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História Feline - Treze


Escrita por: SatanJoker

Notas do Autor


Olá meus xuxus, tenho alguns recadinhos pra vocês.

- Estarei postando capítulos sempre quando der, mas geralmente serão semanais. Por que? Porque agora que me livrei de umas coisas da faculdade eu decidi ter 2 isso mesmo DUAS fanfics pra postar (deixarei o link é a sinopse nas notas finais) ou seja, mais trabalho pra mim kkkk
Bom era isso, boa leitura amados 💜

Capítulo 13 - Treze


Fanfic / Fanfiction Feline - Treze



- Por favor vamos naquele brinquedo. _ apontou Uraraka empolgada para o que parecia um carrossel. 

- Uraraka-san, eu preciso dizer como seu amigo que não é saudável ir em um brinquedo como aquele logo após comer tanto. _ gesticulou Iida com seu tipo jeito duro de ser. 

Haviam decidido passar numa lanchonete antes, com o argumento de que passariam o dia inteiro andando para la e para cá no parque e que não seria bom fazer isso de barriga vazia ou com alimentos como algodão doces. 

Em compensação Jirou e Bakugou haviam feito uma competição de quem conseguia comer os doze pastéis mais rápido e sem vomitar pelas próximas três horas, quem ganhasse teria que levar o material da escola num balde e toda vez que se vissem gritar para o primeiro desconhecido que o amavam. 

Ambos haviam terminado juntos, ou seja a disputa agora seria quem manteria eles no estômago por mais tempo.

- Se eu ir nisso vou acabar vomitando as minhas tripas_ indicou Jirou preocupada já segurando a barriga, não queria perder, era orgulhosa demais.

Nem Momo, Uraraka e Kirishima haviam gostado da última parte, mas isso era apenas um segredo íntimo que não compartilhariam tão cedo. 

- Eu não tenho culpa se vocês fizeram essa competição estúpida. Eu quero ir lá e pronto. _ insistiu Ochako frustrada com o rumo da situação, fazendo um bico como uma criança mimada. 

- Eu duvido que com o tanto que você comeu consiga ir também, por isso que tem essa cara redonda. _ apontou Kirishima a ela que o olhou fazendo uma careta de choque, como poderia ele ter reparado no tanto que havia comido? 

- Como ousa falar de mim seu projeto de tomate estragado, você foi o que mais comeu lá depois desses dois bestas. _ e Katsuki que até então assistia a situação riu, ambos estavam usando apelidos que ele havia supostamente dado. 

Como se odiassem um ao outro, como se fossem rivais.

- Vocês perdedores estão competindo para saber quem é o mais perdedor? _ o loiro continuou com a risada entre os lábios. 

- Você também fica quieto homem bombinha, a conversa não chegou em você. _ continuou discutindo chamando a raiva de Bakugou, iniciando a sequência de apelidos maduros entre os três.

- Você quer ir? _ Shouto questionou Midoriya que apenas olhava a situação intrigado e um pouco assustado, Ochako brava podia ser tão assustadora quanto Katsuki se quisesse. Mas estava encucado no por que de Kirishima sempre tão tranquilo e extrovertido estar no meio da discussão, também soltando ofensas. 

Coçando o queixo entendeu que havia algo a mais, algo que nenhum dos três gostaria de falar. Poderia questionar Ochako mas ela jamais falaria sobre o assunto, não por ser orgulhosa, mas talvez por não querer preocupar o ele ou Iida - já que se preocupariam sobre como ela poderia ser correspondida.

 Desejou então naquele instante poder questionar Katsuki como seu amigo, mas saberia que os riscos de levar alguns hematomas não era agradável.

E Kirishima o seu mais novo mistério, o por quê de se comportar de uma forma tão ciumenta se tratando do loiro, também não podia questiona-lo.

- Eu acho que não é uma boa ideia agora. _ respondeu se virando e mudando seu foco, dando um beijo na bochecha do bicolor que apenas riu da situação, afinal o espetáculo estava armado só os bastava assistir.

Shouto captou o olhar resignado e interessado do esverdeado para descobrir que o que estava acontecendo, exatamente como o bom projeto de detetive que era. 

