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História Fernando - Capítulo 11


Escrita por: lavegass

Capítulo 11 - Capítulo 11


Quando acordei senti o braço de Fernando abraçando a minha cintura e inevitavelmente sorri. Sai da cama com cuidado para não acorda-lo e fui em direção ao banheiro. A noite anterior se passava pela minha cabeça enquanto eu tomava meu banho, estar com Fernando me proporcionava lembranças maravilhosas as quais ficaria o dia inteiro recordando se pudesse. No entanto em meio a elas algo sempre me entristecia, eu precisava ser totalmente honesta com ele e de hoje não passaria.

Ao terminar vesti minha roupa e fui á cozinha preparar um café, provavelmente almoçaríamos na casa dele. Assim que terminei de colocar tudo na mesa Fernando apareceu. Ele estava com cara de sono e com os cabelos bagunçados conseguindo ficar ainda mais lindo.

- Bom dia. – Falou me dando um selinho.

- Bom dia. – Respondi entregando a ele uma xícara de café.

- Obrigado. – Disse Fernando sentando-se no banco próximo ao balcão. – Acho que estamos atrasados para o trabalho.

- Sim, mas eu já liguei para Omar, vamos depois do almoço. As coisas por lá estão tranquilas.

- Mal posso esperar pelas minhas férias. – Falou Fernando enquanto comia um pedaço de bolo. – Para onde você quer viajar?

- Eu? – Perguntei.

- Sim, por quê? Não quer viajar comigo?

- Quero. Claro que eu quero você só me pegou de surpresa.

- E então, onde você tem vontade de ir? – Insistiu.

- Não sei... Qualquer lugar, eu só não sou muito fã de praias, e qualquer outra coisa que envolva muita água. Eu não sei nadar.

- Eu também não sou, e na verdade estava pensando em algo mais como... Europa.

O olhei surpresa deixando minha xícara de lado. Europa, sempre quis ir para Europa, mas nunca pensei que um dia conseguiria dinheiro suficiente para isso.

- Seria um sonho se tornando realidade. – Falei. – Eu iria amar.

- Então esta combinado, Europa ai nos vamos. – Disse Fernando puxando-me para seu colo.

...

Depois do café assim como o esperado seguimos para a casa de Fernando, ao entrarmos vimos Rebeca e Victor na sala de televisão.

- Bom dia. – Falou Fernando. – Os dois nos olharam com certa frieza, pareciam estar de mal humor. – Não vai na aula hoje Victor? – Perguntou Fernando.

- Não estou com cabeça para isso. – Respondeu.

Fernando fez uma careta e depois olhou para mim como se buscasse por uma explicação para a atitude deles. Rebeca permanecia calada e concentrada na televisão.

- O que vão querer almoçar? – Questionou Fernando tentando puxar conversa.

- Tanto faz. – Respondeu Rebeca finalmente falando algo.

- Ok, se precisarem de alguma coisa Letícia e eu estaremos no meu quarto. – Falou segurando minha mão.

- Espera. – Pediu Rebeca. – Letícia, podemos conversar? Em particular? – Completou olhando para Fernando. – É assunto de mulher.

- Claro. – Respondi.

- Ótimo. – Ela disse levantando-se e me puxando até a cozinha com certa brutalidade. Assim que chegamos lá Rebeca trancou a porta e colocou a chave em cima da mesa encarando-me.

- O que quer conversar? É sobre seu silicone...

- Não. – Disse ela interrompendo-me de forma fria. – Sabe Letícia antes de tudo eu quero te avisar que eu não sou o tipo de pessoa que acredita em coincidências, então ou você me diz a verdade ou você me diz a verdade porque eu não vou cair nas suas desculpas.

- Do que você esta falando? – Perguntei, mesmo sabendo exatamente do que ela se referia.

- Não se faça de sonsa. Eu, Victor, Carol e Omar sabemos que o seu marido é o jornalista que a minha mãe matou. E agora eu quero uma explicação do porque você veio trabalhar aqui na Conceitos.

Suspirei derrotada. Eu não poderia mentir para ela, diria a verdade agora para Rebeca e talvez ela me ajudasse na forma em que contaria a Fernando logo em seguida.

