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História Feito em ruínas - Covarde demais para cumprir


Escrita por: saavik

Notas do Autor


Obrigada pelos comentários anteriores ♥
Vocês são 10/10
pretendo atualizar duas ou três vezes por mês, ok?

Capítulo 2 - Covarde demais para cumprir


Era domingo à noite e por infeliz destino nada ainda havia sido feito a Yifan, mas a família, por outro lado, parecia alegre no rotineiro culto de domingo, onde o menor, vestido com uma camiseta social e calças jeans como mandava a regra, constrangia-se pelas mãos do namorado de sua mãe passearem livremente pelas coxas da mesma por debaixo da longa saia que usava enquanto o pastor praticamente gritava sobre os pecados carnais, julgando-os e os recriminando.

A mente de Luhan praticamente fervilhava com indagações que começavam com seu irmão e terminavam com seus gemidos e gritos no quarto de hospedes de sua casa. Por outro lado, ao ouvir as palavras do pastor, Jongin sorriu e concordou com todas elas, assim como todos naquela igreja e, quando todos se levantaram para levar o hino mais bonito aos céus, a voz do irmão mais velho se juntou com a do irmão mais novo em uma maestria perfeita.  Ao final do culto, como já era esperado, ambos tiveram de voltar juntos e sozinhos pelas ruas, pois a mãe já deveria estar aos tropeços e amassos no caminho de algum motel com o namorado fogoso e pecaminoso.  

– Jongin. – Luhan o chamou, percebendo o quão alheio estava ao andar pelas ruas com um sorriso dançando nos lábios carnudos.

– Sim?

– Era realmente verdade o que o pastor disse? É realmente pecado ceder aos toques quentes alheios e.… e dividir nosso corpo com outro alguém, mesmo que este alguém seja puro e dotado da graça de deus?

– Por que me pergunta Lu? Está arrependido de ter se entregado a mim?

Um sorriso carregado de sarcasmo fora esboçado sobre os lábios de Jongin, que olhava o irmão de modo cínico e um tanto quanto desafiador.

– Não me arrependo irmão, eu não me arrependo de nenhum de meus atos, mas estou a pensar se é certo continuarmos.

– Não se preocupe Lu, as leis de deus não foram feitas para nós dois. Somos mais do que isso, estamos acima, somos divinos. – Mesmo sabendo que era exatamente o contrário, Luhan sorriu.  

– Eu sempre soube que você era, Jongin. Sempre soube que não era como o resto de nós e que sempre tivera o dom da graça.

Novamente, e mais uma miserável vez, o moreno teve seu ego inflado pelo irmão que tanto o idolatrava e amava incondicionalmente, e ao finalmente bater à porta de casa ao entrar, lançara seus conhecidos olhares sedentes ao irmão, a medida em que se aproximava do mesmo.  

– Estamos sozinhos Lu, e eu queria tanto vê-lo dançar. Dance para mim... – Sussurrou contra a audição alheia quando estava próximo o bastante para também deslizar seu indicador pelo abdômen coberto do mesmo.

– Mas... aqui?

– Aqui e agora.

– A mamãe pode aparecer, ela pode voltar mais cedo e-

– Anda, Luhan! – Ordenou baixinho, recuando até estar sentado sobre a poltrona ao lado da televisão na sala de estar.

 

O moreno retirou seu celular do bolso e o acomodou estrategicamente sobre a mesa de centro. Luhan virou-se de costas e olhou o outro por cima do ombro, notando novamente a luz branca do celular piscando e reluzindo em sua camisa. Não era a primeira vez que era filmado, nem a primeira vez que se despia e dançava para o irmão, mas ainda tremia em nervosismo como se fosse a primeira vez.  

Abriu os botões de sua camisa com lentidão e a deixou deslizar por seus braços brancos e magros enquanto iniciava os lentos e gentis movimentos de quadris, suas mãos alisaram seu próprio corpo vagarosamente e, respirando fundo, abriu em seguida os botões de suas calças, deslizou o zíper e a deixou escorregar por suas pernas, revelando então a calcinha vermelha e pequena que usava por baixo.

Seus movimentos eram lentos e tímidos demais, porém perfeitos para Jongin. O corpo de Luhan agora livre de marcas roxas lhe parecia ainda mais tentador e pecaminoso, e embora este nunca possa ter a personalidade selvagem e atraente que sempre tenha procurado, ainda conseguia excitar-se como nunca.  

