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História Felino - Stacy e seu encontro


Escrita por: GaymerNilo

Notas do Autor


Mais um capítulo, está mais paradinho mas o próximo vai ser diferente.

Capítulo 7 - Stacy e seu encontro


A Quinta já havia chego e com ela mais um dia de aula. Às vezes penso porque continuo indo para o colégio, é uma perda de tempo, todas as horas que gasto lá poderia estar caçando ratos que com certeza sabem de alguma coisa. Tenho uma lista no computador de vários informantes que podem me atualizar sobre horários e rotinas de Anthony.

- Bom dia Harvey meu sobrinho favorito. – Meu tio adentrava o quarto abrindo a porta com as costas, pois em suas mãos possuía uma bandeja com o café da manhã. Eu rio baixo e falo:

- Bom dia tio Ross. Eu sou seu único sobrinho.

- Sim, é verdade. Toma cuidado. – Ross me da a bandeja que alojo em meu colo e agradeço:

- Obrigado, não precisava.

- Está se adaptando bem a escola não? Todos os professores te elogiam. – Ele dizia enquanto afagava meus cabelos, eu dou de ombros e respondo:

- Não é nada demais, as matérias são simples.

- E amigos? Fez bastante? – Ele me pergunta assistindo eu mastigar o froot loops. Engulo os coloridos e falo:

- Bom, tem Stacy e as meninas lideres de torcida, Tyler, Colton e os outros jogadores.

- Olha só, na primeira semana meu sobrinho é amigo dos populares. – Ele brinca, eu não entendo direito ainda essa hierarquia, mas percebo que todos os respeitam, será que era só por serem esportistas? De qualquer maneira falo:

- Eles são legais.

- Nesse momento Luck sai debaixo de minhas cobertas, tio Ross pega o animal no colo e diz:

- Ai está você mocinho. Balancei sua ração e o senhor não apareceu, então era aqui que estava.

- Meow. – O gato preto mia em resposta como se tivesse entendido, meu tio o solta na cama e fala:

- Sua comida está lá embaixo já.

- Porém, ao invés de descer, ele vem ate mim e se deita no meu colo enquanto eu estava sentado na cama, Ross sorri dizendo:

- Vocês realmente se deram bem não?

- Ele é um bom bichinho. – Respondo o fazendo carinho. Tio Ross pega a bandeja vazia e me avisa:

- Eu já estou indo, vou só me arrumar, se quiser carona estarei lá embaixo.

- Claro tio, eu vou com você.

Cheguei ao colégio, os corredores ainda tinham poucos alunos. Mas Stacy já estava lá, naquela hora de manhã, linda como sempre, arrumada, perfumada, maquiada e chamativa. Onde quer que fosse a loira sempre seria o centro das atenções. Ela chega até mim e me abraça:

- Ei lindo, como vai?

- Bem Stacy, e você? – Pergunto a loira que tinha um sorriso forte no rosto, ela responde quase eufórica:

- Eu estou ótima! Você não vai acreditar.

- No que? – Questiono sério, ela me puxa pelo braço falando:

- Eu estava com Tyler e ele me contou uma coisa incrível.

- O que Stacy? – Novamente a pergunto, ela me diz toda alegre:

- Colton está afim de você.

- Ah, isso, legal. – Digo á ela, a garota continua o assunto com algo que realmente eu não esperava:

- E eu como sou sua melhor amiga nesse mundo, combinei um encontro com ele, amanhã à noite.

- Encontro? – Questiono pra ver se entendo direito, e a loira confirma que minha audição esta melhor do que nunca:

- Sim! Finalmente vai poder beijar.

- Qual a graça de chupar a língua de outra pessoa? – Tento me defender daquela situação que me deixa tão constrangido, ela me olha nos olhos e fala:

- Querido porque é bom pra caramba!

- Stacy, eu não acho que seja uma boa ideia. – Falo balançando a cabeça em sinal de negativo, ela então me faz a pergunta que todo adolescente normal quer ouvir:

- Você não quer ser um dos populares? – Antes de eu responder ela dá a segunda opção, dramática, quase teatral:

- Ou está simplesmente querendo me desapontar? Depois de tudo que fiz por você Harvey.

- Ok, eu vou... Que horas? – Me dou por vencido, não quero decepcionar o tio Ross, e nem meus novos colegas que se sentem meus amigos, Stacy avisa:

- Ele te pega em casa as oito.

