria indo. Mas isso só iria fazer ela perder tempo, quanto mais tempo ela passasse indo em cada local que ela achasse que ele iria estar, era um tempo perdido, o tempo que ele iria ficar ainda mais fora do seu alcance. Ela beliscou a ponta do seu nariz e apertou os dentes, tentando ignorar as lágrimas ameaçando cair de seus olhos. Ela poderia chamar a polícia, mas quando Finn queria se esconder, ele realmente desaparecia. A polícia levaria muito tempo, assim que ela contasse tudo e eles começassem a fazer as buscas, ele iria se esconder nos buracos que ele ficava quando tentava fugir de alguma coisa. Sua única chance era encontrar ele, por si só, e encontra-lo rapidamente. Ela sentiu o pânico crescer dentro dela.

Então a mente dela se iluminou. Raven, ela precisava falar com a Raven.

- Obrigado por toda a sua ajuda – Disse ela apressadamente ao caixa e começou a abrir distância, seguindo em direção a porta e tirando seu celular da bolsa.

- Ei, espere! – O caixa se inclinou para fora de seu estande, para ver ela andando em confusão.

Clarke tinha guardado o número de Raven em seu próprio celular por razões que ela não podia explicar, isso aconteceu a semanas atrás. Ela sabia que Raven tinha feito o mesmo. Ela mal tinha deixado o banco e já estava discando o número dela. Ela foi até um passeio perto do parque de estacionamento e se agachou no chão, fechando os olhos e rezando para Raven está perto do telefone.

O celular foi atendidos após alguns toques. – Griffin, eu estou realmente feliz que você ligou. Eu já estava ponto de te chamar, v.. –

- Raven, graças a Deus – Clarke disse com a voz tremula, esfregando o rosto com a mão. – Eu preciso da sua ajuda.. eu .. eu não tenho nenhuma ideia do que está acontecendo. Raven, você falou com o Finn? Você sabe onde ele está?

- É por isso que eu ia te ligar – Raven disse, suave e calma. – Ele me ligou a uma ou duas horas atrás.

- O que ele disse? – Clarke perguntou ansiosamente. – Ele disse para onde ele foi?

- Ele me pediu para fugir com ele. – Disse Raven com um tom de desgosto. – Ele me disse que estava deixando a cidade e que poderíamos ter um novo começo. Me disse que ele tinha mudado, toda essa merda que ele costuma ..’

- Ele roubou meu dinheiro – Disse Clarke. – Ele pegou tudo que eu tinha na minha conta bancária, ele está tentando fugir com tudo. – Ela soltou um suspiro. – Ele disse para onde iria?

- Jesus, Clarke. Ohio. Ele disse que está indo para Ohio. É onde a mãe dele vive. – Raven disse rapidamente. – Escuta, Clarke. Não tem nenhum jeito que ele vai estar entrando em um avião com muito dinheiro. Não iriam deixar. Assim que ele tentar embarcar, a segurança vai ser acionada.

- Ele pode ser capaz de embarca, é apenas um voo doméstico.- Clarke disse, rangendo os dentes. – Eu preciso chegar ao aeroporto. JFK, certo?

- JFK – Raven confirma. – Eu espero que você consiga pegá-lo. Boa sorte, Clarke.

- Obrigada. Eu vou te manter informada. – Clarke desligou o celular e enxugou as lágrimas traiçoeiras que tinha caído pelo seu rosto. Não havia tempo para chorar agora. Se Finn conseguir sair do estado, não iria ter nenhum jeito de encontrar ele.

Ela se virou e saiu do passeio, o mais rápido que pode e quase se bateu em Lexa, que estava com um olhar confuso, caminhando até ela. Lexa a estabilizou, agarrando seus braços quando ela cambaleou. Ela olhava para Clarke como se a loira tivesse enlouquecido. – Clarke, mas que diabos aconteceu? – Ela latiu. – O que ouve? Está tudo bem?

Seria tão fácil, Clarke pensou. Mentir e dizer a Lexa que estava tudo bem, que ela só tinha tido um ataque de pânico e precisava de ar fresco. Seria fácil mentir e ir para o aeroporto por conta própria e consertar seus próprios problemas sozinha. Mas a voz de Lexa ecoou no fundo de sua mente. Apesar de todos os seus medos.

Você precisa aprender a pedir ajuda.

- Lexa – Clarke disse, ainda rangendo os dentes e encontrando o olhar preocupado da morena. – Eu realmente sinto muito e eu vou explicar tudo no caminho, mas agora eu preciso da sua ajuda. Você acha que poderia me levar ao aeroporto?


Notas Finais


Segundo banho da Clórk hehruehru
Finn é um pé no saco mesmo, hem? :(
E finalmente ela está aprendendo a pedir ajuda da mozão <3
Desculpem os erros.


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