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História Fênix - Hyung...


Escrita por: FALLTOMITAM

Notas do Autor


Mais um cap :)

Capítulo 2 - Hyung...


Quinta-feira. Seus pais haviam saído para um jantar de negócios, então em casa restavam apenas Jeongguk e seu meio-irmão, Yoongi. Os dois nunca tiverem um bom relacionamento como irmãos, mas isso era por conta de Yoongi que detestava ter o mais novo por perto. Jeongguk sempre tentou ser amigo de seu irmão, porém o mais velho nunca o deixava se aproximar, então ao entrar em sua adolescência o garoto desistiu de tentar se aproximar do meio-irmão, mas isso não significava que havia parado de se importar com o mesmo.

- Aonde você vai? – Jeongguk pergunta com um pote de cereal vazio em mãos. Yoongi havia acabado de finalizar uma chamada no celular quando o mais novo chegou no pé da escada. “Ok, te encontro lá” foi tudo que conseguiu ouvir enquanto descia.

- Não te interessa. – responde ríspido, senta-se no chão e puxa seu par de All-Star preto começando a vesti-los.

- Hyung, se você vai sair para usar aquelas porcarias de novo, eu vou... – o garoto para de falar por um segundo. O que ele faria? Ligaria para seus pais que estão em um jantar importante e, consequentemente, eles perderiam a chance de fechar um bom negócio por causa do filho drogado? Não, não parecia o certo a se fazer. Não era capaz de, possivelmente, arruinar a carreira dos pais.

- Você vai o quê? Hm?! – gritou. Jeongguk ficou quieto, não sabia o que dizer ou o que fazer. – Isso mesmo, nada! E sabe por que você não vai fazer nada? – desta vez Yoongi sorriu; levantou-se do chão e se aproximou do irmão mais novo. – É porque você é um bostinha. – apontou o dedo no rosto do moreno. – Fraco! – Yoongi grita desta vez no ouvido do garoto à sua frente, que com a mistura de raiva e – diria que – medo, seus olhos se enchem de lágrimas contra sua vontade.

Jeongguk odiava ser chorão, isso era um fato.

- O que foi? Vai chorar bebê? – seu tom sai debochado e junto dele um bico em seus lábios, que logo é desfeito por conta de uma gargalhada que veio em seguida. Louco. Era o que Min Yoongi era, ou pelo menos, era o que ele demonstrava ser. – Já não basta ser veado, tem que ser um bebê chorão também. – o loiro negou com a cabeça e enquanto mantém um sorriso debochado moldando seus lábios.

- Não me chama assim! – Jeongguk gritou. Yoongi o encarou surpreso.

- Uou! Olha só como é nervosa! – põe a mão no peito.

- Idiota! – Jeongguk grita novamente e avança para cima do irmão, dando-lhe um soco no peito. Pronto para acertar outro soco, seu pulso foi segurado com força e as lágrimas foram soltas de seus olhos, escorrendo por suas bochechas. Jeongguk fechou os olhos com força, precisava se acalmar.

- Ótimo, vou ter que correr. Estou atrasado. – Yoongi solta o braço do irmão e caminha em direção da porta, a qual ele abre e fecha logo depois de passar por ela.

Jeongguk abre os olhos, vendo a casa agora vazia. Seus batimentos cardíacos ainda estavam rápidos, ainda chorava e dessa vez seu peito se aperta. Dificuldade na respiração. Droga. Estava prestes a ter uma de suas crises de asma. Tateou os bolsos de sua calça jeans a procura de seu inalador, e assim que a achou, tirou com pressa a proteção da mesma e logo a apertou. Esperou alguns segundos até que sua respiração voltasse ao normal. Foi para a cozinha e deixou o pote que ainda segurava em mãos na pia, com a discussão que teve com Yoongi até havia esquecido o propósito de ter saído de seu quarto.

Voltou para o seu quarto para pegar seu celular e carteira junto da sua cópia da chave de casa. Jeongguk não deixaria aquela situação daquele jeito, não desta vez. Iria atrás de Yoongi e mostraria que de fraco ele não tem nada. Yoongi não tinha carro, então ou pegou um ônibus ou foi andando até o lugar qual combinou com seus amigos. Jeongguk saiu de casa.

