Cena 01 - Casa do Prefeito - Noite.
Lucas abriu a porta e deixou Dona Eulália entrar. A mulher parecia ter uma notícia bombástica e estava a ponto de enfartar. Ela seguiu com o rapaz até o encontro de Irineu.
- Tenho uma notícia desagradável a dar! - Disse a dona.
- Mais uma? Fale logo! - Pediu Irineu já preocupado.
- MELHOR O SENHOR SE SENTAR! - Pediu Dona Eulália. - O BABADO É FORTE! VERY STRONGER!
- Dona Eulália, não precisa bancar a americana! - Pediu Irineu.
- O assunto é sério, seu prefeito! - Disse Dona Eulália com cautela.
- Pois diga logo mulher! - Disse Irineu já impaciente.
- SUA ESPOSA MORREU! - Contou a dona rapidamente.
- O QUE? - Questionou o prefeito assustado.
- Um animal atacou a coitadinha na noite de ontem! - Contou com um pouco de delicadeza. - Do mesmo jeito que o Pedro morreu! Ave Maria! - Complementou fazendo o sinal da cruz com suas mãos.
Após ouvir a notícia, o prefeito Irineu desmaiou assustando a mulher e o filho.
- PAI! - Gritou Lucas correndo para socorrer o prefeito.
- Seu prefeito! - Chamou Dona Eulália batendo de leve no rosto do homem.
Cena 02 - Mansão de Kate - Dia.
Odete subiu as escadas chegando ao corredor que dava acesso ao quarto de sua amiga, encontrou Clarita saindo de lá.
- Disse que não iria sair da cama! - Comentou Clarita para Odete.
Odete entrou no quarto de Kate e a encontrou por baixo do lençol.
- Kate, o que é isso? - Questionou Odete sobre a atitude da amiga.
- Eu não estou com vontade. Quero ficar sozinha! - Pediu Kate.
- Quem manda se envolver com gente que não tem caráter! - Disse Clarita entrando no quarto. - Eu te avisei, eu tentei te avisar! Augusto não era confiável!
- CHEGAAAAAAAAAAAAA! - Gritou Kate com sua tia.
- Ta bom! - Respondeu Clarita.
- Posso ficar com a Odete, sozinha? - Pediu Kate.
- Saiba que estou do seu lado. Não vou mais abrir a boca pra tocar neste assunto! - Respondeu Clarita se retirando.
- Ai amiga, estou completamente sem chão! - Disse Kate triste.
- Nunca imaginei que o Augusto seria capaz de fazer isso, estou chocada! - Respondeu Odete ao sentar na cama.
Cena 03 - Casa de Mangabeira - Quarto de Augusto - Dia.
Delegada Mangabeira entra no quarto do filho e encontra Augusto arrumando as malas.
- Vai me dizer o que é isso? - Questionou ela com a mão no peito.
- Mãe, eu não posso mais ficar aqui depois de tudo o que aconteceu! - Respondeu Augusto fechando a mala.
- Então vai fugir? Vai sair dessa história covardemente? - Perguntou Mangabeira.
- O que posso fazer? - Questionou o rapaz olhando nos olhos de sua mãe.
- Eu não vou me meter nesse assunto, claro, não vou opinar em nada. O problema é todo seu, mas não foi certo o que você fez.
- Eu sei, mas aconteceu! - Disse Augusto com uma voz rouca.
- Eu quero o seu bem, meu filho! Vou estar do seu lado para o que der e vier. Só não acho que fugir será uma boa forma de consertar o erro! - Disse Mangabeira tentando ajuda-lo.
- Não posso consertar nada, não posso voltar no tempo e fazer tudo certo. Eu não posso mais ficar aqui e ir embora é a melhor coisa que eu tenha a fazer. - Disse Augusto abraçando a mãe.
Cena 04 - Delegacia - Tarde.
Joana entra na delegacia silenciosamente e ouve o final da conversa da delegada com outra pessoa.
-... Completamente chocada com essa nova morte, temos que achar esse animal! - Disse Mangabeira preocupada.
- OI! - Disse Joana assustada.
- Oi, Joana! Algum problema? - Questionou Mangabeira.
- Eu sei que o assunto não é do meu interesse, mas o Pedro... - Joana tentou falar.
- Eu entendo. Sente-se! - Pediu a delegada.
- Eu queria saber se a senhora tem algum plano para pegar esse animal antes que ele faça uma nova vítima!? - Questionou Joana.
- O problema é saber que animal faz uma coisa dessas, temos tantas possibilidades! - Respondeu Mangabeira.
- UM LOBO! - Afirmou Joana.
- Eu vou encontrar esse bicho e quando eu conseguir exterminar, eu vou me sentir vencida. Só de pensar que essa criatura está solta por aí, podendo atacar a qualquer momento... - Disse a delegada preocupada.
- Cruzes! - Joana fez o desenho da cruz com suas mãos e beijou o crucifixo que carrega em seu pescoço.
Cena 05 - Casarão - Tarde.
Elizabeth fica olhando pela janela e a menina Jacira lhe observa.
- Eu me recuso a acreditar que o Charles ainda não chegou, daqui a pouco anoitece, vai ele é atacado! - Comentou Elizabeth preocupada, ela usava suas mãos para se refrescar do calor que fazia.
- Atacado? - Questionou Jacira sem entender.
- Sim, soube que uma mulher foi morta por um animal ontem à noite, Deus me livre! - Respondeu Elizabeth que arregalara os olhos de medo.
