Lembram de quando eu falei que odiava sentir dor? Pois bem, a que eu sentia quando acordei era muito pior do que qualquer dor que já tinha sentido antes! Levantei pra ir ao banheiro e acabei vomitando, não podia ser o que eu estava pensando...
Fiz as contas e concluí que sim, eu me atrasei pra tomar a injeção e caí numa fria! Eu e essa minha mania de não usar preservativo, só usei com o DJ gostoso e por que ele insistiu muito, ele se livrou por pouco.
Ao invés de me desesperar fiz algo sensato pra variar, liguei pro plano de saúde e marquei uma consulta, vou ter que passar por exames pra confirmar meu estado e pensar em como contar pro Thomas, tenho medo de como ele vai reagir, afinal levo uma vida desregrada, como diz minha mãe... Estava deitada na cama 2 dias depois pois o maldito enjoo não passava, quando ele ligou, pensei em não atender mas ele não desistiria.
-Oi Ka, tudo bem?
-Na verdade não, estou de repouso.
-Repouso por que, o que aconteceu?
-Não estou me sentindo bem...
-Já foi no médico?
-Marquei a consulta, só q... Nisso parei de falar ao notar algo diferente na cama, algo terrível!
-Katrina, você ainda está aí? Ele perguntou preocupado.
-Thomas, tem como você vir me buscar?
-Claro mas o quê tá acontecendo?
-Eu tô sangrando...
-Sangrando, como assim?
-Sangue, bebê, ai não! Falei desligando em seguida.
Ele veio super rápido e pôde confirmar meu estado, o sangramento se intensificara tanto que fui enrolada no cobertor, ele ficou apavorado, o coitado! Chegando no hospital, fui levada pra fazer os exames e o caso era muito pior do que imaginava, tive que fazer uma cirurgia de emergência.
Eu simplesmente estava com uma gravidez tubária, ou seja o bebê não ia viver, pior, ele já tinha morrido, motivo do meu sangramento... Desnecessário dizer o quanto eu chorei, era um pedacinho de mim que ia embora, de nós! Finalmente deixaram o Thomas entrar na enfermaria, ele tinha o papel de pai da criança a seu favor e estava tão normal quanto possível.
-Por que não me contou? Ele perguntou com a voz cansada.
-Eu queria ter certeza primeiro. Respondi fracamente.
-Eu ia te ajudar, você sabe...
-Ajudar a me livrar dele? Meu corpo já fez isso por mim, obrigada!
-Hei, calma aí, não é nada disso! Eu ia te ajudar a criar ele, de verdade.
-Tanto faz, isso não vai acontecer mesmo.
-Você precisa descansar, sua mãe tá chegando e...
-Mãe, como assim, minha mãe?
-Eu tive que passar na sua casa pegar uns documentos, seu pai estava lá e eu tive que contar tudo, ele disse que ia ligar pra ela.
Legal, agora minha desgraça vai ficar completa! Além de processar a perda do meu filho agora tenho que aturar a volta da minha mãe ausente e, a propósito, desde quando meus pais se falam? Aliás, como ele conseguiu ligar pra alguém na hora em que habitualmente costuma estar bêbado? Com essas perguntas na cabeça acabei pegando no sono.
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