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História Fica Comigo - Agridoce


Escrita por: Flaah_aug

Notas do Autor


MEEEU, tô muito feliz!! Fica Comigo chegou nos 50 favoritos e é bizarro pensar que 50 pessoas tão curtindo o que eu tô escrevendo!!! :O MUITO OBRIGADA A TODOS!!

Demorei um pouco pra postar mas provavelmente hoje tem outro!

Letícia faz uma breve aparição nesse capítulo!
Espero que gostem! ;*

Capítulo 26 - Agridoce


Quando comecei a despertar, senti a Fê acariciando meus cabelos de um modo quase preguiçoso e ao escutar seus batimentos ritmados me dei conta de que estava deitada em seu peito, com meu braço enlaçando sua cintura e uma perna sobre as dela e resolvi não me mexer e sequer abrir os olhos, só para poder ficar aproveitando aquele carinho inesperado mas muito bem vindo.
          Conforme aproveitava aquele carinho e acompanhava o ritmo de seus batimentos comecei a pensar na noite de ontem, na conversa dela com a Camila e consequentemente na nossa conversa - na realidade eu estava mais magoada do que brava e eu sabia que se ficasse muito mais tempo ali ia acabar desculpando-a e eu não sabia se estava pronta pra isso. 
            A parte racional do meu ser me implorava para quebrar aquele contato e sair daquela posição o quanto antes enquanto a outra parte só queria aproveitar aquela sensação de completude que eu sempre tinha quando estava com ela, mas acabei resolvendo ouvir meu lado racional pra variar e sair daquele abraço. 

 

- Não sai... - me segurou de leve quando fiz menção de sair. 

- Me solta, Fernanda... - falei séria - Imagina se a minha mãe entra no quarto e vê a gente assim? - duvidava muito que minha mãe fizesse isso mas era uma boa desculpa. 

- Seus pais nem devem ter acordado ainda... - levantou o pulso para ver o relógio - São 6:15 ainda.

- Nossa, tá cedo mesmo... O que aconteceu, você caiu da cama? - me aconcheguei no seu abraço mesmo sabendo que eu não devia. 

- Não, mas teve uma hora que eu tava jurando que você queria me jogar pra fora da cama - deu uma risadinha rouca. 

- Besta... - revirei os olhos e tentei não sorrir - Mas sério, o que aconteceu? - fechei os olhos, aquele cafuné estava me deixando com mais sono do que eu já estava.

- Não sei, não consegui dormir bem... - deu de ombros - Essa foi a primeira vez que brigamos de verdade, acho que isso me incomodou. 

- Bem feito, isso é pra aprender a parar de ser babaca... -tentei falar séria e belisquei seu braço. 

- Ai, sua ogra! Isso vai ficar roxo... - comentou enquanto esfregava o braço. 

- Que bom, é pra ficar mesmo... 

- Não quer me marcar do jeito certo não? - percebi o sorriso na sua voz maliciosa. 

- Não, dessa vez não vai ser tão fácil... - apesar do meu corpo parecer ser atraído ao dela e eu não querer sair daquela posição meu bom senso ainda funcionava.

- Poxa, Luh... Jura que você ainda tá brava comigo? - perguntou manhosa. 

- Lógico que tô, Fernanda! - ergui minha cabeça para encará-la - Tô brava e magoada com você... 

- Acho que eu preferia que você estivesse só brava... - desviou seu olhar do meu - Com a Luíza brava eu sei lidar, pelo menos. 

