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História Feels Like Home - Capítulo 15


Escrita por: GuaxiLexa

Notas do Autor


Leiam as notas finais. ~~ E de nada pela atualização super rápida u.u

Capítulo 15 - Capítulo 15


Dezembro se transformou em Janeiro, Janeiro se fundiu com Fevereiro e finalmente fevereiro virou Março. O tempo passou, como ele sempre fazia, como era sempre quando Clarke ainda não tinha se tornado um elemento permanente na vida de Lexa.

Enquanto os meses passavam rapidamente e relativamente indolor, os sonhos dela não mudaram. Foi realmente constrangedor, Lexa disse si mesma. Quando sua colega de apartamento tinha deixado bem claro que não estava interessada em nada além de uma relação profissional, não havia uma razão para ela sonhar com bastante frequência com essa Loira. Mas ela sonhava e muitas vezes o sonho era apenas ela revivendo o beijo que elas tiveram após o natal. Às vezes ela sonha com o mesmo cenário, só que dessa vez Clarke não iria se afastar. Às vezes Lexa ia sentir a maciez da pele de Clarke, a respiração, o sabor dela antes de acordar e ter que esquecer disso tudo e claro, tomar outro banho gelado. Às vezes o sonho seria apenas de Clarke segurando o bebê, uma criança pequena com cabelos loiros e olhos azuis e um largo sorriso. Outras vezes o sonho iria ir em uma direção completamente diferente e seria apenas algo estressante como o trabalho ou sua família, mas a diferença era que Clarke sempre iria estar lá. Era como um dispositivo elétrico em seus sonhos, tinha sempre que estar lá.

Era embaraçoso, ela disse a si mesma, para não ter que mencionar imaturo. Ela sabia como Clarke se sentia, mas de alguma forma, aquilo não parou ela de sentir as coisas que estava sentindo. Mesmo que elas tivessem caído em um ritmo confortável de amizade, coisa que Lexa temia que nunca encontraria de novo depois do beijo.

A viagem que ela fez, mesmo sendo de pouco dias, tinha se tornando um pesadelo. Ela foi em convenções e ouviu palestra de velhos em sua área de trabalho. Mas tudo era sem graça, poderia ter sido emocionante se fosse a alguns anos atrás, mas agora ela sabia exatamente aonde queria estar. Ela pensou no que Clarke tinha falado, sobre fazer coisas privadas em locais privados e pensou que finalmente entendeu o que a Loira quis dizer. Lexa vivia uma vida pública, em casa ou no escritório, tinha sempre algo a ver com o seu trabalho. Porém agora, ela realmente tinha uma vida privada e muitas vezes ela não podia esperar para chegar em casa, mesmo que seja só para ver Clarke cochilando no sofá, enquanto esperava ela chegar. O que por sinal, Clarke ainda fazia. Às vezes Lexa iria sentir os olhos de Clarke nela por muito tempo, as vezes ela falava alguma coisa para disfarçar, nada grande ou afetuoso, mas fazia o coração de Lexa bater como um tambor e a parte dela que ainda estava em negação, se perguntando talvez? Apenas talvez?  Essa parte dela, que ela tanto tentou ignorar, se perguntava por que alguém só está interessada em um relacionamento profissional e age desta forma? Elas estavam de volta ao que era antes, ambas dançavam em torno de si sem nunca sequer realmente abordar sobre os pequenos toques e olhares persistentes que mesmo que elas negassem, significava alguma coisa.

Clarke, da maneira mais adorável possível, estava enorme agora. Ela tinha deixado seu emprego sem qualquer tipo de hesitação e agora passava a maior parte do seu tempo no apartamento com Lexa ou na galeria, que, ao que parece, teve sua construção acabada já. A loira tinha levado suas pinturas para o apartamento de Bellamy, para elas poderem ser montadas nas paredes e apenas a visão de uma Clarke estourando de felicidade, tinha sido o suficiente para fazer Lexa sorrir também.