Assim que a discussão acabou com nenhum vencedor, Izuku instruiu que fizessem as coisas arriscadas para o estômago depois. Acatando com dificuldade, principalmente Ochako e Katsuki, ela por querer muito ir e ele porque qualquer coisa que viesse do esverdeado sempre se recusava a fazer, independente da proposta que fosse. 

Decidiram participar dos brinquedos menos ativos e mais "mira/sorte". Novamente com uma boa dose de competição que foi entre Kirishima e Iida, que cismaram que poderia marcar o maior número de pontos de acerto em tiro ao alvo. 

O ruivo estava de fato bastante empolgado naquele dia e todas as vezes que fazia algo olhava para Bakugou, esperando que o mesmo estivesse vendo.

Certo, definiu Izuku, haviam sentimentos ali.

- Vai quer fazer isso também? _ novamente Shouto questionou-o, se mostrando o namorado preocupado e atencioso que era, sempre presente para tornar o dia do esverdeado agradável. 

Ele o amava, com todas as suas forças, apesar de não ter dito tais palavras ainda com todas as letras.

- Claro! Se eu acertar qualquer coisa no tiro ao alvo é seu! _ Midoriya ficava contente ao imaginar dar algum tipo de presente a Shouto que apenas sorriu discreto a ele acariciando a bochecha cheia de sardas que ganhava um leve tom de rubor. _ E-ei, eu vou me juntar a vocês! 

Foi até aonde estavam os dois se preparando com a pistola de brinquedo para acertar os alvos de patos da barraca. Sempre ficava atônito quando recebia sorrisos de Todoroki, era mágico como conseguia se sentir assim perto dele.

- Prepare-se para eu ganhar _ instigou Kirishima animado, recebendo olhares de Bakugou logo atrás que dessa vez não queria participar - o que era novidade - já que sentia seu estômago embrulhar devido ao tanto de comida, ainda mais se tratando de algo gorduroso como pastéis. Por fim decidiu ficar quieto, era sua grande cartada para vencer aquela aposta. 

O ruivo ao receber olhares significativos do loiro se tornou um pouco acuado, era como se estivesse representando Bakugou naquela competição. 

- Acha que o Midoriya tem chance? _ Jirou questionou Todoroki, arrastando Momo consigo pela mão, o que também proporcionava o contato direto entre elas. A morena mais alta estava um pimentão por isso, não conseguia negar.

- Sim. Ele tem uma ótima mira. _ lembrou-se do dia do basquete e soltou um sorriso, o dia em que começaram a namorar.
Kirishima acertou 4 patos de papelão dos 5 presentes, Iida já estava perdido, tinha acertado 3 dos 5. Agora restava Izuku acertar todos, o que era uma grande responsabilidade. 

Analisou bem cada um dos alvos, assim que acertasse o primeiro tiro precisaria atirar nos outros 4 em menos de 30 segundos, então não havia tempo para mirar em cada um lentamente. Havia sido por isso o motivo essencial da competição - apesar de Midoriya saber que não estava realmente competindo e sim aproveitando.

Mas seu sangue gentil ferveu naquele momento disparando no primeiro pato já o acertando. 

Ele era um pouco competitivo também, não tinha como fugir.

Sorriu um pouco mais confiante e seguiu a sequência, finalmente acertando 5 de 5. Seus amigos como espectadores aplaudiram, fazendo voltar a tona aquele Izuku medroso e envergonhado, coçando a nuca receoso. 

Correu até Shouto abraçando-o e logo em seguida entregando o chaveiro de pelúcia que havia ganhado no tiro ao alvo, assim recebendo um sorriso do bicolor em troca, avaliando o pequeno objeto peludo, que mais se parecia com um gatinho verde.

Subjetivo mas contundente, era basicamente uma pequena piada já que o gato da relação era na verdade Todoroki.

É claro que para alguns de seus amigos presentes à cena era um pouco melosa demais, ainda assim as pessoas cujo continham seus respectivos pares românticos não deixavam de olhar para aqueles que tinham interesse.

Kirishima estava um pouco frustrado olhando de rabo de olho para o loiro, haviam certas coisas das quais não tinha interesse ou coragem de revelar ao recente melhor amigo.

Jirou continuava segurando a mão de Momo que se mantinha interessada naquele contato, já que seus sentimentos estavam aflorando um pouco mais do que de fato esperavam, talvez fossem apenas hormônios adolescentes.