- Você esta certa. – Falei. – Não foi uma coincidência. – Rebeca ia dizer algo, mas eu a interrompi. – Por favor, antes de falar qualquer coisa me escute. Você pode até não entender a minha atitude, mas eu só quero que me escute. Tudo bem? Prometo explicar tudo. – Rebeca apenas assentiu sentando-se em uma das cadeiras da cozinha. – Há três anos meu marido morreu no dia do nosso aniversário de um ano de casados. Falaram que ele foi assassinado após reagir a um assalto e eu é claro acreditei mesmo sabendo que aquilo não fosse algo que ele faria. Um amigo nosso, o Lucas que trabalhava com ele não se convenceu tanto quanto eu e assim que descobriu o nome do homem que matou Rodolfo resolveu investiga-lo e fazendo isso descobriu que ele já havia trabalhado para o seu pai. Rodolfo era jornalista e estava escrevendo um artigo sobre os possíveis políticos envolvidos com aquela lavagem de dinheiro e seu pai era um deles. Eu jurei para mim mesma que se ele fosse culpado eu iria descobrir e fazê-lo pagar por tudo. Consegui o emprego na Conceitos para investiga-lo de perto, mas quando o conheci... – Suspirei lembrando-me de minhas primeiras conversas com Fernando. – Eu simplesmente não conseguia mais imaginar ele fazendo uma coisa dessas. Seu pai é a pessoa mais extraordinária que eu já conheci, ele tem inúmeras qualidades que me fazem admira-lo cada dia mais. Acredite em mim Rebeca, não tem um dia que eu olhe para ele e não me sinta culpada por ter tirado conclusões precipitadas. Então sim, eu me aproximei por interesse, com a ideia de que iria me vingar e machuca-lo, mas não é por isso que eu fiquei. Eu gosto do Fernando, de verdade e faria de tudo para poder voltar no tempo e fazer as coisas de um modo diferente.

Rebeca me olhava intacta, ficou em silencio por alguns segundos, mas devido à situação em que nos encontrávamos eles pareceram horas. Por fim ela deu um sorriso de lado e segurou a minha mão, me espantei com o seu ato, mas ao mesmo tempo me senti um pouco aliviada.

- Você esta apaixonada por ele, não é? – Falou. E eu concordei, não podia negar afinal isso era algo o qual eu havia confirmado há um bom tempo. – Eu entendo Letícia, por incrível que pareça eu entendo e honestamente faria o mesmo. Seu marido foi morto e você precisava culpar alguém, meu pai parecia ser esse alguém, além disso, você nunca o prejudicou, pode até ser que tivesse planos de fazer isso, mas ele te conquistou antes que tomasse coragem. - Disse Rebeca sorrindo.

- Sim. – Concordei sorrindo também. – Acha que ele vai reagir tão bem quanto você? - Perguntei – O Sorriso de Rebeca sumiu e com isso eu já sabia a resposta.

- Eu queria dizer que sim, mas não vou mentir para você. Meu pai já se magoou muito e isso vai fazer com que ele de certa forma se sinta traído de novo. Mas como você já percebeu, ele é uma pessoa maravilhosa então podemos nos surpreender com a reação dele. Só sei que se ele se chatear não vai durar muito, ele gosta de você. A forma como o meu pai te olha eu nunca o vi olhar assim para ninguém. Por isso eu só te peço duas coisas. A primeira delas é que tenha paciência com qualquer que seja a reação dele e a segunda é que você conte para ele logo porque ouvir de outra pessoa vai ser muito pior. – Finalizou Rebeca.

- Me contar o que? – Perguntou Fernando com a cara na janela dá cozinha. Meu corpo gelou, há quanto tempo ele estaria lá?

Rebeca me olhou como se indicasse que aquela era a hora. E sim. Aquela era a hora, todos já sabiam e eu não poderia mais adiar.

- Podemos conversar? – Pedi.

- Claro. – Respondeu ele fazendo sinal de que daria a volta para entrar. Rebeca me entregou a chave e eu destranquei a porta. Logo Fernando apareceu.

- Eu vou deixar vocês a sós. – Falou Rebeca saindo logo em seguida.

Fiquei em silêncio por alguns segundos e olhei para Fernando. Novamente senti um desconforto, um frio na barriga. Era o medo. Eu temia que tudo o que vivemos terminasse ali.

- Então...? – Perguntou ele ao perceber que o silêncio havia se estendido demais.

Respirei fundo e fiz sinal para que ele se sentasse, sentei-me na cadeira a sua frente logo em seguida.