Ela tinha mostrado a Lexa algumas fotos da galeria e Lexa tinha que admitir, ela estava linda. Aparentemente eles estavam retirando todo o entulho da construção e logo em seguida, estariam prontos para colocar os quadros para exposição. Ao longo desses meses, Lexa assistia Clarke fazer alguns desenhos e pintar alguma coisa. Ela descobriu que havia bastante calma só por se sentar em silencio e assistir Clarke. Às vezes ela levaria o seu Laptop com ela, para parecer que não tinha ido para varanda apenas para olhar a loira, ela se sentava de modo confortável, digitava algo enquanto Clarke esboçava no seu caderno ou tela. Estes eram os bons tempos, os pequenos momentos que faziam o dia da existência cotidiana de Lexa.

Por que então, ela se pergunta, porque ela ainda quer estragar esses momentos só para se inclinar e beijar Clarke?

Ela se perguntou isso neste sábado, quando as duas estavam de pé em uma loja de bebê, observando Clarke olhar ao redor com a confusão estampada no seu rosto, toda vez que ela passava por uma mobília para bebê ou prateleiras de roupas minúsculas e brinquedos. – Eu espero que você saiba o que está fazendo – Clarke disse. – Porque eu estou completamente perdida.

- Eu sei o que estou fazendo – Lexa disse, mas sua confiança vacilou quando viu a quantidade de coisas e diversidades que existiam. Ela se perguntou se ao convidar Clarke para fazer compras pro bebê, ela iria quebrar algum tipo de limite, mas a loira tinha concordado em vir com bastante facilidade, parecia até entusiasmada com a ideia. Lexa se inclinou para frente e olhou atentamente para o rótulo de um berço. – Esse é bom.

Clarke passou um dedo ao longo da estrutura de madeira e balançou a cabeça de forma pensativa. – Eu também acho que ele é bom. Mas sabe, eu pensei que todos os outros eram muito bons também.

- Enquanto nada for uma armadilha mortal – Lexa disse, tanto pra si como para Clarke. – Contato que seja seguro.

- Eu não acho que eles vendem muitas armadilhas de morte aqui – Clarke cantarolou, vagando ao longo de umas peças de roupas pequenas, seus olhos estavam cada vez mais suaves. – Nossa, isso é tão pequeno.

Lexa olhou e sorriu, vagando até onde Clarke estava. Ela pegou algumas roupas, eram macias, muito macias e tinha uma pequena imagem de Guaxinim dormindo sobre ele. – Nós vamos precisa comprar algumas roupas.

Clarke pegou um par de sapatos que eram menores que seu polegar. – Puta merda, esse monstrinho vai ser bem pequeno. – Ela disse, quase incrédula.

Lexa riu e pagou os sapatos pra logo depois soltar eles na sacola que ela estava usando para colocar suas compras. Clarke passou à frente e jogou algumas camisas com uns desenhos de guaxinim e filhotes de leões em forma de desenhos animados na frente. Ela sorriu para Lexa e continuou a vagar pelo corredor para olhar por mais roupas. – Então, eu estava pesando – Ela disse. – Você já pensou sobre os nomes?

Lexa franziu a testa. – Honestamente, eu ainda não pensei nisso.

Clarke olhou para ela, surpresa. - Sério?

Lexa deu de ombros.

- Você sabe que o monstrinho vai sair daqui, você estando pronta ou não, né?

Lexa zombou mais estava sorrindo. – Náah, falta semanas ainda. Nós temos tempo.

Nós não temos nada. – Clarke disse e sua voz mudou um pouco quando ela se virou para olhar uma estante de brinquedos com ursos de pelúcia. – Você tem que se decidir com um nome. – Lexa engoliu a seco e acenou com a cabeça, jogando mais algumas peças de roupas no seu saco. Às vezes Clarke dizia essas pequenas coisas estranhas e ela sentia sua respiração ficar presa. A pequena sensação de calor que estava se construído por dentro da morena tinha congelado, de repente ela sentiu que precisava mudar de assunto.