Desde que conhecera a mais baixa sentia-se cada vez mais atraída aquela pequena genialidade musical que era Jirou.

Decidiram finalmente aproveitar o brinquedos que supostamente faziam mal para o estômago, o que tomou um certo tempo de todos eles - basicamente quase o dia todo - se divertindo e se enjoando em montanhas russas, carrosséis, rodas gigantes e etc. Desde os mais simples até os que giravam e viravam de ponta cabeça. 

Katsuki reparou que Ochako era das que gostava de aventuras e adrenalina, assim como ele e disse coisas ofensivas numa tentativa de esconder seu interesse pela mais nova companhia. 

Desde a conversa reveladora com a morena não podia negar o interesse que tinha nela, mas se fosse apenas isso já teria chegado a uma conclusão e ido falar com a mesma - ele podia ser explosivo, agressivo e fazer tudo errado, mas se tinha uma coisa que não era, era ser lerdo - o problema é que outra pessoa também estava sendo o alvo de sua atenção, alguém que havia sido considerado recentemente como seu melhor amigo. 

"Não", pensou tentando se manter estável, "ele era diferente daquele esverdeado inútil, não se interessava por homens, não mesmo..."

As três horas do desafio haviam sido cumpridas, neste caso Jirou a violinista e Katsuki o esquentado ganharam ao mesmo tempo e teriam que decidir se ambos cumpririam ou se ambos esqueceriam o assunto.

Orgulhosos como eram decidiram por fim cumprir os dois o desafio. 

- Eu não consigo parar de pensar naquele bolo. _ disse Kirishima passando as mãos desesperadas pela barriga. _ Quando vamos embora? 

- Mas que morto de fome em! _ Jirou pareceu um pouco mais incomodada já que ainda estava entupida de pastel. _ Se eu não me engano você comeu 10 daqueles pastéis, não 'tá muito longe de mim e daquele maluco ali.

- Ah, é só porque aquele negócio é muito bom, você já viu aquele bolo do Midoryia? 'Cara aquilo é comida dos deuses. _ levantou as mãos para o alto e fechando os olhos. 

- Olha eu não queria ter que concordar com você. _ disse Ochako pra ele. _ mas aquele bolo é a melhor coisa que já comi na minha vida! 

- Então vamos embora. _ desdenhou Jirou. 

- De jeito nenhum, eu ainda não fui na atração principal. _ Momo a cutucou, franzindo as sobrancelhas.

- Que atração principal? _ perguntou Shouto fazendo os cálculos um tanto quanto inocente. Já que as principais sempre eram a roda gigante, montanha russa e etc. Permaneceu contando nos dedos todas as que já tinham ido, refez suas trajetorias, tinham ido em todas. _ Nós já fomos em todas.

- Falta uma nessa sua lista ridícula aí meio a meio. _ disse Katsuki emburrado. _ A casa mal assombrada. 

- Oh, não de jeito nenhum. _ Izuku tratou de falar rápido recebendo um sorriso perturbado do loiro. _ Eu não entro nessas coisas nem c-com uma arma na minha c-cabeça. 

Ficou tímido ao perceber ser o foco da atenção de todos, odiava quando eles o olhavam assim de forma tão repentina e tão interessados, se sentia avaliado quando o faziam.

- Vamos! Vamos! Vamos! _ Ochako segurou as mãos dele e começou a pular freneticamente. _ aí depois a gente vai pra casa e você ensina a fazer a o bolo, por favor. 

- Não!

- Eu farei tudo que mandar e que pedir, por favor Deku-kun. _ a morena olhou de relance o sorriso zombeteiro de Katsuki e imaginou que aquela seria uma boa hora de aproximar-se e os fazerem conversar - apesar de sua idéia inicial se dava após o parque. 

Impaciente o esverdeado olhou para Shouto que se mantinha sereno, bom, se o bicolor estivesse ao seu lado sempre não poderia sentir medo. 

- Certo. _ os amigos a sua volta comemoraram indo direto para a casa de espetáculos sombrios.

A mulher da bilheteria os instruiu para que sempre prestassem atenção nas coisas, por mais medo que sentissem, ou poderiam acabar se separando do grupo como um todo.

