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História Feito Sob Medida - Amor à primeira vista.


Escrita por: K-aori

Notas do Autor


Oi gente.
Faz um bom tempo que eu não faço isso, e como sempre, esqueci tudo que eu tinha pensado em escrever.
Voltei justamente pelo prazer de falar com vocês, porque escrever a nota sempre foi uma das coisas que eu mais gostei de fazer.

Bom, espero que vocês gostem dessa nova fase da minha vida. Não vou excluir minha primeira fanfic, porque quero me lembrar de quem eu era e de como me sentia. Espero poder passar tudo que eu gostaria.

Até a próxima.

Capítulo 1 - Amor à primeira vista.


Acredito que a vida é como uma história. Uma história que conta quem cada um de nós é. Essa história é sobre quem eu era e quem eu me tornei depois do ano mais louco da minha vida.

Tudo começou no meu último ano.

Sabe, minha vida não era nada fácil. Os seres humanos são absortos em perguntas que não sabem as respostas, mas eu acreditava na seguinte lógica: para toda pergunta, há uma resposta. Basta que você encontre quem possui a resposta.

E desde o dia em que nos esbarramos, tudo virou de cabeça para baixo. Mas acho que foi a partir dai que comecei a encontrar as respostas.

Minha cabeça costumava ser bem simples. Sem muitas perguntas. Ou era, até o momento em que eu o conheci.

A primeira vez que o vi foi como se pegassem todos os meus planos, pensamentos, ambições, coração, sentimentos, eu, tudo sobre mim, jogassem dentro de um saquinho de papel e sacudissem até que virasse o quebra cabeça perfeito. E mesmo que eu quebrasse a minha cabeça, sabia que jamais seria hábil ou bom o suficiente para resolvê-lo.

O vi pela primeira vez nos corredores da escola. Havia acabado de tocar o sinal, todos saiam da sala apressados e bom, eu não estava no melhor dos meus humores, só queria sair dali o mais rápido possível. Da confusão, da barulheira, de tudo aquilo.

Segui meu caminho, andando o mais rápido que podia. Eu estava tão perto do armário, e com tanta vontade de chegar lá que não percebi que havia um poste com orelhas no meio do caminho,  parado ao canto do corredor, conversando.

Fui direito em suas costas, sentindo-o ir um pouco para frente com o impacto em seu corpo. Olhei meus livros e anotações ao chão, e por algum motivo, aquilo só me deixou ainda mais estressado. Tudo que tive o exímio trabalho de arrumar perfeitamente, já era, agora era tudo uma bagunça.

— Mas que porra?! — levantei os olhos irado, pronto para arrumar uma briga séria com quem quer que fosse.

Congelei assim que captei aqueles olhos tão profundos e maravilhosos. A raiva imensurável que eu sentia sumiu rápido, talvez mais rápido do que ela veio.

— Desculpe — disse me olhando de cima a baixo, o que me fez corar. —, mas a culpa não foi minha, certo?

Abri a boca várias vezes, mas nada saía. Naquele instante, juro que esqueci completamente como se fala. Puxei o ar com força e o prendi assim que suas mãos foram parar em meus ombros.

— Você tá' bem? — Perguntou, preocupado.

Embora eu estivesse com uma imensurável raiva, eu não conseguia parar de olhá-los, eram tão lindos. Os olhos, quer dizer. Me peguei observando cada mísero detalhe de seu rosto.

O colega que conversava com o menino dos olhos profundos logo se alertou, saindo de trás do grandão para me olhar também. O amigo era Oh Sehun.

— Chanyeol, o que você fez?

— Não sei, ele bateu em mim e depois paralisou. Acho que ele não estuda aqui, acho que está perdido.

Desviei os olhos por um instante de quem agora eu sabia se chamar Chanyeol. Levei meus olhos até Oh Sehun, com a mesma letargia em que observei os detalhes do rosto do outro a um segundo.