- Você vai para a galeria hoje à tarde? – Ela disse tentando soar casual.

O rosto de Clarke pereceu ficar mais relaxado. – Sim – Ela disse de forma brilhante. – As pinturas já devem estar lá agora. Bellamy disse que só falta fazer a preparação e em seguida, nós estaremos prontos para expor. – Lexa sorriu para os brilhos nos olhos de Clarke, acontecia sempre que a loira falava sobre a galeria e mesmo sem perceber, perdida nos brilhos dos olhos dela, Lexa estava pegando uma banheira de brinquedos de pelúcia. Quando ela olhou pra cima, Clarke olhava pra ela com cautela e seus olhos se afastaram nervosamente. – Ei, você recebeu o convite por e-mail? Sabe, para a abertura na Sexta à noite?

Lexa piscou, abordar esse assunto da abertura da galeria já estava rodando a algum tempo em sua mente, quanto mais ela ouvia Clarke falar disso, mais ela queria estar lá. – Não – Ela disse. – Ainda não.

Clarke parecia irritada. – Eu pensei que já tinha chegado. Já faz tempo que enviamos os convites.

Lexa riu. – Você não podia ter me dando pessoalmente? Nós moramos juntas, você sabe.

- Eu queria que fosse surpresa – Clarke disse com a cabeça baixa.

- Não tem motivos pra surpresa – Lexa disse com um sorriso. – Eu vou nessa abertura, sendo convidada ou não.

Clarke riu enquanto vagava pelas prateleiras de roupas. – Eu não sabia se você ia querer ir. – Ela disse com cuidado, mantendo seu rosto fora da vista de Lexa.

Lexa quase sorriu, Clarke não perguntou pessoalmente porque ela tinha medo que Lexa iria dizer não. Como se isso fosse mesmo uma possibilidade. – Você quer que eu vá? – Ela respondeu.

- Você que ir? – Clarke atirou de volta, pegando seu olhar enquanto estavam na frente uma da outra, com uma prateleira cheia de comida para bebê entre elas.

Elas se olharam por alguns longos momentos seriamente apreensivas, até que ambas estavam rindo e Lexa não podia evitar o calor que irradiava em seu coração vendo uma Clarke iluminada de diversão. – Claro que sim – Lexa disse, como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Bom – Clarke disse ainda sorrindo. – Porque eu quero que você vá.

E eu quero você, Lexa penso quando se voltou para lista de coisas que ela tinha escrito para poder comprar. Eu te quero tanto que isso me assusta.

 

                                                                                    * * * * *

 

Lexa deixou Clarke na galeria no seu caminho de casa. Ela ainda tinha um trabalho para termina lá e enquanto Clarke não estava no apartamento, era a hora perfeita dela ter uma chance de realmente fazer isso em vez que ficar olhando sem parar pra loira.

O telefone dela tocou assim que ela parou em um sinal vermelho. Franzindo a testa ela clicou no alto falante do bluetooth. - Oi?

- Lex – A voz de Lincoln ecoou pelo carro e ela estremeceu um pouco antes de abaixar o volume. – Sou eu. Onde você tá? Tá ocupada?

- Só voltando da loja de bebê – Lexa disse. - Porque?

- Só queria saber se você quer dar uma passada aqui – Lincoln disse em um tom casual que era um pouco escolarizado e perfeito demais. – Sabe, beber alguma coisa ou sair.

Lexa estreitou os olhos. – É meio dia – Ela disse lentamente. – Isso é sobre Octavia? Tá tudo bem? – Octavia e Lincoln tinham se envolvido nesses últimos meses, Lexa nunca iria prever essa relação, já Clarke admitiu que sabia que iria rolar desde o primeiro encontro deles. Isso era mais uma daquelas coisas estranhas que Clarke parecia estar em sintonia, o comportamento de outras pessoas, isso fez Lexa ficar surpresa e depois perplexa. Logo no começo, Lexa descreveu essa relação como uma fase ou talvez uma tímida tentativa de Lincoln finalmente satisfazer o desejo de sua família e se estabelecer com alguém. Ela ainda se lembrava com espanto quando Lincoln tinha aparecido no seu escritório, apenas para avisar e admitir que ele estava lá apenas para almoçar com Octavia, não com Lexa. Apesar de ser uma confusão, os dois pareciam ser inseparáveis. Na verdade, quanto mais tempo passava, mais difícil ficava de falar com seu primo sem ele jorrar por sua namorada. Não que Lexa se importasse, se Lincoln estava feliz, ela estava feliz e cara, Lincoln estava feliz.