- Para de fazer merda que aí você não precisa lidar com nenhuma das duas... - comentei ao voltar à posição inicial apoiando a cabeça no seu peito e não contive um bocejo ao aproveitar aquele cafuné e o sono que ele me dava.
         Eu honestamente odiava gostar tanto dela assim, tudo com ela era complicado demais, confuso demais e ela era indecisa demais. Tinham horas que parecia que eu tinha toda sua atenção, que ela não queria estar em nenhum outro lugar e que nós duas nos bastávamos e em outras horas ela fazia aquelas palhaçadas como ontem. 
           No fundo, racionalmente falando, eu sabia que não podia cobrar nada dela porque como ela fizera questão de ressaltar dentre nós duas quem namorava era eu mas eu não conseguia controlar esse ciúmes que tinha dela e da Camila - as outras não me irritavam tanto provavelmente porque eu tinha noção de que eram passageiras, mas com a Camila havia um passado, elas tinham uma história e eu sabia que a Fernanda tinha amado ela e o pior é que talvez ainda amasse. 

 

-- x -- 

 

Acabei pegando no sono abraçada com a Fernanda e apenas fui acordar com a minha mãe me sacudindo, o que já me fez acordar em quase pânico - o que ela iria pensar ao nos ver juntas na cama? 
           Assim que me sentei na cama reparei que a Fernanda não estava mais lá e pude respirar um pouco mais aliviada, porque essa era uma conversa que eu definitivamente não queria ter com a minha mãe; era capaz de ela querer me mandar pra psicólogo se soubesse que eu transo com a minha melhor amiga e como se não suficiente também sou apaixonada por ela.  

 

- Me ouviu, filha? - me olhava sentada na cama. 

- Cadê a Fê, mãe? - perguntei ignorando totalmente o que ela havia falado. 

- Ela se ofereceu para ir no supermercado comprar as uvas passas que eu tinha esquecido para a ceia. 
            Não consegui conter um sorriso ao ouvir aquilo, a Fernanda realmente estava se esforçando para causar uma boa impressão com os meus pais, afinal ela odiava uva passas... Até me lembrava de como ela ficou inconformada quando eu disse que gostava de comida agridoce, sendo que seu argumento foi de que "Deus criou a comida doce e a salgada e então veio o capeta pra estragar tudo e criou a comida agridoce". 

- E por que você me acordou? - perguntei ao me alongar na cama. 

- Primeiro porque já são quase duas da tarde e pela terceira vez porque a Letícia tá lá embaixo. - comentou ao levantar da cama e seguir para a porta - Você tá no mundo da lua desde ontem, filha. É saudades do seu namorado? - me fitou curiosa, quase me analisando. 

- Pede pra ela subir quando a senhora descer? - resolvi desconversar e ela apenas concordou saindo do quarto.

 

Acabo de me alongar na cama e me levanto indo para o banheiro - morria de vergonha dessa minha mania depois que a Letícia falou um dia me zoando que eu parecia um cachorro com essa mania de sempre me alongar depois de acordar. Segui para o banheiro para escovar os dentes e enquanto estava no meio do processo ouço a porta se abrindo para logo depois se fechar.

 

- E aí, já se esticou toda? - ouço a voz brincalhona dela, ela realmente sabia como me irritar. 

- Já... - falei ao cuspir a pasta na pia - Só falta eu esticar minha mão na tua cara. - dei uma risada e a vi esparramada na minha cama. 

- Nossa, alguém acordou de mau humor... - fez uma cara de falsa indignação - O que houve, a deusa do sexo só te fez gozar 3 vezes hoje? - disse rindo e senti meu sorriso enfraquecer um pouco ao lembrar da Fernanda. 

- Nós brigamos... - comentei e acabei explicando todo o ocorrido da noite anterior pra ela. 

- Porra Luíza, tua vida amorosa me dava menos trabalho quando você só curtia pintos... - comentou rindo depois de escutar tudo o que me fez rir junto. 

- Provavelmente era porque eu não sentia pelos caras o que sinto por ela... - dei de ombros ao sentar na cama perto dela. 

- Só você pra conseguir ter uma briga de casal sem ser a porra de um casal! - deu uma gargalhada e eu morri de vontade de jogar o chinelo na cara dela mas me contentei em jogar um travesseiro. 

- Para de me zoar, Letícia... - falei manhosa - É sério, poxa. 