— Chanyeol — disse o garoto, dando um tapa na nuca de Chanyeol. —, esse é o Baekhyun dá A-1, sua anta.

Chanyeol olhou Sehun, olhou para mim, e depois para Sehun novamente, repetindo o processo umas três vezes antes de perguntar:

— E o que isso quer dizer?

Oh Sehun suspirou e mandou que Chanyeol me soltasse, e só então percebi que Chanyeol me segurava pelos ombros.

— Então ele estuda aqui?!

— Sim, estuda, e é melhor que você.

— Aaah...

— De qualquer forma, Baekhyun, você está bem? — Sehun me perguntou.

Eu trocava meu olhar de um para o outro, assim como Chanyeol tinha feito a pouco.

— Estou. — Foi tudo que consegui dizer.

— Que bom. — Sorriram juntos.

Chanyeol estava me olhando, e novamente não consegui desprender meu olhar daquele infinito. Dizem que os olhos são a janela da alma. Os olhos dele eram sua própria alma. E eu me perdi neles por pelo menos mais um minuto, antes de Sehun se desculpar e partir, puxando o grandão pelo pulso ao som do estridente sinal de troca de aulas.

Chanyeol passou por mim com um sorriso sacana nos lábios e eu pude jurar que o ouvi dizer um breve "até" ao passar ao meu lado.

Minhas lindas anotações aquela altura do jogo já haviam sido destroçadas, pisadas e rasgadas por alunos loucos em busca de se livrar da escola logo.

Virei-me apenas para ver as costas do grandão tomando distância. Somente quando sumiram de vista me abaixei para pegar minhas coisas.

Minha cabeça já estava louca com pensamentos embrulhados e depois de suspirar, eu soube: eu realmente estava fodido.

— Baekhyun! — Ouvi alguém me chamar.

Olhei para cima, eram Luhan e Kyungsoo.

— Tudo bem? O que houve? — Perguntou Luhan.

— Nada, estou bem.

Uma vez em paz após a confusão, abri meu armário e organizei meus livros.

— Vocês não tem aula? — Perguntei, ainda raivoso.

— Temos. Já estamos indo. Você vai ficar bem? — Luhan perguntou.

Estávamos a sós e eu não ansiei por ir para casa. Eu só queria assistir à última aula e ir embora o mais rápido possível.

— Não, não vou não. Até amanhã.

Me despedi dos dois e caminhei para próxima aula.

Mais uma aula. Só mais uma.

 

                         ∆

 

A aula passou como um sopro. Logo o sinal bateu e aquela muvuca de alunos surgiu nos corredores, mas desta vez a enorme correria era em direção à saída.

Respirei fundo, pronto para mais um grande momento da minha vida.

Caminhei calmamente pelas ruas, chutando pedrinhas e cantando uma música qualquer.

Até parar em frente a porta de casa. Entrei em casa silenciosamente, me esforçando ao máximo para não fazer barulho algum.

Infelizmente, não fui silencioso o suficiente.

Senti a mão dele ao redor do meu pulso, e o tive puxado. Fui para trás com força, e no instante seguinte fui capaz de sentir seu hálito. Ele estava bêbado, de novo.

Nesses momentos sempre me lembro que se ela estivesse aqui, entraria na minha frente. Mas ela havia nos deixado. A mais ou menos dez anos atrás.

Minha mãe. Ela apenas se foi. Sem olhar para trás.

— Onde você estava?! — Apertou mais meu pulso.

— Na escola! Onde mais?! — O empurrei com o outro braço.

Com o impacto do meu braço, ele tropeçou alguns paços para trás e soltou meu pulso, caindo no chão. 
Aproveitei a chance que tinha, recolhi minha mochila e fugi, batendo a porta com força atrás de mim.

Não quero voltar, nunca mais.