- Não é sobre Octavia – Lincoln disse de forma demasiada rápida, para Lexa acreditar.

- Então do que se trata?

- Você tem que vim – Lincoln disse um pouco cansado. – Eu realmente acho que você deveria vim.

Lexa pensou por um momento. Era sábado, tecnicamente ela não tem que trabalhar. Ela provavelmente pode passar uma tarde com Lincoln. Já fazia algum tempo que ela não via ele e no final, não é como se houvesse muita coisa a se fazer. – Tudo bem – Ela disse com cautela. – Eu vou estar ai em meia hora.

- Ótimo – Lincoln disse e Lexa poderia ter jurado que havia algo que soava um pouco desconfortável com seu tom de voz.

O caminho até Lincoln não foi longo, ela já estava no bairro. O pensamento dela vagou até a galeria. Ela se perguntou se as pinturas já tinham sido penduradas. Ela tinha visto as pinturas de Clarke algumas vezes, mas ela estava ansiosa para a oportunidade de ver elas penduradas em paredes brancas, que eram onde elas pertenciam, livres para serem olhadas, analisada e apreciadas do jeito que deveriam ser. O fato dela ter sido convidada para a abertura, foi o suficiente para deixar ela de bom humor.

Ela subiu as escadas para o apartamento que fica no quarto andar, ela sabia que o elevador daquele prédio era muito lento e honestamente ela não tinha paciência pra isso. Batendo na porá ela esperou para poder entrar. Porém, em vez disso, uma voz gritou – Tá aberta! – A partir disso ela abriu e entrou.

Lexa franziu a testa assim que entrou. – Você sabia que provavelmente deveria manter sua porta trancada, não é? Ainda mais com a vizinhança que você tem. – Ela fez uma pausa.

Sentada na mesa de jantar, com as mãos cruzadas e uma expressão educada no rosto. Indra. Ao seu lado estava Anya e mais para o lado, de braços cruzados Lincoln, que inspecionava toda a cena nervosamente.

Lexa engoliu a seco. – Eu não tinha ideia que ela iria estar aqui – Ela disse em voz baixa.

- Oi Alexandria. – Indra disse educadamente. – Sinto muito, tem sido muito tempo.

Lexa assentiu antes de olhar para Lincoln. – Eu tenho que estar em outro lugar.

- Espere – Anya chamou, parecendo cansada. – Por favor, só espere.

Hesitando já perto da porta, Lexa apertou a maçaneta com força. Ela não tinha visto ou falado com Indra desde a festa de Natal e apenas estar aqui, fazia ela se sentir irritada e humilhada, tudo de novo. Ela apertou os dentes. – Eu não quero conversa. Se é disso que se trata.

- Lexa – Lincoln disse suplicante. – Por favor. Por mim.

Foi só pelo olhar suplicante de seu primo que Lexa fechou a porta e se moveu para mesa de jantar. No entanto ela não sentou, ela ficou em pé atrás de uma cadeira, segurando seu encosto ou melhor, apertando ele o suficiente para seus dedos ficarem brancos. Ela olhou para suas irmãs com o rosto imparcial. – Tudo bem – Ela disse rangendo os dentes.

- Lexa – Indra começou e ela tinha a voz mais suave do que a que Lexa costumava a ouvir. – Eu sinto muito.

Os olhos de Lexa brilharam. – Sinto muito por quê? Por trazer minha ex-namorada para um evento de família, sabendo que eu não queria ver ela, ou por me chamar de uma mãe incompetente, mesmo antes do meu filho ter nascido?

