1. Spirit Fanfics >
  2. Feita de vidro >
  3. Capítulo 8

História Feita de vidro - Capítulo 8


Escrita por: Just_littlegirl

Notas do Autor


Primeiramente, me desculpem. Segundamente, eu espero que apreciem o capítulo. E por fim, mas não menos importante, eu gostaria de agradecer a minha amiga Livia Maria, por me ajudar com o gif. Muito obrigado mesmo, mas não carregou. O que me deixa extremamente revolts. Mas muito obrigado mesmo assim.
Boa leitura.

Capítulo 8 - Capítulo 8


Fanfic / Fanfiction Feita de vidro - Capítulo 8

"Unconditional, unconditionally

I will love you unconditionally"

****20/05/2012****

Tinha sido um dia no qual eu me lembraria para sempre, sorri ao sair do carro indo em direção a Juh que me encarava apavorada.

-Até que enfim, estava começando a achar que você me deixaria aqui com esse bando de gente desconhecida.- ela resmungou apontando para um grupo que estava a alguns metros de nós. Sorri por ela ficar tão fofa brava e por ter avistado Lizzie, que estava espetacularmente linda, como sempre.

-Vamos, resmungona?- passei o braço em volta de sua cintura e nos aproximamos do pessoal.

Assim que nos avistaram, os que me conheciam me cumprimentaram e Lizzie. Ah, Lizzie, minha Liz. Ela me lançou aquele sorriso que me desmontava, aquele sorriso que era capaz de acabar com as guerras no mundo.

Me sentei ao seu lado e começamos a conversar e beber.

Depois de conversas e muitas risadas, acabei notando que Lizzie havia se levantado e ido em direção a velha casa que estava a alguns metros de onde nós estávamos. Observei Juh e ela conversava distraída com um garoto loiro, sorri por ela estar se divertindo e me levantei para ir atrás de Liz.

Eu estava particularmente feliz naquela noite, mais do que o normal. Não se tratava mais de uma máscara que vestia todos os dias ao levantar da cama, eu realmente estava me sentindo leve como a brisa mais gostosa.

Caminhei até o velho casarão que estava tomado pelo completo breu, mas não senti medo. A garota na qual eu estava apaixonada havia quase 1 ano estava lá dentro a minha espera. A primeira, ela foi a primeira. Sorri ao pensar nisso e na imensa sorte que eu tinha por ela ser a primeira. Ela era tudo aquilo que eu havia imaginado e desenhado em minha mente, só que na versão de um garoto. Não. Garoto não. Não posso falar uma besteira dessa. Que idiota da minha parte.

A verdade era que eu nunca fui de imaginar muito meu futuro, desde a morte de mamãe. Mas eu sabia que se algum dia me apaixonasse seria por alguém como ela, a grande surpresa foi ser "ela".

Foi tudo bem confuso no inicio, me lembro de quando aconteceu como se fosse ontem. Eu tinha sido desafiada e apenas fui na intenção de ganhar aquele desafio idiota. Achando que não daria em nada, mas foi extremamente diferente. Foi como se eu caísse em um buraco, aquela sensação de frio na barriga que é maravilhosa, mas ao mesmo tempo angustiante por não saber o que estar por vir. Suspirei e comecei a subir as escadas que levavam a entrada.

Nós não tínhamos algo sério, pois os pais dela não sabiam e também havia o fato de que ela gostava de outra pessoa. E isso me corroia, como me corroia. Pelo fato de eu não ser o suficiente para que ela me amasse também. Mas eu estava conseguindo lidar com aquilo tudo e ter o poder de fazê-la sorrir, apesar dos dias de tempestades dentro de mim.

Assim que adentrei o primeiro cômodo da casa, tive que forçar os olhos para enxergar o borrão no canto da sala.

-Liz?- perguntei um tanto confusa ao ouvir aquele gemido que tanto conhecia e que havia se tornado o meu favorito entre todos os outros sons. Ela resmungou algo inaudível e se virou para mim, deixando visível o rosto da melhor amiga.

-O que você está fazendo aqui, Chloe?- pude notar o tom de descontentamento em sua voz e senti algo estranho em meio peito. -Chloe?- ela perguntou já com uma certa irritação devido minha demora a responder.

-Eu vim atrás de você. - falei, enquanto encarava a melhor amiga dela. Susie. Como? Por quê? Era por isso que ela nunca havia gostado de mim? Eu não entendia.

-Você não tem nada o que fazer aqui.- Liz falou por fim e vi um sorriso brotar no rosto de Susie.

-O que?- perguntei na esperança de que aquilo fosse coisa da minha cabeça.

-Isso mesmo que você ouviu, garota.- Susie se aproximou de Liz e enlaçou sua cintura a aproximando dela e pousou o rosto em seu ombro. -Ela não quer mais nada com você.

Olhei nos olhos de Liz em busca de uma explicação qualquer, ou zombaria dizendo que tudo aquilo não passava de uma brincadeira de mal gosto, mas ela apenas desviou o olhar.

-Chloe saia daqui, você ouviu. Eu não quero mais nada com você.- ela deu de ombros e adentrou a casa me deixando ali com Susie que ria com certo prazer da minha situação.

Senti meu coração se despedaçar aos poucos e tudo ficar extremamente confuso ao meu redor, enquanto não conseguia aceitar tudo aquilo e antes que eu começasse a chorar e desse aquele prazer a elas, saí correndo daquele lugar.

Fui até onde meu pai havia me deixado mais cedo e me sentei no chão, não ligando para as pedras que deviam estar me machucando. Não havia se passado nem 10 segundos, quando Juh se agachou em minha frente e segurou o meu rosto.