- FLORESTA MUITO PERIGO! - Afirmou Jacira cautelosamente.
- Eu odeio morar no meio do mato! - Completou Elizabeth.
- Mato tem cobra, perigo, perigo, mata tem animal perigoso! - Disse Jacira agora andando de um jeito estranho e assustando Elizabeth.
Cena 06 - Cemitério - Tarde.
O caixão de Heleninha é enterrado. Há umas quatro pessoas no local contando com o padre que acabara de rezar pela alma da falecida.
- Amém! - Disse Padre Manoel jogando água benta por cima do túmulo.
Todos vão embora. Minutos depois vem alguém caminhando em direção à lápide. Close no salto vermelho. É uma mulher, ela tira o óculo e sorri. É Clarita.
- QUANDO EU SOU BOA, EU SOU PÉSSIMA. QUANDO EU SOU MÁ, EU SOU ÓTIMA. - Afirmou Clarita soltando uma gargalhada fúnebre. - Dane-se se o ditado não estiver certo, você foi tão burra Heleninha. Pensou mesmo que eu era sua amiga e ia te ajudar? HAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHHA. Desejo com todo prazer que você arda no inferno! - Ela colocou o óculo de volta e foi embora.
Cena 07 - Mansão de Kate - Jardim - Tarde.
Kate saiu de sua casa e no jardim ficou diante de Augusto.
- O que você ainda quer comigo? - Questionou Kate completamente magoada.
- Eu to indo embora! - Respondeu Augusto.
- Tchau! - Respondeu Kate friamente que dá as costas para o rapaz voltando para dentro de sua casa.
- Espera! - Pediu Augusto enquanto Kate subia as escadas para a porta.
- Esperar o que? Eu não estou entendendo nada! - Disse Kate.
- Não queria ir embora sem antes dizer que te amo! - Disse Augusto.
- QUE AMOR, QUE AMOR LINDO, AGORA EU VOU ENTRAR! - Ignorou Kate segurando o próprio choro.
Augusto se aproxima da amada e a beija. Ela o empurra o mais rápido que pode.
- Eu te amo! - Afirmou Augusto agora em lágrimas.
- Eu tenho nojo de você! - Disse Kate furiosa, ela dá as costas e entra chorando em sua casa.
Cena 08 - Alguns Dias Depois - Doceria - Dia.
Irineu abre a porta do estabelecimento como um cavalheiro e deixa Clarita entrar em sua frente. A mulher não esconde a alegria de estar bem acompanhada.
- Fiquei surpresa pelo convite! - Disse Clarita após se sentar com a ajuda de Irineu que puxou a cadeira.
- Gosto da sua companhia e fazia tempo que não conversávamos! - Respondeu Irineu ao sentar-se a mesa e com uma voz gentil.
- Depois que voltei de viagem, tanta coisa aconteceu! - Disse Clarita sorridente.
- Não me lembre, ainda não esqueci o que aquela... - Irineu ficou um minuto em silêncio.
- Você merece uma mulher que te ame de verdade, que te faça feliz! - Afirmou Clarita pegando na mão do prefeito. - Lamentável o fim da Heleninha, mas no final das contas, ela teve o que merece.
– Não vamos mais falar dessa mulher, já esqueci... Não quero pensar mais nesse atraso de vida! - Pediu Irineu.
- Prometo que nunca mais vou tocar no nome dela! - Afirmou Clarita sorrindo.
Cena 09 - Casarão - Dia.
Elizabeth termina de digitar a última linha do capítulo e levanta sorridente. Jacira vem trazendo uma xícara de café e Charles entra.
- Acabei de vir do estúdio, não é que o prefeito está disposto, parece que esqueceu o fim trágico da esposa, claro que temos que seguir em frente, mas foi muito rápido! - Comentou Charles quase contente se não fosse o incidente.
- O estúdio está pronto? - Questionou Elizabeth surpresa.
- Ainda falta arrumar alguns cenários, os equipamentos chegarão e o povo de Urucubaca vai ter uma surpresa! - Disse Charles fazendo mistério.
- Alguém quer café? - Perguntou Jacira com a bandeja nas mãos.
- Eu aceito! - Respondeu Charles pegando a xícara.
- Eu também tenho uma surpresa! - Disse Elizabeth.
- Ah, é? Qual? - Perguntou Charles após beber um pouco do café.
- TERMINEI DE ESCREVER OS PRIMEIROS DEZ CAPÍTULOS DA NOSSA NOVELA! - Disse Elizabeth com um brilho nos olhos.
- Tu já tens 10 capítulos de Menina do Mato? - Questionou Charles surpreso.
- Eu me recuso a responder novamente! - Respondeu Elizabeth beijando o rosto do marido. Ele então vibra com a notícia.
Cena 10 - Cachoeira - Dia.
Jacira caminha por uma trilha estreita até chegar a uma linda cachoeira. Olha para o céu e sorri naturalmente ao observar um casal de pássaros que voam sem destino. Ela sente um pouco da água colocando um de seus pés, então começa a tirar suas peças de roupa e entra completamente nua nas águas claras daquele lugar.
- ÁGUA TA FRIA, MAS TA GOSTOSA DE SE VER! - Disse Jacira brincando com as águas.
- TA LINDA! - Disse Lucas que acabara de chegar.
- Você? - Questionou Jacira ao olhar para o rapaz.
- Posso acompanha-la? - Perguntou o rapaz sorrindo para a menina que ficara séria com sua presença.
Continua...
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