- Eu vou ser breve. – Comecei. – Eu prometo que vou entender qualquer que seja a sua reação, mas peço que me escute e faça o possível para me entender também.

- Letícia você esta me assustando o que aconteceu?

- O jornalista que a Márcia... Mandou matar era o Rodolfo, meu marido. – Falei e foi como arrancar um curativo rapidamente.

Fernando me olhou assustado e abriu a boca várias vezes como se tentasse formular algo para dizer. Ante que eu continuasse ele finalmente se pronunciou.

- Oh meu Deus... Isso... Eu definitivamente não estava esperando por isso. – Ele me olhou. – Como você descobriu? Foi a Rebeca que acabou de contar porque ela e o... – Fernando sacudiu a cabeça, parecia confuso. – Espera, você já sabia? Há quanto tempo você sabia? – Sua voz se alterou um pouco.

Suspirei e senti meus olhos lacrimejarem. Chegou a hora que eu tanto temia.

- Apenas me escuta tudo bem? – Pedi, e Fernando apenas concordou. Comecei a contar tudo para ele assim como havia contado para Rebeca. Falei do artigo das minhas suspeitas e a forma como elas foram deixadas de lado assim que comecei a conhecê-lo melhor. Eu olhava para Fernando, mas sua expressão não me dava nenhuma pista da sua possível reação. Enquanto me ouvia ele parecia evitar me olhar, na maior parte do tempo se concentrou em encarar o forro da mesa. – Por favor, não me odeie. Eu realmente gosto de você e não quero que as coisas terminem assim. – Pedi. Já não conseguia mais controlar as minhas lagrimas. Fernando finalmente me olhou, seu olhar estava vazio, algo que eu nunca havia visto nele antes.

- Eu não sei o que dizer Letícia. – Começou ele. – Eu me sinto usado. E só de pensar nas coisas que você pensou que eu fosse capaz de fazer me entristece muito.

- Você me odeia? – Perguntei em meio aos meus soluços.

- No momento eu sinto como se tudo o que vivemos fosse uma mentira, eu não sei as vezes que você foi verdadeira comigo ou se estava apenas... – Ele fez uma pausa e encarou o teto, pude notar que estava tentando conter as lagrimas. – Eu preciso de um tempo. Acho que se continuarmos com essa conversa eu vou dizer coisas que irão te magoar e eu não quero fazer isso. Por favor, te peço que vá embora. – Pediu. Foi como se meu mundo desabasse. Por um momento cheguei a pensar que preferia que ele gritasse e se revoltasse. A indiferença dele havia me destruído e com isso temi que não houvesse mais esperança para nos dois. Fiz o que ele pediu e fui embora de sua casa. Ao sair Victor e Rebeca me olhavam com pena e ela sussurrou que tentaria me ligar depois.

Sai com o meu carro e acabei estacionando no mesmo lugar que eu havia estacionado um dia atrás antes de visitar Fernando. Eu não estava em condições de dirigir. Fiquei parada um bom tempo na tentativa de acabar com as minhas lagrimas. Estava doendo. Fernando fez com que eu me sentisse feliz de uma forma que eu já não sentia há três anos e eu havia acabado de colocar tudo a perder.

Assim que as lagrimas diminuíram comecei a dirigir em direção à casa de Gabriela, Lucas estava no trabalho e Otávio na escola. Gabriela estava de folga então poderíamos conversar a sós. Eu precisava dela mais do que nunca.

Quando cheguei toquei a campainha várias vezes seguida, queria e precisava que ela atendesse logo.

- Já vai. – Ouvi Gabriela gritar. Parecia irritada, mas não me importei. Rapidamente a porta se abriu. – Letícia? – Falou ela um pouco espantada provavelmente devido ao meu estado. Eu puxei Gabriela para um abraço e as lagrimas começaram a descer novamente. Ela acariciou meus cabelos e como se já tivesse percebido o que havia acontecido ela me deu um beijo no rosto e sussurrou. – Vai ficar tudo bem, vem vamos entrar. - E assim o fiz.

Gabriela fez um chá e se sentou comigo na sala de televisão. Eu estava mais calma e consegui conta-la tudo o que havia acontecido sem que as lágrimas me interrompessem.