Era permitido apenas cinco pessoas por vez e como eles estavam em 8 teriam de se dividir em um grupo de 4 e 4.

Primeiro foi Shouto, Izuku, Jirou e Momo. Já que o esverdeado se antecipou pensando que quanto antes acabasse sua ansiedade melhor seriam as coisas. 

Confiante entraram, mas assim que a porta do local se fechou tornando tudo um breu engoliu seco. Começaram a caminhar ainda tentando não se agarrar em Shouto já que queria ser corajoso, uma vez na vida precisava tentar, era só um brinquedo, não era nada real, era tudo um grande espetáculo e ele precisava só assistir, somente isso. 

O chão parecia ser de terra batido e como o breu era muito extenso seus olhos começaram a doer, provavelmente suas pupilas tentavam enxergar um mínimo possível, uma pequena claridade que não foi percebida. 

Em sequência uivos se misturaram ao eco daquele que parecia ser um corredor infinito e Izuku sentiu seus pés gelarem, parando de caminhar, ouviu os passos continuaram, menos os dele, ele não conseguia.

Se esgueirou em alguma parede caindo logo em seguida, como se a parede tivesse se mexido, aquilo era péssimo, mal tinha entrado e já tinha tido o azar de se meter em algum lugar

- Shouto? _ perguntou fraco. Mas nenhuma resposta veio.

Conseguiu se libertar de seu próprio medo tentando andar rápido para alcança-los, mas não sabia aonde estava agora.

Ótimo, tinha se perdido deles por causa de um uivo ridículo e se sentia o mais covarde dos homens. 

Sentiu uma mão lhe tocar e não pode evitar o grito a seguir, mas a pessoa que lhe tocou parecia ter sumido assim como viera.

Congelou mais ainda e cambaleou procurando a parede para se apoiar, o breu não parecia tão grave agora que tinha um resquício de iluminação do que pareciam ser lâmpadas fracas no teto. 

Era intencional a aparência feia do lugar e haviam celas como se fosse um hospício ou uma prisão. Também haviam pessoas se lamentando nos cantos das celas sujas e úmidas com uma maquiagem que as faziam parecer muito feridas e sujas.

Eram atores e atrizes, estava ciente disso, mas aquilo não era o suficiente para fazer seu medo passar, muito menos entender que eram atores muito bons e estavam desempenhando seu papel muito bem. 

Aquilo era um pesadelo, ele havia entrado em um local mais assustador do que podia imaginar. Elas diziam frases desconexas para ele como "você vai me salvar?" "Esta perdido, deixe-me lhe ajudar". 

O ar começou a lhe a faltar e todas as coisas ruins em sua mente voltaram naquele segundo.

Uma das pessoas tentou o agarrar, segurando-o pela blusa, nesse caso o pânico ficou evidente já que o fez correr como nunca tinha feito antes. 

Ouviu passos, mas estava assustado demais para definir. Sequer conseguia falar, continuou caminhando agora ainda apressado até aonde parecia um pouco mais iluminado se esgueirando no chão. Não havia mais aquelas celas e as pessoas dentro o chamando, era como se tivesse até mesmo indo pelo local errado sem atrações, Os passos continuaram, sentia seu coração acelerar e sufocar. Aquilo não era bom, Izuku estava tendo um ataque de ansiedade. 

Por que? Por causa de um uivo e um toque de um brinquedo ridículo. E queria se alto bater por isso. 

Na verdade não era exatamente por isso, haviam várias coisas que já o estavam sufocando antes, como sua relação com seu ex amigo de infância e quando se lembrou de que apesar desse tempo todo não havia respondido Shouto de forma adequada, não havia dito que o amava. 

Porque de todas as vezes que as coisas aconteceram, os sentimentos tinham sido declarados apenas por parte do bicolor. Era verdade porém que Midoriya tinha o pedido em namoro, mas isso não queria dizer que o amava e tinha consciência de que Todoroki estava esperando por essas palavras.

Por que não havia dito? Porque era um idiota covarde, como se definida no momento, simplesmente se deixava levar pelas situações e acabava não dando sua "opinião", seus "sentimentos", simplesmente como se só aceitasse tudo que lhe oferecessem. 