O olhar de Indra vacilou como se ela estivesse pensando. – Ambos.

Lexa estreitou seus olhos. – Isso significa o que? – Ela perguntou desconfiada.

- Isso é uma explicação – Indra disse, levantado o queixo de uma maneira antiga e orgulhosa, coisa que Lexa já estava acostumada. – E um pedido de desculpas.

- Uma explicação do que?

- Eu entendo – Indra começou. – Eu não tenho sido particularmente favorável em relação a você começar uma família. – Lexa zombou baixinho mais Indra continuou estoica. – E eu acredito que possa ter deixando meus próprios problemas pessoais interferirem no meu julgamento com você.

Isso pegou Lexa de surpresa. – O que?

Indra desviou o olhar por um momento e em seguida pegou o olhar de Lexa novamente. Ela se lembrava que quebrar um contato visual era sinal de fraqueza. – Luna se casou.

Lexa levantou uma sobrancelha. – Bom para ela.

Indra inclinou seu queixo. – Ela fez isso em segredo, sem me dizer. Eu nunca conheci o marido dela e eu acho que ela tem a intenção de manter as coisas dessa forma. Eu só descobri através de um velho amigo da família, que tinha sido convidado para o casamento. Faz mais de quatro anos que eu não falo com a minha filha.

Lexa sustentou o olhar de Indra e algo como pena estava crescendo dentro dela. – Sinto muito – Ela disse e ela realmente quis dizer isso.

Indra se contraiu. – Não é culpa sua. O ponto é, como você disse antes, nós somos parecidas, Lexa. E isso pode ser impossível de acreditar, mas tudo o que eu fiz, eu fiz porque eu realmente pensei que estava fazendo o melhor para você.

- Você acha que o meu filho vai fazer comigo o que fizeram com você. – Lexa disse e Lincoln se agitou em desconforto.

- Minha filha, - Indra disse com clareza. – É uma mulher agora.  E ela escolheu esse caminho porque eu não era uma boa mãe, ou pelo menos, uma mãe que valorizou ela. E isso não é culpa de mais ninguém a não ser minha. – Ela disse como admissão, como se ela tivesse a necessidade de dizer agora que ela estava sendo livre e honesta. Seus olhos pareciam cansados, quase aliviados.

- Sinto muito por não te apoiar quando você precisava de apoio. – Anya disse com calma, encontrando o olhar de Lexa. – Isso foi injusto da nossa parte. – Lexa engoliu a seco, balançando a cabeça. Sorrindo amargamente, Anya deu de ombros. – Honestamente, eu não tenho sido a mesma desde que nossos pais morreram. Pelo menos, não entre nós, não com minha família. E isso tem sido o nosso defeito. – Seus olhos estavam brilhando com um sorriso genuíno, Anya assentiu para Lexa. – Eu estou feliz que você está expandido nossa família, Lexa. E eu tenho certeza que você vai ser uma mãe maravilhosa.

Lexa olhou para ela e em seguida para Indra, que parecia um pouco mais à vontade para ela. Lincoln estava olhando para as três com um pequeno sorriso.

Ela deu de ombros um pouco impotente. – Tudo bem – Ela disse com calma e depois, realmente não sabia o que dizer. – Bom.

Anya sorriu para ela, como se isso fosse tudo o que ela precisasse dizer. Indra parecia estar considerando um toque mais caloroso que o habitual. Talvez elas realmente haviam feito algum tipo de avanço familiar ou talvez não. Mas Lexa estava satisfeita, mesmo que ela ainda tivesse suas dúvidas sobre um bebê, pelo menos elas estavam tentando. Talvez isso é tudo que realmente importava.

