Seus quadris mexiam no ritmo da música, seus cabelos balançavam e as luzes em seu corpo faziam-na parecer ainda mais surreal para mim. Seus olhos, tão belos, permaneciam fixados em alguém do outro lado da boate, imploravam por alguma atenção.
Ah, mal sabia ela que eu a admirava há tanto tempo quanto ela o conhecia. Porque não me olhava? Porque não me dirigia seus sorrisos e me dedicava aquela dança que, à tanto me instigara?
Ela parecia determinada a ser notada, ao menos por alguns meros segundos. Eu não a entendia, não o poderia, aliás. Aquela mulher no meio do salão conquistava olhares por onde quer que passasse, mas eu via, sabia que sua presa de hoje à noite, seria aquele homem no bar. Ela usava uma saia preta que delineava suas curvas, um corpete fazia apenas ressaltar seus seios e sua cintura definida. Em seus pés, saltos a deixavam ainda mais imponente e em seus lábios o batom tinha uma cor que a representava muito bem. O vermelho. Ah, o vermelho, ela o vestia, o embebia e fascinava-me.
Ela já finalizava sua dança - eu sabia que não iria desistir, ela nunca o fazia -, quando seus olhos desviaram-se de seu objetivo e observou as pessoas à sua volta até que, instantaneamente, eles capturaram os meus. Intensamente. Inegavelmente.
E, então, ela sorriu.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.