E aquele carinho e atenção de Shouto em relação a ele só mostrava que a cada dia o bicolor queria o agradar mais e mais para quem sabe se sentir amado. 

O esverdeado não era idiota, conseguia deduzir bem o que estava acontecendo.

E por isso se sentia impotente.

- O que está fazendo aí jogado no chão seu verme? _ A voz que ouviu o fez voltar seus olhos até o barulho dos passos, não sabendo se ficava feliz ou se seu medo só piorava. 

- K-kacchan! _ tratou de se levantar, olhando em volta e notando que só havia ele. _ V-você também se perdeu? 

- Eu não me perdi, foram aqueles idiotas que se perderam e ficaram para trás, eu esperei alguns minutos e eles não apareceram, devem haver outras saídas ou caminhos por aqui, na verdade eu acho que a gente pegou algum caminho errado._ continuou andando, ele estava calmo, apesar das ofensas. 

- A-aonde você vai? 

- Sair daqui, ou você acha mesmo que vou ser um merda como você que fica aí no chão chorando esperando que alguém me salve?

- E-eu não estava chorando por isso. _ sibilou recebendo um olhar mortal pela resposta, claramente sabia o quanto Bakugou odiava ser contestado. 

- QUE SE FODA SEUS MOTIVOS SÓ ANDA LOGO. _ agora sim ele havia se irritado e Izuku não pode fazer nada a não ser acatar, ao menos ele não estava perdido sozinho. 

Mas aquele sentimento de pânico ainda corria por dentro do seu coração, até porque um dos motivos por estar tão mal emocionalmente era Katsuki e a amizade deles. Tentou respirar profundamente, devagar e simples, devagar e intenso. 

Devagar.

Devagar.

Devagar.

Certo isso é impossível, pensou.

- Kacchan... _ sibilou ofegante, sua ansiedade agora se fazia mais presente, ele precisava se livrar de um desses sentimentos, precisava resolver um de seus problemas. 

- O que foi Deku? Não vai me dizer que está com medo de novo? Deixa de ser um merda e anda logo que eu já vi a saída.

- O que foi que eu te fiz? _ questionou deixando seus sentimentos aflorarem. _ Eu quero que possamos ser amigos de volta, como éramos quando crianças! 

Katsuki se estremeceu, eles teriam aquele tipo de conversa ali e agora. Se virou lentamente passando pela porta de saída sendo seguido por Izuku que o encarava esperando uma resposta.

 Ele não tinha como fugir.

- Cala a boca. _ tentou rebater, não sabia lidar com sentimentos e por isso não queria que Izuku continuasse falando sobre a coisa que mais lhe trazia problemas até então, a culpa

- Não! Eu quero que me diga, o que houve com a nossa amizade? _ levantou um pouco o tom de voz, transbordando. _ O-o que foi que eu te fiz de tão grave?

- Cala a boca Deku.. por favor. _ suplicou baixo agora do lado de fora do brinquedo. Parecia ser atrás da entrada principal ainda que desse uma noção maior do quão grande era lá dentro, aquela saída não era específica para as outras atrações então simplesmente se dava numa parte não movimentada do parque, como se fosse "os fundos". 

- Se eu te fiz algum mal eu quero poder me desculpar por isso! _ ignorou as palavras raivosas de Bakugou. 

- CALA A BOCA! _ Katsuki colocou uma das mãos na testa. _Você não tem que se desculpar por merda nenhuma.... Sou... Sou eu que tenho. 

- hã?

- Não se faça de idiota Deku! Essa sua mão, ela só está assim por minha causa seu verme inútil. 

Midoriya olhou para a própria mão e depois novamente para o loiro, tentando entender como o assunto havia parado em sua ferida. 

Contudo Bakugou era orgulhoso e insensível, era isso que queria mostrar, não havia sentido prosseguir naquele assunto além disso. 

- Seria possível que Kacchan esteja se culpando pelo acidente? _ a pergunta era mais para si mesmo do que para loiro, mas as palavras tinham saído de sua boca como se fossem necessárias. 

- NÃO ESTOU! Você que é um merda que prefere ficar sendo gentil com quem te faz mal, qualquer ser humano normal bateria no primeiro escroto que lhe fizesse mal, mas um inútil como você...