Ela se sentou com sua família, o constrangimento e mal-estar tinham desaparecido à medida que a tarde passava. Anya disse a ela sobre como seus filhos estavam – Eu contei a eles que eles iriam ter um primo novo. – Ela disse com naturalidade e isso aqueceu Lexa. Indra não disse mais nada, ela caiu em algo tipo de reflexão tranquila que era típico de sua personagem. Lexa estudou ela por um momento, enquanto Anya e Lincoln estavam tendo alguma conversa aleatória. Ela suspeitava que algo tinha acontecido entre Indra e sua filha. Luna era muito parecida com sua mãe, muito teimosa e independente. Lexa lembrava de quando Luna era um bebê (Lexa era jovem), a menina esperava sua mãe chegar em casa do trabalho com um brilho nos olhos que toda criança tinha para os seus pais. Mas isso era quando ela era jovem, é claro, as crianças não amam incondicionalmente para sempre e não foi uma surpresa quando Luna se tornou mais jovem e não tinha mais uma forte relação com sua mãe. Então, Indra estava realmente tentando proteger Lexa disso?

Porque ela podia negar como for, ambas eram semelhantes. Mesmo jovens, Indra e Lexa compartilhavam uma obsessiva ética de trabalho dedicado.

Ela engoliu a seco e quando voltou o olhar para sua família, Lincoln estava olhando para ela atentamente. Anya e Indra tinha começado a falar de outra coisa e Lincoln sacudiu a cabeça da direção da cozinha. Lexa se levantou e seguiu seu primo.

- Você está bem? – Ele perguntou em voz baixa, se ocupando com a preparação de um café para que as outras não notem os dois conversando em particular. – Por um momento, parecia que você estava em outro lugar.

- Eu estou bem – Lexa disse de forma rígida.

Lincoln olhou para ela e através dela. – Se isto é sobre Indra...-

- Eu disse que estou bem, Lincoln – Lexa disse já cansada. – Eu estou apenas...-

- Lexa – Lincoln começou. – Essa família está tentando uma coisa nova, eu não sei se você já ouviu falar dele, mas ele é chamado de ‘’Ser honesto’’.

Lexa respirou lentamente, olhando seu primo com cuidado. – Eu estou preocupada que o que Indra falou, seja verdade. Que se eu tiver um bebê, eu vou estragar tudo e ele vai se casar sem mim e...-

- Lex – Lincoln disse exasperado. – Eu pensei que você fosse mais esperta.

- Eu era, - Lexa bufou. – Quer dizer, eu sou. É só, é normal estar um pouco preocupada, certo?

- Sabe, - Lincoln se apoiou no balcão e cruzou os braços. – Indra era muito nova quando teve Luna. Um pouco mais da metade de sua idade. Ela ainda estudava, lembra?

- Aonde você quer chegar? – Lexa perguntou de forma cansada.

- Que Indra não estava exatamente equipada para lidar com tudo isso de ser mãe. Quero dizer, é óbvio que ela é uma viciada em trabalho agora, mas você tem que acreditar que talvez ela iria ser uma mãe melhor se fosse dada a ela uma nova oportunidade. – Ele deu de ombros. – Lex, você está preocupada com o negligenciamento do seu filho e que ele vá te odiar quando for mais velho. Honestamente, o fato de você estar preocupada com isso agora, é um sinal de que você vai ser uma mãe muito boa.

Lexa engoliu a seco. – Mas...-

- Oque Clarke diz? Você falou com ela sobre isso?

Lexa pensou na noite de Natal. – Sim, mas... – Suspiro. – Clarke é infinitamente otimista. Ela acredita no melhor de todo mundo.

- Ou – Lincoln começou com cuidado. – Ela já viu o seu melhor. E ela acredita nisso.

Lexa ficou em silêncio por um momento, correndo os dedos ao longo da bancada. Havia apenas poucas pessoas no mundo que Lexa confiava incondicionalmente, Lincoln e Clarke estavam no topo dessa lista. Se eles estavam dizendo que ela daria uma boa mãe, talvez devesse valer a pena ouvir. Ela olhou para o seu primo e sorriu. – Desde quando você ficou tão esperto?

Ela sorriu. – Eu sempre fui.

