Cena 01 - Mansão de Kate - Jardim.
Kate e Augusto se beijam no meio do jardim. Ele se afasta e fica olhando para os olhos dela.
– Não vejo a hora de casar, ter filhos com a mulher que eu amo e morar numa casa nem grande! - Disse o rapaz.
- A casa eu já tenho... - Disse Kate.
- Não sei se vou me sentir bem morando aí! - Respondeu Augusto.
- Que bobagem... Os filhos. Sinto muito, pra isso tem que casar primeiro e pra casar, tem que marcar o casamento. Vamos marcar o casamento amanhã? - Pergunta Kate.
- Marcar amanhã, mas já? - Perguntou Augusto surpreso com a pressa de sua noiva.
- Estou te estranhando. Até parece que não quer! - Disse Kate desconfiada.
- Não é isso, é que ta indo tudo tão rápido! - Respondeu Augusto.
- Eu sou rápida e esse negócio de esperar, não é comigo, não combina, quando eu quero uma coisa, eu vou e faço! - Disse Kate completamente decidida.
- É por isso que eu te amo! - Afirmou Augusto.
- Quer casar comigo ou não? - Perguntou a moça mais uma vez.
- É tudo que eu mais quero! - Respondeu ele.
- Marcamos amanhã, então? - Perguntou ela.
- Você sabe que sim! - Disse Augusto ao beijá-la.
- Chato! - Disse ela.
- Você que é a mais chata do mundo! - Respondeu Augusto sorrindo.
Cena 02 - Mansão de Kate - Janela da Sala - Noite.
Enquanto isso, Clarita está observando o casal através da janela da sala.
- Que coisa melosa... Tenho pavor deste romantismo barato e entediante. - Resmungou a mulher.
- Falando comigo Dona Clarita? - Perguntou a empregada Joana segurando uma bandeja.
- Por acaso eu tenho algum assunto para conversar com você criatura? - Questionou Clarita.
- Não! - Respondeu Joana baixando a cabeça.
– Pensei que era burra, jamais direcione suas palavras para mim, quando eu quiser, eu vou até sua deprimente pessoa e ordeno algo. Vá limpar o chão da cozinha antes que eu a demita por justa causa! - Ordenou Clarita indicando com a mão a direção.
- Sim, Dona Clarita! - Obedeceu a empregada que saiu bufando discretamente.
- Se fosse uma escrava já estava no tronco, ah, eu ia amar dar as chibatadas! - Disse Clarita seriamente.
- Acordada tia? - Perguntou Kate ao entrar sorridente.
- Estou dormindo, sou sonâmbula! - Respondeu Clarita sem paciência.
- Quanto mau humor! - Disse Kate que deu as costas e saiu.
Cena 03 - Rua - Noite.
Elizabeth está caminhando de volta para sua casa e Paulo a aborda quando a ver.
- Sozinha? - Perguntou o rapaz.
- Que susto! Pensei que fosse um ladrão. É obvio que estou sozinha! - Respondeu Elizabeth um pouco arisca.
- Posso acompanhar a dama até em casa? - Perguntou Paulo usando sua simpatia.
– Quanto cavalheirismo, mas não precisa, ficaria tarde pra você voltar e essa cidade à noite me parece ser perigosa! - Respondeu a escritora demonstrando preocupação com o rapaz.
- Eu não tenho medo! - Afirmou Paulo.
– Pois bem, saiba que mora no final da rua que dá pra floresta! - Disse a mulher.
– Vai ser um prazer! - Ele respondeu seguido de um sorriso.
Cena 04 - Prefeitura - Dia.
Amanheceu. Irineu está conversando com Charles enquanto Lucas lhe serve um café.
- Deixe-me ver se entendi! - Pegou uma xícara. - Pretende fazer uma novela em urucubaca? - Questionou Irineu ao diretor.
- Sim, estou pensando nisso há muito tempo e essa cidade é perfeita pra tal feito! - Respondeu Charles ao terminar seu café.
- MAS QUE IDEIA GENIAL! - Vibrou o prefeito levantando-se.
- Acha? - Questionou Charles deixando a xícara sob o pires.
- Vou te ajudar e me ajudar! - Respondeu apontando seu dedo para o diretor.
- Como? - Perguntou Charles coçando seu cavanhaque.
- Eu tenho que me favorecer, as eleições estão chegando e você vai ter o que deseja. Eu espero que não seja um fiasco, eu estou confiando em você! - Disse Irineu com segundas intenções.
- E como iremos exibi-la? - Continuou Charles a questionar.
- Deixe comigo, o prefeito resolve! - Afirmou Irineu.
- Como pretende? É verdade que o povo não tem TV? - Perguntou ao prefeito.
- TV? - Irineu caiu na gargalhada.
Cena 05 - Casa do Prefeito - Dia.
Heleninha abre a porta ao ouvir batidas e fica frente a frente com Kate.
- O que está fazendo aqui? - Questionou a primeira-dama.
- Quando eu fico com algo na cabeça e essa coisa fica martelando, não tem nada que me impeça, eu procuro resolver! - Disse Kate encarando a mulher.
- Não temos nada pra resolver! - Respondeu Heleninha dando as costas.
- Engano seu, com licença! - Disse Kate ao entrar contra a vontade de Heleninha.
- Eu exijo que se retire da minha casa! - Disse Heleninha.
- Antes vai me responder o que eu quero. O que tem contra mim? - Questionou Kate. Heleninha começou a rir.
- Sério isso? - Perguntou a primeira-dama ainda soltando altas gargalhadas. - Quer mesmo que eu te responda? Pois eu acho você uma vagabunda... Vagabunda!
- Não ouse mais repetir o que acabou de dizer! - Disse Kate ao esbofetear o rosto de Heleninha.