- Okay, parei... - levantou as mãos em sinal de rendição - Mas o que você vai fazer agora? 

- Sei lá, a única coisa que eu sei é que tô puta com ela... - dei de ombros - Algum conselho?

- Luh, mas o que vocês têm não é só sexo? - me perguntou ao sentar e abraçar o travesseiro que tinha jogado nela momentos antes. 

- Não pra mim, eu gosto dela... - encostei no seu ombro e suspirei. 

- E ela sabe disso? Porque achei ela meio lerda quando fui pra São Paulo, tive até que me intrometer... - deu um sorriso - Talvez você devesse falar a verdade pra ela. 

- Você tá louca, Letícia?! - me afastei e a olhei incrédula - Nem sei como nós duas estamos durando tanto tempo assim. 

- E você já parou pra pensar que às vezes a menina tá boiando na história achando que você ama o Beto e que o que vocês têm é só sexo? - ergueu uma sobrancelha ao me encarar. 

- Ela não é tão idiota assim... - neguei com a cabeça como se para ratificar minha afirmação. 

- Você tá zoando, né? - falou com descaso - Só faltava você mudar de cor quando alguém falava o nome da Camila e ela nunca tinha percebido que você tinha ciúmes... 

- E você sugere que eu faça o que? - a indaguei irônica - Que eu termine com o Beto e peça a pessoa que não acredita em relacionamentos em namoro? - eu odiava toda essa situação, detestava como me sentia suscetível a tudo que dissesse respeito à Fernanda; nunca tinha me sentido desse modo antes e pelo visto tinha sido uma benção. 

- Não vou mentir que, em tese, essa era minha ideia inicial... Mas agora que você falou desse jeito, eu já não sei mais se é uma boa.- deu uma risada nasalada. 

- Viu que merda de situação? - senti meus olhos marejarem e meu peito se apertar. 

- Luh, para com isso... - disse passando as mãos no meu rosto para tirar uma lágrima que insistiu em cair - Vem cá. - me puxou para seus braços envolvendo meu corpo em um abraço e eu acabei ficando com meu rosto encaixado na curva do seu pescoço

- Eu não sei o que fazer, Lê... - comentei triste mas já mais recomposta. 

- Então não faz nada por enquanto... Deixa esse ano louco acabar e aí ano que vem você resolve. - ela afagava as minhas costas - Mas não adianta nada você ficar toda puta com ela até dia 4... 

- Luh, tava no supermercado e comprei aquele salgadinho medonho agridoce que eu sei que você gosta... - a Fê já foi entrando no meu quarto falando e logo para na porta quando me vê com a Lê naquela posição - Letícia. - a cumprimenta com um aceno de cabeça semicerrando os olhos - vai ficar pra ceia também? 
             Eu até tinha esquecido que a Fê não gostava muito da Letícia e como a Lê só foi me explicar quase um mês depois de ter ido a São Paulo que fez ciúmes de propósito acabei nem comentando nada com a Fernanda, não vi porque voltar naquele assunto. 

- Não, vou ter que cear com a minha família... - fiz menção de sair daquela posição mas a Lê apertou um pouco o abraço - Mas tenho certeza que a comida daqui vai ser melhor! - me olhou com um sorriso malicioso e já percebi que o modo da Lê se vingar da Fernanda era fazê-la passar nervoso, só pode ser. 

- Eu como e te conto como tava, se você fizer questão de saber... - a cara da Fernanda estava uma carranca. 

- Não precisa não, obrigada... Já comi aqui na casa da Luh antes, sei que é uma delícia... - a Lê deu um puta sorriso largo enquanto a encarava, só imagino o trabalho que o coitado do Bruno não tem com ela - Bom, tô indo! - me deu um beijo demorado na bochecha e se levantou me deixando sozinha no quarto com uma Fernanda que estava muito mal-humorada nesse momento. 


Notas Finais


Pus a Letícia bancando a advogada do diabo pra Fê... aueheauhauehaeu


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