Lincoln foi até a geladeira para guardar o leite e assim que ele fez, Lexa viu uma foto pendurada por ímãs na parte da frente do frigorífico. Era Octavia e Lincoln rindo e uma Clarke no fundo olhando presunçosamente para os dois. Lexa não tinha visto essa foto e isso deixou o coração dela quente. – Como você e Octavia estão?

Lincoln olhou quase com cautela para ela. – Bem...-

Lexa deu uma risada. – Eu não vou ter grelhar com seu relacionamento, Lincoln. Eu não sou Anya.

- Isso é bom – Lincoln disse, com uma pequena quantidade de alívio. – Porque ela estava me fazendo perguntas sobre Octavia por meia hora antes de você chegar aqui. – Ele sorriu de forma tímida, o suficiente para Lexa pensar nele como uma criança, quando a morena costumava a tomar conta dele. – Eu realmente gosto dela, Lex. – Ele disse com os olhos brilhando. – Eu realmente gosto.

- Eu tô feliz por você. – Ela riu. – A família inteira respira em alívio, Lincoln Woods finalmente decidiu ter uma coisa séria.

- Eu não... você está... coisa séria? ... Como – Lincoln balbuciou, enquanto Lexa ria. – Eu só estou saindo com ela há alguns meses, nossa. E além disso. - Ele disse, arqueando uma sobrancelha e entregando uma caneca de café. – Se você está tão interessada assim em tentar me constranger, porque então nós não podemos ter uma conversa sobre Clarke?

O sorriso em seu rosto desapareceu. - Oque?

- Não faça essa cara de quem não tem ideia do que eu estou falando. – Lincoln disse. - Eu sei sobre a noite de Natal. – Ele disse de forma maliciosa e rindo do olhar horrorizado de Lexa.

- Como você...- Lexa disse estridente e mortificada e logo em seguida fez uma pausa. – Octavia. – É claro que Clarke tinha contado a sua melhor amiga sobre o que tinha acontecido. – Eu vou demitir ela.

- Não se atreva. – Lincoln disse, caminhando de volta para a mesa. – Você sabe que ela nunca iria te deixar.

- Maldita seja. A empresa sofreria muito se eu despedir ela. – Lexa disse a contragosto. – Ela pode ser boca aberta, mas ela não é uma advogada tão ruim assim.

Lincoln riu. – Nesse caso, quando sai a promoção?

Lexa bufou, pensando em Clarke contando a Octavia sobre o beijo. Como Clarke soou quando ela falou sobre isso? Ela ficou satisfeita? Chateada? – Eu vou pensar sobre isso, mas não prometo nada. – Ela disse.

 

                                                                                  * * * * *

 

O tráfego do caminho de casa estava horrível. Aparentemente houve algum acontecimento no outro lado da cidade e parecia que todos escolheram essa hora para ir pra casa. Lexa se perguntou se Clarke ainda estava na galeria ou se ela estava em algum ônibus no meio desse engarrafamento. Lexa se perguntava muito sobre Clarke. A exposição já estava chegando e com isso a loira passava muito tempo na galeria. Lexa se perguntou também se Clarke já estaria no apartamento e se estaria esperando por ela, descansado no sofá como de costume.

No momento em que ela chegou na rua de sua casa, estava tudo escuro, as luzes da rua banhavam a calçada em feixes laranjas. Ela fez seu caminho até o seu apartamento esfregando os olhos cansados.

Quando abriu a porta, Lexa franziu a testa quando viu as luzes acesas na sala de estar. Clarke deve estar em casa. Fechando a porta atrás dela, Lexa foi direto para cozinha, ela estava prestes a chamar pela loira, mas uma voz tranquila fez ela parar. Olhando para frente, ela viu a fonte do ruído, seus olhos caíram sobre a porta aberta da varanda. No meio dela, a voz de Clarke podia ser ouvida.

