Cena 01 - Cachoeira - Dia.
Jacira caminha por uma trilha estreita até chegar a uma linda cachoeira. Olha para o céu e sorri naturalmente ao observar um casal de pássaros que voam sem destino. Ela sente um pouco da água colocando um de seus pés, então começa a tirar suas peças de roupa e entra completamente nua nas águas claras daquele lugar.
- ÁGUA TA FRIA, MAS TA GOSTOSA DE SE VER! - Disse Jacira brincando com as águas.
- TA LINDA! - Disse Lucas que acabara de chegar.
- Você? - Questionou Jacira ao olhar para o rapaz.
- Posso acompanha-la? - Perguntou o rapaz sorrindo para a menina que ficara séria com sua presença.
- Cê num presta, cê me raptou, cê é mau! – Respondeu Jacira tentando se afastar nadando para o outro lado.
- Não, não, eu estava apenas te ajudando, eu não raptei ninguém! – Disse Lucas sendo bastante sincero.
Jacira fica um pouco pensativa olhando para o rapaz. – Então, moço não me quis mal?
- Não! – Respondeu Lucas nadando para perto da menina.
- Você ta falando a verdade! – Disse a menina.
Cena 02 – Rua – Dia.
Delegada Mangabeira sai da delegacia e ao atravessar a rua em direção a sua casa, Irineu vem dirigindo em seu carro e para diante da mulher.
- Uma mulher como você não merece o meu respeito e nem ser delegada da cidade! – Afirmou Irineu para Mangabeira.
- O que disse? – Questionou Mangabeira ao olhar para o prefeito.
- Garanto que ouviu bem! – Respondeu Irineu saindo do carro.
- Não ouvi, vou fingir que não ouvi e fingir que você não existe! – Disse Mangabeira dando de ombros.
- VOU REPETIR! UMA MULHER COMO VOCÊ NÃO MERECE O MEU RESPEITO E NEM SER DELEGADA DA CIDADE! – Afirmou Irineu mais uma vez.
- VOU ESQUECER A DELEGADA. O SENHOR PREFEITO, CORNO, É UM INCOMPETENTE E TENHO CERTEZA QUE ESTA NO PODER POR FRAUDE! – Respondeu Mangabeira medindo forças com o homem.
- Não ouse me caluniar! – Exigiu Irineu.
- Pintes seus cabelos brancos antes de vir falar comigo, não sou obrigado a olhar para uma coisa dessas! – Respondeu Mangabeira com deboche.
- Tem sorte que seu filho não está na cidade, se ele voltar... – Ameaçou Irineu.
- Não vai fazer nada! – Afirmou Mangabeira para a ameaça do prefeito. – Não estou do lado dele neste ponto, sei que fez coisa errada, mas a sua mulher não prestava, então, me poupe!
Cena 03 – Praça – Dia.
Elizabeth e Paulo caminham juntos na praça da cidade enquanto tomam sorvete de casquinha.
- Fazia tanto tempo que não tomava sorvete! – Relatou Elizabeth deixando sair um lindo sorriso.
- E porque não tomava? – Perguntou Paulo parando de andar.
- Eu fazia isso na minha adolescência, já sou uma mulher com mais de quarenta anos! – Disse Elizabeth como se fosse um motivo para deixar uma das melhores coisas da vida de lado.
- E quem disse que por ser uma mulher de quarenta anos não pode mais se divertir? – Questionou Paulo.
- Você vai entender quando estiver na minha idade! – Disse a escritora.
Odete vê os dois juntos e vai em direção deles.
- Ele vai explicar o significa isso, ah, se vai! – Resmungou a mulher.
Cena 04 – Prefeitura – Sala de Irineu – Dia.
Irineu entra resmungando em sua sala e ao fechar a porta se depara com a presença de Charles.
- Mulherzinha petulante! – Dizia o prefeito.
- Seu prefeito! – Chamou Charles.
- Não sabia que você vinha aqui hoje, aconteceu alguma coisa? – Questionou Irineu.
- Vim trazer boas notícias! – Disse Charles sorridente.
- Que maravilha. Eu estava precisando mesmo de boas notícias. E o estúdio que lhe arrumei? Como vão as obras? – Questionou Irineu.
- Em menos de uma semana tudo ficará pronto! Elizabeth já terminou os primeiros capítulos, falta agora encontrar os atores. – Disse Charles feliz.
- Ótimo! Você Charles, está trazendo a modernidade para esta cidade, quase ninguém aqui vê Televisão. As eleições estão chegando e isso vai me ajudar bastante, vou distribuir TV para todos os moradores da cidade! – Afirmou Irineu.
- Não que eu entenda de política, mas o senhor merece ganhar! – Afirmou Charles.
- Brevemente... Estaremos inaugurando o Canal de Urucubaca e a sua novela, não to nem acreditando! – Disse Irineu contente.
- Deve ter gastado o olho da cabra! – Afirmou Charles.
- Dinheiro na mão de político, não é problema! – Respondeu Irineu soltando altas gargalhadas.
Cena 05 – Mansão de Kate – Dia.
Joana está passando a blusa e esquece o ferro em cima da blusa quando corre para desligar o feijão. Clarita sente cheiro de queimado e flagra o acontecido.
- Que cheiro de queimado é esse? JOAAAAAANNNNNAAAAA! – Gritou Clarita.
