Cena 01 – Torre, Quarto, Noite.
Elizabeth senta-se numa cadeira diante de um espelho e começa a pentear os seus cabelos, ela escuta um barulho vindo do lado de fora e corre para abrir a janela, sorri ao ver Charles.
– Charles? Estás louco? O que veio fazer aqui? - Perguntou ela. - Alguém pode te ver!
– Eu não podia dormir sem ao menos te ver meu amor! - Respondeu ele com romance na voz.
– Pois é melhor dormir sem me ver do que me ver e morrer! - Disse ela com receio.
Eles se olham apaixonados.
– Eu te amo, minha Elizabeth! - Se declarou.
– Eu também te amo e sofro por não poder estar agora ao teu lado! - Disse agora com uma voz mais triste.
– Foge comigo! - Disse Charles.
Elizabeth dá um susto em Charles que estava pensativo.
– EU ME RECUSO! - Disse ela parecendo decidida.
– Elizabeth, eu estava a pensar! - Continuou Charles.
– Pois pense depois, só digo uma coisa, Charles. Eu vou lançar o meu livro e ninguém vai me impedir! - Afirmou ela.
Ele se aproxima dela.
– Você pode lançar o livro em outro momento, fazer uma novela baseada na sua história seria uma grande chance! - Disse Charles com entusiasmo.
– A novela seria um SPOILER fatal e meu livro não venderia nada! Eu me recuso, eu me recuso! - Recusou a proposta do marido.
Elizabeth acende um cigarro e observa à janela, ele senta-se na cama e ela vira pra ele olhando em seus olhos.
– E ai? - Perguntou Charles.
– Sua mala já está pronta? - Ela fez outra pergunta.
– Eu sabia! - Charles sorri
– Espero não me arrepender, eu espero estar fazendo a escolha certa! - Disse Elizabeth agora decidida.
Cena 02 – Cidade de Urucubaca, Praça, Dia.
Delegada Mangabeira estaciona sua viatura na praça da igreja, um grupo de beatas vão em direção à paróquia e de repente aparece o Padre correndo atrás de Paulo.
– Prendam este meliante! - Gritou o Padre um pouco ofegante.
Paulo tropeça, caindo diante da delegada e olha pra Mangabeira de baixo pra cima.
– Mas o que está acontecendo? - Perguntou a Delegada.
– Eu sou inocente! - Afirmou Paulo.
– Este meliante roubou a minha igreja! - Acusou o Padre.
Paulo fita o Padre diante da acusação.
– Está preso! - Delegada decreta a ordem de prisão.
– Eu estava com fome! - Continuou Paulo a se explicar.
Delegada algema Paulo que entra na viatura. Irineu chega de carro e confronta Mangabeira cruzando os próprios braços.
– Mas o que é isso? - Perguntou o Prefeito.
– Isso o que? - Delegada fez outra pergunta.
– A senhora está impedindo a minha passagem e eu exijo que retire a viatura para me dar passagem! - Exigi-o Irineu.
– Quem o senhor pensa que é? - Delegada Mangabeira enfrenta o prefeito.
– Sou o prefeito desta cidade e eu exijo que me dê passagem! - Respondeu Irineu.
A delegada se aproxima e os dois se olham nos olhos.
– Prefeitinho de merda! - Disse ela ao cuspir no chão.
– O que disse? - Perguntou ele ao levantar a sobrancelha.
– Ficou surdo? Pois olhe aqui, não banque o macho pra cima de mim, pode ser prefeito e o ESCAMBAU, mas não me intimido não, me retiro quando eu quiser! - Respondeu a Delegada com seu ar autoritário.
Cena 03 – Mansão de Kate, Banheiro, Dia.
Kate sai do banho e se enrola numa toalha, ela ouve um barulho na janela e corre pra vê, é Augusto, sem perceber que só está de toalha, ela desce as escadas apressada e abre a porta ficando diante do amado.
– Augusto! Eu estou tão feliz em vê-lo! - Disse ela com um brilho especial nos olhos.
– Kate! - Sorriu.
– Faz tempo que chegou? Eu estava morrendo de saudades! - Disse Kate.
– Cheguei agora e fiz questão de vê-la primeiro! - Respondeu ele.
– Meu amor! - Disse com uma voz apaixonada.
Eles se beijam e quando ela se afasta ele percebe que sua amada está de toalha.
– Você está nua! - Disse Augusto surpreso.
