História Fifty Shades Of Ereri - Don't Make Me Blush!

E lá estavam ambos os homens, sentados em uma macia vermelha cadeira de veludo, um de frente para o outro. O ar daquela cafeteria parecia mais uma casa de stripers. Poucas janelas e uma iluminação escassa.  Luzes vermelhas rondavam a feição séria de Levi enquanto observava Eren, que evitava fazer contato visual com o menor. Eles haviam se sentado em um cantinho da cafeteria, havia mulheres muito sexys naquele local, realmente, no entanto, Levi parecia não se interessar por elas enquanto que Eren frequentemente se tornava corado ao olhar para cada uma delas em seus curtos uniformes.

- Então... Brat. O que foi fazer na empresa hoje cedo? – Perguntou Levi, cruzando os braços em forma autoritária.

- A-Ah? – Eren pareceu engasgar com a pergunta de seu chefe. – B-Bom... Eu fui transferido.

- Hm... – Levi direcionou novamente seu olhar a caneca de café, na qual havia puxado para si alguns minutos atrás e estufou os pulmões, e em seguida soltou um longo suspiro. – Muito bem Brat, o que vai fazer?

- N-Na empresa? – Pergunta Eren, envergonhado. Ele se sentia minúsculo perto da presença de Levi, afinal, era seu chefe, mas nunca pensou que pudesse se encontrar com ele tão facilmente. Ele não estava em um encontro com Levi, estava apenas lhe pagando um café.

-... Obviamente.

- Me disseram que, como sou estagiário, iriam me colocar como o secretário de alguns dos funcionários para que pudesse absorver alguma experiência no ramo... – Ele respondeu, enquanto levava seu copo à boca, olhando a seu redor e evitando olhar para o Ackerman.

- Muito bem. – Levi responde, ele parecia não ter se interessado por Eren. – Ei. – Ele exclamou, enquanto estalava seus dedos quando garçonete loura passou a seu lado. – A conta, por favor.

- Sim, senhor! – Ela fez uma expressão sexy, mas que logo se desfez ao perceber o desinteresse do homem.

- Não, não! – Eren disse – Eu pago! – Ele batia as mãos no bolso de seu casaco, procurando sua carteira desesperadamente, pois já tinha em mente que se demorasse, Levi pagaria, e aquilo lhe causaria uma péssima impressão! – T-Tome. – Ele gagueja enquanto entrega a garçonete o dinheiro – Pode ficar com o troco.

- Obrigada! – A moça faz uma pequena reverência e logo se retira.

Levi subitamente se levanta e vai em direção à saída, deixando Eren lá dentro. O maior observava seu olhar gélido, mesmo que a distância. Seria correto dizer que Eren se sentia atraído por Levi? Ele realmente não sabia, mas a presença do Ackerman lhe deixava agoniado como nada na vida havia o deixado antes.

Eren se levantou com pressa, pegando o casaco que havia pendurado na cadeira. Saiu para rua, através da porta giratória da cafeteria, avistando Levi, logo a sua direita, andando calmamente.

- S-Senhor Ackerman! – Eren o alcançou mesmo não sabendo o que dizer, ele se sentiu na obrigação de seguir Levi, mesmo sem saber o motivo para isso.

- Pare de me seguir, Brat. – Ackerman o responde, em voz gélida, ainda olhando para frente. – O que diabos quer, Brat?

- A-Ah...  – Eren se sentiu envergonhado, e sem muito que saber o que deveria dizer a Rivaille.

Foi quando Eren, em descuido, bateu de cara no poste da rua, fazendo Levi se assustar com o barulho que sua testa emitiu. Aquela foi a gota da água para o pobre Eren. Levi sabia que por dentro queria rir bastante devido ao descuido de Eren, ele era avoado demais, parecia uma criança atrás de uma borboleta em um campo minado.

O Ackerman voltou a andar, deixando o estagiário e seu futuro galo na cabeça para trás, não ligando muito. Eren era divertido, fazia Levi rir com seus descuidos e machucados. Sim, ele era engraçado. Mas mesmo sendo engraçado, ele não passava de um estagiário.

