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História Felix culpa - Realidade


Escrita por: nayameh

Notas do Autor


GENTE! Muuuito obrigada por todo o carinho que a fic está recebendo! Cada comentário, cada favorito... sério, significa muito. Eu ando sem tempo pra nada. Mas hoje eu responderei cada comentário e retribuirei cada carinho. Prometo!

Não se esqueçam de votar em GOT7 no MAMA e EMA <3

Capítulo 4 - Realidade


Eu nunca arrastei alguém tão rápido em toda a minha vida.

Ele não calava a boca. Mesmo com o meu olhar, mesmo minhas mãos prestes a rasgar sua blusa tamanho a força que eu usei, ele continuou como se tudo estivesse normal. Como se fôssemos amigos de longa data e aquele era o nosso ritual de encontro padrão. Eu o levei o mais longe possível, o que infelizmente foi apenas até o depósito minúsculo bem ao lado do corredor. Antes que pudesse nos trancar ali, seu amigo se esgueirou para dentro como se tivesse sido convidado. Eu estava exausto demais para discutir.

Tranquei e acendi a luz.

- Posso saber por quê diabos eu continuo te vendo? - Perguntei já irritado.

- Ué, porque você tem olhos. - Respondeu naturalmente. Ele agia como se sua resposta não fosse uma zombaria, mas sim, algo óbvio que por algum motivo eu desconhecia.

Aquilo só me irritou ainda mais.

- Escuta aqui seu loiro falseta! - Ele olhou para o meu cabelo pintado de cinza com confusão. Me aproximei agarrando o seu colarinho; Eu era mais alto, mas ele mais forte. Não me importei. - Você já acabou com a minha vida, já não é o bastante? Qual é seu jogo, hein? O que você quer?!

Sua expressão era de pura confusão, como se eu fosse o burro irracional da história. Ele tinha uma inocência irritante.

- Olha, eu não sei o que te deixou assim, mas fui chamado aqui para trabalhar. Eu não ganho nada acabando com a vida de ninguém, pelo contrário! Meu trabalho é consertar coisas!

- Nosso! - Corrigiu o outro intruso. O loiro olhou para ele e deu um sorriso caloroso.

Se eu não ficasse calmo ele não iria cooperar. Primeiro eu precisava me afastar, falar devagar. Calma, BamBam.

- Olha, eu sei que a culpa é minha. Sim, eu não devia ter enchido a cara, não devia ter te contratado. Foi um erro terrível. - Minha voz estava mais estável. - Mas este é meu serviço, e eu não sei se você notou, mas essa droga de emprego é a única coisa que me resta!

Silêncio. Estavam prestando atenção.

- Quero terminar o dia de hoje o mais pacífico possível. Você poderia, por favor, guardar segredo? Fingir que nada aconteceu?

- Claro, cara! Eu não contei pra ninguém. Sério. Ninguém mesmo.

Alívio. Saber que tudo ainda poderia acabar bem me deu um alívio. Talvez, afinal, a culpa fosse realmente minha. Quer dizer, estes dois não parecem pessoas más. E, foi realmente culpa minha ter bebido e o contratado. Eu devia ter soado realmente triste e patético pelo telefone naquela noite. De repente, me toquei que ele só queria ajudar e eu o ataquei à toa.

Meu sorriso saiu sem graça. Senti vergonha das minhas atitudes.

- Er... Vamos voltar. O pessoal vai achar que eu sou louco. - Me virei e segurei a maçaneta. E, como o terrível irmão que sou, só então me lembrei de Baby. - Ah! E minha irmã?! Ela desapareceu! Você não ia me contar ontem?

- Ahhh! A sua irmã! Eu falei para você ligar para ela! Ela pirou quando me viu pelado falando no telefone.

E por quê diabos você estava pelado falando no telefone?! Eu estava prestes a perguntar com muita raiva na voz, mas algumas batidas na porta me interromperam. Congelei sem saber o que fazer, a situação era estranha.

- Kunpimook? - Era a voz de Lisa. Soltei a respiração que tinha prendido sem perceber. - Tá tudo bem? O chefe está estranhando. Todos estão.

- Sim. Tudo bem. Já vamos sair! - Gritei antes de me virar para os dois. Sussurrei o mais sério possível. - Nos falamos depois. Se perguntarem eu os trouxe aqui para falar do trabalho em particular...

Ambos assentiram, igualmente sérios. Tentei suavizar meu semblante antes de abrir a porta e encarar Lisa. Ela parecia confusa; Carregava uma xícara de café em uma mão e inúmeros papéis na outra. Dava para ver que queria espiar o que estava rolando sob os meus ombros. Dei um sorriso para ela e peguei a xícara, bebericando no caminho até o estúdio.