- Dona Clarita? - Respondeu Joana voltando ofegante e olhando para a blusa queimada.
- A minha blusa que comprei na temporada de Paris. – Disse Clarita horrorizada. – Como ousa queimá-la criatura? Como ousa queimar a minha blusa? AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – Gritou.
- Eu posso explicar! – Respondeu Joana.
- Fica calada antes que eu te mate enfiando um garfo nos teus olhos, criatura! – Disse Clarita completamente furiosa.
- Sim senhora! – Respondeu Joana. Clarita saiu.
- Odeio empregadas inexperientes, já dizia aquela vilãzinha que não chega perto de mi, Imprimida! Isso lá é nome de gente, quando eu me tornar primeira-dama, as regras vão mudar absolutamente! – Resmungava Clarita descendo as escadas da casa.
Cena 06 – Dias Depois - Mansão de Kate – Dia.
Joana entra no quarto de Kate com uma bandeja de refrescos e serve para sua patroa e Odete.
- Obrigada, Joana! – Disse Kate com sua voz doce. A empregada sai.
- O Augusto não deu notícias? – Perguntou Odete após beber pouco de seu suco.
- E quem disse que eu quero notícias dele? – Respondeu Kate com outra pergunta.
- Eu sei que você não o esqueceu e ainda acredito que você perdoaria ele! – Afirmou Odete.
- O que ele fez é difícil de perdoar, você mesma não gostou de ver o Paulo conversando com aquela mulher! – Disse Kate.
- Eles estavam apenas jogando conversa fora, O Augusto... É diferente! – Respondeu Odete.
- Eu não sou ciumenta, mas não sou burra. Seria muito difícil perdoar ele e fingir que nada aconteceu, mas eu confesso que queria estar nos braços dele. Eu penso nele em cada minuto, segundos, vou acabar pirando! – Revelou Kate.
- Nós mulheres dificultamos tanto! – Afirmou Odete.
Cena 07 – Estúdio – Dia.
Charles venda os olhos de Elizabeth e os dois entram no estúdio. Ela baixa as mãos e conhece o lugar onde será gravada a novela.
- Eu me recuso a acreditar! – Disse a escritora completamente chocada.
- O que achou? – Perguntou Charles a mulher.
- Perfeito! – Disse Elizabeth que rodava analisando cada cenário dali.
- As cenas na floresta, vamos gravar na própria. O Prefeito tem muitas ideias, além da nossa novela, ele disse que fará um programa! – Contou Charles.
- Nunca imaginei que essa cidadezinha no meio do nada teria um canal de TV só para ela! – Disse Elizabeth contente.
- Estamos realizando o nosso sonho! – Disse Charles se aproximando de sua esposa.
- O seu sonho! – Responde Elizabeth.
- Ah, para! – Pediu Charles.
Cena 08 – Pensão – Quarto de Dona Eulália – Dia.
Fábio aproveita que o corredor está vazio e entra no quarto de sua mãe. O rapaz abre o guarda-roupa e usa o perfume predileto de Dona Eulália. Célia sai do banheiro no mesmo momento e é flagrada pelo sobrinho.
- Fabinho?! – Disse Célia preocupada.
- Tia? – Questionou Fábio.
- O que você está fazendo aqui? – Questionou Célia.
- Eu que faço essa pergunta, quando chegou? Minha mãe não disse nada, a senhora está bem? Fez boa viagem? – O rapaz fez muitas perguntas.
- Estou ótima! – Disse Célia ao sorrir. – Estou um pouco cansada e você? Está cada vez mais bonito.
Os dois se abraçam.
Cena 09 – Mansão de Kate – Dia.
Kate desce as escadas e na sala encontra Clarita. Sua tia anda pela sala em silêncio e parece que deseja falar algo ao virar-se para a sobrinha.
- É amanhã que vai viajar? – Perguntou Clarita em um alto grau de curiosidade.
- Viajar?
- Sim, você disse que ia viajar! – Respondeu Clarita.
- Neste momento está fora de qualquer plano meu, desisti. – Respondeu Kate saindo.
- Eu ia adorar que esse purgante ficasse anos longe dessa casa. Vejo que terei que forçar a sorte para que ela esteja do meu lado, vida tirana! – Disse Clarita.
Cena 10 – Casarão – Noite.
Jacira abre a porta ao perceber que Charles e Elizabeth se aproximam. A escritora senta ofegante no sofá.
- Estou cansadérrima. Mereço uma viagem de luxo! – Afirmou Elizabeth.
- Brevemente você poderá ter a sua viagem! – Disse Charles.
- Já fiz o jantar! – Disse Jacira.
- Jacira, você tem o que nessas mãos? – Perguntou Elizabeth. – Se eu soubesse mexer na cozinha como você, eu juro que abriria um restaurante!
- Faço com amor! – Respondeu a menina.
- Hoje a Elizabeth parece estar de bom humor! – Disse Charles animado.
- Depois de um tempo, eu mereço estar feliz por qualquer coisa! – Respondeu Elizabeth. Charles mudou sua expressão e fitou a esposa.
- Amanhã vou anunciar os testes! Jacira! – Charles mudou de assunto.
- Algum problema? – Perguntou Jacira.
- Você quer o papel principal na novela? – Perguntou Charles olhando para Jacira. – Você é perfeita!
- Papel? – Questionou a menina.
Continua...
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