Não sabia para qual lado ir. Isso era um problema.

Pensou por alguns segundos, correu primeiro para o lado direito. Lá tinha um ponto de ônibus. Ao chegar lá, havia apenas uma pessoa. Agradeceu por isso.

- Com licença, por acaso a senhora viu um garoto mais ou menos do meu tamanho de cabelo loiro que vestia um casaco com estampa do exército? – Jeongguk indagou de uma vez. A mulher que segurava sua bolsa com as duas mãos embaixo do braço – provavelmente por conta do medo de ser assaltada ou algo pior acontecer a mesma – negou com a cabeça. – Ok, obrigado! – curvou-se brevemente e voltou a correr para onde veio.

Parou de correr ao ver que o sinal para pedestre estava vermelho. Eles moravam no centro da cidade, que tinha como consequência, muitas avenidas. Jeongguk estava com pressa, não sabia direito para onde ir. Olhou em volta a procura do loiro, mas não o avistou. O sinal para os pedestres ficou verde, então o garoto pôs-se a correr novamente.

Estava prestes a desistir de sua busca e voltar para casa, mas – finalmente – Jeongguk avistou de longe o enorme casaco de estampa de exército, era Yoongi. O loiro estava em uma rodinha, contando consigo dava no total de quatro homens. Jeongguk colocou o capuz do moletom que usava por cima da cabeça enquanto seguia o irmão e os amigos do mesmo, mantendo uma certa distância, claro.

Os garotos que estavam junto do loiro, e o próprio, caminharam por mais alguns quarteirões, parando somente em uma rua que estaria totalmente vazia e silenciosa se não fosse pelos cinco garotos ali. Jeongguk definitivamente não conhecia aquele bairro.

O garoto de cabelos negros escondeu-se atrás de uma lata de lixo quando o grupo que seguia entrou em um beco qualquer.

- Vocês estão atrasados. – uma voz masculina foi ouvida.

- Advinha de quem foi a culpa. – uma voz mais grossa que a outra, disse.

- Suga, de novo?

- Tive um imprevisto que me atrasou um pouco, mas estou aqui, não estou? – Jeongguk ouviu a voz de Yoongi e não entendeu o porquê de chamarem seu irmão de Suga. O mais novo espionava o grupo com cuidado.

- Na próxima passo a farinha pra outro pelo dobro do preço. – a primeira voz masculina foi ouvida novamente.

- Passa o caralho, te pago em dia. – Yoongi se pronunciou nervoso. Ele precisava muito daquilo.

Jeongguk parou de espionar os garotos, precisava pensar no que fazer agora. Ligaria para a polícia e todo mundo seria preso? Levantaria e tentaria argumentar algo ou apenas voltaria para casa como um derrotado?

Seus olhos que fecharam por alguns segundos, abriram-se espantados no instante em que um miado de gato fora ouvido. Assustou-se ainda mais quando avistou um gato próximo de seus pés.

Mas de onde caralhas que esse gato saiu?

Jeongguk sentia pavor de gatos, não havia trauma algum vindo de sua infância relacionado à gatos, apenas sentia um medo demasiado de sentir aquelas garras rasgando sua pele.

- Tem alguém aí? – uma voz que ainda não havia sido ouvida, perguntou com tom de desconfiança na voz.

Jeongguk olhou desesperado para o gato branco em sua frente. Merda! Levou seu dedo indicador a frente de sua boca, fazendo sinal de silêncio para o gato como se o mesmo fosse entender o que o garoto queria com aquele gesto. Puxou seus pés para junto do corpo, mas o gato – desgraçado – miou alto e veio pra cima do garoto que caiu para o lado.

- Olha só o que temos aqui! – o dono da voz grossa exclamou junto da de Yoongi que com um grito, perguntou:

- Mas que porra você está fazendo aqui?!

O suposto amigo de Yoongi que estava mais próximo da lata de lixo, abaixou-se na altura de Jeongguk e puxou seus fios de cabelos negros para levantar a sua cabeça.