- Ele pediu um tempo, então dê esse tempo a ele. – Falou ela. – Tenho certeza que logo ele irá procura-la e vocês dois poderão resolver tudo. Agora ele está magoado e com toda razão. Ao menos ele não soube disso através de outra pessoa se não seria pior.

- Sim, mas é tão difícil... Eu realmente gosto dele e essa distância vai me deixar muito mal.

- Eu sei meu amor, mas é necessária. Assim os dois poderão esfriar a cabeça. Tenha paciência.

- Vou tentar. – Falei. E sim eu iria tentar, mas duvidava muito que conseguiria.

...

Passaram-se mais de uma semana e Fernando não havia me procurado. Cogitei em ligar para ele algumas vezes, mas Gabriela e Lucas me impediram dizendo que ele precisava de um tempo. O que me tranquilizava era que Rebeca sempre entrava em contato comigo relatando como ele estava. Ela jurou que tentou convencê-lo a me procurar, mas ele disse que ainda não estava preparado. Eu também conversei com Victor e assim como Rebeca ele esperava que eu e Fernando resolvêssemos as coisas. Disse que ele estava depressivo e sempre voltava mais cedo do trabalho. Eu me preocupava com o que aconteceria com a nossa relação, mas me preocupava mais ainda com Fernando.

Nesses dias evitei ficar em minha casa, pois sempre que olhava para o meu quarto ou minha sala, lembrava-me dos momentos que tive ali com Fernando e rapidamente me entristecia. Eu sentia falta dele, de conversar com ele, de olha-lo e de beija-lo. Era como se estivesse viciada em Fernando e precisaria ficar um bom tempo na reabilitação para esquecê-lo.

Não estava indo a empresa, mas isso não significava que eu havia sido demitida. Carolina levou o meu trabalho até a minha casa. Nós conversávamos bastante e ela era quem me deva mais esperança de que as coisas se resolvessem.  

Assim como nos dias anteriores fui almoçar na casa de Lucas e Gabriela. Como eu tinha tempo de sobra passei a ensinar os deveres a Otávio e a leva-lo para a escola. Nós dois estávamos sentados na sala assistindo a televisão enquanto os pais dele terminavam o almoço.

- Esse desenho é muito bobo. – Reclamou Otávio mudando de canal e colocando no jornal.

- Vai ser jornalista que nem seu pai? – Perguntei.

- Deus me livre! Só gosto de assistir esse jornal porque é o da cidade então fico sabendo de tudo o que aconteceu aqui para ter assunto com a senhorita Sarah que trabalha de secretaria na minha escola. – Explicou ele.

- Esta tentando conquista-la? – Questionei. Amava conversar com o Otávio, ele definitivamente era uma alma velha em um corpo infantil.

- Exatamente. – Respondeu voltando-se atento apara a televisão. Eu fiz o mesmo e me assustei com o que vi. Uma foto de Rebeca estampava a tela enquanto a jornalista dizia algumas coisas.

“A filha do Ex- Deputado e atual presidente da empresa Conceitos, Fernando Mendiola, sofreu um acidente nessa madrugada ao voltar de uma festa. Devido à chuva e a alta velocidade seu carro escorregou sobre a pista e acabou capotando. Ela esta no hospital e não se sabe ao certo como se encontra seu estado.”

- Oh meu Deus. – Sussurrei e fui correndo a cozinha dizer a Gabriela e Lucas o que havia acontecido. Assim como eu os dois se assustaram. – Eu preciso ir no hospital. – Falei.

- Mas você nem sabe em qual deles ela esta. – Disse Lucas.

- Provavelmente no Elisabeth é para lá que os ricos vão. – Falou Otávio assim que chegou à cozinha.

- Ele tem razão. Eu vou até lá, eu preciso ir.

- Então vai logo. – Falou Gabriela. – O Elisabeth fica a mais de meia hora aqui.

Peguei as minhas chaves e corri em direção ao meu carro. Precisava chegar lá logo, estava preocupada não apenas com Rebeca, mas com toda a família. Sabia o quanto os três eram unidos e um acontecimento como esse provavelmente os deixou desolados.

Assim que cheguei ao hospital caminhei em direção à recepção. Uma mulher loira estava concentrada no computador.

- Oi. Rebeca Mendiola esta internada aqui? – Perguntei diretamente.

Ela me olhou por cima do computador e sem me responder voltou-se para ele.

- Esta sim.

- E onde eu posso vê-la?