- “Adolescente sem limite...” – Rivaille pensou.

Eren se levantou, passando a mão em sua testa, em uma fraca tentativa de amenizar a dor que sentia, mas sem sucesso.

- Oi, Brat. – Rivaille se virou calmamente para observar Jaeger.

- S-Sim?

- Compareça amanhã na empresa às cinco horas.

- Mas... Sr. Ackerman, eu não estou contratado, apenas fiz uma entrevista. – Eren argumenta, enquanto pegava sua mochila universitária com marrom do chão.

- Está contratado. – Levi diz em calmaria – Compareça lá as cinco.

- Sr. Ackerman, meu turno começa às nove horas e...

- As cinco, Jaeger. – Ele responde Eren, com seu olhar amedrontador.

- Sim, senhor.

- É bom que comece a me obedecer e a seguir ordens, não irei falar duas vezes com você Jaeger.  – Disse Levi, enquanto lhe lança um bolo de chaves. – Essas são as chaves da empresa, a com o adesivo amarelo é a do meu escritório. Tenha uma boa tarde, Eren.

Eren não sabia se Levi havia se interessado nele como funcionário ou se ele apenas queria dispensa-lo logo. Mas se convenceu de que iria e deveria impressiona-lo, para que Levi pudesse esquecer todo o seu desastre feito mais cedo. Foi um encontro maravilhoso entre o terno de Levi e o copo de café de Eren. Realmente lindo.

O estagiário voltou a sua nova casa, um apartamento velho, com paredes em que o papel saia com facilidade. Ele era minúsculo. Ele tinha um banheiro com vazamento de água, uma cama apertada e que estalava a noite e um micro-ondas, além da presença de uma escrivaninha com alguns livros e seu despertador em cima. Eren puxou a cadeira que ficava perto de sua mesa, ligando a lamparina e observando as chaves que Levi lhe dera. Ele havia feito um bom progresso, pensava, mas ao mesmo tempo morria de medo de falhar. Ele pensava que a casa de seu chefe deveria ser enorme, sem vazamento de água e com uma cama espaçosa. Será que Levi gostava de ter dinheiro? Eren pensou que não. Ele apenas gostava de mandar mesmo, ele era um bom empresário e um chefe memorável, mesmo que sua educação não fosse das melhores. Na verdade, Levi era um diabo. Ele não se importava com as outras pessoas e falava o que quiser, mas Eren concluiu que aquilo fazia parte de seu charme, caso contrário, Levi não seria Levi.

Em sua cadeira que estalava, o Jaeger se jogou um pouco para trás, fazendo-a de balanço, logo após jogar as chaves em cima da mesa, em que puderam ser iluminadas pela lamparina.

Em um momento de reflexão, ele pensou o que ele havia feito para chegar até lá. Persistência? Determinação? Ele não sabia ao certo.

Seus pensamentos o afundaram enquanto continuava brincando de balanço com sua cadeira. Era verdade que ele era um tanto quanto inútil, e tinha um jeito péssimo de se vestir. Que tipo de pessoa usaria um casaco em cima de um terno? Eren Jaeger. Quem em uma entrevista de emprego leva uma bolsa universitária? Eren Jaeger. Quem possui um olhar sexy e hipnotizante? Levi Ackerman.

Ao perceber que havia pensado nisso, Eren rapidamente se levantou. Ele mesmo estava se estranhando, mas o que era aquilo?!

Deitou-se em sua cama com tamanha rapidez, que alguns minutos depois percebeu que poderia tê-la quebrado, mas por sorte, não aconteceu.

Ele sabia que não iria conseguir dormir direito. Estava nervoso para seu primeiro dia, mas ainda sim, pensar que poderia ser recompensado com um pouco da atenção de Levi o tranquilizava puramente. Tudo o que ele menos queria era ter um chefe que o detestassem ainda mais se esse chefe fosse Levi, pois caso isso acontecesse, Eren sabia, que ele faria de sua vida um inferno.