Antes de chegarmos eu pude ouvir o companheiro do loiro sussurrando baixinho para ele.

- Jackson, devo fingir que você não me contou a história toda?

Quase me engasguei com o café.

---

Trabalhar com um modelo metido era estressante, trabalhar com o atual do seu ex namorado era infernal; Park Jinyoung era, de maneira impressionante, a junção de ambas as coisas. Ele era o personagem principal de um filme chamado Nunbal - Que eu faria questão de fazer várias criticas destrutivas anonimamente quando saísse -, então, cada parte relevante da nossa revista usaria o seu rosto. Eu precisava mostrar o quão bem ele ficava com os casacos de inverno de inúmeras marcas. Meu dia era gasto com fotos e mais fotos desse cara irritantemente lindo. Tentei ser vago nas poses que eu queria para pegar no pé dele um pouco, mas o atorzinho acertava não importava o que eu queria.

Estava um inferno.

O pior, entretanto, era que o diamante bruto - Que agora descobri se chamar Jackson Wang - não parava de analisá-lo de uma maneira bem óbvia. JYP pediu para que os dois ficassem por ali e aprendessem um pouco com um modelo mais experiente. O tal Jackson o julgava com os olhos, depois dava de ombros e olhava para mim, dando uma piscadela. Parecia que eu havia pedido para que ele avaliasse um rival. Me senti como se quisesse pular de um prédio.

Já Mark era mais quieto. Na verdade nem parecia que estava ali.

- Próxima roupa. - Abaixei a câmera e me sentei na frente do monitor ao lado. Todas as fotos estavam perfeitas.

Mais mérito dele do que meu. Admitir isto era amargo.

- Com licença, acabou o ensaio?

Uma recordação me acertou em cheio. "Com licença, acabou o ensaio?" Quantas vezes eu já não ouvi isso antes? A voz tímida, o corpo gigante espiando pela porta do estúdio como uma criança curiosa. Um sorriso alegre no rosto e, nas mãos, sempre um almoço reforçado com um milkshake de chocolate. Era sempre assim. Era sempre o que se seguia no script após esta frase.

Engoli seco e olhei para traz. Lá estava ele; o mesmo sorriso, a mesma timidez...

Mas o milkshake não era de chocolate desta vez.

- Yugyeom!

E o sorriso não era para mim.

Jinyoung correu até o namorado e deu um abraço contido. Pegou o almoço - Que ele sempre comprava no mesmo lugar - e bagunçou seus cabelos em agradecimento. Yugyeom adorava este gesto. Eu sempre me esquecia de fazer.

Desviei o olhar com os olhos marejados. Doía.

- Lisa, vou respirar um ar fresco. Pausa de 10 minutos. - Declarei antes de me levantar e sair do cômodo. Passei por eles, mas estavam ocupados demais para me notar.

Apaixonados demais.

Se eu fumasse, tenho certeza que nestes dois últimos dias eu estaria no décimo maço. Tanto estresse, tantas preocupações. Queria ter alguém para desabafar, mas ninguém parecia confiável o bastante. Para ser mais sincero, ninguém gostava de mim o bastante. A última que realmente parecia gostar eu fiz questão de afastar e agora me quer bem longe. O problema era eu, afinal.

Sentei no banco de madeira do lado de fora do edifício e me inclinei para traz, fechando os olhos. Queria ficar zen. Fiquei assim até sentir algo gelado tocar e escorrer pela minha bochecha.

Podia jurar que seria o universo zombando de mim com fezes de pombo, mas era Jackson pressionando uma bebida gelada na minha bochecha.

Ele parecia legal com a luz do sol batendo em suas costas, um astro do rock ou coisa parecida.

- Pega, você precisa mais do que eu.

Segurei a bebida. Era a mesma embalagem de antigamente. A mesma loja de onde Yugyeom costuma comprar para agradar. Ter uma dessas em mãos...

- Obrigado, cara. - Sorri o mais verdadeiramente possível. Ele retribuiu e continuou seu caminho com mais duas bebidas em mãos.

Ao menos eu teria a lembrança do gosto. Ao menos isso...

Bebi um gole e algo estranho atacou o meu paladar. Era sem gosto, sem espuma, sem chocolate. Liquido demais. A careta que fiz foi inevitável.

- Ei! Jackson! Que droga é essa?! - Gritei para antes que eu o perdesse de vista.

Ele se virou e sorriu. O sorriso dele era... diferente. Radiante, eu diria.

- Chá orgânico! Bom, não é?

Não... não era.

Mas eu tomei mesmo assim.



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