Quando dei por mim, já havia corrido umas quatro quadras quando parei para respirar. Sentei no meio fio e as lágrimas vieram, foi inevitável. Não consegui segurá-las por mais tempo.

Respirei fundo, voltando a andar. Precisava pensar, precisava de paz. Acharia um hotel até decidir o que fazer novamente.
 

                         ∆

 

Parei em um motel qualquer, seria o suficiente para uma noite. No dia seguinte pediria a Luhan para pegar umas roupas e resolveria o que fazer.

Entrei calmamente no saguão do motel, olhando em volta.

— Olá, posso ajudar? — Procurei pela dona da voz tipicamente feminina.

— Ah, olá. — Respondi à moça atrás do balcão. — Eu gostaria de um quarto, por favor.

— Certo. Uma noite?

— Sim, eu acho...

A vi pegar uma chave atrás da parede e por em cima do balcão, me olhando com curiosidade.

Peguei as chaves no balcão e lhe agradeci com um aceno. Me virei a tempo de tomar um susto devido ao toque repentino do meu celular na mochila. Deixei as chaves caírem em um pulo, e para minha infinita sorte, elas foram parar em baixo de uma mesinha com uma máquina de café. Suspirei derrotado, atendendo ao telefone.

— Alô?

— Onde você está?!

— Não grite Luhan, posso te ouvir muito bem. Estou em um motel a algumas quadras de casa.

— E vai passar a noite aí?

— Não podia ficar na rua, não é?

— Certo — O ouvi suspirar. —, se cuide, amanhã dou um jeito de passar na sua casa antes da escola e pegar alguma roupa, ai você pode tomar um banho no vestiário.

Eu amava tanto meu amigo, ele era melhor que meu verdadeiro pai. 

— Obrigado, boa noite.

Desliguei e me abaixei para pegar as chaves do quarto. Estiquei meu braço o máximo que pude, conseguindo alcançar a chave apenas com a ponta dos dedos.

— Olá? Quer ajuda aí?

Senti meu rosto corar e levantei com pressa, batendo a cabeça na mesa.

— Merda!... não obrigado.

Levantei com a mão na área onde havia pego a porrada, virando rapidamente.

— Oi! Nossa! Baekhyun, né? Que coincidência.

E lá vamos nós. Eu juro por Deus, podia sentir meu organismo corado.

— Oi, Chanyeol.

— O que faz aqui? Vai passar a noite? — Sorriu novamente.

— Vou, e você?

Tenho que admitir, senti uma pontadinha de tranquilidade crescer em meu peito. Talvez fosse bom passar a noite com Chanyeol, poderíamos conversar e...

— Chanyeol, vem querido.

Me virei em direção a figura loura de saltos que o puxava pela manda da jaqueta de couro.

— Acho que sim. — Riu, virando seus infinitos olhos em direção à moça. — Até mais, Baek.

Virou-se, rendendo-se a loira e andou, sumindo de minha vista de mãos dadas a moça alta e bem arrumada.

Suspirei mais uma vez. A pontada de tranquilidade? Essa era como se nunca houvesse existido.

Andei um pouco, procurando pelo meu quarto. Assim que o encontrei, abri a porta com pressa, fechando-a atrás de mim. Me encostei, deslizando até o chão.

Puxei as pernas junto ao corpo, respirando fundo. Ainda me restava algum dinheiro guardado, e provavelmente Luhan me ajudaria melhor amanhã.

Passar a noite ali não parecia tão ruim assim. Pelo menos dessa vez eu teria uma cama e paz por algum tempo.


Notas Finais


Não vou prometer prazos que não vou cumprir, como sempre faço. Só me sinto muito grata por estar de volta.
Espero que gostem. Obrigada por tudo e a única coisa que me deixa realmente triste foi ter perdido os comentários que eu tinha nessa fic. Vou sentir saudade deles.

Instagram: @MESLKaori
Twitter: @MESLKaori

Até a próxima meus anjos.


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