- PIRANHA! - Heleninha tenta retribuir a tapa, mas Kate segura seu braço.
- Não gosto de me meter em assuntos que não são meus, mas eu tenho certeza que não sou a vagabunda aqui, passar bem! - Disse Kate se retirando.
- O que está tentando insinuar? - Perguntou Heleninha seguindo Kate até a porta.
Cena 06 - Delegacia - Sala - Dia.
Clarita entra na sala da delegada e encontra Mangabeira tentando se refrescar com uma pasta de papéis.
- Está sentindo calor, delegada? - Questionou Clarita sendo irônica.
- SEU TOM NÃO ME AGRADOU! - Respondeu Mangabeira seriamente.
- Está um calor insuportável! Minha pele, coitada... Sofre! - Disse Clarita abanando-se com suas próprias mãos.
- Veio na minha delegacia pra falar sobre a sua pele? Vamos direito ao assunto! - Disse Mangabeira.
- Serei direta! - Respondeu Clarita sentando em uma das cadeiras.
- Qual é o problema? - Perguntou Mangabeira ao levantar de sua cadeira.
– Quero que me ajude a acabar com o casamento de seu filho Augusto e minha sobrinha Kate! - Respondeu Clarita fitando a delegada.
- Não acredito no que estou ouvindo, o que? - Perguntou Mangabeira.
- Você ouviu bem, não creio que seu filho vá fazer a minha querida sobrinha feliz. Kate merece um homem que tenha como defendê-la de todos os males! - Afirmou Clarita sorrindo.
- Não vou falar mais nenhuma palavra sobre esse assunto que não me diz respeito, queira se retirar da minha sala, tenho coisas mais importantes para fazer! - Pediu Mangabeira.
- Pois saiba, eu farei alguma coisa pra defender a Kate! - Afirmou Clarita ao se levantar.
- Ela já é bem grandinha e sabe o que faz, pense nisso! - Respondeu Mangabeira sorrindo e Clarita saiu da delegacia.
Cena 07 - Casa do Prefeito - Quarto - Noite.
Irineu parece estar relaxado enquanto sua esposa, Heleninha lhe faz uma massagem caprichada.
- Morzin, posso te pedir uma coisa? - Perguntou ela.
- O que você quiser querida, você sabe que te dou tudo! - Disse Irineu ainda com um semblante relaxado.
- PRECISO DE CINCO MIL REAIS! - Pediu Heleninha beijando sua nuca.
- CINCO MIL REAIS? - Perguntou ao olhar para a esposa.
- Eu estou precisando renovar o guarda-roupa, o Lucas ta precisando de roupas também, você... Sem falar que estou querendo doar uma boa quantia para uma casa de caridade, você me dá? - Disse a primeira-dama.
- Ownnnnn, Heleninha! Que lindo de sua parte. Vou te dar sim! - Respondeu Irineu correndo para o cofre.
- Eu te amo, morzin! - Disse Heleninha pegando as notas das mãos do marido.
- E você é tudo para mim! - Disse Irineu beijando a outra mão da esposa.
Cena 08 - Casarão - Noite.
Elizabeth joga pedaços de madeira sob a lareira e acende o fogo. Charles chega.
- Chegou bem na hora, vou servir chocolate quente! - Disse Elizabeth ao se levantar.
- O que deu em você? - Perguntou o diretor.
- Comecei a escrever! - Disse ela sorrindo. Ela entregou uma caneca de chocolate ao marido.
- Sério? - Questionou Charles.
- Quando eu estou triste eu escrevo muito bem, quando eu estou vibrante, eu sou ótima! - Disse Elizabeth bebendo um pouco de chocolate.
- Eu estou muito contente! - Disse Charles com um brilho nos olhos.
- Essa é noite é nossa! - Disse Elizabeth mordendo os lábios.
- Eu tenho novidades! Consegui ajuda do prefeito, não consigo acreditar que o povo dessa cidade não usa TV. Parece que só existe duas! Uma na casa da Clarita e outra na do Prefeito, meu deus! Que século estamos vivendo? - Questionou Charles.
– Vou dormir! Você conseguiu quebrar o clima que não tínhamos há muito tempo. Boa noite! - Disse Elizabeth deixando a caneca sobre a mesa e saindo.
Cena 09 - Estrada - Noite.
Lucas vem dirigindo na estrada que dá pra Cidade de Urucubaca e vê uma menina estranha andando sozinha. Ela desmaia e ele para o carro, então, corre pra socorrê-la, pegando-a nos braços e a coloca dentro do carro.
Cena 10 - Casas Amarelas - Noite.
Augusto anda pelas ruas de Urucubaca e encontra Heleninha frente às casas amarelas.
- O que você quer? - Questionou Augusto.
- Você sabe que eu te amo! - Disse a primeira-dama se aproximando. Ela tenta beijá-lo, mas ele se afasta.
- Você está louca? Alguém pode ver! - Alertou Augusto.
- Ninguém anda a noite pelas ruas e muito menos pra esses lados das casas amarelas. Atrás da prefeitura é um bom lugar, vamos? - Perguntou ela com segundas intenções.
- Eu não vou com você! - Respondeu Augusto.
Heleninha beijou Augusto ao receber um não. Neste exato momento, Clarita passou dirigindo o seu carro.
- Quem era? - Questionou Heleninha preocupada.
- Não deu pra ver! - Disse Augusto se afastando da mulher.
Clarita desce do carro após estacionar em frente a sua casa e abre o portão.
- Eu não estou acreditando, O Augusto e a Heleninha? Eu acho que a sorte está do meu lado, vou ter a chance de matar dois coelhos com um tiro só! - Disse Clarita com um sorriso malévolo.
Continua...
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