Não conseguia terminar, apenas sufocou-se em palavras, se as continuasse dizendo poderia quem sabe até mesmo chorar. E aquilo não era hora e nem lugar, não havia hora ou lugar para Bakugou Katsuki chorar.

- Gentil? _ finalmente aquela sua mente pensante e muito boa em teorias revelou as informações recém recebidas. Bakugou Katsuki o tratava mal todo esse tempo, porque esperava ser o culpado pelo acidente?

Havia de fato caído no papel de vilão numa tentativa de fazer com que a culpa não lhe corroesse? 

Sentiu as pernas fraquejarem, aquilo era tão óbvio. 

Só poderia ser o loiro explosivo para agir de uma maneira tão incomum diante de um sentimento negativo como aquele, sentiu vontade de rir do quão idiota e estupido ambos pareceram. 

Bakugou o tratava como inútil por causa da culpa e ele se sentia um inútil por causa da culpa. 




Patético





O dono das grandes orbes vermelhas revoltosas permaneceu quieto, não queria dizer mais nada, na verdade não queria sequer que Izuku estivesse pensando sobre as informações que dera até então. 

Se sentiu irritado com Ochako que havia os feito ficar para trás de propósito para ele se afastar do grupo e sentia o cheiro do dedo dela no meio dessa história. 

Só poderia ter o dedo dela ali.

Aquela arrevoada de sentimentos como os mais incomuns dos pássaros permanecia ali, ele não queria, ele não desejava, ele preferiria jamais se sentir assim, jamais sentir que a culpa era sua.

Mas era.

Totalmente e exclusivamente sua.

- Esse é pela minha mão seu tremendo idiota! _ o soco acertou em cheio o rosto de Katsuki que não esperava aquele tipo de reação. _ Era isso que você queria? Que eu te punisse pela minha mão? _ Izuku por ter batido com a mão direita, justo aquela das deformidades sentiu um pouco de dor fazendo uma careta, mas não perdeu a pose obstinada que estava. Socando-o mais uma vez no rosto, dessa vez no nariz. _  E esse foi pelas minhas costelas! 

Midoriya agora já transbordava, chorando, com o emocional fraco que tinha. Saber que Katsuki havia se culpado por tanto tempo e aguentado o preço da culpa sozinho perturbou ainda mais seu coração inflamado. Ainda que estivesse mais aliviado de terem tal conversa.

Eles eram amigos ainda, como poderia não se preocupar pelo quanto o loiro havia sofrido durante todos esses anos?

E se sentia dentro de uma instável bola de neve, todo o comportamento agressivo de Bakugou pareceu tão ínfimo, porque Izuku era seu amigo, o único que poderia lidar com toda essa culpa que o corroía. 

Praguejou novamente por Bakugou ser uma pessoa tão complicada, afinal qualquer ser humano normal se culparia, choraria e imploraria por perdão. Mas o loiro não, ele assumira o papel de monstro aguentando o peso sozinho - ou era como ele pensava que estava fazendo. 

- Você é um... imbecil. _ a voz quase falhou em meio a lágrimas vendo que assim como ele Bakugou transbordava,  em choque, o que tanto desejou estava sendo concretizado, chorando de maneira silenciosa enquanto continuava obsoleto pelos dois socos que havia levado, como se eles fossem tudo que ele precisava. _ Você é meu amigo, que inferno! Era só ter me dito que se sentia mal. Não! Não deveria nem ter se sentido mal, foi uma acidente!_ Midoriya continuava se mantendo inconformado com o rumo das coisas, tantos anos de sofrimento, tantos anos de solidão quando poderia ter tido um amigo ao seu lado, simplesmente porque Bakugou era um cara esquisito. 

Se sentia um pouco desemparado agora, precisaria ver Shouto o quanto antes e esperava que pudesse o encontrá-lo naquela saída o mais rápido assim que aquela conversa acabasse.

E foi quando viu Katsuki murmurar um "me desculpe" baixo que a gentileza de seu coração aflorou, choroso, Bakugou precisava de um amigo.

O abraçou.

- E isso é com certeza por ter sido meu amigo todo esse tempo, por ter se preocupado com que eu estava sentindo. _ justificou rápido o contato tão inesperado recebendo um soluço choroso do loiro.

