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História Felino - Festa dos Tolos


Escrita por: GaymerNilo

Capítulo 8 - Festa dos Tolos


Depois de uma bela noite de sono mal dormida por uma mistura de ansiedade e medo, eu finalmente acordo. Luck como sempre estava deitado ao meu lado, sinto o cheiro do café recém-feito pelo meu tio, ele na verdade a essa hora já tinha ido só para o colégio, e eu tinha que fazer o mesmo. Tomo um banho extremamente quente para meu despertar. Visto-me casualmente, pego minha bolsa e desço as escadas escutando o animal me acompanhar. Hoje eu tenho um encontro, espero acabar cedo, pois o Felino tem alguns ratos para caçar. Já na cozinha, apenas pego uma maçã e saio mastigando a fruta. Enquanto caminho, vejo uma casa muito bonita bater a porta, e dela sai ninguém mais e ninguém menos que Tyler, ele sorri pra mim e corre em minha direção.

- Olá Harvey, tudo bem? – Ele me perguntava e eu sorrio respondendo:

- Sim eu estou, e você?

- Melhor agora! Você vai para a escola? – O moreno me diz alegre. Respondo apontando para o colégio que já dava para enxergar:

- Sim, estou indo para lá.

- Vamos juntos então. – O maior termina e eu concordo com ele:

- Claro Tyler.

- Começamos a caminhar e conversar bobagens, não nos falamos desde o dia que eu quebrei a realidade dele, parece que ele me perdoou ou talvez apenas concordou com tudo. De qualquer maneira andávamos juntos e ele até me fez rir de verdade, ele era tão feliz, cheio de vida e doce, o garoto virtuoso que tem um futuro brilhante pela frente, diferente de alguém como eu. Finalmente chegamos à porta e nos despedimos, nem eu e muito menos ele falamos sobre meu encontro com Colton, ainda bem, eu não saberia o que dizer, ficaria sem graça com toda a situação.

Chegando à sala de aula estavam o trio das garotas mais populares do colégio, as Spicy. Eu me sento com elas de costume e Stacy fala:

- Que bom que veio, e o encontro? Está animado?

- É, sim, claro. – Respondo meio sem jeito, pois na verdade só conseguia pensar em Tyler. A loira se aproxima e diz:

- Que bom, não podemos ir com você, mas vamos dar algumas dicas.

- Estou todo a ouvidos. – Concordo em escutar os conselhos e Britany fala primeiro:

- Vocês gays no primeiro encontro fazem tudo mais fácil.

- Como? – Questiono sem entender, até achei um pouco ofensivo. Stacy explica de uma maneira bem mais explicita:

- Diferente de nós mulheres que temos que nos controlar para não parecer fáceis, vocês são dissimulados e beijam muito e até fazem sexo.

- Eu não vou fazer sexo Stacy. –Me nego, porém, Lindsay não aguenta minha negação e fala toda animada:

- Colton é gostoso demais, você não vai aguentar.

- Até parece. – Reviro os olhos par a garota que continua a falar:

- Mais uma dica, esteja bem limpo em todo o lugar.

- Como? – Pergunto sem entender, ela olha para meu quadril e meus olhos repetidas vezes falando:

- Você entendeu... Lá.

- Ai meu deus. – Eu exclamo envergonhado, Britany diz com toda a normalidade:

- Oras eu faço quase todo dia.

- Tudo bem meninas obrigado pelos conselhos. – Eu falo todo corado com o assunto tão novo pra minha percepção. Stacy me olha bem séria e aconselha:

- Por ultimo, mas o mais importante: esteja sempre cheiroso e bem vestido.

- Obrigado garotas. – Eu apenas agradeço e Stacy me abraça enquanto diz:

- Eu que agradeço meu melhor amigo gay.

- Não está mais brava pelo lance de eu responder o professor? – Eu a questiono, pois a loira não parece a mesma de antes. Mesmo assim ela me fala algo revelador:

- Eu? Não, nem por você ter me humilhado na competição de lideres de torcida.

- O que? Você disse que tinha gostado. – Respondo surpreso, e pela segunda vez ela abre seu grande ego e insegurança:

- Sim, mas foi bom de mais, melhor do que eu, mas como foi à primeira vez eu deixei passar, mas a segunda na aula eu te ensinei que ninguém deve ser mais do que eu.

- E parece que você aprendeu não é? – Britany interrompe nossa conversa e a loira líder já responde por mim:

- Sim, ele aprendeu Brit.