- O que fazemos com ele, chefe? – o que segurava Jeongguk pelos cabelos perguntou. Mais dois garotos, um mais baixo e outro de boné preto, caminharam até Jeongguk e o levantaram pelo braço. Sem delicadeza alguma, causando dores no mais novo.

- Da onde você o conhece, Suga? – a primeira voz foi ouvida e um homem de touca e com um sobretudo preto se aproximou. Ele deve ser o chefe, concluiu Jeongguk. O garoto olhou para o irmão que estava de braços cruzados na frente do peito, nada respondeu. – Anda caralho, me responda!

- É meu irmão. – passou as duas mãos sobre o cabelo bufando. Esse pirralho me paga!

Jeongguk se remexeu tentando soltar-se, porém não conseguia nada além das mãos serem apertadas com mais força sobre seus braços. O tal do chefe se aproximou ainda mais do mais novo e com uma de suas mãos, segurou o rosto alheio com força.

- Sério? Vocês não se parecem nem um pouco. – Jeongguk chutou a perna do homem com força. – Filho da puta! – seu rosto foi solto e um soco foi desferido em seu estomago.

- Hyung... – sua voz saiu arrastada por conta da dor aguda que sentia.

- Acho que alguém está querendo ajuda. – todos menos Yoongi e Jeongguk deram risada. – Brincadeiras a parte. – o chefe falou mexendo com as mãos em sinal para todos ficarem quietos. Virou-se para o único loiro dali e apontou o dedo para o mesmo. – Acho bom você manter o pirralho de boca fechada, porque se ele ferrar com meus esquemas, eu ferro com você! – sua voz soou totalmente autoritária. – Recado dado! Deem um jeito nele para garantir que dessa boca não saia nada.

- Pode deixar chefe! – um deles disse e se aproximou sorrindo.

- E a porra da minha farinha? – Yoongi exclamou serrando os punhos. O homem estava indo embora com seu motivo de estar ali.

- Semana que vem, no dobro do preço e vê se não traz o pirralho. Ele está grandinho demais pra ter babá. – o homem piscou e seguiu seu caminho para longe dali.

Um sentimento que defina Min Yoongi no momento? Raiva. Pura raiva era o que sentia. Além de ter que ficar uma semana sem alimentar seu vício, teria que pagar em dobro.

Rapidamente ele se aproximou do irmão mais novo – que ainda estava sendo segurado pelos braços – disferindo um soco forte em seu rosto.

- Você me paga, seu merda do caralho! – rosnou disferindo mais e mais socos. Detalhe: não era apenas de Yoongi que batia nele, o mesmo homem, que minutos antes agarrara seu cabelo, também o agredia.

Houve um momento em que o corpo do mais novo estava jogado no chão, sendo chutado. Sentia dores de intensidades diversas e em locais diferentes. Seus olhos estavam fechados, ele não conseguia abri-los. Olhar para as pessoas que o machucavam não era uma boa ideia, e para deixar tudo pior, ver que seu irmão está ali no meio, apoiando e ajudando a machuca-lo doía ainda mais.

Yoongi é seu irmão mais velho, ele deve protegê-lo e não machucá-lo. Os poucos minutos de agressão – que pareceram horas – finalmente acabaram. Abriu os olhos que estavam fechados até então, e tentou levantar-se, mas até levantar seus braços estava difícil. Ficou ali, deitado, até que sentiu uma mão segurar seu pulso e junto dela veio uma enorme dor no peito e tosse. Puxou sua mão rapidamente começando a batê-la em seu peito que doía demais por conta da escassez de ar. Precisava de seu inalador, mas com sua mão esquerda não conseguia encontra-lo em seu bolso da calça. O rosto do garoto que estava ao seu lado, segurando suas bochechas, começara a ficar embaçado e cada vez mais escuro.

- Ei! – a voz pronunciou dando leves tapas na bochecha de Jeongguk. – O que você tem? – fora as últimas palavras que o mais novo ouviu antes de sua visão apagar por completo. Neste momento se arrependera profundamente de ter vindo atrás do irmão. Viria um desmaio e caso não fosse medicado, viria a falecer. Tão jovem e cheio de sonhos a serem cumpridos se perderiam junto de sua vida.



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