Kate olha e percebe que está de toalha, enquanto Dona Eulália observa do outro lado da rua.
– Quanta pouca vergonha! - Reclamou à senhora.
– Ai meu deus! Eu estava no banho, preciso por uma roupa. - Ela recua desesperada para a porta, mas Augusto a impede pegando em seu braço.
– Espera! - Pediu com uma voz suave. Ela vira olhando direto para os olhos dele.
– O que? - Perguntou ela olhando diretamente em seus olhos.
– Quer casar comigo? - Pediu ele.
– Espera... Eu ouvi direito? - Respondeu ela com outra pergunta.
– Eu passei dois meses longe de você e não quero passar mais um dia longe, tu casa comigo? - Augusto perguntou novamente.
– Mas é claro que eu caso! - Respondeu Kate. Eles então se beijam apaixonados.
Cena 04 – Delegacia, Sala, Dia.
A Delegada entra junto com o preso que acabara de algemar em praça pública.
– Mas que prefeitinho petulante, mas comigo ele come farinha! - Resmungou ela sem dar atenção ao meliante.
Ela bebe um pouco de água e senta-se em sua cadeira.
– Eu vou ficar preso? -Perguntou Paulo.
– Pois trate de se sentar que eu quero um esclarecimento! - Disse Mangabeira.
– Eu estava com fome e quando entrei na igreja... - Tentou explicar o rapaz.
Um menino entra correndo na delegacia e entrega um bilhete a delegada.
– Não acredito, o meu filho voltou! Ai, meu deus! - Disse emocionada ao ler o bilhete.
Ela se levanta e pega a bolsa, então, lembra-se do preso e volta.
– E eu? - Perguntou o acusado.
– Vai passar a noite no xilindró! - Respondeu Mangabeira com um ar sério.
Cena 05 – Mansão de Kate, Sala, Dia.
Joana entra e serve chá para Kate e Odete
– Ele te pediu em casamento? - Perguntou Odete com entusiasmo na voz.
– Com todas as letras, eu não estou acreditando, sou a mulher mais feliz desse mundo! - Disse Kate com um longo sorriso.
Joana volta pra cozinha após ouvir a conversa e encontra Pedro.
– Que tu “TA” fazendo aqui Pedro? - Perguntou a empregada.
– Consegui, consegui nossa casinha! - Disse o rapaz emocionado.
– Que tu disse? - Continuou fazendo perguntas.
– É isso mesmo minha flor, nós já podemos nos juntar e viver junto! - Disse Pedro.
– Surtei de emoção agora! - Afirmou Joana completamente feliz.
– Pega suas coisas, arruma tua trouxa e vamos! - Disse Pedro.
– Calma meu amor, eu tenho que falar com Dona Clarita, eu tenho que falar tudo o que eu penso pra jararaca da perna fina, esse prazer eu ei de ter, vou esfregar a bucha na cara dela! - Afirmou Joana.
– Eu espero! - Disse Pedro e eles se beijam.
Cena 06 – Casa de Mangabeira, Sala, Noite.
Mangabeira está sentada na cadeira da mesa e janta com seu filho Augusto.
– Como foi à viagem meu filho? - Perguntou ela ao filho.
– Um pouco cansativa pra não dizer muito! - Respondeu Augusto que mordia uma maçã.
– Agora eu tenho um filho doutor, estou muito feliz! Urucubaca precisava de um médico, o prefeitinho de quinta não mexe uma palha quando o assunto é a saúde do povo! - Afirmou a Delegada.
– Se depender de mim, esse povo não vai mais sofrer como antes! - Disse Augusto.
Delegada sorri orgulhosa ao olhar para o filho.
– Estou muito orgulhosa de você, meu filho! Eu soube que visitaste a Kate? - Perguntou.
– Eu pedi a Kate em casamento! - Ele contou.
Cena 07 – Casa do Prefeito, Sala, Noite.
Heleninha entra usando uma bata preta e Irineu lhe surpreende.
– Posso saber onde a senhorita estava? - Perguntou o Prefeito desconfiado.
– Meu marido? - Ela disse surpresa.
– Não enrole e diga logo! - Continuou o Prefeito.
Ela tira o escapulário do bolso e segura com força.
– Eu fui rezar meu amor, fui rezar pela alma de nosso menino morto! - Explicou a Primeira-Dama.
– TU FOI REZAR? - Perguntou Irineu.