- As aulas seguiram bem tranquilamente, o problema foi ir para casa sem ser visto por ninguém, pois eu sabia que as meninas iriam tentar me arrumar, e eu queria fazer isso só, ou pelo menos com tio Ross. Por isso corri para casa o mais rápido possível, mas Ross ainda estava na escola, afinal, era diretor e seu trabalho não acaba tão depressa. Eu vou para o banho nervoso enquanto escuto meu celular tocar feito louco, pois as garotas são desesperadas, mesmo assim ignoro o toque e continuo meu banho, leve e revigorador. Tudo o que podia pensar era Tyler, e como ele era bondoso, bonito, grande e forte. Foram tantos pensamentos sobre ele que me senti enrijecido. Nunca tinha visto meu membro em tal estado. Debaixo da água quente eu espero ele abaixar para poder continuar meu trajeto para o encontro com Colton. O loiro é uma pessoa boa, bonito e divertido, mas eu não gostava dele, não desse jeito. Ao sair do banho eu me seco e ando até o quarto onde tinha já separado a minha roupa na cama com um pequeno bilhete “Me espere, estou tomando banho também, mas quero te ver antes de sair, use isto, com amor: Ross.” Eu era sortudo, ele tinha me escolhido uma roupa que eu jugava até simples, uma camiseta branca sem estampa, uma sobreposição de manga longa xadrez e azul, uma calça jeans skinny com rasgos no joelho, chegava a ser engraçado estar moda, e para finalizar uma bota marrom amarelado da timberland. Perfumo-me depois de pentear os cabelos e desço as escadas em quase câmera lenta quando escuto meu tio gritar lá debaixo:

- Harvey, Colton chegou!

- Sim Tio Ross, estou descendo. – Respondo enquanto sinto passo a passo meu nos degraus, olho para a porta e o garoto arrumado estava na porta, Colton é um cara legal, bonito, gay e interessado por mim, eu devia dar a ele uma chance, certo? Eu o cumprimento:

- Oi Colton.

- Oi Harvey, você está, uau. – Ele respondia me olhando de baixo a cima, como se eu fosse algum tipo de premio, faz meu rosto esquentar, eu desvio o olhar e digo com as bochechas rubras tentando direcioná-los a ele:

- Obrigado, você também está ótimo.

- Valeu, vamos? – Ele me pega pelo braço gentilmente mas Tio Ross nesse momento cutuca seu ombro,  o fazendo virar para trás e fala:

- As 22:00 quero ele em casa garanhão.

- Sem problemas senhor Sebert. – O garoto concorda e meu tio termina o assunto sorrindo:

- Muito bem, divirtam-se.

- Obrigado tio, até mais tarde. – Eu agradeço e nós fechamos a porta. Andamos até seu carro esportivo, modelo do ano, da cor preta, o rapaz não era de sangue simples, disso tenho a certeza.  Já no carro de Colton, andávamos em silêncio, passamos por ruas e avenidas aleatórias. Finalmente percebo que não havíamos conversado sobre onde iriamos, por isso o pergunto:

- Aonde vamos Colton?

- Vamos para uma festa não muito longe. – O loiro me responde sem se virar, parecia estar um pouco nervoso com toda a situação. Eu, como sou direto em tudo o que faço pergunto meio sem jeito:

- Entendi, vai ter muita gente lá?

- Provavelmente a maioria do colegial. – O garoto responde ainda olhando fixo na estrada, para deixar ele mais tranquilo eu respondo:

- Legal, mais uma vez obrigado por me convidar.

- Eu que agradeço por aceitar. – Colton termina. Mas então começamos a entrar em um local mais calmo da cidade, logo começa a diminuir o concreto e aumentar a vegetação.  Quando percebi que estávamos rodeados de nada além de árvores eu o pergunto confuso:

- Onde estamos Colton?

- Eu também não sei. A festa está nesse endereço no Weza. – O loiro responde mexendo no celular, eu olho em volta e continuo nossa conversa:

- Nossa, não acredito que o endereço está errado no convite.

- Não é bem um convite, é uma mensagem no Appwhats. – O maior fala e eu digo apontando o seu aparelho:

- Então é só perguntar o endereço certo por ele.

- Claro, me desculpa. – Ele pede, talvez eu tenha sido um pouco duro. Coloco a mão em seu ombro, o massageio um pouco e falo num tom doce:

- Não se desculpe você é um cara legal.

- Quer transar? – Ele me pergunta passando a língua em sua presa como um predador, aquilo me tirou do sério. Apenas completo minha ultima enquanto abro a porta de seu conversível:

- E muito idiota.

- Não, espera. Não sai do carro. – Ele abre sua porta e me olha nos olhos, eu o respondo tranquilo:

- Relaxa Colton... – Mas antes de continuar eu escuto um pequeno som no meio de todo aquele mato, eu encaro a paisagem e faço um sinal com a mão para o loiro:

- Colton volta pro carro.

- O que? – Ele pergunta e eu digo novamente enquanto me aproximo da vegetação:

- Eu disse volta pro carro.

- Mas para minha surpresa, atrás da natureza se encontrava outros quatro carros, com todos os jogadores de futebol e as lideres de torcida incluindo minhas três amigas, exceto Tyler que não estava lá. Todos tinham câmeras e outros aparelhos na mão, Stacy se aproxima de mim e diz:

- Que lindo, ele achou que ia dar seu primeiro beijo hoje.

- Stacy? Por que?