- Qual o seu parentesco? – Ela perguntou de forma um pouco grosseira.

- Eu... – Pensei em algo para dizer mais não havia. Eu e Rebeca não éramos nada uma da outra. – Não tenho parentesco nenhum.

- Então sinto muito, mas não posso deixar você entrar.

- Vai ser rápido, eu prometo!

- Não eu não posso.

- Por favor!

- Não insista! – Pediu ela.

- Ela pode entrar. – Falou uma voz atrás de mim. Era ele, Fernando. – Ela é uma amiga próxima da família. – Completou.

- Então tudo bem. – Falou a mulher.

Fernando me olhou e fez sinal para que eu o acompanhasse.

- Obrigada. – Sussurrei.

- Obrigado você por ter vindo. – Ele falou. Assim como eu previ Fernando estava muito abatido e com os olhos inchados, parecia cansado e tenso.

- Como ela esta? – Perguntei.

- Honestamente eu não sei. – Falou enquanto passávamos pelo corredor. – O médico ainda não deixou que a víssemos e não nos deu muitas informações.

Chegamos a uma sala de espera onde estava Victor e os pais de Fernando. Victor assim que me viu se levantou e me abraçou.

- Mamãe, papai. Essa é Letícia, minha assistente. – Falou Fernando.

- Muito prazer Letícia. – Disse a mãe dele enquanto os dois levantavam-se para me cumprimentar. – Uma pena nos conhecermos em uma situação como essa.

Eu apenas concordei, não estava confortável em dizer nada.

- Fernando e meus netos já falaram muito bem de você. – Disse Humberto.

- Fico lisonjeada. – Respondi. – O prazer é todo meu em conhecê-los. – Completei.

Depois de um tempo sentei-me em uma das cadeiras vazias e Fernando se sentou ao meu lado. Eu não conseguia parar de olhá-lo, vê-lo daquela forma estava partindo o meu coração.

- Vai ficar tudo bem. – Falei atrevendo-me em segurar em sua mão. Para a minha surpresa ele não se afastou, ele apenas a apertou um pouco mais forte e sussurrou um “Obrigado”.

Os minutos se passaram lentamente e não tínhamos nenhuma noticia de Rebeca. Omar, Carolina e outros funcionários da Conceitos sempre ligavam para saber o que estava acontecendo. Fernando não estava com clima para telefones e por isso sempre era Victor ou Humberto que atendiam. Busquei café para todos ao notar que o cansaço só havia aumentado. Fernando foi o único que recusou, mas após eu insistir ele acabou tomando.

Quando menos esperávamos o médico entrou na sala. Fernando levantou-se rapidamente.

- Como ela está doutor? – Perguntou apreensivo.

- Temos um problema. – Disse o médico e imediatamente Fernando disparou a chorar.  – Rebeca perdeu muito sangue e ela é O-.Ela pode doar para todos, mas só pode receber de outro O- , infelizmente não temos sangue suficiente para ela aqui. Entramos em contato com todos os hospitais da cidade, mas esta em falta. Pedimos para os das cidades vizinhas, mas vai demorar para que chegue até aqui. A hemoglobina dela esta muito baixa e eu tenho medo que essa demora complique o estado de Rebeca.

- Quanto tempo pode demorar? – Questionou Victor.

- São 4h de viajem. – Respondeu o médico. Fernando passou as mãos pelos seus cabelos parecendo frustrado.

- Acho que eu tenho uma solução. – Falei. E sim, eu tinha. Todos me olharam curiosos. – Eu sou O-. Posso doar para ela.

- Isso é ótimo! – Falou o médico. – Venha, vamos fazer os seus exames e se tudo estiver certo você já pode doar. Quanto mais rápido melhor.

- Posso ir com vocês? – Pediu Fernando.

- Se a senhorita...

- Letícia. – Falei.

- Se a senhorita Letícia não se importar o senhor pode vim.

- Tudo bem. – Respondi.

Fernando direcionou-se para os pais e Victor.

- Vou deixar o meu celular aqui, se alguém ligar vocês explicam tudo. Ok? – Todos assentiram e logo em seguida seguimos o médico. 


Notas Finais


Estamos na reta final, eu disse que teríamos 16 capítulos, mas não vai chegar a isso. Restam só mais três! Logo irei posta-los. Obrigada a todos que acompanharam até aqui. ;*


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