– Eu rezo todos os dias pelo nosso menino! - Disse Heleninha agora com uma voz triste.
Ele abraça a esposa já emocionada.
– Não chore! - Disse o Prefeito tentando confortá-la.
- Ele voltou, ele voltou! - Pensava Heleninha sem dar atenção ao marido.
Cena 08 – Urucubaca, Cachoeira, Dia.
Kate espera sorridente pelo amado numa pedra diante da cachoeira. Augusto chega por trás e venda os olhos dela com suas mãos.
– Um beijo se adivinhar! - Disse o rapaz ao chegar.
Kate abre um imenso sorriso.
– Augusto, o homem que amo! - Responde ela.
Ele tira as mãos e ela vira o rosto pra que ele a beije, depois de muito tempo eles se desgrudam.
– Eu disse que voltaria pra você! - Disse Augusto olhando em seus olhos.
– Eu sofri, eu sofri muito com a tua ausência e chorei por diversas noites pensando que nunca mais iria vê-lo novamente! - Disse Kate parecendo triste com seus momentos sem o amado.
– Você acha mesmo que deixaria escapar o amor da minha vida? - Perguntou Augusto.
– Não! - Respondeu ela.
Eles se beijam.
Cena 09 – Igreja, Altar, Dia.
Augusto entra na igreja e vai em direção a uma mulher de preto, ela vira pra ele revelando seu rosto.
– Pensei que tu não vinhas mais! - Respondeu a mulher que revelou ser a primeira-dama Heleninha.
– Eu estou aqui, não estou? - Respondeu Augusto com outra pergunta.
Ela toca o rosto dele.
– Não sabe como eu sofri por todo esse tempo! - Disse Heleninha.
– Você está bem? - Perguntou Augusto.
– Agora que você está aqui, eu estou bem, não vai me beijar? - Perguntou a mulher.
Cena 10 – Estrada, dia.
Um carro vem de longe, ao se aproximar, percebemos Charles dirigindo enquanto Elizabeth lê um livro, ela tira o chapéu que cai no banco de trás e se espreguiça.
– Vai demorar muito? - Perguntou a escritora ao olhar para o marido.
– Já começou a perguntar, ainda faltam uns 60 km! 120! Enganei-me! Já esta cansada? Não acredito! - Respondeu Charles que olha pra ela e ri.
– Eu quero tomar um banho, eu estou com fome, com sono, com tédio principalmente e você ainda diz que faltam 120 km! Eu me recuso! - Reclamou Elizabeth.
– Calma meu amor, estamos chegando, falta pouco, breve vamos gravar a nossa novela... - Disse Charles tentando animar a esposa.
– Não me fale sobre essa novela, ainda vamos discutir muito sobre esse assunto, estamos indo para essa cidadezinha porque perdemos a nossa casa! - Continuou Elizabeth revelando sua chateação.
– Devia ficar contente que herdou uma casa, Urucubaca, vamos lá! - Disse Charles parecendo animado.
Ouve-se um barulho, o carro quebra no meio da estrada.
– Meu deus! E agora o que será que foi isso? - Perguntou Elizabeth preocupada.
– Droga! - Resmungou o diretor.
Charles sai do carro e vê a fumaça saindo da traseira do carro.
– É alguma coisa grave? - Perguntou Elizabeth ao colocar a cabeça pra fora.
– Nada demais! SÓ ACHO QUE FERROU TUDO! A LATA VELHA JÁ ERA! - Disse Charles descontente.
Elizabeth sai do carro.
– O que? Quer dizer que estamos perdidos aqui?... No meio do mato! Eu me recuso a ficar no meio do mato! - Disse Elizabeth desesperada.
Um carro se aproxima e Charles faz sinal.
– Ajuda! Ajuda! - Disse Charles desesperado.
Clarita vê os dois fazendo sinal, mas ela não para o carro e passa direto.
– Por mim vocês morrem nessa estrada vítima de algum animal! - Disse Clarita com um sorriso maldoso.
– Eu me recuso a acreditar que passaremos o resto do dia nessa estrada! - Elizabeth continuou a reclamar.
– Agora é esperar por alguém que nos ajude! - Disse Charles esperançoso.
Charles olha pra trás e vê o carro voltando, ele sorri. Elizabeth vibra. Clarita desce do carro e vai até eles.
– Precisam de ajuda? - Perguntou Clarita exibindo um grande sorriso.
Continua...
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.