Cindy deixou a calça esquecida sobre o chão junto a camisa de botões e, quando fitou o quadro bonito na parede, ouviu o ranger da poltrona as suas costas e um murmúrio baixo, Jongin já estava inquieto e o tilintar metálico denunciava que seu cinto já fora aberto e suas calças arriadas.

– Vire-se Lu, é o bastante. Quer que eu o chame de Cindy agora?

O menor sorriu, virou-se lentamente e aproximou-se até estar perto o bastante para ajoelhar-se diante das pernas abertas e receber um carinho singelo sobre suas bochechas.

– Quero que me chame de Cindy sempre.   

– Boa garota!

x

 

Ga in, a matriarca da família em ruinas, não se demorou em voltar para casa com um Yifan carrancudo e com os lábios roxos e inchados. Era por volta da uma da madrugada. Jongin e Luhan, que agora atendia por Cindy e usava uma longa camiseta preta de Jongin e longas meias até a altura do joelho, estavam sentados à mesa da cozinha comendo um dos últimos pedaços da Pizza pedida a uma hora antes. Yifan marchou até a cozinha e retirou uma de suas incontáveis garrafas de cerveja da geladeira, o primeiro gole foi tomado com devoção, mas então os momentos seguintes foram completamente regados a rapidez de flashes rápidos e cegos, lágrimas de confusão, gritos estridentes e bocas entreabertas. Tudo fora tragado como uma fumaça entorpecente girado como em um vendaval. Ga In fora até seu quarto para um banho purificador depois de horas numa cama de motel, era até costumeiro suas ações.

Como o previsto, Luhan mal tivera coragem o suficiente para abrir sua boca quando Jongin alertou o maior de que ele deveria ir embora, mal teve coragem também para levantar-se e agir. Deixara tudo por conta de seu irmão mais velho, o responsável por ligar o liquidificador, o responsável pelo empurrão e o responsável por conduzir os enormes dedos até as ventoinhas afiadas.

 

Jongin se levantara com calma, andando graciosamente com o olhar preso em seu irmão. Havia algo de diferente nele e Yifan conseguia perceber com exatidão que nada de bom viria em seguir, no entanto, não esperava que ele se colocasse as suas costas tão rápido e agarrasse sua mão com um toque tão quente que beirava ao erotismo. Sorrindo faceiro sob o olhar chocado de Luhan, moveu seu corpo lentamente contra o do maior, conseguindo um riso descrente e zombeteiro do mesmo ao que seu quadril colou-se as coxas do mesmo, e antes que este pudesse dizer alguma coisa, o moreno fora mais rápido ao ligar o botão do liquidificador e empurrar a mão grande para dentro.

O grito estridente ecoou pelas paredes até alcançar os ouvidos de Ga in, o rosto contorcido em excitação e expectativa de Jongin manchou-se de vermelho a medida em que os dedos longos eram destroçados pelas laminas afiadas, cortando pele, tendões e ossos em uma velocidade alucinante. Em segundos uma mistura pastosa e sangrenta formou-se ali, uma refeição completa e nutritiva para seu demônio interior. Yifan convulsionou e só não fora ao chão imediatamente pois, em choque e desespero, empurrou o menor para longe com o cotovelo e arrancou o aparelho da tomada.

Luhan cobriu as orelhas, comprimiu os lábios e desviou seu olhar para o chão enquanto Ga In corria pela casa, com os sapatos postos a presa fazendo barulho pelo assoalho até chegar a cozinha.

    – Foi um acidente. Eu tentei avisar, mas Yifan é muito descuidado. Acho que terá de leva-lo ao hospital. – O moreno disse ao ver a mãe com seu roupão e os cabelos pingando pela cozinha.

– Luhan e Jongin, pro’ quarto agora – ordenou pegando as chaves da cozinha. – Aguente até chegarmos ao hospital, Fan. – consolou o puxando pelos ombros até sair da porta principal e entrar no carro.

Os irmãos continuavam ali, na cozinha ensopada de sangue. Jongin com um sorriso maldoso sobre os lábios e os braços cruzados e Luhan com seu rosto pálido e assombrado.

– Porque fez isso, Jongin?

– Eu disse para você fazer, porque não me obedeceu? – Respondeu seco enquanto pegava lenços verdes para limpar todo o sangue da cozinha.

– Eu fiquei com medo, a mamãe bateria em mim por isso.