-Morena, o que aconteceu?- a preocupação se fazia presente em seu olhar cor de mel. Balancei a cabeça negativamente, tentando assegurar-lhe que estava tudo bem, mas ela não pareceu acreditar e me puxou para seu abraço. O que não ajudou em nada a minha situação, porque se antes eu estava me segurando em todas minhas forças para não chorar, agora eu estava desabando.

Ficamos ali talvez por horas, não sei dizer. Só saímos daquela posição que devia ser extremamente desconfortável para ela, quando a mesma perdeu o equilíbrio e caiu de bunda comigo por cima de si. De imediato comecei a rir e ela também, apesar dos resmungos.

-Obrigado.- falei, enquanto me recuperava e limpava alguns resquícios de lágrimas em meu rosto me controlando para não voltar a soluçar.

-Você não tem que agradecer nada, você sabe. Eu sempre estarei aqui quando precisar.- ela se levantou e me ajudou, me abraçando novamente. Eu sorri daquela simples frase que selava nossa amizade.

-Vou ligar para papai.- ela assentiu e eu peguei o celular, discando aquele número tão conhecido. Na segunda chamada, ele atendeu e pude notar o barulho ao fundo. Ele e Tom deviam estar no Fliperama. -Pai?

-Querida, está tudo bem?- perguntou preocupado.

-Sim, está sim.- menti e por mais que ele estivesse no outro lado da linha pude visualizar sua careta, ele sabia quando eu mentia. Era incrível. -Você pode vir nos buscar?

-Claro que sim. Estou a caminho.

-Tudo bem, obrigado pai.

Alguns minutos depois, seu volvo v60 preto encostou perto de nós e subimos.

-E aí, como foi?- perguntou receoso com minha resposta. O sorriso que antes se formava em meu rosto, se transformou em uma careta e dei de ombros.

-Uma droga.- coloquei o cinto e me virei para olhar Tom no banco de trás e Juh ao seu lado. Tom me lançou um sorriso e voltou a jogar em seu videogame.

-Tudo bem.- foi tudo o que papai disse antes de arrancar com o carro.

O silêncio se fez presente por 10 longos minutos, deixando a tensão palpável.

Papai suspirou pesadamente e começou a puxar assunto com Juh, perguntando como estavam seus pais e essas coisas do gênero.

-Se importa se formos comer algo, antes de eu te deixar em casa?- ele perguntou para Juh e vi pelo espelho retrovisor que ela me encarava em busca de uma resposta.

-Pai vamos para casa.

-Chloe, imagino que sua noite não deve ter sido agradável, mas estamos todos com fome

-Não, eu não estou e só quero minha casa. É pedir muito?- o encarei e ele nem olhou em minha direção.

-Não se importa, não é?- ele olhou para Juh através do espelho e ela assentiu educadamente. Bufei e vi minha amiga pedir desculpa silenciosamente. -Você não tem que pedir desculpas, ela só precisa aprender a não ser egoísta.

-Como é?- me virei para encara-lo. Não, ele não havia falado aquilo o que estava pensando.

-Egoísta? Isso mesmo que você ouviu, não banque a desentendida.- ele continuou com o olhar fixo na estrada.

-Você realmente está chamando a mim de egoísta, é isso mesmo que eu entendi?- a raiva já havia me tomado e borbulhava dentro de mim. Tudo. A noite, o último ano. Começaram a se acumular e eu não consegui controlar toda aquela merda dentro de mim. Ele arqueou a sobrancelha e me deu uma breve olhada.

-Abaixe o tom, mocinha.- ri daquilo, era muito abuso dele falar aquilo pra mim. Comecei a contar até dez, para que eu não explodisse. Juh não precisava ver aquilo, muito menos Tom. Respirei fundo, na tentativa frustrada de esquecer aquilo. Ia dar certo, ia... -Sua mãe ia estar extremamente decepcionada...

-Como é?!-  voltei a encará-lo possessa demais para pensar em qualquer outra coisa. -Você tem a coragem de me chamar de egoísta e ainda por cima meter mamãe no meio disso?- minha voz estava a 3 décimos do normal e por mais que eu soubesse que eu não devia estar fazendo aquilo naquele momento, eu não consegui me conter. -Se tem alguém nesse carro egoísta, não sou eu essa pessoa. Por que não fui eu que passei um ano inteiro evitando os dois filhos e a casa onde moro! Não fui eu que me enterrei no trabalho para fugir das responsabilidades, porque sou uma covarde! Não fui eu que magoei a filha e a quebrei por inteiro, por fazê-la se sentir um pedaço de nada! Por colocar responsabilidades nos ombros dela que não eram dela, que a quebraram por ela não conseguir suprir e dar conta de tudo! Não fui eu que abandonei o filho de 6 anos, quando ele mais precisava! Eu não tive uma adolescência normal, por sua causa! Eu me sinto todos os dias culpada, por lhe lembrar ela! Eu tento dia após dia te agradar e me sinto frustrada e quebrada por todas as vezes que você chega de madrugada e no outro dia nem olha na minha cara! E Deus sabe o quanto eu tentei, o quanto eu te odeio por isso!- falei já sem fôlego me arrependendo de cada palavra que havia sido cuspida para fora de mim. Lágrimas escorriam por seus olhos incessantemente, eu nunca havia o visto chorar daquela maneira, nem na morte de mamãe. Desviei o olhar, cometendo o erro de olhar pelo espelho retrovisor e encontrei o olhar de Tom, que chorava também e as lágrimas começaram a rolar em meu rosto instantaneamente. O que eu havia feito? O que ele havia feito? Voltei a encará-lo com raiva, que ainda se fazia presente. -Eu o odeio por ter me transformado nisso.

A última coisa que eu vi foi o seu rosto tomado pela completa culpa e seu pedido de desculpas baixo.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...