- Eu tentei te criar pra ser meu melhor amigo gay e como você me retribui?- Ela me encara e continua- Me envergonha. – A loira se mantem se aproximando e dizendo suas palavras tão pesadas - E eu não gosto de ficar por baixo, isso é pra você aprender quem manda no colégio. Ou você achou que ia entrar, tentar derrubar a rainha e tudo continuaria as mil maravilhas? – Termina ela me empurrando com os dedos enquanto todo mundo ri- Você não é nada, nem ninguém.

- Naquele momento eu não tive outra reação se não correr no meio da vegetação, para longe de todos eles, estava irritado, frustrado, nunca tinha sido tão rebaixado minha vida toda minha vida, nem tão pouco me senti envergonhado desse jeito, pior, escuto todos me seguindo com suas câmeras, mas eles não podiam competir com a minha velocidade e condicionamento físico, mesmo os jogadores de futebol americano. Na primeira oportunidade subo em uma das árvores e vou de galho em galho até voltar à civilização. Sentia meus olhos cheios de agua, o coração de tristeza, pois mesmo não gostando de Colton, o que ele me fez me decepcionou, eu confiava nele, na Stacy, na Britany e até Lindsay. E eles me humilharam e eu estava sem chão. Como chegar a minha casa nesse estado? Ao correr pelas árvores acabei rasgando as peças, eu não tinha pra onde ir a não ser o esconderijo de meu pai ou... Na verdade eu estou indo pra outro lugar, só me dei conta agora, mas por quê? Por quê?  Só me dei conta quando eu já estava subindo a lateral da casa para o encontro do quarto que estava de janela trancada, as com as cortinas abertas, eu arrombo sem dificuldades com um clipes de papel que tinha em meu bolso e entro, ao perceber minha presença no quarto ele acorda e acende as luzes em busca de visão.

- Harvey? O que está fazendo no meu quarto?

- Eu nem consegui responder, apenas comecei a chorar. Ele e levanta, apenas de cueca box preta e me pega pela mão, me sentando  em sua cama dizendo:

- Não, calma, vem aqui. – Ele levanta meu queixo com os dedos e continua - O que houve?

- Eu nem deveria estar aqui, aliás, nem sei por que estou aqui. – Respondo e me levanto para a janela, o maior me segura pelo pulso e ele mostra que me compreende mais que eu mesmo:

- Está aqui porque precisa de ajuda, o que aconteceu?

- Você realmente não sabe? – Questiono o rapaz com um olhar assustado e perdido, ele se senta e fala:

- Não, não sei Harvey.

- Eu tive um encontro com Colton. – Digo meio sem graça, o moreno olha em volta meio perdido e me diz:

- Ele nem me disse nada.

- Mas não era um encontro, era uma pegadinha da Stacy e os outros do time. – Falo o que houve e sinto minha garganta doer amarga e a vontade de choro reaparecer, o garoto assustado questiona:

- Por quê?

- Ela disse que eu a humilhei, e por isso deu o troco. – Respondo sincero, o mais velho apenas coloca os cotovelos nos joelhos e o queixo nas mãos:

- Eu nem sei o que dizer.

- Eles queriam me filmar com ele. –Termino e começo a chorar, ele me segura e fala:

- Isso é uma baixaria.

- Olha, ela é sua namorada, eu nem devia estar aqui, desculpa. – Respondo a figura denominada Tyler, ele afaga meus cabelos dizendo:

- Ela não é.

- Como? – Pergunto estranhando sua resposta, ele coça o pescoço em sinal de nervosismo e me explica:

- Eu terminei com ela hoje de manhã.

- Por quê? – Desta vez sou eu quem o questiona. O moreno fala com um sorriso bobo:

- Eu estou apaixonado por outra pessoa.

- Ela não vai aceitar isso muito bem. – Lhe aviso, Tyler sorri novamente e fala:

- Já conversei com ela.

- Só espero que essa pessoa seja melhor que ela. – Digo ao moreno e ele termina:

- Com certeza é.

- Bom, eu vou indo. –Me viro novamente para a janela e escuto o maior me dizer:

- Ei, não quer ir pela porta?

- Não, relaxa. – Falo para ele e me arremesso, escuto então o maior gritar meu nome:

- Harvey!

- Quando ele viu que cai de pé descansou sua preocupação, mas a me ver pulando o muro com um mortal como um gato, o maior com certeza ficou pensativo. Corri para casa como se não houvesse amanhã, meu tio já nem esperava mais, acabei extrapolando. Subo pela minha janela, direto ao meu quarto, percebo que não posso contar a ele o que houve, ele é coordenador do colégio, eu tinha que ganhar delas no seu próprio jogo, aliás, mostrar o meu próprio jogo, o do Felino. Tomo um banho revigorante e separo as roupas rasgadas para jogar fora. E finalmente me ponho a deitar, afinal, amanhã tenho coisas realmente importantes pra fazer, depois do choque percebi que Stacy era peixe pequeno nesse mar, e sábado a noite é sempre agitada na cidade.



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