Estava levando o Dragon para passear quando recebi uma ligação. Mais estranho ainda, a ligação era dela, a Ambre.
- O que vocês quer? – perguntei.
- Sempre amável. – ela riu. – Preciso de sua ajuda.
- Diz. – falei enquanto colocava a coleira em Dragon.
- Eu ganhei um cachorrinho do meu pai, bem bebê sabe... e não sei o que dar pra ele comer.
- E?
- Você tem um cachorro.
- Nossa, descobriu sozinha ou teve ajuda?
- Grosso.
- Da ração pra ele, ração molhada com leite quente, já que é muito pequeno.
- Obrigado.
- Não me ligue mais.
A música voltou a tocar assim que a ligação terminou. E eu fui andando com Dragon. O fim de tarde estava lindo.
- Podia estar bem mais bonito se ela tivesse aqui né amigão? – Dragon latiu. – É, eu sei. Ainda sinto a falta dela.
Respirei fundo e deixei as lembranças fluírem, para outro dia, tão bonito quanto esse, outro tempo, e pra ela...
**********************************************************************************************************************************
( Essa ainda não é a lembrança a qual ele se referia!)
Eu estava indo buscar o Dragon da casa de tosa. Deixei ele lá mais cedo, pro banho que ele precisava. Dessa vez não teve tanta reclamação quanto das outras, ele estava mais elétrico que nunca. O sol já tinha ido, quando recebi a ligação. A Akemi me ligava? Nossa... acho que fizemos um progresso. Sorri.
- Alô? – perguntei... um silêncio do outro lado. – Akemi?
De repente ouvi a voz dela soluçando.
- Dake, por favor, me deixe ir. – chorava.
Eu parei no meio da rua. Que merda era aquela? Continuei ouvindo.
- Tá louca? Que garota ingrata. Vou te dar o melhor presente no mundo, e você quer ir? – Dake riu. – Ahh, coitadinha. Vamos nos livrar dessa sua virgindade. Vai ser bem melhor depois que acabar.
Meu deus. O que estava acontecendo. “Nos livrar dessa sua virgindade”?
- Eu não quero. – respondeu Akemi soluçando.
- Há, você não tem mais querer. Podia ter sido diferente, se tivesse me escolhido ao invés daquele ruivo. – ela me escolheu? Como assim? – Ah, meu amor. Não se preocupe. Eu vou ser gentil.
Eu não queria mais ouvir aquilo. Tudo foi rápido, buzina... Devo ligar pra polícia? Buzina... Tenho que encontrar eles.
Pensava nisso e mais mil coisas quando a ouvi gritar:
- SOCORRO! SOCORRO! – um barulho de algo sendo batido ecoou.
- Cale a merda da sua boca, ou vai ser pior. – gritou Dake, e nessa hora a ligação caiu.
Eu não respirava bem. Ainda estava no meio da rua. Buzina. De repente vi alguém me puxando, olhei atônito. Era o Lysandre.
- Cara, sai daí. - e me levou pra calçada. – Que merda você estava pensan...
- Está com ela! – eu interrompi.
- Quem? – ele não entendia.
- Dakota. Es tá com a Akemi em algum lugar, ameaçando ela. Preciso encontra-la.
- Ainda não entendo, como?
Toda ligação era gravada no meu celular. E eu coloquei para ele escutar. Ele escutou atenciosamente, e depois me olhou.
- Precisamos ligar pra policia.
Nessa hora meu celular tocou novamente, era a Akemi.
- E ai ruivinho? – Dake, falou rindo.
- Cadê ela?
- Calma, calma. Ela está ótima. Por enquanto.
- O que você quer? Onde você tá?
- Deve saber bem o que eu quero. Você está sempre me atrapalhando. Podia me dar espaço dessa vez?
- CADÊ ELA? – gritei.
- Se está assim com tanta raiva por ela, não deveria ter deixado ela vir me ver.
- Mas...?
- É “amigo”, ela veio me ver. Mas ai, eu decide que não ia ser o cara legal de sempre, e pegar de vez o que me pertence. O que fiz tanto esforço pra conquistar e ela nunca ligou pra mim, sabe. Era sempre você, é sempre você.
- Eu, eu.. é, euu... – eu não pensava direito, não sabia o que falar. O que eu ia fazer. Lyssandre fazia sinal de que estava ligando pra policia e eu assenti, precisava saber onde estavam. – Cara, por quê não deixa isso pra lá? Não é bobagem ficar nisso?
- Bobagem? – ele riu. – Meu ‘amigo’, bobagem foi o que você fez. Deixar essa bela criatura sozinha, sendo que todo mundo sabia que ela morre se amores por você. – fiquei sem reação. Era verdade aquilo? Ouvi uma voz chorosa do outro lado.
– Dake, por favor, pare. - era ela.
- O que? Não queria que ele soubesse? Falava antes lindinha. – respondeu Dakota.
Então era verdade. Ela gostava mesmo de mim. E por quê nunca falou? Merda, depois eu penso nisso. Preciso descobrir.
- Dake, vamos conversar cara. Deixa ela quieta. Não é o melhor a fazer?
- É, seria. Mais eu não liga mais pro que é melhor. Eu a quero. E vou ter. Vamos parar de conversa fiada. Tente descobrir onde ela está herói, e venha salva-la. – e desligou.
- Ele deixou escapar algo? – perguntou Lys. E eu neguei cabisbaixo. – vamos tentar encontra-la amigo. Não podemos deixar qualquer coisa que seja acontecer com ela. – Concordei. – Heey, o Dragon. – ele sorriu.
- Que tem ele?
- É um cachorro.
- Pensei que já tinha descoberto isso. – murmurei.
- Quis dizer que ele poder encontrar ela, pelo cheiro não? – olhei pra ele, compreendendo a ideia.
- É mas, não temos nada dela.
- Aposto que na casa dela tem.
E lá fomos nós, correndo até a casa dela. Não era tão longe.
Chegamos arfando no portão da casa dela. E tocamos a campainha. O pai dela que atendeu à porta.
- Olá, Castiel. A Akemi não se encontra.
- É Sr. Meiko. Nós sabemos por isso estamos aqui. – e coloquei a gravação da ligação para ele ouvir. Ele entendeu mais rápido que eu.
- Ligaram pra policia? – perguntou com o rosto enrugado.
- Sim. – respondeu Lys. – Mais até encontrarem ela, sabe lá deus o que pode ter acontecido.
- Como vamos encontrar minha filha então? – perguntou preocupado.
- Dragon, pode rastrear ela. Mas precisamos de algo dela. Qualquer coisa, que tenha usado recentemente. – falei rápido. Ele virou e entrou correndo na casa. Segundos depois voltou com a escova de cabelo da Akemi e uma foto dela. Me passando a escova e fechando a porta e o portão.
- Vou com vocês. – declarou. Eu não ia contestar, obvio.
- Encontra ela amigão. - encostei a escova perto do nariz de Dragon. Que cheirou, cheirou e cheirou, por fim começou a tentar andar em uma direção, e nós fomos correndo com ele (na coleira obvio).
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.