A porta do galpão abriu-se repentinamente, e um garoto comum gorro vermelho com pompom entrou.
- Oi, Peridot! Oi, Lápis! Meu pai e as gems foram comprar a ceia e me deixaram aqui mais cedo. - Sorriu Steven - Então, quem está pronto pra organizar a árvore? .
Peridot estalou os dedos no ar, como se lembrasse de algo, e saiu correndo. Voltou com uma caixa de papelão pesada nos braços. Bolinhas coloridas caíram no chão enquanto ela caminhava.
- Aqui tem aqueles enfeites que você deixou com a gente ontem, e as luzinhas estão na caixinha bem ali, e a estrela, unh... - coçou o queixo. - Steven, teria problema se eu recortasse sua camiseta?
Lapis Lazuli pausou o DVD que estava assistindo e virou-se para eles.
- Me desculpa, o que é que vocês estão planejando?
- O Steven não te falou? - Peridot pulou em seu lugar, entusiasmada - É o Natal, Lápis!
Lápis franziu a sobrancelha.
- Natal é um feriado que a gente se reúne pra celebrar a alegria e o amor, com quem é importante pra gente. - explicou Steven, desembrulhando as luzinhas. - e a gente decora um pinheiro e coloca presentes de baixo dele.
- Então é igual ao dia de Ação de Graças, aniversários e todos aquelas outras coisas que acontecem quase mensalmente?
- Não é tudo igual, Lápis. – Respondeu o garoto. – No Natal, a gente comemora o nascimento de Jesus, meio que salvou o mundo e...
- Ele era como uma Diamond de vocês? – Interrompeu Lápis. – Tipo, um líder supremo da Terra?
- Na verdade, ele marcou a história guiando as pessoas para...
- Então ele comandou alguma grande revolução? – Peridot parecia mais interessada. – Com espadas e matando os inimigos que maltratavam o povo?
- Ele não matava ninguém. – Steven sentou-se. – Ele tentava mudar as pessoas com boas ações e convencia-as a também fazerem o bem. E acreditava em segundas chances. É por isso que a gente comemora o Natal, sendo ou não religiosos.
- Parece um pouco o que você tenta fazer, Steven. – Lápis disse.
Um momento de silêncio se seguiu. Subitamente Peridot saiu correndo até o pinheiro, para estragar todo o clima.
- E eu vou decorar minha árvore melhor que você, Lápis! - Peridot sorriu desafiadoramente.
- Peri, o Natal não é sobre competir. - Steven levantou-se e entregou uma bolinha à ela - É sobre compartilhar.
- Unh, entendi... - Peridot refletiu. - Isso quer dizer que nós três juntos vamos fazer um pinheiro melhor que a Pearl, a Amethist e a Garnet!
- Não foi isso que eu quis dizer. - Steven riu, enrolando as luzinhas na árvore. Depois, se virou para Lazuli. - Então, quer nos ajudar, Lápis?
Ela não respondeu, só encarou a árvore como se não soubesse o que fazer.
- É simples - disse Steven. - você pega uma bolinha, assim, e aí pendura num dos galhos do pinheiro. - ele demostrou.
Peridot entregou uma bola à Lápis. Ela colocou-a na árvore sem muito entusiasmo.
- É isso? – Ela perguntou. Steven acenou positivamente. - E pra que serve?
O garoto ficou em silêncio por alguns segundos.
- Anh... Acho que só pra enfeitar mesmo.
- Entendi. - Lápis sorriu com o canto da boca, algo um tanto inesperado.
Ela se dirigiu até um aquário num canto do galpão, e ergueu as mãos. A água flutuou em esferas perfeitas até a árvore, e cada bolinha pendurou-se num galho.
- Woooow - Peridot ficou de queijo caído.
- Anh... Como a gente vai ligar as luzinhas agora? - Steven olhou dos pisca-piscas para a tomada, ainda desligada, como se previsse um incêndio.
Peridot agitou-o pelos ombros.
- Danem-se as luzinhas, nós temos bolinhas d’água, Steven!
Ela ajoelhou-se ao lado do pinheiro e ficou encarando uma bola em que um peixinho dourado nadava de um lado para o outro. Atravessou o dedo lentamente como se fosse a coisa mais interessante do mundo.
- Como você faz essas coisas legais, Lápis? – Ficou observando o peixinho contornar seu dedo verde. Ela tentou agarrá-lo em vão. – Eu nunca iria conseguir fazer algo tão legal com metal. – Ela balançou a mão por outra bolinha, tentando desfazê-la, mas a água voltou à posição original. – Porque os meus poderes não são tão legais quanto os seus? – Ela se virou para Lápis. – Você até voa!
Lápis abriu a boca para responder alguma coisa, mas foi interrompida por alguém batendo à porta.
- Ho, ho, ho – Alguém de roupa vermelha entrou. – Feliz Natal!
Pearl estava com um gorro natalino e botas grandes de mais, além de um grande saco de presentes nas costas. Ela tinha colocado enchimento na barriga, o que a tirava do patamar “extremamente magra” para apenas “magra demais”. A intenção era boa, mas ainda assim, parecia uma cena estranhamente clássica do Tim Burton.
- Eu trouxe present...
- Ahhhh! – Lápis se encolheu num canto. – Por favor, não me machuque, eu sou muito nova pra morrer!
Pearl se virou para Garnet, que entrava carregando Garnet, pratos e a comida, que eles tinham preparado em casa.
- Não tá tão ruim assim, não é? – Ela perguntou emburrada.
Garnet só assentiu com a cabeça. Peridot se ajoelhou do lado de Lápis.
- Não precisa ter medo é só a Pearl... Eu acho.
- Pearl Noel, você quis dizer. – Respondeu Pearl. Noel.
- Isso é algum tipo de fusão com um Steven-Melancia e um pote de tinta vermelha...? – Lápis estranhou.
- O Papai Noel é uma tradição natalina - Pearl projetou uma imagem natalina de um velho num treno voador, para exemplificar. – É um velhinho bondoso que traz presentes para as crianças na noite de Natal. Menos para as mal comportadas. – Ela olhou descaradamente para Amethyst, que comia alguma coisa com as mãos.
- Ei! – Amethyst cruzou os braços, deixando farelos caírem no chão enquanto falava. – Você prometeu que iria me dar um presente dessa vez, sua...
- Só se você não devorar a sobremesa inteira sozinha.
- Mas você nem come pavê! – Argumentou Amy, a criança mal-criada.
- Alguém falou em pavê? -Greg, que colocava os talheres na mesa, se virou.
Todos reviraram os olhos.
- Nós já conhecemos essa piadinha estúpida, Sr.Universe. – Bufou Pealr. – Bom, acho que é hora de preparar a ceia e... – Ela olhou com desgosto para a mesa. – Que é uma forma delicada de falar comida. – Sussurrou. – Erg.
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