História Feridas - Capitulo 6

“-O que você faz aqui?

-Pensei que iria ficar feliz em me ver Seshomaru. Afinal já faz um século que não venho atrás de você.

-O que quer dessa vez. Pensei que tínhamos um acordo.

-E temos. Você me pagou pra ir embora. E eu fui. Mas você não achou mesmo que eu ficaria toda a eternidade afastado. Ainda somos amigos.

Amigos! Você não sabe o quanto estou me segurando para não matá-lo agora.

-Me diga o que quer dessa vez?

-Soube que esta noivo. De uma humana. Vim confirmar se é verdade.

-Isso não é da sua conta.

-Então é verdade. Nunca imaginei isso de você. Nunca conheci um ioukay pra odiar mais os humanos que você. Vamos! Pode assumir. É algum jogo? Negócios? Você não vai mesmo marcá-la não é?

-Me diga o quer pra ir embora. –Preciso fazê-lo desaparecer da minha vida. Ele não pode encostar na minha Rin.

-Quero conhecê-la...”

O telefone toca. Olho no visor. É meu pai.

-Inu Taisho! A que devo a honra de seu telefonema? Pensei que tinha esquecido da minha existência!

-Bom dia meu filho. Estou retornando sua ligação. Você informou que queria se reunir. Qual seria o motivo dessa reunião? Algum problema com os negócios?

-Como se você se importasse. A ultima vez que eu o vi foi há dois anos na premiação. A ultima tive que comparecer só. Você desaparece e deixa os negócios soltos.

-Não abandonei nada. Deixei aos cuidados de meu melhor gerente. Já estou velho Seshomaru. Foram milênios de guerras, conquistas, trabalho. Mereço alguns anos de descanso.

-E porque não falar comigo? Porque de uma hora pra outra? No começo não liguei. Queria provar que podia fazer um trabalho melhor que o seu. Mas quando percebi que não havia mais telefonemas. Perguntas de como vão os negócios. Comecei a perceber que há algo de estranho.

-O que você quer?

-Estou ampliando a rede hotéis Taisho. Quero que participe das reuniões. Tenho certeza que você pode me ceder alguns meses de seu descanso.

“Saindo de uma reunião em um dos hotéis Taisho, voltando para o hotel principal onde resido. Estacionado no farol. Escuto um som familiar. Quando viro na direção do som, lá esta ela. A camareira. Ela esta rindo de algo que leu no livro em suas mãos. Ou deve ser louca. Sorrio com essa ultima duvida. E me estranho por isso. Quer isso Seshomaru. Se sentindo atraído por uma humana. E ela nem sequer esta nua na sua frente se oferecendo.

Ligo o carro pra sair. Percebo que ela esta indo na mesma direção que eu. Provavelmente vai para o Hotel também. Algo me diz que preciso protegê-la. Buzino.

-Quer uma carona? –Ela se assusta. Vejo em seus olhos que esta cogitando a idéia de correr. –Nem tente correr. Estou de carro. E mesmo que não estivesse ainda seria mais rápido que você!

-Que belo modo de oferecer carona. Me ameaçando. –Mas realmente não tenho pra onde fugir. Já esta tarde e o caminho é perigoso.

Abro a porta e ela entra.

-Tambem esta indo para o hotel? –Hoje é domingo. Seria a folga dela.

-Sim. Porque?

-Pensei que fosse sua folga.

-E é. –Agora ele resolveu dar um de bom moço. Não pense que caio nessa!

-Coloque o cinto.

-Ham?

Me inclino pra por o cinto nela. Ficamos cara a cara. Ela cora e vira o rosto. Meu nariz cola em seu pescoço. Sem perceber começo a cheirá-la. Um cheiro doce e inebriante. Ela se encolhe. Provavelmente sem entender o que fiz.

-Desculpa.

-Oi? Pode repetir? Você pedindo desculpa?

-Hmm.

O trajeto se passou silencioso.

-Chegamos.

-Obrigada Senhor Seshomaru.

-Voce também mora no hotel?

-Não exatamente. Moro num quarto nos fundos do hotel.

-A quanto tempo?

-Desde sempre. Desde que o Simas e o Senhor Inu me tiraram das ruas quando criança.

Esse fato é novo pra mim. Nunca a tinha visto antes daquele dia no meu quarto.

-Tenha uma boa noite Seshomaru.

-Hmm.

Ela se despede e vai pros fundos do hotel. A observo. Seu cheiro ainda esta em mim. Quem é você que enfeitiçou? Preciso beber. Talvez um bom porre a tire da minha mente.”