– Acha que ela não vai me bater por isso?

– Ela nunca bate em você.

– A partir de agora me escute, faça o que eu mandar ou seremos separados.

– Eu não quero isso, Jongin.

– Então me peça perdão.

 

Cindy pôs-se de joelhos, tendo-os manchados pelo sangue a qual Jongin ainda não limpara. Suas mãos agarraram a barra da camiseta social que o moreno usava e o mesmo pode contemplar os olhos pequenos cheios de lagrimas. Luhan estava pronto para se derramar em prantos novamente. Como um demônio Jongin invadiu sua mente, plantou duvidas, feridas, alegrias e o fez desejar somente a si, cada vez mais.

A mente de Jongin dava voltas e voltas e quase o fazia não se importar com Cindy, mas de toda forma, o levantou do chão e o fez se sentar sobre o sofá, onde o amou lentamente. Não se sabe exatamente quando tornou-se o monstro que hoje manipulava Luhan, talvez tenha sido em algum momento entre as surras que levara de sua mãe no passo, ou as surras que levara na escola, durante todo o seu trajeto escolar. Fora uma vida regada a cigarros, olhos roxos e bebedeiras extravagantes. Cogitara o suicídio, mas isto fora antes de Luhan completar seus dez anos e tornar-se uma criança que, sem pai e com uma mãe relapsa, necessitava de cuidados, muitos deles especiais por ser cego de um olho. Houve um momento em que o certo e o errado se misturaram como água e óleo dentro de si, transformando-o no monstro a qual Cindy tanto amava e venerava.

Agora, depois de o tomar lentamente, Jongin tinha um grande problema em mente: Yifan. O moreno já deveria saber que teria de ter cautela ao brincar e opor suas vontades a Yifan. Aquele era um grande jogo com muitas coisas a se perder, e ele já deveria imaginar que, no momento em que Yifan perdeu seus três dedos, já estava pensando em sua própria ação para atingi-lo, como uma cobra inteligente e cheia de veneno que era. Tudo o que o moreno não sabia era que Yifan tinha a vantagem de o atingi-lo por meio de Luhan. Poderia tê-lo em suas mãos feridas a qualquer hora, bastava um sorriso gentil e uma caricia. Luhan era fiel a Jongin, mas ingênuo como uma pobre criança.

O moreno estava aguardando o mais alto ansiosamente, mesmo sem saber quais seriam suas próprias ações.

 

x

 

Depois de ser levado ao hospital e fazer um curativo sem dar queixa à polícia e insistir no tal acidente, Yifan foi deixado por Ga In em sua casa, um pequeno apartamento a duas quadras da casa de Jongin. A matriarca da família voltou para casa, para perto dos filhos que, com toda certeza, não teriam explicações para o ocorrido. Depois de questiona-los, subiu as escadas até seu quarto com os olhos monótonos e o desejo de se entregar novamente aos calmantes, o dia seguinte seria um novo desafio.  

 

No dia seguinte, em seu horário preferido, ás cinco e quinze da manhã, Jongin despertou com o toque da campainha. Ela tocou suave. Ele agarrou seu casaco, o vestiu enquanto descia as escadas e mirou papeis carta sendo jogados para dentro de sua casa por debaixo da porta, depois de andar apressado, os agarrou sentindo a textura grossa entre os papeis. Haviam algumas fotos ali, e bastou que descartasse os papeis para olha-las com mais atenção. Se tratavam de fotos suas com Cindy, fotos pessoais, fotos eróticas feitas através do vidro grosso da janela. Aquelas fotos só poderiam ter sido feitas por seu vizinho. Não o conhecia bem, ao que ouvira da vizinhança, ele era um universitário reservado que fazia apenas ir e vir da faculdade, trancar-se no quarto e não se deixar ser visto por ninguém. Seu nome.... Sehun, talvez. Sua mãe costumava tocar a campainha sempre que o gato preto pertencente ao mesmo invadia os fundos de sua casa e colocava-se preguiçoso próximo a piscina. A campainha tocou mais uma vez, e desta vez Jongin a abriu de prontidão, com as fotos ainda em mãos. Deu de cara com um belo par de olhos puxados, cabelos loiros bagunçados e uma face maliciosa e extremamente bela.

– Olá...

– O que pretende com isso? – Perguntou baixinho, indicando as fotos em sua mão. – Dinheiro?


Notas Finais


até o próximo ♥


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