Lexa começou a andar, mas parou na porta quando ouviu Clake falar novamente com uma voz suave. Ela se encostou na parede o suficiente para Clarke não notar ela ali. Lexa não tinha certeza do porquê, talvez seja porque Clarke estava falando tão baixinho e de forma gentil, que ela sentiu ser falta de educação interromper.

- ... E talvez eu ajude com algumas coisas que estão faltando antes de ir – Clarke estava dizendo de forma pensativa. – Porque no momento em que você chegar nesse mundo, não vai ter nenhum móvel pontiagudo nesse apartamento que possa machucar você, monstrinho. Existem uns cantos assustadores aqui sabe, para um bebê. Honestamente, eu mesma tenho algumas contusões de bater meu dedinho do pé em mesas por aqui e acredite em mim, o que mais tem aqui é mesas.

Lexa sorriu. Ela tinha escutado Clarke ter conversas sérias com o bebê várias vezes antes dessa. Era uma coisa agradável e fazia seu coração inchar com carinho.

- Mas o mais importante – Clarke estava dizendo incisivamente. – Eu sei que você só está pegando uma carona aqui comigo, monstrinho, mas vai chegar um momento em que você vai ter que sair desse ônibus. E logo em seguida, o ônibus vai deixar a estação. Mas não tem problema – Clarke disse apaziguadora. – Porque sua mãe vai estar cuidando de você, eu sei disso. Ela vai te amar muito, ela está tão animada para te conhecer... Mas, quanto a nós, eu não acho que vamos ser capazes de nos ver. Mas vai ficar tudo bem, eu prometo. Eu vou sentir sua falta, vou sentir falta da sua mãe também. Mas do que você pode imaginar. – Clarke fez uma e deu uma fungada no nariz, Lexa nem percebeu que estava segurando sua respiração. – Eu amo você a sua mãe. É por isso que você tem que me prometer que vai cuidar dela. Vocês têm que cuidar um do outro. Eu sei que ela vai ser um pouco louca e paranoica no início, mas é só porque ela vai estar com medo. Mas acredite quando eu digo, ela vai te amar muito e vocês dois vão ser muito felizes. Você vai ser tão feliz que não vai ter ideia do que fazer com tanta felicidade. – A voz dela sumiu, como se estivesse pensando em alguma coisa, como se as coisas que ela já estava dizendo não fosse algo perturbador para ela.

Lexa fechou os olhos e soltou um suspiro bem devagar. Lá fora, Clarke ainda estava em silêncio. Os únicos sons eram dos arranhões do pincel sobre a tela que Clarke estava trabalhando. – Você achar que essa cor vai funcionar nisso? - Clarke perguntou. Talvez para si mesma, talvez para o bebê, mas Lexa decidiu parar de ouvir.

Ela limpou a umidade que estava caindo dos seus olhos e soltou uma respiração tremula, ela estava lutando para se manter em silêncio. Cerrando os punhos, ela esfregou os olhos como uma criança.

O contrato. Era a única coisa que passava na cabeça dela e tinha coerência. A porra do contrato.

Ela voltou para a entrada do apartamento e saiu pela porta da frente sem Clarke perceber que ela esteve por ali. Antes mesmo de estar fora do edifício, Lexa pegou seu celular e pressionou ele em sua orelha.

Ela estava indo consertar tudo isso.

 

 

 


Notas Finais


Bom, o fim da fic está chegando :\ Falta apenas 2 capítulos, eu sei que fica um sentimento de vazio e tudo mais, mas como eu já disse para algumas de vocês, eu pretendo fazer outra tradução, que por sinal eu até já comecei. Eu devo postar ela junto ao penúltimo capítulo de Feels Like Home.
E pra vocês terem uma noção básica, ela vai ser bem diferente dessas que vocês leram.
Uma sinopse rapidinha: Lexa é uma jovem rica, que tem problema com seus pais e a Clórk é um pouco mais velha e casada. (Não é nem com Finn nem com o Bellamy)

E, eu prometo que eu não vou demorar para postar os últimos capítulos dessa aqui, sério, de dedinho uroreiuoeiu.

Desculpes os erros. Besos.


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