- Da manhã? – Pergunto assustado, ela ri alto e fala em resposta:

- Da noite, bobinho.

- Tudo bem então. – Eu concordo, terminando o assunto, a loira se solta de meu braço e questiona:

- Vamos para a sala?

- Cada dia fica mais difícil ficar dentro da sala de aula, é tantas coisas que aprendi com doze anos, e eles agora estão vendo, chega-me da vergonha da educação deste nosso país. Por isso nossos adolescentes são fúteis e cabeças vazias, Stacy hoje puxou assunto comigo o dia todo me dando conselhos do que fazer amanhã em meu "Encontro" que nem eu acredito que vou ter que ir, o professor da ultima aula já não aguenta mais todo o dialogo e pergunta:

- Senhorita Stacy, já que você e seu amigo estão tão falantes, que tal me responder essa pergunta na lousa?

- Desculpe professor.

- Vamos, responda o que são substâncias voláteis na química orgânica?

- Eu... Não sei.

- E você rapazinho?

- Volátil é aquilo que pode voar que é voador. A expressão é um adjetivo relativo a aves que são capazes de alçar voo. – Respondo e todos me olham sem entender, então continuo:

- Volátil, no sentido figurado é sinônimo de variável, volúvel, inconstante ou instável. Em informática, memória RAM é considerada um tipo de memória "volátil", pois todos os dados que não forem guardados de forma permanente serão apagados após encerramento do computador. – Os olhares direcionados á mim são de surpresa, o professor permanecia de braços cruzados e eu terminei a explicação com a informação que ele desejava:

- Na área de Química, volátil é tudo que se pode reduzir a gás ou a vapor. Uma substância volátil é um produto químico que tem a propriedade de se evaporar em temperatura ambiente. Passam facilmente do estado líquido para o estado de vapor ou gasoso sem necessidade de aquecimento.

- Isso mesmo Harvey, não podia esperar menos do sobrinho do coordenador Ross. – O professor literalmente rasga o véu da viúva e conta a verdade, a primeira a me questionar é Lindsay com um olhar de surpresa:

- Você é sobrinho do coordenador?

- Sim sou. – Respondi, mas antes de darmos continuidade a conversa, a maior autoridade na sala fala para a líder das Spicy:

- Senhora Stacy, talvez devesse se concentrar mais nas aulas, nem todos são como Harvey que possui informações da mesma coisa em várias áreas de conhecimento.

- Sim professor, me desculpa. – Pela primeira vez vejo a loira abaixar a cabeça, ela pode ser tudo o que é, mas tem educação quando se trata de hierarquia, como tudo nesse local social, a escola é. A garota se vira para mim quando ele volta a explicar seu conteúdo e pergunta:

- Como você sabia de tudo isso?

- Eu gosto de estudar. – Dou de ombros disfarçando e a loira fala séria:

- Nossa! Não deixe ninguém mais saber disso, vamos deixar uma coisa clara aqui.

- Claro Stacy, o que? – Eu questiono e ela me explica:

- Quando eu não souber responder algo, você também não deve saber, entendeu?

- Por quê? – Pergunto sem entender e Britany atravessa nosso assunto:

- Você a fez passar a maior vergonha na frente da sala toda.

- Cala a boca Britany, mas é isso mesmo Harvey. – Stacy diz e eu reflito um pouco. É como um sistema para ela nunca se sentir menor que ninguém no seu grupo, afinal, ela é a abelha rainha, e quer zangões a sua volta e não companheiros. Mesmo descordando, aceito a condição?

- Tudo bem, entendi.

- Ótimo meu lindo. – Ela termina beliscando minha bochecha. O sinal toca e todos vão embora o mais rápido possível, vi Tyler no meio das pessoas e levanto a mão em sinal de saudação, Stacy nessa hora gruda nele e o leva embora enquanto o rapaz olha para trás, como se procurasse algo ou alguém. Colton aparece do meu lado nessa hora e fala:

- Oi Harvey, tudo bem?

- Oi Colton, que susto, tudo e você? – Pergunto ao loiro e ele continua meio sem jeito, coçando o pescoço e olhando em volta. Engraçado alguém querer falar com você e evitar olhar pra você, mesmo assim ele consegue soltar:

- Eu estou bem. Amanhã está de pé né?

