Depois do que eu disse ela suspirou por um tempo e, com lágrimas nos olhos, me disse a coisa mais incrível, algo que nunca pensei ouvir da boca dela:
-Filha, eu te amo... Sei que você tem todo o direito de duvidar disso e eu também nunca demonstrei mas o fato é que eu vivia o estresse constante de ser descoberta e acredite quando eu digo que te deixar foi a pior decisão que eu já tive que tomar na vida!
-Pior do que a de me ter?
-Katrina, eu nunca duvidei ou me arrependi de te ter, eu te amei desde que eu soube que você existia, é um amor difícil de explicar...
-Sei... Quando descobri que tinha perdido o bebê eu senti uma tristeza tão grande como nunca tinha sentido antes! Falei ainda entre lágrimas..
-Seu pai quer falar com você, vou chamá-lo.
-Não precisa, ele sempre está de ressaca a essa hora, deixa o velho dormir!
-Filha, não chama ele assim...
-Tá tudo bem mãe, a gente se trata assim mesmo, ele não se importa.
-Tá bom, em todo caso ele não está de ressaca hoje. Ela disse e deixou o quarto em seguida.
Como assim ele não tá de ressaca? Ele sempre bebe até cair e só lembra de mim na hora do almoço, o quê tá acontecendo aqui? Parece que eu estou num filme de ficção e fui parar numa realidade alternativa onde minha mãe me ama e meu pai não bebe, devem ser os remédios, isso mesmo, essa conversa deve ter sido só fruto de uma mente confusa, só pode!
-Não é imaginação Kat, é tudo muito real! Fazia tempo que ele não me chamava assim..
-Pai, o quê tá fazendo aqui? Perguntei meio confusa, ele estava bem diferente.
-Querida, eu parei de beber faz um tempo já, prometi estar sóbrio quando sua mãe voltasse.
-Desde quando vocês se falam?
- Há dois meses, quando ela saiu da cadeia; sua mãe pegou uma pena leve devido às circunstâncias...
-Quais circunstâncias?
-O defensor público encontrou uma testemunha que presenciou o estupro e citou detalhes sórdidos que enojaram os jurados! Foi caracterizada a legítima defesa.
-Se ele presenciou tudo porque não denunciou?
-Medo de represálias, seu "pai" era de família influente e tinha o costume de "dar sumiço" em pessoas que o desafiassem.
-Você salvou minha mãe dessa gente, nos salvou!
-Eu amo sua mãe Kat, a amei desde que a vi!
-E a bebida, como entra nessa história?
-Eu entrei em depressão quando ela teve que fugir e o álcool se tornou meu consolo...
-Sei bem como é, ora se sei!
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