Midoriya não precisava de palavras para entender que era real, que todo esse tempo em que Bakugou havia se auto culpado, havia também se preocupado, não precisava de nada dito após ouvir os soluços do choro que se fazia presente. O esverdeado estava no fim se forçando para ser o pilar daquela amizade no momento. Era a primeira vez que tinha visto ele assim tão exposto e doía em seu coração imaginar a que ponto havia chegado para Katsuki se render dessa forma. _ Eu perdoo você.

Um sentimento instintivo de proteção apareceu para Bakugou naquele instante, mas ele não entendeu o que o abraço de Midoriya poderia significar a ponto de despertar suas preocupações. Na verdade o significado era redenção, sua própria, e não perigo como indicava suas células do corpo. 

- Eu ainda sou dos que prefere o perdão com um bom soco. _ o loiro se soltou do abraço, ou era essa sua intenção, mas não chegou a concluir, se tornando um semi abraço, agora podendo ver os olhos verdes brilhantes de Midoriya.

Katsuki estava beirando o abismo, confuso, perdido e se deixando levar por atos impulsivos, por sentimentos impulsivos, nesse caso quando tinha pensado em se soltar do abraço sua intenção era de atender ao pedido do seu coração, seu instinto, mas olhar o esverdeado daquela forma só os fizeram gritar mais. 

Ele não pode deixar de se perder no quão brilhante eram os olhos esmeraldas marejados e como as lágrimas que haviam despencado sob a bochecha disputavam uma batalha de sua atenção com as sardas, sempre iluminadas pelo radiante alvorecer do sol que já começava a se pôr.

Bonito.

Aquele era um sentimento diferente, Izuku conhecia bem aquele tipo de sentimento que estava recebendo, era o mesmo que havia direcionado a Shouto quando o olhava de longe imaginando ser inalcançável, seus pés tremeram ao notar os olhos vermelhos de Katsuki que o fitavam ainda muito próximo de si numa intensidade gigantesca, como se analisassem centímetro por centímetro. 

E por causa do contato eles ainda se mantinham perto, perto o suficiente para que seus hálitos fossem sentidos, já que o esverdeado havia aberto os lábios em choque, ser olhado daquela forma era uma surpresa imensa para ele.

Os olhos cor de sangue escorreram como se pesassem toneladas até um ponto proibido, buscando qualquer indício de aprovação para o que pretendia fazer a seguir. E olhar os lábios finos semi abertos foi de fato o que ele buscava, se aproximando e perdendo noção do que estava fazendo.

Um pigarro sonoro foi ouvido pelos dois que fizeram questão de virar para ver quem era, como o susto que tinham levado.

Para Izuku que tratou de se desvencilhar do semi abraço logo foi como uma rajada. Shouto tinha os olhos mais apertados do que deveria, irritado, quase podendo se ver a veia da testa saltar se não fosse pelos fios bicolores que caiam sobre ela. 

E por alguns instantes o esverdeado só pode torcer para que Shouto não tivesse percebido o estranho sentimento que emanava de Katsuki, e o quão a mercê da confusão ele havia ficado ao receber sentimentos como aqueles.

Shouto entenderia errado tudo, com certeza, caso tivesse percebido.

Ainda não houvera acontecido nada, contudo tinha certeza que se não fosse pelo pigarro as coisas teriam tomado um rumo tal qual Midoriya jamais havia pensado.

E se questionou se também se deixaria levar como tudo que fazia em sua vida.

- Atrapalho? _ Sim, Todoroki Shouto havia percebido o que estava para acontecer caso não tivesse interrompido


Notas Finais


Simmm eu amo confusões, desculpa amados, ainda assim espero que tenham gostado 💜

Como dito antes eu gostaria de deixar o link da minha fanfic nova também e uma sinopse (caso queiram dar uma olhadinha):

The Phantom

Um jovem seminarista sem muitas aspirações mas com uma grande vontade de ajudar as pessoas, se vê então confuso e posto em meio a um jogo político e de interesses após encontrar o misterioso "fantasma", um mascarado de belos olhos heterocrômicos ao qual não consegue negar o encanto latente pelo cavaleiro fora da lei.

https://spiritfanfics.com/historia/the-phantom-9990282


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