- Sim, claro, obrigado por me chamar pra sair. – Eu o agradeço e sorrio com doçura, o maior me olha de volta e fala todo empolgado de um jeito que chegava a ser até cômico:

- Eu que agradeço por aceitar.

- Então até amanhã. – Me despeço e saio andando, ele acena com a mão para mim e fala:

- Até Harvey, bom descanso.

- Finalmente eu chego a minha casa, tio Ross havia feito o jantar, como sempre ele me recebe com todo o carinho e apoio que penso não merecer dele. Eu sento-me à mesa com ele, olho para Luck que estava sentado ao meu lado me observando. Pela primeira vez sou eu quem quebra o silêncio daquela cozinha:

- Tio Ross.

- Sim Harvey? – Ele me pergunta calmo, eu respondo sem jeito, acho que nunca tinha me sentido nervoso assim:

- Amanhã eu... Eu... Eu tenho um encontro.

- Nossa! Isso é demais meu sobrinho, com quem? – Ele solta o garfo e me olha entusiasmado. Eu olho para baixo, não sabia que sentimento era aquele, deve ser a tão famosa vergonha, tomo fôlego e respondo:

- Era sobre isso que queria conversar, é um garoto.

- Ah, é... Nossa, eu não estava muito preparado pra isso. – Ele diz olhando para os lados e respirando fundo em sinal de nervosismo. A sociedade não aceita homossexuais, eu sabia só não sabia se ele iria reagir bem a isso ou não, e pela primeira vez na vida, me senti mal por ser o que sou, sinto meus olhos encherem de água, meu rosto se esquenta enquanto solto um leve e rouco:

- Desculpa.

- Nesse momento ele se levanta da cadeira, vai até mim, se agacha na altura de minha cadeira e levanta meu queixo com o dedo enquanto fala olhando dentro dos meus olhos:

- Ei ei ei, estou só surpreso, mas vou te dizer uma coisa.

- O que Tio Ross? – O questiono só que eu não estava preparado para o que estava por vir. Meu tio, me disse algo tão lindo que não consegui conterá água em meus olhos, e pela primeira vez chorei de alegria ao escutar:

- Nunca se desculpe por ser quem você é. Você é perfeito em cada detalhe seu Harvey.

- Obrigado tio. – Eu agradeço enquanto ele me abraçava forte. Seu corpo era quente e aconchegante, talvez ter uma mãe seja assim. Ele se distancia e me pergunta animado:

- Agora me conta, quem é?

- O jogador do time, Colton. – Eu respondo e ele faz novamente a expressão de surpresa. Após cinco segundos ele me fala:

- Esse eu esperava ainda menos haha.

- É, eu também. – Eu digo com sinceridade, tio Ross sorri para mim daquele jeito meigo que sempre faz e me fala:

- Que sorte a dele, de se interessar pelo garoto mais incrível da cidade.

- Para tio, o que eu faço? – Pergunto encabulado com a situação, ele me puxa pela mão falando todo entusiasmado:

- Primeiro, seja você mesmo, segundo, escolha a roupa desde já mocinho.

- Escolher a roupa? Eu sou uma aberração. – Falo em resposta, como vou escolher algo para me vestir? É pra impressionar o garoto que eu nem desejo, e pior, se eu for ridículo ele iria comentar para Tyler e aquilo me preocupava. Nem entendo de moda na verdade, eu sinto meu coração acelerar, mas a resposta divertida de Ross me acalma:

- Qual o problema? Eu sou uma de segunda a sexta, vamos lá em cima, vou te ajudar a procurar algo.

- Nós subimos em direção o meu quarto com Luck logo atrás da gente, parecia que ele queria fazer parte também. Eu não sei como é ter uma família composta de pai e mãe. Achava que sabia como era ter um pai, mas mesmo o amando muito, começo a entender que ele não me criou para a vida comum, me criou para algo maior, mas qual o problema de fazer parte dos dois mundos? E quanto ao tio Ross e seu carinhoso gato preto Luck. Se nós não somos uma família desse jeito, eu com certeza não queremos que sejamos uma.


Notas Finais


Se curtiu favorita a fanfic, acompanha a trajetória do Felino, e comenta ai o que acharam do encontro dele com Colton? Gostaram ou preferiam outro personagem? :3


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